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SOLUÇÃO DE DIFERENÇA FINITA: O MÉTODO EXPLÍCITO Abiassafe Rodenbergue Araujo Lima¹ Araltos-cris@hotmail.com¹ Cledenilson Ribeiro de Oliveira² cledenilsonribeiro@hotmail.com² RESUMO: A transferência de calor busca explicar situações vistas no cotidiano. O método das diferenças finitas explícito é utilizado na solução de um problema sujeito ás condições de contorno em regime transiente. Por se trata de um método numérico, deve ter a participação do estudante durante todas fases de análise da solução proposta. No estudo de caso proposto solicita a determinação da distribuição da temperatura do elemento combustível a uma taxa uniforme de geração de calor. Os resultados obtidos apresentam-se em conformidade com os resultados gerados pelo o software computacional bastante utilizado na análise de transferência de calor e na graduação de engenharia. Palavras-Chave: Método das diferenças finitas explícito, Equação do calor, Condução de calor transiente 1. INTRODUÇÃO A transferência de calor por condução transiente acontece em várias aplicações de engenharia, e podendo ser analisada, utilizando-se diferentes métodos. A ideia basicamente dos métodos é o processo de desratização, que reduz o problema continuo, com número infinito de variais, em um problema discreto com um número finito de variais, podendo ser resolvido computacionalmente. Problemas com transferência de calor por condução transiente, envolvendo geometrias e condições de contorno simples, é comum ter solução analítica conhecida acessível na forma de gráfico ou de equações, principalmente os casos unidimensionais. Algumas dessas analise ainda são possíveis para determinadas geometrias bidimensionais e tridimensionais simples. Exemplos tradicionais são encontrados na bibliografia especificada, por exemplos, no Incropera et al., (2008), e Çengel et al. (2012). No presente artigo utilizaremos o método das diferenças finitas explícito com o objetivo analisar a transferência de calor no decorrer do tempo e uma representação gráfica dos históricos das temperaturas no plano médio e na superfície, em um elemento combustível de reator nuclear que tem a forma de uma parede plana. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A grande maioria dos problemas que envolve transferência de calor no cotidiano, envolvem geometria complexas com condições de contorno também complexas ou até mesmo propriedades com variais e não podem ser resolvidos de maneira analíticas. Nesses casos, soluções aproximadas podem ser obtidas por simulação computacional usando um método numérico. Os métodos numéricos usados para solucionar os problemas que envolva transferência de calor baseia-se em equações diferencias, na substituição das equações diferencias por equações algébricas. Os problemas que se apresentar em regime transiente possuir variação da temperatura com o tempo, bem como no espaço, e a solução de diferenças finitas desses problemas, requer a discretização no tempo e espaço. Isso é feito escolhendo um intervalo de tempo adequando ∆𝑡 e solucionando as temperaturas nodais desconhecidas sistematicamente para cada ∆𝑡, até que a solução desejada seja obtida. Nos casos onde são analisados transferência de calor em regime transiente o sobrescrito i é usado como índice, i = 0 corresponde à condição inicial. Os nós e os volumes elementares na análise dos problemas em regime transiente, são selecionados como no caso do regime estacionário e novamente assume-se que toda a transferência de calor é executada para o elemento. Por concordância, o balanço de energia num volume elementar, durante um intervalo de tempo ∆𝑡, pode ser demonstrado: ∆𝑡𝑥 ∑ 𝑄 + ∆𝑡 + 𝑞𝑉𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐸𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠 (1) onde a taxa de transferência de calor Q, traduz-se geralmente na condução para os nós internos, mas pode envolver também fluxo de calor por convecção e radiação para os nós que estão nos estremo. O 𝐸𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎 = 𝑚𝐶∆𝑇 = 𝜌𝑉𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝐶∆𝑇, onde 𝜌 é a massa especifica e C o calor especifico do elemento. Dividindo a eq.(1) por ∆𝑡 obtém-se: ∑ 𝑄𝑖 + 𝐺𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠 = 𝜌𝑉𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝐶 𝑇𝑖+1𝑚−𝑇 𝑖 𝑚 ∆𝑡 (2) no qual para qualquer nó m no meio e seu volume elementar. Onde 𝑇𝑖𝑚 e 𝑇 𝑖+1 são as temperaturas do nó, que representa a variação da temperatura do nó ao longo da o intervalo de tempo entre o passo de tempo i e i+1. Para o método explícito a eq. (2) ficará: ∑ 𝑄𝑖 + 𝐺𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖 = 𝜌𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝐶 𝑇𝑖+1𝑚−𝑇 𝑖 𝑚 ∆𝑡 (3) 2.1 Equação do Calor A equação geral (2) em coordenadas cilíndricas possui a seguinte formulação matemática: 𝜕 𝜕𝑥 (𝑘 𝜕𝑇 𝜕𝑥 ) + 𝜕 𝜕𝑦 (𝑘 𝜕𝑇 𝜕𝑦 ) + 𝜕 𝜕𝑧 (𝑘 𝜕𝑇 𝜕𝑧 ) + �̇� = 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 (4) Aplicando as considerações que temos na eq. (4), que a transferência de calor é unidimensional, ou seja, apenas acontece na direção x, no temos: 𝜕 𝜕𝑥 (𝑘 𝜕𝑇 𝜕𝑥 ) + �̇� = 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 (5) Aplicando as condições de contorno onde sabemos que ∝= 𝑘 𝜌.𝑐𝑝 , a eq.(4) obtém-se 1 ∝ 𝜕𝑇 𝜕𝑡 = 𝜕2𝑇 𝜕𝑥² (6) A condução de calor 𝜕𝑢 𝜕𝑡 =∝2 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² , requer uma aproximações para a segunda derivada no espaço e para a primeira derivada no tempo (SHAPA; CANALE; 2008. p. 273). Utilizando a diferenças finitas centra, para representa a aproximação da segunda derivada no espaço, podemos organizar da seguinte maneira: 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝑢𝑙𝑖+1−2𝑢 𝑙 𝑖+𝑢 𝑙 𝑖−1 ∆𝑥² (7) Para organizar a primeira derivada no tempo utiliza-se a diferença progressiva, que se apresenta da seguinte forma: 𝜕𝑢 𝜕𝑡 = 𝑢𝑙+1𝑖−𝑢𝑖−1 𝑙 ∆𝑡 (8) Substituindo a eq.(7) e (8) na equação do calor 𝜕𝑢 𝜕𝑡 =∝ ² 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² , termos: ∝2 𝑢𝑙𝑖+1−2𝑢 𝑙 𝑖+𝑢 𝑙 𝑖−1 ∆𝑥² = 𝑢𝑙+1𝑖−𝑢𝑖−1 𝑙 ∆𝑡 (9) Segundo SHAPA essa é a formulação matemática eq. (9) que fornece um meio explicito para calcular os valores de cada nó para um estante futuro, baseados nos valores atuais e em vizinhos. Para a solução proposta foi utilizado o software ANSYS, versão 18.0 e o OCTAVE, versão 3.8.1, conforme script observado abaixo. 2.2 Estudo de Caso O elemento combustível de um reator opera a uma taxa uniforme de geração de �̇�1 = 10 7 W/m³, até que a taxa degeração seja subitamente mudada para �̇�2 = 2 𝑋 10 7W/m³. Utilizando um software de elementos finitos para a obter as seguintes soluções. a) Calcula a distribuição de temperatura 1,5 s após a mudança na potência de operação e compara seus resultados com adquirido no exemplo citado no laboratório. b) Utiliza o modelo de elemento finito para representar graficamente as histórias das temperaturas no plano médio e na superfície para 0 ≤ 𝑡 ≤ 400 𝑠. Quais as temperaturas em regime estacionário, e aproximadamente quanto tempo levará para alcançar a nova condição de equilíbrio após a etapa de mudança na potência de operação? Tabela 1: Dados do estudo de caso Espessura 2L= 20 mm Temperatura 𝑇∞ = 250º𝐶 H 1100 W/m².K 𝐷𝑖𝑓𝑢𝑠𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎−∝ 5 𝑥 10−6 𝑚2/ 𝑠 Condutividade térmica k 30 W/m.K �̇�1 1𝑥10 7𝑊/𝑚³ �̇�2 2𝑥10 7𝑊/𝑚³ 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Utilizando o software Octave, foi calculado através de sua programação, a distribuição da temperatura em função do tempo até 1,5 s, distribuídos em incrementos de 0,3 s descritos na Tab. 2, a qual foi comparado os valores de temperaturas com o exemplo 5.8 (INCROPERA, 2009, sexta ed. pg. 195.) calculados utilizando o método do balanço de energia, Eq. 1, uma equação explicita de diferenças finitas pode ser deduzida para qualquer nó interno m. Aplicando a conservação de energia para um volume de controle ao redor do nó 5. Segundo o critério de estabilidade para um nó interno unidimensional, a seguinte condição deve ser cumprida: (1 - 2Fo) ≥ 0 ≈ Fo ≤ 1 2 Calculando o número de Fourier, obtemos o valor do critério de estabilidade foi satisfeito. Para estar bem dentro do limite de estabilidade selecionamos ∆𝑡 = 0,3s o que corresponde Fo = 0,375 Substituindo os valores numéricos, incluindo 𝑞2 = 𝑞2 = 2 x 10 7 W/m3, para equações nodais. A qual obtém-se a temperatura calculadas os pontos nodais de interesse são mostrados na primeira linha da Tab. 1 Tabela 1: Temperatura Nodais Calculados no Método Analítico p t(s) T0 T1 T2 T3 T4 T5 0 0 357,58 356,91 354,91 346,91 340,91 340,91 1 0,3 358,08 357,41 355,41 347,41 341,41 341,41 2 0,6 358,58 357,91 355,91 347,91 341,88 341,88 3 0,9 359,08 358,41 356,41 348,41 342,35 342,35 4 1,2 359,58 358,91 356,91 348,89 342,82 342,81 5 1,5 360,08 359,41 357,41 349,37 343,27 343,26 ∞ 1,5 465,15 463,82 459,82 443,82 443,82 431,82 O espaçamento de malha para a análise foi de 2 mm e o incremento de tempo foi de 0,3 s. Para o meto analítico descrito na Tab. 1. As análises calculados no Octave, os incrementos espaciais e temporais foram de 2 mm e 0,3 s descritos na Tab. 2. De acordo os resultados dos dois métodos numéricos estão dentro de 0,1 ° C. Tabela 2: Temperatura Nodais Calculados no Octave p t(s) T0 T1 T2 T3 T4 T5 0 0,0 357,58 356,54 353,41 348,20 340,91 340,91 1 0,3 358,08 357,04 353,91 348,70 341,41 341,41 2 0,6 358,58 357,54 354,41 349,20 341,89 341,88 3 0,9 359,08 358,04 354,91 349,70 342,36 342,35 4 1,2 359,58 358,54 355,41 350,19 342,82 342,81 5 1,5 360,08 359,04 355,91 350,67 343,27 343,26 A simulação no ansys mostrando o comportamento e comprimento arbitrário na direção Figura 1: Simulação ANSYS 19.0 distribuição de temperatura de 1,5s com incremento de 0,3s simulado em 3000s. Tabela 3. Comparação entre as temperaturas obtidas do Octave e no ANSYS 19.0 t(s) T0 T5 3000,0 340,91 357,58 3000,3 341,39 358,08 3000,6 341,86 358,58 3000,9 342,32 359,08 3001,2 342,77 359,57 3001,5 343,22 360,07 Figura 1: Gráfico de Simulação ANSYS 19.0 distribuição de temperatura de 1,5s com incremento de 0,3s simulado em 3000s. 4. CONCLUSÃO No presente trabalho podemos concluir que o método por diferença finita como o auxílio de softwares (ANSYS E OCTAVE) é de grande importância e baste aplicável para o bom entendimento dos fenômenos físicos, termodinâmico e estrutura do material que acontece ao longo do tempo, ao ser submetido ao uma temperatura onde ocorra transferência de calor. Haja vista, à análise no estudo de caso deixa claro a distribuição da temperatura após a alteração da taxa de calor e por meio da simulação é notório através das malhas onde temos condições de equilíbrio. O estudante de engenheira assim como o engenheiro, são os responsáveis por simular, interpreta e escolher o melhor método para se obter uma solução aceitável para apresenta junta aos seus superiores, as habilidades adquiridas nesse estudo de caso somara grandemente para a boa formação proposta para o curso e disciplina. 335 340 345 350 355 360 365 3000 3000 3000 3000 3001 3001 3001 3001 3001 3002 Título do Gráfico Série1 Série2 5. REFERÊNCIAS INCROPERA, F. P. et al. Fundamento de transferência de calor e de massa. 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 163 p. ÇENGEL, Y. A. Et al. Transferência de calor e massa. 4. Ed. Porto Alegre – RS: AMGH EDITORA LTD, 2012. 225 P. SHAPA, S. C.; CANALE, R. P. Métodos numéricos para engenharia. Tradução técnica Helena Castro. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.
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