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Estudo Varig

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Guilherme Depieri Superti
O CASO VARIG:
HISTÓRIA, INFURTUNEOS E FALÊNCIA
MARINGÁ-PR
2018
INTROUÇÃO
A empresa que pioneira no Brasil no setor de aviação, que dominou o mercado por mais de 50 anos, a empresa fundada em 1927 em Porto Alegre-RS, por um imigrante Alemão Otto Ernst Meyer, levando o nome de VARIG (Viação Aérea Rio-Grandense). Com sede no Rio Grande do Sul, a Varig foi fundada em 1927, sendo a primeira empresa de aviação comercial do país (BERTA, 1996, p. 51). Sua constituição legal ocorreu na Assembleia Geral, realizada em Porto Alegre, em 7 de maio de 1927, quando foi aprovado o estatuto com o nome “S.A. Empresa de Viação Aérea Rio-Grandense”, e um capital social no valor de US$ 700mil, distribuídos entre 550 acionistas, possuindo uma única aeronave modelo hidroavião. Para a Presidência, foi nomeado Otto Meyer; para a área técnica, os comandantes Rudolf Cramer Von Clausbruch e Fritz Hammer; e para a área administrativa, Rubens Berta (BERTA, 1996).
Durante os últimos quinze anos, vários foram os fatores que levaram à crise econômico-financeira da Varig S.A. Os resultados negativos apurados como prejuízo financeiro a cada exercício levaram a empresa a tomar decisões que atendessem às necessidades da época, a fim de continuar operando, conforme expõe Camargos e Minadeo (2007). Com a crise agravada em 2005, todos os esforços apresentados tiveram o objetivo de tentar minimizar a situação de crise, principalmente buscando condições para continuar com as operações de transporte aéreo nacional e internacional. Para a Varig S.A., um dos maiores complicadores em 2005, foram os seus credores, principalmente a empresa de leasing, que tentava retomar as aeronaves, diante do risco da empresa encerrar suas atividades e de vê-las fazer parte da massa falida, correndo o risco de não tê-las de volta ou ainda, demorar para a sua posse.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A EMPRESA
No primeiro ano de sua existência, autorizada a explorar a linha aérea, que ligava Porto Alegre a Rio Grande, um percurso de 270 quilômetros, transportou cerca de 650 passageiros (MUYLAERT, 2002). Ao longo de mais de 78 anos de existência, a Varig S.A. transportou mais de 210 milhões de passageiros, voou mais de 7 milhões de horas, realizou mais de 2 milhões e quinhentos mil vôos e seus aviões deram cerca de 115 mil voltas ao redor da Terra (dados extraídos de relatórios dos órgãos oficiais de controle aéreo brasileiro como ANAC, dentre outros). A Fundação Rubens Berta (FRB), detentora de 75% (setenta e cinco por cento) das ações da Varig S.A., que também controlava outras empresas do grupo, como a Rio-Sul Linhas Aéreas e a Nordeste Linhas Aéreas, em 2006 foi afastada judicialmente durante o processo de recuperação judicial (CAMARGOS E MINADEO, 2007).
Para melhor entendimento da ordem cronológica dos fatos da empresa, buscou-se uma referencia mais enxuta do mesmo, chegando ao quadro a seguir:
	1927
	Nasce a Viação Aérea RioGrandense, operando a linha Porto Alegre Pelotas-Rio Grande com um avião Atlântico.
	1941
	O presidente da companhia desde sua fundação, Otto Ernst Meyer, entrega o controle ao primeiro funcionário, Ruben Berta, que a presidiu até morrer, em 1966.
	1945
	Já com a denominação Varig, a empresa estabelece a primeira rota internacional, ligando Porto Alegre a Montevidéu.
	1965
	Criação da Fundação dos Funcionários da Varig, que em 1966, passa a chamar-se, Fundação Ruben Berta.
	1986
	Com a falência da Panair, então a empresa brasileira com maior malha internacional, a Varig assume as linhas da ex-concorrente para a Europa.
	1990
	O ex-presidente Fernando Collor de Mello abre o mercado da aviação nas rotas internacionais, autorizando a concorrência nesses trajetos à Vasp e à Transbrasil. O Governo permite, ainda, a entrada de novas companhias estrangeiras para disputar este mercado, que obtiveram vantagens para operar com preços e custos mais baixos a partir da isenção de alguns tributos (PIS/Confins). A Varig começa a apresentar prejuízo em seu balanço financeiro
	1991
	A Varig busca ampliar a sua frota, encomendando novas aeronaves à Boeing. Começa a Guerra do Golfo, causando alta do preço do petróleo e recessão no seguimento de aviação. Ao fim de quatro anos, a indústria da aviação acumula prejuízos de cerca de US$ 20,4 bilhões.
	1992
	Os prejuízos da Varig são agravados pela recessão causada pela Guerra do Golfo. Como solução, a empresa vende aeronaves para bancos e empresas de leasing e passa a pagar aluguel para utilizar os aviões.
	1993
	A Varig S.A. inicia processo de reestruturação.
	1994
	A empresa termina a reformulação, tendo renegociado contratos e dispensado mais de três mil funcionários. A companhia pleiteia preços mais baixos nos contratos de leasing com empresas arrendatárias e suspende pagamentos por sessenta dias. Além disso, fecha trinta escritórios no exterior.
	1999
	A crise cambial no governo Fernando Henrique Cardoso impacta negativamente os resultados da empresa. A TAM, além de se transformar na principal concorrente da Varig no mercado doméstico, ao longo da década de 90, inicia suas operações para o exterior.
	2000
	Criação da VarigLog, que já nasce como a terceira maior empresa do grupo.
	2001
	A Gol entra no mercado de aviação doméstico, acirrando a concorrência. Com os atentados de 11 de setembro, que geraram para a indústria da aviação prejuízos de US$ 11,9 bilhões, as dívidas da Varig aumentam.
	2001
	A Fundação Ruben Berta rejeita acordo com credores. O BNDES deixa de costurar uma saída para a crise da companhia.
	2003
	A Varig e a TAM assinam um memorando de intenções para se unirem e começam a compartilhar voos. A cogitada fusão, no entanto, não acontece. Varig perde a liderança do mercado doméstico para a TAM.
	2004
	A Varig e a TAM cobram a mesma tarifa em diversos trechos e chegam a propor a criação de uma empresa gestora dos voos compartilhados, ideia que também não foi levada a cabo. A Secretaria de Acompanhamento Econômico recomenda ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica a suspensão do 'code-share,' por causar danos ao consumidor.
Fonte: Folha online 2016.
2.2 DO PROGRESSO A CRISE 
Como dito, a empresa foi uma das principais companhias aéreas do mundo na década de 50, sendo a terceira empresa do mundo a adquirir os aviões a jato, na época, o modelo “caravelle”, atrás apenas da Air France e SAS. Na década de 60 foi uma época de ouro para o marketing da VARIG. Suas propagandas na televisão ficaram conhecidas em todo o Brasil e a companhia abusava dos jingles como o de natal, "Seu Cabral", "Urashima Tarô" e outros. Os comerciais de TV da VARIG ficaram muito famosos entre as crianças por serem feitos em desenhos animados. A grande "arrancada" do marketing da VARIG está relacionada ao seu exponencial crescimento na década de 60, quando passou a voar para mais de 90 destinos nacionais, para quase toda a América do Sul, México, Miami, Los Angeles, Europa, Oriente Médio e Japão. 
A chegada do primeiro Boeing 707, em 1960, foi um grande marco na historia da VARIG. O Boeing 707 foi o sinônimo de voos internacionais durante toda a década de 60 e também esteve presente nas rotas da companhia durante as décadas de 70 e 80.
Com o fim da Panair do Brasil, a VARIG assumiu as suas rotas para a Europa. Inicialmente, as aeronaves não tinham autonomia suficiente para realizar voos como Rio - Paris, Rio - Londres ou Rio - Frankfurt. Sendo assim a maioria dos voos para Europa fazia escala em Lisboa. Para divulgar os seus voos para Lisboa, a VARIG encomendou um jingle para o compositor Arquimedes Messina. Chamada de “Seu Cabral”, a música faz alusão ao descobrimento do Brasil e contou com a voz da cantora portuguesa Hilda de Castro, que estava em turnê pelo Brasil. O jingle foi lançado em outubro de 1967 no rádio e logo depois ganhou uma versão para TV, em 1969. A música fez tanto sucesso que no ano seguinte virou marchinha de Carnaval.No final dos anos 60 e durante os anos 70, o personagem mais famoso da VARIG foi o "Tucano". O personagem havia sido criado em 1953 por Francesc Petit para um cartaz da VARIG. A empresa trouxe de volta o personagem agora para passear pelo Brasil e incentivar o turismo doméstico.
Em 1974 a VARIG recebeu o primeiro wide-body Douglas DC-10-30, se tornando a primeira companhia aérea do Brasil a operar uma aeronave de fuselagem larga.
Em 1981 a VARIG recebeu o seu primeiro Boeing 747, a maior aeronave comercial do mundo até então, capaz de transportar mais de 300 passageiros. Com o "Jumbo", a VARIG entrava para uma seleta lista de companhias aéreas de primeira linha. Nessa época o mundo era divido entre companhias aéreas que operavam o Jumbo e o resto.
A Varig entrou nos anos 90 como uma potencia. Além da companhia aérea, era dona de rede de hotéis, de centros de manutenção, empresas siderúrgicas e que cuidavam do apoio em terra dos aviões. Mas foi justamente nessa época que os problemas acumulados começaram a surgir. Inchada e pouco ineficiente por conta dos privilégios nas rotas para o exterior, a empresa não conseguiu reagir ao crescimento de novas companhias como a TAM (Táxi Aéreo de Marília), que passou a operar jatos regionais de aeroportos centrais, e mesmo das tradicionais concorrentes como a Transbrasil, que passava a voar para os Estados Unidos neste ano, quebrando seu monopólio.
Em novembro de 1991 chegou o primeiro MD-11 da VARIG, aeronave que passaria a ser a principal aeronave para voos internacionais durante toda a década de 90. Em dezembro do mesmo ano, chegou o primeiro Boeing 747-400 - a maior aeronave operada pela VARIG.
Tentando reagir a forte concorrência a empresa investe na Rio-Sul que recebe os primeiros Boeing 747-500 para competir com os Fokker 100. Na busca de novas receitas, a empresa cria a Varig-Log, braço de cargas que adaptou aeronaves como o Boeing 727 e o DC-10.
Em dezembro de 1996 a VARIG apresentou a sua nova identidade visual. Há mais de 40 anos a companhia não fazia grandes alterações na pintura dos aviões e na marca. A VARIG via a necessidade de se atualizar e modernizar a sua imagem. Em 1997 a nova identidade visual chegou nas outras empresas do grupo como Rio Sul e Nordeste. Em novembro de 2001 a VARIG recebeu o seu primeiro Boeing 777, a aeronave mais moderna e avançada da época. O Boeing 777 passou a ser o "flagship" da frota desde então. Nesse período a Varig passa a fazer parte da Stal Alliance, grupo de empresas aéreas que passava a trabalhar em conjunto oferecendo mais voos e destinos que qualquer outra companhia. Não apenas a Varig mas a Vasp e Transbrasil sofreram com a forte concorrência da TAM, onde essa dava um passo cada vez maior ao estrear seus voos internacionais com os novos Airbus A330, um duro golpe para a Varig. Em 2001 com a Vasp já “quebrada” e a Transbrasil deixando de voar nesse período, e considerando ainda mais o duro cenário do ataque do 11 de setembro, a empresa tentou recuperar-se da crise em que entrará, porém, sua empolgação foi logo cortada pela entrada de uma nova empresa, a GOL e sua politica “Low-cost”.
Em maio de 2002 a VARIG completou 75 anos e lançou uma campanha que incluiu uma pintura especial em um de seus Boeing 777-200 e um dos seus Boeing 737-300, como uma manobra para tentar voltar ao centro da potencia aérea brasileira. No ano de 2003, já com quatro bilhões em dividas devidas pelo governo federal a ela, e sem condições de recebê-los, a Varig é incentivada a participar de uma fusão com a TAM, que acabou se resumindo em um code –share, que é acordo entre companhias aéreas, cujos bilhetes tenham sido emitidos por outra companhia, que logo se encerrou.
Em 2005 a companhia lançou a sua última campanha: VARIG 78 anos. Após 15 anos de prejuízos consecutivos, a Varig entra em processo de recuperação judicial. A TAP adquire logo nesse ano a Varig-Log e a VEM, braço de manutenção da empresa. Sem conseguir negociar suas dividas e com uma conta à receber do governo federal de mais de 4 bilhões de cruzeiros, a é leiloada em julho de 2006 para Varig Log, única a ofertar no leilão. O restante da empresa foi comprada pela Gol em abril de 2007, que almejava uma expansão internacional ao usar a imagem famosa no exterior.
CONCLUSÃO
É claro durante todo o estudo que a empresa sofre interferências externas. Chegou a ser buscado, mas não foi incluso neste trabalho por não ser de fontes acadêmicas ou ainda duvidáveis quanto a veracidade do conteúdo apresentado, mas consiste em uma conspiração politica para a ascensão da empresa TAM e do endividamento da empresa Varig para beneficio de interesses políticos. De tal maneira, a Varig contou com varias situações de extrema delicadeza que não soube lidar, como a entrada de duas novam companhias, que fora um dos aspectos mais relevantes para o processo de falência que a empresa entrou em 2007.
A antiga gigante da monopolista do transito aéreo brasileiro, uma das maiores do mundo na década de 50, agora uma empresa que se resume a controle de contenciosos e sucata espalhado pelos pais. No caso, a Varig no momento de seu auge, conquistou tanto espaço, e por ter um monopólio de transportes aéreos internacionais, a mesma se deparou com uma grande demanda desse tipo de viagem, e não conseguindo atender a toda essa demanda sozinha, cede espaço, mesmo q contra sua vontade, para novas empresas que mais tarde encabeçaram seu fim, como a TAM e a GOL citadas neste estudo.
Esse exemplo é um dos muitos que pode-se citar de grandes e gloriosas marcas que não sobreviveram ao tempo, apesar de a empresa ter uma idade de consideráveis 78 anos até seu processo de falência, sumiu rapidamente do mercado, onde num cenário de dez anos depois de sua venda para a companhia GOL, a empresa é somente lembrada por aqueles que nela viajaram, que na memoria da nova geração, já não está presente, podendo marcar assim o fim definitivo de uma empresa que um dia foi um símbolo para o pais.
REFERÊNCIAS
BERTA, Rubens. De homens e idéias: os cinqüenta anos da Fundação Rubens Berta. São Paulo: Prêmio, 1996.
CAMARGOS, M A.; MINADEO, R. Fusões e aquisições na aviação civil: uma análise aquisição da Varig pela Gol. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – XVIII ENANGRAD., 2007 Cuiabá. Anais ... Mato Grosso.
MUYLAERT, Roberto. 1927, as origens: Nossa primeira empresa aérea. – Revista de Borda. Porto Alegre, p. 38-52, maio 2002
Varig-AirLines. A empresa e seus posts através das décadas(1927-2007). Disponível em http://www.varig-airlines.com/pt/marketing9000.htm Acessado em 22.05.2018.
Varig. Dez anos do inicio do fim da VARIG (2015). Disponível em https://airway.uol.com.br/dez-anos-do-inicio-do-fim-da-varig/ Acessado em 22.05.2018

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