Buscar

TCC Engenharia civil MARCELO FRANCÊS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
MARCELO ANDREOS FRANCÊS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL E DE DEMOLIÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS E 
PROPOSTA DE REAPROVEITAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José - SC 
2017 
 
 
MARCELO ANDREOS FRANCÊS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL E DE DEMOLIÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS E 
PROPOSTA DE REAPROVEITAMENTO 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, 
apresentado como requisito para 
obtenção do título de bacharel em 
Engenharia Civil pelo Centro universitário 
Estácio de Santa Catarina 
 
Orientador: Prof. Wagner de Souza Santos 
 Coorientadora: Profª. Sibeli Warmling 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José - SC 
2017 
 
 
MARCELO ANDREOS FRANCÊS 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL E DE DEMOLIÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS E 
PROPOSTA DE REAPROVEITAMENTO 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, 
apresentado como requisito para 
obtenção do título de bacharel em 
Engenharia Civil pelo Centro universitário 
Estácio de Santa Catarina. 
 
 
 
Local, São José 06 de dezembro de 2017. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
________________________________________ 
M. Sc. Eng. Wagner de Souza Santos 
Centro Universitário Estácio de Santa Catarina 
 
 
 
 
________________________________________ 
Eng. Leonardo Rodrigues Silveira 
Centro Universitário Estácio de Santa Catarina 
 
 
 
 
________________________________________ 
Eng. M. Sc. Simone Perazzoli 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha esposa 
Viviane e ao meu filho Lorenzo, pessoas 
com quem amo partilhar a vida, e que me 
fazem enxergar como ela vale à pena. 
Obrigado pelo amor, paciência e por 
vossa enorme capacidade de fazer eu 
reerguer-me nos momentos difíceis. Sem 
vocês eu não teria conseguido. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente a Deus pelo fôlego de vida que me proporciona a cada dia, 
pela força que tem me dado e pela sua eterna misericórdia, demonstrando que as 
dificuldades a mim impostas, servem como degraus para subida rumo ao meu 
sucesso. 
A esta instituição de ensino, seu corpo docente, coordenação e direção, que 
me proporcionaram a oportunidade de realizar este curso, vislumbrando um futuro 
com mais dignidade e confiança. 
Aos professores que sempre chamarei de mestres, pois me proporcionaram 
não apenas o conhecimento nas disciplinas, mas também o desenvolvimento do 
caráter e profissionalismo, dedicando-se ao máximo na transmissão do 
conhecimento e esforçando-se para que eu absorvesse ao máximo o conteúdo 
ministrado. 
A professora e coorientadora Sibeli pela oportunidade de participar da 
pesquisa científica que originou a direção deste trabalho, por sua dedicação e 
disponibilidade de tempo na orientação técnica, auxiliando-me nas dificuldades 
encontradas e norteando-me sempre que necessário no decorrer deste. 
Ao professor e orientador Wagner pelo suporte no pouco tempo que lhe 
coube, corrigindo e incentivando-me nas melhorias deste trabalho. 
Agradeço imensamente a minha família, pois sem ela este sonho não seria 
possível, em especial a minha esposa Viviane e meu filho Lorenzo, que entenderam 
a minha ausência e me apoiaram em diversos momentos difíceis durante a 
realização deste curso. Aos meus pais Osmar e Zenilda e aos meus irmãos Mario, 
Daniel, Davi e Pedro pelas palavras de incentivo e de força que me ajudaram a não 
desistir. 
Aos meus amigos Leandro, Valdinei, Marina, Jaqueline e Franciely, 
companheiros de curso, pela paciência e companheirismo na realização de 
trabalhos e estudos, que se tornaram uma família, irmãos na amizade que fizeram 
 
 
parte da minha formação e desejo que continuem fazendo parte do meu círculo de 
amizade e irmandade posteriormente a este curso. 
Por fim, a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha 
formação, o meu muito obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Se fracassar, ao menos que fracasse ousando 
grandes feitos, de modo que a sua postura não 
seja nunca a dessas almas frias e tímidas que 
não conhecem nem a vitória nem a derrota." 
(Theodore Roosevelt) 
 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho traz em sua finalidade, uma abordagem geral sobre a atual situação 
dos resíduos da construção civil e de demolição de Florianópolis, buscando 
alternativas que possibilitem um sistema de reuso desses materiais em diversas 
etapas da própria atividade, englobando a coleta, valorização e destinação comercial 
dos mesmos. No contexto do estudo, foram levantados dados da indústria da 
construção civil, seu crescimento e desenvolvimento atual, bem como os resíduos 
da construção e de demolição, definindo suas classificações, composição, uso das 
tecnologias existentes e suas aplicações, visando sua valorização e posterior 
reutilização, contribuindo assim, para redução da disposição inadequada de 
resíduos, causador de um grande problema ambiental, e consequentemente à saúde 
humana e à economia. Foram coletados dados relativos à produção destes 
materiais, formas de descarte, tipos de coleta e quais os tipos de equipamentos e 
tecnologias existentes, para a valorização dos mesmos. Como embasamento para a 
pesquisa, foram levantados dados junto às associações e cooperativas envolvidas 
no mercado de resíduos da construção e de demolição no Brasil e em Florianópolis, 
nos órgãos responsáveis pelos resíduos sólidos, fornecedores de equipamentos 
necessários para o processamento dos resíduos da construção e de demolição, 
fornecedores de agregados para a construção civil local, bem como em pesquisas e 
trabalhos anteriores correlatos à valorização dos resíduos da construção e 
demolição. 
PALAVRAS-CHAVE: Resíduos da construção e de demolição, valorização de 
resíduos, reciclagem de resíduos, sustentabilidade na construção civil. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This work had the purpose to conduct a general approach on the current situation of 
the construction and demolition waste in Florianópolis, searching for alternatives that 
allow a system of reuse of these materials in several stages of the activity itself, 
encompassing the collection, valorization and commercial destination of the same. In 
the context of the study, data was collected from the construction industry, its growth 
and current development, as well as construction and demolition of waste, defining 
its classifications, composition, use of existing technologies and their applications, 
aiming at their valorization and later use, thus contributing to reducing the inadequate 
disposal of waste, causing a major environmental problem, and consequently to 
human health and the economy. Data was collected on the production of these 
materials, forms of disposal, types of collection and what types of equipment and 
technologies exist for their valorization. For it, data were collected from the 
associations and cooperatives involved in the construction and demolition waste 
market in Brazil and Florianópolis, in the bodies responsiblefor solid waste, suppliers 
of equipment necessary for the processing of construction waste and demolition, 
suppliers of aggregates for local construction, as well as research and previous work 
related to the valuation of construction and demolition waste. 
KEY WORDS: Construction and demolition waste, waste recovery, waste recycling, 
sustainability in civil construction. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 
Especiais 
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável 
CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção 
COMCAP – Companhia Melhoramentos da Capital 
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente 
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
NBR – Norma Brasileira 
NR – Norma Regulamentadora 
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento 
PGRCC - Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
PIB – Produto Interno Bruto 
PMCMV – Plano Minha Casa Minha Vida 
PMF – Prefeitura Municipal de Florianópolis 
PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos 
RSU - Resíduo sólido urbano 
SC - Santa Catarina 
SNSA - Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Fluxograma da cadeia produtiva de materiais ............................................ 17 
Figura 2: Transporte inadequado de material............................................................ 18 
Figura 3: Cimento empedrado ................................................................................... 19 
Figura 4: Descolamento de revestimento externo ..................................................... 20 
Figura 5: Corte de parede para embutimento de tubulação elétrica .......................... 20 
Figura 6 – Tipos de agregados reciclados e sua possível aplicação ......................... 27 
Figura 7: Artefatos de cimento reciclados ................................................................. 29 
Figura 8: Residência construída com tijolo reciclado no município de Sapucaia do 
Sul-RS ....................................................................................................................... 29 
Figura 9: Divisórias de gesso reciclado Leroy Merlin em Ribeirão Preto - SP .......... 31 
Figura 10: Pulverizador acoplado em escavadeira para a separação do concreto e 
do aço. ...................................................................................................................... 32 
Figura 11: Tijolo Reciclado ........................................................................................ 33 
Figura 12: Processo de fabricação de tijolo reciclado ............................................... 34 
Figura 13: Processo de fabricação de tijolo reciclado com resíduo comum .............. 35 
Figura 14: Britador de resíduos ................................................................................. 37 
Figura 15: Moinho de entulho ANVI .......................................................................... 38 
Figura 16: Triturador de entulhos .............................................................................. 39 
Figura 17: Mapa do município de Florianópolis ......................................................... 41 
Figura 18: Representação do aterro de inertes do Canto do Lamin concluído. ........ 49 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 1 – Parcela de contribuição de cada setor na cadeia da construção ............ 15 
Gráfico 2: Porcentagem média dos constituintes do entulho .................................... 21 
Gráfico 3: Total de RCD, volumosos e podas coletados pela COMCAP em 2012 .... 45 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Necessidades de investimentos em desenvolvimento urbano e 
infraestrutura econômica para os próximos cinco anos (período de 2017 a 2022) ..... 7 
Tabela 2: Estimativa da Quantidade de Resíduos da Construção e Demolição 
gerada no Brasil. ....................................................................................................... 21 
Tabela 3: Quantidade total de RCD’S coletado pelos municípios no Brasil .............. 43 
Tabela 4: Coleta de RCD na Região Sul ................................................................... 43 
Tabela 5: Agentes envolvidos na geração, transporte e recepção dos RCD, 
volumosos e podas no município de Florianópolis .................................................... 44 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1 
1.1 Contextualização ............................................................................................ 1 
1.2 Justificativa ..................................................................................................... 3 
1.3 Objetivos ........................................................................................................ 4 
1.3.1 Objetivo geral........................................................................................... 4 
1.3.2 Objetivo específico .................................................................................. 4 
1.4 Estrutura do trabalho ...................................................................................... 5 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 6 
2.1 A construção civil como setor econômico ...................................................... 6 
2.2 Resíduos da construção civil .......................................................................... 8 
2.3 Reutilização de RCD’S ................................................................................. 10 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 15 
3.1 Gestão de RCD’S na indústria da construção civil ....................................... 15 
3.2 Reaproveitamento de RCD’S na indústria da construção civil ..................... 23 
3.2.1 Agregados de Entulhos ......................................................................... 26 
3.2.2 Concreto ................................................................................................ 28 
3.2.3 Tijolo e cerâmica .................................................................................... 29 
3.2.4 Gesso .................................................................................................... 30 
3.2.5 Isopor ..................................................................................................... 31 
3.2.6 Aço ........................................................................................................ 32 
3.3 Utilização de resíduos na fabricação de blocos e pisos ecológicos ............ 33 
3.3.1 Tijolos ecológicos com a utilização de resíduo comum ......................... 34 
3.3.2 Tijolos ecológicos com resíduos sólidos ................................................ 35 
3.4 Equipamentos para a reciclagem de RCD’S ................................................ 36 
3.4.1 Britador Eco brita ................................................................................... 37 
3.4.2 Moinho de reciclagem ANVI .................................................................. 37 
 
 
3.4.3 Triturador de entulho TE 2 ..................................................................... 38 
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 40 
4.1 Localização e descrição da área de abrangênciada pesquisa .................... 40 
5 RESULTADOS ................................................................................................... 42 
5.1 Diagnóstico atual dos RCD’S ....................................................................... 42 
5.1.1 Situação dos RCD’S no Brasil ............................................................... 42 
5.1.2 Situação atual dos RCD’S em Florianópolis .......................................... 43 
5.1.3 Disposição dos RCD’S em Florianópolis: Aterro de inertes Canto do 
Lamim..................................................................................................................48 
5.2 Proposta para reaproveitamento de RCD’S gerados no Município de 
Florianópolis ........................................................................................................... 49 
5.3 Formas de reaproveitamento de resíduos .................................................... 50 
5.4 Desafios identificados na realização desse estudo ...................................... 52 
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 53 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 54 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
1.1 Contextualização 
 
Estamos desde os primórdios da nossa existência, presenciando o maior 
projeto da história da humanidade: a urbanização do mundo. Após a Revolução 
Industrial, um grande número de pessoas migrou dos campos para as grandes 
cidades em busca de uma melhor qualidade de vida. Esta migração trouxe 
consequências drásticas em boa parte delas, pois não houve um planejamento 
adequado para o recebimento destes imigrantes. 
No Brasil, alguns acontecimentos influenciaram decisivamente na formação 
dos grandes centros urbanos. O fim da escravidão fez com que milhares de pessoas 
que eram escravas, migrassem para a cidade em busca de oportunidades de 
emprego e moradia. Ao mesmo tempo, imigrantes europeus chegaram ao Brasil 
para trabalhar no campo e na indústria que estava em fase inicial. Esses fatores 
provocaram o aumento da população nas cidades, acarretando uma demanda 
inesperada por habitação, transporte e demais serviços urbanos. 
O primeiro grande crescimento na construção civil brasileira aconteceu na 
década de 1940, durante o governo de Getúlio Vargas. O forte investimento estatal 
no desenvolvimento estrutural do país fez com que a década fosse considerada o 
auge da construção civil, pois o Brasil era detentor importante da tecnologia do 
concreto armado. As cidades passaram a crescer rapidamente, numa velocidade 
nunca antes registrada. Iniciou-se a construção dos grandes edifícios, as pontes 
quilométricas, o sistema de saneamento básico, as estradas pavimentadas e o 
metrô (CESAR, 1999). Na década de 1950, a construção civil passou a receber 
menos incentivo do Estado, ficando sob o domínio maior da iniciativa privada. Na 
década de 1970, durante o regime militar, tal presença estatal voltou a acontecer 
com mais força, e as construtoras particulares passaram a construir somente prédios 
de apartamentos e escritórios comerciais. Já na década de 1980 houve um retorno 
2 
 
do capital privado na construção civil e, em 1990 já começava a haver uma 
preocupação maior com a qualidade do produto final, passando as construtoras a 
qualificar mais a mão de obra de suas equipes (SANTOS, 2010). 
O setor da construção civil cresceu significativamente nos últimos anos, 
devido à necessidade de melhorias na área de infraestrutura urbana, saneamento 
básico, saúde entre outras. Conforme indicam os dados da cadeia produtiva da 
construção, o investimento em obras saltou de R$ 545,5 bilhões em 2007 para R$ 
733,8 bilhões em 2014, indicando taxa de crescimento real de 4,3% ao ano. Já o 
produto interno bruto (PIB) da cadeia produtiva da construção alcançou recorde 
histórico de R$ 593,8 bilhões (valores a preços de 2016) em 2014 (~ 4,58% do PIB 
Nacional). Isso reflete positivamente na economia, uma vez que valores investidos 
nas obras se transformaram em salários, impostos e lucros das construtoras, em 
compras de materiais de construção e serviços, gerando efeitos positivos em toda a 
cadeia da construção (FIESP, 2016 apud PERAZZOLI, 2017). 
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 
2011), fatores como a estabilidade macroeconômica, mudanças no marco 
regulatório do mercado imobiliário, (Lei 10.931/2004), maior oferta de crédito, 
aumento da renda familiar, melhor previsibilidade da economia e obras do Programa 
de Aceleração do Crescimento (PAC) e Programa Minha Casa, Minha Vida 
(PMCMV), foram determinantes para o crescimento do setor. 
Porém, esta condição econômica favorável trouxe junto a ela o aumento de 
forma exagerada do consumo de matéria prima não renovável para a produção 
destes bens e a geração de resíduos provenientes de descartes ou demolições de 
construções antigas. Conforme a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental 
(SNSA, 2012), a cadeia produtiva da construção civil consome entre 14% e 50% dos 
recursos naturais extraídos do planeta. No Brasil, o percentual gerado pela 
construção civil varia de 51% a 70%, da massa de resíduo sólido urbano (RSU). A 
construção civil é um dos mais importantes setores da economia, com vinculação 
direta e indireta em vários segmentos, sendo de suma importância para o 
desenvolvimento da sociedade contemporânea, principalmente na geração de 
empregos. 
3 
 
1.2 Justificativa 
 
A indústria da construção civil funciona como um indicador de crescimento 
econômico de uma região. Porém, este setor é causa diversos impactos negativos 
ao meio ambiente. Esse impacto pode ser de forma direta, ao utilizar grandes 
volumes de recursos naturais como matéria prima, além de gerar grande quantidade 
de resíduos devido a desperdícios; e indireta, quando a atividade consome produtos 
cujo processo de fabricação polui o meio ambiente, como é o caso do cimento. 
A cada ano são produzidos cerca de 70 milhões de toneladas resíduos 
provenientes de materiais da construção e demolição, sendo que deste total, 13 
milhões de toneladas não são reaproveitados (Leite, 2001). Este desperdício ocorre 
na maioria das vezes por má gestão dos materiais, pelo armazenamento incorreto, 
pela má qualificação dos profissionais envolvidos, entre outros. Segundo Coutinho e 
Ferraz (1994), o desperdício pode representar perdas de 25% a 30% do custo total 
da obra. Aliado a isso, falta de projetos adequados e, principalmente, de 
planejamento contribui com 70% deste problema, provocando erros, falhas, serviços 
desfeitos e refeitos, ou seja, um constante retrabalho que por si próprio acaba 
gerando um grande montante de resíduos. 
No Brasil, estima-se que a produção anual de resíduos da construção e de 
demolição (RDC’S) esteja entre 220 kg/hab a 670 kg/hab, com média de 510 kg/hab 
(JOHN E AGOPYAN, 2000). Considerando a atual população brasileira de 
aproximadamente 207,7 milhões de habitantes, os valores seriam de 105.927.000 
ton/ano. 
Em vista desse grande volume de resíduos, há a necessidade de se adotar 
novas políticas públicas, normas, especificações técnicas, e instrumentos 
econômicos direcionados à promoção da sustentabilidade da construção civil. 
Dentre estas, podemos citar a Resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), de 05 de julho de 2002, que direciona responsabilidades e 
estabelece algumas diretrizes de gerenciamento para os setores público e privado. 
Além disso, em seu Art. 3º, divide o resíduo, chamado “entulho”, em quatro classes, 
A, B, C e D. 
4 
 
Considerando os aspectosmencionados, surge a problemática deste 
trabalho. Como bem sabemos, em Florianópolis não existe um local adequado para 
a correta destinação destes (onde na maioria das vezes, é depositado em terrenos 
baldios e áreas abandonadas pela prefeitura, sem nenhum controle da quantidade e 
do tipo de material descartado que, em sua consequência, poluem o solo e leitos de 
rios e lagos por estes resíduos), e nem uma usina de triagem e produção de novos 
materiais. Sendo assim, é necessária uma identificação precisa destes resíduos, 
classificando-os para se avaliar a possibilidade de reutilização na própria obra, 
reduzindo a quantidade de resíduos descartados de forma incorreta e os custos com 
a aquisição de novos materiais. 
 
1.3 Objetivos 
 
1.3.1 Objetivo geral 
 
Realizar um levantamento sobre os resíduos da construção civil produzidos 
durante as diferentes etapas da atividade construtiva no Município de Florianópolis 
para propor alternativas de reaproveitamento. 
 
1.3.2 Objetivo específico 
 
• Diagnosticar a situação dos resíduos da construção civil gerados no 
Município de Florianópolis; 
• Identificar as tecnologias que possam influenciar na redução de 
resíduos da construção civil e de demolição, e na valorização destes; 
• Propor formas de reutilização de resíduos da construção civil e de 
demolição. 
 
 
5 
 
1.4 Estrutura do trabalho 
 
A estrutura deste trabalho é composta por sete capítulos. 
No capítulo um foi contextualizada a importância do tema, a justificativa que 
levou a este estudo, a motivação para execução deste, além dos seus objetivos. 
O capítulo dois é composto pela revisão bibliográfica, onde o foco principal 
foi o reaproveitamento dos resíduos da construção e de demolição e suas 
aplicações. 
O capítulo três apresenta a fundamentação teórica, abordando a 
classificação dos resíduos da construção e de demolição e as normativas relativas 
ao tema. 
O capítulo quatro apresenta a metodologia utilizada paro o levantamento dos 
dados necessários para realização da pesquisa. 
O capítulo cinco apresenta os resultados obtidos com a pesquisa por meio 
do levantamento bibliográfico e da pesquisa de campo. 
O capítulo seis apresenta as conclusões das experiências estudadas e 
algumas considerações finais. 
No capítulo sete encontram-se as referências bibliográficas. 
6 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
2.1 A construção civil como setor econômico 
 
A construção civil é um setor que tem grande influência sobre a economia de 
uma região, o que é refletido quando visto sua participação na composição do PIB 
brasileiro. Além deste papel significativo no processo de crescimento da economia, a 
atividade da construção tem grande importância na redução do desemprego, tendo 
em vista seu grande potencial de gerar e absorver um elevado número de vagas no 
mercado de trabalho. 
O PIB da cadeia produtiva da construção alcançou R$ 593,8 bilhões (valores 
a preços de 2016) em 2014 (~ 4,58% do PIB Nacional), sendo um reflexo positivo na 
economia, uma vez que valores investidos nas obras se transformaram em salários, 
impostos e lucros das construtoras, em compras de materiais de construção e 
serviços, gerando efeitos positivos em toda a cadeia da construção. Porém, o Brasil 
vem passando por uma crise econômica desde 2014, fato este que tem provocado 
retração dos investimentos, recessão e altos índices de desemprego. A taxa de 
investimento sofreu uma redução de 20,9% do PIB em 2013, para 16,8% do PIB no 
primeiro semestre de 2016, indicando queda de mais de 4 pontos percentuais nessa 
taxa. Isso é reflexo da redução do investimento industrial decorrente da redução da 
rentabilidade dos setores industriais e, também, da queda dos investimentos em 
construção (desenvolvimento urbano e infraestrutura econômica)(FIESP, 2016 apud 
PERAZOLLI, 2017). 
Para Perazzoli (2017) apesar do atual momento de retração em que se 
encontra a economia, fatores como o aumento da competitividade e a elevação dos 
padrões de vida da população brasileira trazem uma oportunidade para esse 
mercado. Isso porque aumentam a demanda de investimentos no desenvolvimento 
urbano e na ampliação da infraestrutura econômica. Conforme observa-se na Tabela 
1, para os próximos cinco anos os investimentos nessas duas áreas devem ser de 
7 
 
aproximadamente R$ 682 bilhões por ano, equivalendo a 10,6% do PIB brasileiro na 
média desse período. 
 
Tabela 1: Necessidades de investimentos em desenvolvimento urbano e 
infraestrutura econômica para os próximos cinco anos (período de 2017 a 2022) 
 Total do Período 
(bilhões R$) 
Média Anual 
(bilhões R$) 
Fração do 
PIB (%) 
Desenvolvimento Urbano 2.325,7 387,6 6,1 
 - Habitação 2.166,1 361,0 5,5 
 - Saneamento 78,9 13,1 0,2 
 - Mobilidade 80,6 13,4 0,2 
 - Outras obras urbanas¹ 66,0 11,0 0,2 
 
Infraestrutura Econômica 
 
684,5 
 
114,1 
 
1,7 
 - Transportes² 408,4 68,1 1,0 
 - Energia Elétrica 105,5 17,6 0,3 
 - Bens Minerais (Petróleo 
e Gás)³ 
124,0 20,7 0,3 
 - Telecomunicações 46,5 7,7 0,1 
 - Outras obras e serviços 
de construção4 
1.083,3 180,5 2,8 
TOTAL 4.093,5 682,2 10,6 
OBS: ¹Construção e ampliação de ruas e calçadas, drenagem, cuidado com áreas 
de risco, etc.; ²Inclui todos os modais de transportes, as obras de arte, instalações 
elétricas e estações de embarque; ³Inclui oleodutos e minerodutos; 4Edificações não 
residenciais (hospitais, escolas, escritórios, centros comerciais, etc.), instalações 
industriais e de armazenamento. 
Fonte: Perazzoli (2017) 
 
 
8 
 
2.2 Resíduos da construção civil 
 
Apesar da importância do setor para a economia brasileira, a construção civil é 
responsável por originar uma quantidade significativa de resíduos dos processos de 
construção e demolição, que compõe em torno de 50% do peso dos resíduos sólidos 
urbanos coletados (Monteiro, 2001). 
Os resíduos sólidos urbanos - RSU são definidos pela Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT) NBR 10.004 de 2004 como: 
“Resíduos nos estados sólido ou semissólido, que resultam de atividades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e 
de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de 
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e 
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de 
esgotos ou corpos de água, ou exija para isso soluções técnicas e 
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”. 
Conforme a norma supracitada cabe a estes resíduos uma classificação 
envolvendo a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus 
constituintes e características, ficando, portanto, classificados da seguinte forma: 
I. Classe I – Perigosos: resíduos que ofereçam risco à saúde ou ao meio 
ambiente ou que tenham como uma de suas características inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade; 
II. Classe II - Não Perigosos: 
III. Classe II A - Não Inertes: resíduos que não se enquadram na Classe I e tão 
pouco na Classe II B, podendo apresentar características como: 
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água; 
IV. Classe II B - Inertes: resíduos que quando submetidos a um contato dinâmico 
e estático com água destilada ou deionizada não tiverem nenhum de seus 
constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de 
potabilidade de água. 
Assim como o RSU, o RCD também tem sua definição e classificação. 
Marques Neto (2005), define RCD como todo rejeitode material utilizado na 
9 
 
execução de obras de construção civil, independente de esta ser uma nova 
edificação, reforma, reparo, restaurações, demolições ou uma obra de infraestrutura. 
A resolução 307 do CONAMA, a qual é responsável por regulamentar a gestão dos 
resíduos da construção, reforça a definição acima definindo os RCD’S como: 
“Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de 
obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação 
de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, 
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, 
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, 
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulho de obras, caliça ou 
metralha” (BRASIL, 2002). 
Conforme a NR 10.004/04, a classificação dos resíduos da construção e 
demolição se enquadram na Classe II B, a qual engloba os resíduos inertes 
previamente definidos. Especificamente, a resolução CONAMA 307, por sua vez, 
define em seu artigo 3º esta classificação como sendo composta por quatro classes 
distintas: 
I. Classe A – são resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, 
tais como: 
• de construção, demolição, reformas e reparos de 
pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos 
provenientes de terraplanagem; 
• de construção, demolição, reformas e reparos de 
edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de 
revestimento, etc.), argamassa e concreto; 
• de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-
moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos 
canteiros de obras; 
II. Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais 
como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; 
III. Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações econômicas viáveis que permitam a sua 
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso; 
10 
 
IV. Classe D – são os resíduos perigosos oriundos do processo de 
construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles 
contaminantes oriundos de demolições, reformas e reparos de clinicas 
radiológicas, instalações industriais e outros. 
 
 
2.3 Reutilização de RCD’S 
 
Dos diversos tipos de resíduos da construção e de demolição - RCD’S os 
materiais de origem mineral (concretos, argamassas, blocos, tijolos, telhas, solos, 
gesso) representam aproximadamente 90% do volume total de RCD’S. Essas 
características trazem grandes possibilidade de reutilização desses materiais. Nesse 
caso, deve ser levando em conta a viabilidade econômica em cada caso, sempre 
evitando sua remoção e destinação precipitadamente. O uso da fração mineral dos 
RCD’S é fundamental para se obter uma reciclagem massiva, sendo que esta pode 
ser absorvida integralmente no mercado de agregados para uso em concreto e 
argamassas (MATOS, 2013; ÂNGULO, 2000). 
Zordan (1997) abordou em sua dissertação a reciclagem da parte mineral do 
entulho, utilizado como agregado na confecção de concreto. Com esse material, 
produziu-se concreto em diferentes traços e relação água/cimento, que foram 
ensaiados à compressão simples, à abrasão e a permeabilidade, em idades 
distintas. Nesse estudo, percebeu-se que, à medida que se diminuiu o consumo do 
cimento, a resistência à compressão se aproximou dos valores obtidos pelo concreto 
de referência, enquanto que a resistência à abrasão se mostrou melhor em todos os 
casos onde se usou entulho como agregado. Esses resultados indicam que o 
entulho pode ser utilizado como agregado, na confecção de concreto não estrutural 
destinado a infraestrutura urbana, como por exemplo na fabricação de meio-fio e 
sarjetas. 
Mattos (2013) sustenta que o correto manejo dos resíduos dentro do 
canteiro facilita a identificação de materiais reutilizáveis, gerando economia por um 
11 
 
lado por dispensarem a compra de novos materiais e por outro lado por evitar sua 
identificação como resíduo e, assim, economizando custos com remoção. Em seu 
trabalho, o autor enfatiza que a decisão por reciclar resíduos em canteiro de obras 
somente poderá ser tomada após um exame cuidadoso de alguns aspectos da 
atividade (volume e fluxo estimado de geração, investimento e custos para a 
reciclagem, tipos de equipamentos disponíveis no mercado e especificações, 
alocação de espaços para a reciclagem e formação de estoque de agregados, 
possíveis aplicações para os agregados reciclados na obra, controle tecnológico 
sobre os agregados produzidos através da realização de ensaios, custo dos 
agregados naturais, custo da remoção dos resíduos), além de uma análise da 
viabilidade econômica e financeira. 
Nesta linha, Silva (2007) relatou os resultados obtidos com a implantação 
das diretrizes da resolução CONAMA nº 307 em um conjunto de obras de pequeno 
porte na região de Belo Horizonte - MG. Para realização deste estudo, o autor 
selecionou três obras novas (residencial, comercial e industrial) e uma obra de 
reforma. Os resultados mostram que os resíduos gerados nas obras de reformas 
chegam a 684 kg/m², cerca de 7 vezes superior à quantidade gerada nas obras de 
construções novas (97,75 kg/m²). 
Segundo o autor, o acondicionamento dos resíduos durante o trabalho na 
obra é um dos maiores problemas. Mesmo que os resíduos produzidos estejam 
separados de forma organizada e limpa, existe uma cultura de que eles devem ser 
descartados imediatamente após a geração. Isso incentiva o modelo muito comum 
nos construtores em atividade no Brasil de se “jogar tudo dentro da caçamba”. Isso 
dificulta muito, ou elimina, qualquer chance de separação posterior e promove uma 
contaminação completa dificultando também o reaproveitamento ou reciclagem. 
Porém, quando há separação correta dos RCD’S no momento da geração há uma 
melhoria na organização, facilitando a reciclagem e a correta disposição final. 
Destaca-se ainda, a possibilidade de reaproveitamento de resíduos na própria obra, 
o baixo custo do seu gerenciamento e o fato desta gestão destes não ter alterado o 
cronograma físico das obras estudadas. 
Um dos problemas enfrentados quando se fala em reuso de RCD’S, está no 
desconhecimento das propriedades destes materiais após a sua reciclagem, pois 
12 
 
necessita-se de uma capacitação da mão de obra no quesito de proporções de uso 
destes materiais. Para Lima (1999) a reciclagem de resíduos de construção é 
relativamente recente no Brasil e ainda muito distante do processo de consolidação; 
assim, é natural que existam lacunas de conhecimento sobre produção e aplicação 
do material produzido. O autor descreve que estas carências de informações trazem 
algumas consequências. Uma delas é que a quantidade de agregado reciclado 
utilizada é menor do que poderia ser, restringindo-se às aplicações mais 
simplificadas, pois não requerem produtos com alto grau de pureza e rígido controle 
de qualidade. As mais complexas, quando implementadas, consomem pequena 
quantidade do material e as características do reciclado produzido não estimulam 
usos em argamassas ou concretos em escala significativa, e assim as recicladoras 
não se preocupam com a produção de agregados de qualidade adequada a estes 
usos (baixos teores de contaminantes, controle da granulometria etc.). Aliado a isso, 
existe uma lacuna de informações quanto as diretrizes e considerações relativas ao 
uso de materiais reciclados na fabricação de novos compostos, o que acaba 
dificultando a aplicação desses materiais. 
Porém, nos últimos anos surgiram diversas pesquisas referentes ao tema. 
ConformeOliveira (2015) o uso de agregado reciclado na fabricação de argamassa, 
apresenta excelentes resultados, tendo uma resistência aos 28 dias bem próximo da 
resistência da argamassa com 100% de agregado natural. Em seu estudo, a autora 
observou que a argamassa contendo agregado reciclado apresentou resistência e 
aderência à tração superior àquela com agregado natural. A razão segundo ela, 
pode ser a maior capacidade de retenção de água do agregado reciclado. Como a 
argamassa com agregado reciclado retém muito mais água, permite uma maior 
hidratação do cimento, fortificando a ligação reboco-chapisco. No entanto, a 
substituição crescente do agregado natural pelo agregado reciclado fez crescer a 
demanda de água para se chegar à consistência desejada em todos os 
experimentos analisados, alcançando o aumento de 60% do uso de água quando 
utilizado 100% de agregado reciclado. De forma geral, o uso de agregados 
reciclados é viável para produção de argamassas de revestimento. No entanto, é 
importante ressaltar que a substituição total do agregado natural pelo reciclado, por 
vezes, pode modificar as resistências mecânicas da argamassa e sua 
trabalhabilidade. 
13 
 
Lima (1999) em sua dissertação “Proposição de diretrizes para produção e 
normalização de resíduo de construção reciclado e de suas aplicações em 
argamassas e concretos” também estudou a possibilidade de utilização de entulho 
para a produção de argamassas. Para realização deste estudo, o autor coletou 33 
amostras, em diferentes depósitos de segregação de resíduos do município de São 
Carlos, SP. Estes resíduos foram separados de acordo com suas características 
granulométricas, em cinco categorias. Foi analisado o comportamento do agregado 
na confecção de argamassas, comparando-o ao uso da areia normal. O autor obteve 
bons resultados na resistência à compressão das argamassas nos traços com 
presença de cal e atribui isso à reação pozolânica dos finos reativos dos resíduos, 
em presença da cal e a maior velocidade de carbonatação. 
Embora se observe que estudos para o reaproveitamento de RCD’S tem 
crescido no Brasil, o setor carece de políticas voltadas aos gerenciamento desses 
resíduos, considerando todo o ciclo produtivo (Moraes, 2016): 
• Geração na fonte: com ações de incentivo à redução e reutilização; 
• Acondicionamento adequado: evitando que os acondicionadores (geralmente 
caçambas) ofereçam risco à saúde se forem utilizados inadequadamente; 
• Transporte: deve ser feito por profissionais cadastrados e de forma a evitar 
que os materiais sejam arrastados no percurso; 
• Destinação final: em locais devidamente autorizados pelo órgão gestor e sua 
reciclagem. 
Ainda, Moraes (2016) salienta que o desenvolvimento de tecnologias para a 
reciclagem dos materiais, o ganho econômico e a existência de mercado consumidor 
que suporte esta produção exercem grande influência na implantação de políticas 
eficientes. A reciclagem do ponto de vista social é apontada como uma das 
alternativas para geração de emprego e renda. O resultado segundo o autor é que, 
além da economia de matéria prima e energia na produção de novos agregados, o 
uso e a reciclagem de resíduos da construção e demolição proporcionam novas 
oportunidades de emprego para uma parcela da população que frequentemente é 
excluída, que passaria a se organizar em grupos e efetivamente a gerar renda, tanto 
na coleta, quanto em cooperativas de reciclagem, para a produção de novos 
materiais e componentes. 
14 
 
Freitas (2009) analisou a geração de RCD’S para o município de Batatais SP 
para a implementação de um gerenciamento integrado. De acordo com os 
resultados do autor, o município teve uma taxa de geração per capita de 1,18 
kg/hab./dia, correspondente a 347,05 kg/hab./ano e 64,50 toneladas de RCD’S 
gerados todos os dias no município, sendo menor do que os índices pesquisados 
em outros municípios brasileiros. Esses valores se mostraram subestimados em 
razão de se ter incluído os resultados obtidos com o parâmetro das áreas 
licenciadas. Quando se considera para o cálculo, somente os valores obtidos pelos 
parâmetros do movimento de carga dos coletores (1,45 kg/habitante/dia) e 
disposição no aterro (1,39 kg/habitante/dia) a taxa de geração per capita se eleva 
para 1,42 kg/habitante/dia. Estes RCD’S, conforme o autor, são compostos por mais 
de 99% de resíduo Classe A, sendo em sua grande maioria concreto, areia e 
materiais cerâmicos, favorecendo o beneficiamento em usinas de reciclagem e 
demonstrando que a reciclagem dos RCD’S é uma forma de transformar um resíduo 
em um recurso. 
Para Mariano (2008) no Brasil a geração de RCD’S, em novas edificações, é 
de 300 kg/m², enquanto que em países desenvolvidos é de 100 kg/m². A autora 
estudou o gerenciamento de RCD’S com aproveitamento estrutural em uma obra 
com 4.000 m² em Curitiba -PR. Foi elaborado o plano de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil (PGRCC), que foi aplicado durante toda a fase de 
execução do empreendimento. A autora observou uma geração de resíduos inferior 
às médias nacionais e próximas às médias internacionais com o gerenciamento. O 
método adotado para o gerenciamento de resíduos foi eficiente em função do porte 
da obra, considerando que os resíduos tiveram baixa geração específica, sendo 34,2 
kg/m². O programa implantado atingiu eficiência total em relação ao 
reaproveitamento de resíduos de aproximadamente 96%, sendo que o menor 
resultado obtido foi para a madeira, de apenas 15%. A vantagem da utilização do 
PGRCC refletiu-se na economia gerada pela implantação do mesmo, que foi de R$ 
1,85 por metro quadrado, portanto, cabe salientar que para isto 125 m³ de resíduos 
deixaram de ser dispostos em aterros ou outras áreas, e 45,45 m³ de agregados 
naturais deixaram de ser explorados. 
 
15 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
3.1 Gestão de RCD’S na indústria da construção civil 
 
Estima-se que cerca de 13,7% da força de trabalho ativa no país 
(considerando os empreendedores, trabalhadores por conta própria, empregados 
sem carteira e aprendizes) esteja ligada à cadeia da construção (FIESP, 2016 APUD 
PERAZZOLI, 2017). 
Fazem parte da indústria de construção civil diversos setores que vão desde 
a construção de edifícios até os serviços especializados. Esses setores 
compreendem uma gama de atividades heterogêneas em relação ao porte das 
empresas, à estrutura, distribuição geográfica e desempenho das atividades. O 
Gráfico 1 apresenta a parcela de contribuição de cada setor na cadeia da 
construção. 
 
Gráfico 1 – Parcela de contribuição de cada setor na cadeia da construção 
 
Fonte: Perazzoli (2017). 
Construtoras
51%
Indústria de 
materiais
13%
Comércio 
de 
materiais
12%
Serviços
12%
Máquinas e 
equipamentos
2%
Construção 
informal
10%
CADEIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
16 
 
 
O setor da construção civil é responsável por um elevado índice de 
desperdício de materiais (entre 20 a 30%). A taxa de geração per capita de RCD’S 
no Brasil está em torno de 500 kg/hab/ano, equivalente a 1,6 kg/hab/dia 
considerando um mês de 26 dias. Por exemplo, para uma edificação executada 
predominantemente por processos convencionais, tem-se uma massa estimada de 
1.200 kg/m2 construído, dos quais 25% se convertem em perdas e, deste montante 
resultante, 50% tornam-se efetivamente entulho a ser removido da obra. Desta 
forma, estas estimativas definem uma taxa de geração de resíduos da construção na 
ordem de 150 quilos por metro quadrado edificado (Pinto,1999). 
O mesmo autor ressalta que este desperdício está diretamente relacionado 
ao baixo nível de industrialização das obras e das mãos deobra utilizadas, o que 
não permite a utilização de profissionais especializados capazes de otimizar a 
atividade. Atrelado a isso, a indústria da construção civil é responsável por consumir 
grandes montantes de matérias-primas, que está entre 20% a 50% dos recursos 
extraídos da natureza (Carneiro et al., 2001). 
O reaproveitamento aparece como uma boa alternativa para a minimização 
destes resíduos, tanto no quesito econômico como no ambiental, proporcionando a 
redução das matérias primas bases dos materiais de construção, diminuindo a 
quantidade de resíduos em aterros sanitários, além do volume de detritos e resíduos 
da construção fazendo o ciclo correto da cadeia produtiva, conforme Figura 1, 
contribuindo na diminuição da poluição das cidades. 
A remanufatura destes materiais, visando a produção de novos agregados e 
peças de concreto não estruturais se torna atrativa, pois apresenta valor comercial e 
grande potencial para reutilização no próprio empreendimento ou em 
empreendimentos subsequentes das construtoras, ou até para a comercialização 
destes materiais para terceiros, evitando gastos com desenvolvimento de outras 
metodologias para o reaproveitamento destes resíduos, pois no mercado existem 
diversas tecnologias para aplicação na valorização e reaproveitamento destes. 
Desta forma, elencando todo o potencial destes resíduos, seria atrativo para estas 
empresas a aquisição de equipamentos para esta reutilização e que, mesmo de 
17 
 
forma inconsciente, diminuiria os impactos ambientais gerados pela disposição 
inadequada dos RCD’S. 
 
Figura 1: Fluxograma da cadeia produtiva de materiais 
 
Fonte: Autoria própria 
 
Perdas sempre vão ocorrer em uma obra, mas devem ser mantidas em um 
nível aceitável, que varia de uma empresa para outra e depende do seu grau de 
desenvolvimento. Elas são consequência de um processo de baixa qualidade , quer 
seja de mão de obra ou de falhas de projetos, em que os recursos são aplicados de 
forma inadequada. Como exemplo, tem-se as perdas decorrentes da produção de 
material acima da necessidade, como o excesso de argamassa em determinado dia 
de trabalho, que podia ser evitada com uma melhor comunicação entre os 
trabalhadores. Algumas vezes, esta situação também ocorre porque o servente quer 
minimizar o seu trabalho, fazendo uma quantidade maior de massa, para 
posteriormente ter uma folga maior em seu serviço. Porém, esta situação além de 
poder ser prejudicial pela quantidade de argamassa produzida ser maior que a 
utilizada, e por muito tempo parada, necessita de uma quantidade maior de água 
para que a mesma mantenha-se em condições de uso, fato este que altera as 
18 
 
propriedades da mesma, trazendo possíveis danos futuros e consequentemente a 
geração de resíduos por necessitar refazer o serviço. 
Outra situação que gera resíduo em obras se refere ao transporte 
manuseio excessivo ou inadequado dos materiais. O transporte de areias, 
argamassas e brita nos carrinhos de mão (Figura 2) auxiliam neste processo de 
desperdício e consequentemente na geração de resíduos, muitos deles pelo fato de 
excederem a quantidade suportada pelo carrinho e acabando por transbordar o 
mesmo durante o trajeto ocorrendo estas perdas. A quebra de material delicado por 
falta de transporte adequado também é um exemplo corriqueiro em obras, além do 
transporte de tijolos ou blocos de um lado para outro, pois acabam ocorrendo 
pequenos acidentes como quedas, e por sua vez a quebra destes originando 
resíduos. 
 
Figura 2: Transporte inadequado de material 
 
Fonte: <http://www.cec.com.br/dicas-construcao-economia-na-obra> 
 
Como observa-se até aqui, diversos tipos de perdas podem ser evitadas nos 
canteiros de obras, e um deles é o mais corriqueiro, a quebra de blocos e tijolos por 
conta da falta de meio bloco ou meio tijolo. Esta situação está atrelada a falta destes 
materiais e outras vezes pela mão de obra desqualificada que acabam quebrando os 
blocos inteiros por preguiça de pedir ou buscar os meios tijolos ou meio blocos. 
19 
 
Assim como a falta de materiais, o excesso dos mesmos podem gerar resíduos, 
como o exemplo do cimento, que quando guardado por um tempo maior endurecem 
na embalagem (Figura 3), não tendo mais condições de uso e acabam descartados 
como resíduo. Também pode ocorrer desperdício deste pelo estocamento incorreto, 
como empilhamento acima do permitido, ambiente inadequado (úmido) entre outros 
fatores que contribuem para este desperdício. 
 
Figura 3: Cimento empedrado 
 
Fonte: <www.cimentoitambe.com.br> 
 
Outro fator contribuinte para geração de resíduos acontecem devido à 
fabricação de produtos que não atendem aos requisitos de qualidade especificados. 
Os produtos defeituosos geram retrabalho e por sua vez também geram resíduos. 
As falhas nos trabalhos de impermeabilização e pintura e o descolamento de 
azulejos são exemplos disso, conforme apresentado na Figura 4. 
 
 
 
 
 
20 
 
Figura 4: Descolamento de revestimento externo 
 
Fonte: <www.construfacilrj.com.br> 
 
Além de todos estes exemplos, ainda podemos citar o desperdício de 
madeira durante a execução das formas para caixaria e posterior desenformas das 
estruturas; o solo escavado durante o processo das sapatas; o desperdício de aço 
durante a fabricação das armaduras; recorte de paredes para embutimento da 
tubulação elétrica (Figura 5), hidráulica, de gás, de ar condicionado entre outros. 
 
Figura 5: Corte de parede para embutimento de tubulação elétrica 
 
Fonte: <www.htforum.com> 
 
 
21 
 
O gráfico 2 demonstra a proporção dos resíduos gerados em uma obra: 
 
Gráfico 2: Porcentagem média dos constituintes do entulho 
 
Fonte: Adaptado de Pinto, 1999 
 
Toda a atividade na indústria da construção civil gera resíduos, e as suas 
proporções médias estão expostas na tabela 2. 
 
Tabela 2: Estimativa da Quantidade de Resíduos da Construção e Demolição 
gerada no Brasil. 
ETAPA MASSA/M² 
(KG/M²) 
(%) 
Fundação 10,30 17,73 
Estrutura 8,12 13,95 
Alvenaria 19,96 34,31 
Reboco interno 5,47 9,40 
Reboco externo 5,25 0,90 
Pintura interna 0,29 0,50 
Pintura externa 0,11 0,20 
Revestimento cerâmico 3,83 6,58 
Instalação elétrica 4,82 8,29 
Instalação hidráulica 0,002 0,003 
Embalagens 0,44 0,76 
Total 58,17 kg/m² 100 
 
Fonte: FINEP, apud COMCAP, 2013. 
0,5
21,1
2,5
37,4
17,7
20,8
Outros Concreto Cerâmica polida Argamassa Pedras Cerâmica
22 
 
 
Com tantas fontes de desperdício e geração de resíduos, fica evidenciada a 
necessidade de reaproveitamento destes, quer seja como material para aterramento 
do terreno ou na reciclagem para obtenção de novos materiais. Conforme Cabrera et 
al. (1997), a literatura demonstra que a reciclagem é tão antiga quanto à própria 
construção civil, existindo registro de cidades que depois de guerras foram 
reconstruídas com seus próprios escombros. É o caso de Berlim e Varsóvia após a II 
Guerra Mundial. 
Na remanufatura dos resíduos da construção civil, Monteiro (2001) destaca: 
redução de volume de extração de matérias primas, conservação de matérias 
primas não renováveis, correção dos problemas ambientais urbanos gerados pela 
deposição indiscriminada de resíduos da construção na malha urbana, colocação no 
mercado de materiais de construção de custo mais baixo e criação de novos postos 
de trabalho para mão-de-obra com baixa qualificação. 
Os resíduos da construção civil podem ser utilizados como: construção de 
aterro, substituição parcial ou total de matéria-prima (agregado graúdo e miúdo) em 
concretos, argamassas e artefatos de concretode acordo com Xavier (2001). Além 
destes, Monteiro (2001) acrescenta a possibilidade de utilizar esse entulho reciclado 
como base e sub-base de rodovias e em peças pré-moldadas. 
Nestes sentidos existem normas e leis para execução dos mesmos, como 
por exemplo a resolução CONAMA 307, de 05 de junho de 2002, que é a legislação 
responsável pela regulamentação dos RCD’S no Brasil, sendo estabelecidas 
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, 
objetivando disciplinar as ações necessárias de forma a minimizar os impactos 
ambientais (CONAMA, 2002). 
No que tange às Normas Técnicas, a Associação Brasileira de Normas e 
Técnicas – ABNT dispõe de um pacote específico sobre os resíduos da construção 
civil, os quais são: 
• NBR 15112 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – 
Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação; 
23 
 
• NBR 15113 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes 
– Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação; 
• NBR 15114 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de 
reciclagem – Diretrizes para projetos, implantação e operação; 
• NBR 15115 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da 
construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos; 
• NBR 15116 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da 
construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função 
estrutural – Requisitos. 
 
 
3.2 Reaproveitamento de RCD’S na indústria da construção civil 
 
De acordo com as regulamentações Resolução Conama nº 307 e Lei Nº 
12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), as empresas do setor de construção 
civil devem ter como objetivo principal não gerar resíduos, caso contrário, devem 
cuidar de sua reutilização, reciclagem e destinação final. Cada município tem a 
responsabilidade de estabelecer ações para que seja cumprida a legislação, 
inclusive, disponibilizar uma área própria para o depósito desses materiais. 
Conforme Brasileiro e Matos (2015) há uma crescente preocupação quanto 
à geração dos resíduos provenientes da indústria da construção. Conforme esses 
autores, o primeiro passo para o adequado gerenciamento do RCD’S está na 
obtenção do diagnóstico local. Os autores ressaltaram ainda que, com a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos, espera-se que cada estado da federação adote 
medidas de reciclagem de RCD, desde a implantação de usinas de britagem para a 
produção de agregados reciclados até a implantação de medidas que garantam a 
sua utilização. 
Os RCD’S apresentam propriedades físicas e químicas apropriadas para sua 
utilização como material de construção (Angulo, 2000). Para utilização destes 
24 
 
resíduos como matéria-prima em substituição aos materiais tradicionais, é 
necessário que esse insumo alternativo apresente padrões de desempenho 
compatíveis com a sua utilização. Na maioria das vezes, o material reciclado é mais 
barato que o material tradicional. Porém, nos casos em que o material reciclado e o 
natural tiverem o mesmo custo, o diferencial será a qualidade e confiabilidade do 
produto, bem como a utilização de instrumentos de marketing, como selos verdes, 
garantindo que o produto oferecido é ambientalmente correto (Carneiro et al., 2001) 
John (2000) afirma que a reciclagem significa redução de custos, de 
consumo de energia, das distâncias de transporte de matérias primas e até mesmo 
novas oportunidades de negócios, além de que, a cadeia produtiva que recicla reduz 
o volume de extração de matérias-primas, preservando recursos naturais limitados. 
Dessa maneira, a utilização de agregados reciclados permite produzir componentes 
de construção que, dependendo da sofisticação tecnológica, terão custos 
significativamente inferiores ao preço de componentes disponíveis no mercado. 
Marques Neto (2005) chama a atenção para a utilização dos resíduos dentro 
dos próprios canteiros de obra: assentamento de blocos cerâmicos, batentes e 
esquadrias; enchimento de degraus de escada e de rasgos de paredes para 
tubulações hidráulicas e elétricas; chumbamento de caixas elétricas e tubulações; 
contrapisos internos de unidades habitacionais e casas de máquinas ou áreas 
comuns de tráfego leve reduzindo o consumo de energia e evitando o transporte do 
material excedente. Porém, nesse caso, é necessária a aquisição de equipamentos 
para a britagem e moagem para beneficiamento, para posterior reutilização nas 
atividades citadas. 
Diversos estudos visando o reaproveitamento de RCD’S na fabricação de 
argamassas já foram realizados e mostraram-se viáveis para utilização o ponto de 
vista tecnológico e econômico. Os resultados do trabalho de Levy e Helene (1996), 
evidenciam vantagens econômicas na utilização da reciclagem do entulho para a 
produção de argamassa, tanto no consumo de cimento quanto de cal. Seus 
resultados também apresentaram um crescimento de resistência à compressão para 
um aumento do teor de materiais cerâmicos nas argamassas, e esse aumento foi 
mais acentuado quanto mais rico foi o traço. O mesmo aconteceu na resistência à 
25 
 
tração da argamassa, porém o aumento não foi tão acentuado para o traço mais 
rico, como na resistência à compressão. 
Para Zordan (1997) as argamassas produzidas com entulho apresentam 
uma redução de 10% a 15% no consumo de cimento, 100% no consumo de cal e, 
de 15% a 30% no consumo de areia, além de um ganho de resistência à 
compressão que varia de 20% a 100%, conforme o traço utilizado, em relação aos 
valores obtidos com argamassas convencionais. 
Outro exemplo ainda pode ser citado no reaproveitamento de resíduos para 
utilização como reforço e sub-base de pavimentação, a qual apresenta os seguintes 
atrativos: o material é não plástico, e por isso pode ser empregado em locais onde o 
lençol freático é elevado, pois não gera lama; pode ser empregado para a redução 
da plasticidade do solo de fundação, o que permite a construção mesmo em 
períodos de alguma precipitação; expansibilidade baixa ou nula, ou seja, com a 
saturação não ocorre a expansão das camadas compactadas; propicia a economia 
de jazidas naturais. Considerando que o entulho passível de ser reciclado e 
aproveitado na pavimentação representa cerca de 40% de todo o volume gerado, 
estima-se que o volume disponível seria da ordem 3.400 m³/semana. Além disso 
como a relação entre a massa específica aparente seco do material solto (em torno 
de 1.100 kg/m³) e a massa específica aparente do material compactado (em média, 
1.700 kg/m³) é de 0,65, seria possível executar a cada semana cerca de 1400 
metros de camada de sub-base em ruas urbanas da capital (Triches e Kryckyj, 
1999). 
Esse fator é de extrema importância para Florianópolis, visto que o município 
está inserido em região de mata atlântica, e em decorrência dos processos de 
impactos ambientais, está cada vez mais difícil a abertura de novas jazidas; e 
redução dos custos de implantação. 
 
 
 
26 
 
3.2.1 Agregados de Entulhos 
 
Os resíduos da construção civil podem utilizados na construção de aterro, 
substituição parcial ou total de matéria-prima (agregado graúdo e miúdo) em 
concretos, argamassas e artefatos de concreto. Além disso, pode-se utilizar esse 
entulho reciclado como base e sub-base de rodovias e em peças pré-moldadas. 
Além de resíduos próprios da construção civil e demolição, existem outros materiais 
que podem ser utilizados na fabricação de peças e demais insumos para posterior 
utilização na indústria da construção, conforme pode ser observado na Figura 6. 
No processo de reciclagem, faz-se inicialmente a triagem dos materiais, 
excluindo madeira,plástico e metal que serão direcionados para outros fins. Após 
esta triagem, os demais resíduos devem ir para um britador, transformando estes em 
agregado graúdo que podem ser utilizados na pavimentação (base, sub-base ou 
revestimento) na forma de pedra brita ou em misturas com outros materiais e como 
agregado para concreto não estrutural (substituindo areia e brita), trazendo uma 
redução na aquisição de matéria prima e consequentemente diminuindo os custos 
com a aquisição destes. 
Porém, de acordo com Brasileiro e Matos (2015), os maiores empecilhos para 
reutilização de RCD’S, estão na desconfiança dos construtores e clientes quanto ao 
bom desempenho dos produtos gerados e também na carência de normas que 
assegurem a sua aceitação no mercado, devido à sua grande heterogeneidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Figura 6 – Tipos de agregados reciclados e sua possível aplicação 
 
Fonte: <www.saocarlos.sp.gov.br> 
 
 
 
1 Areia Grossa 
Granulometria: até 2,4mm. Ótima opção para pequenos 
serviços, argamassa de assentamento e outros. 
 
 
2 Pedrisco 
Granulometria até 9,5mm, recomendado para uso na 
fabricação de artefatos de cimento, bloco de vedação, piso 
intertravado, entre outros. 
 
3 Pedra nº 1 
Granulometria até 19mm, usada em diversas aplicações. 
Ex.: fabricação de concreto não estrutural e drenagens. 
 
4 Pedregulho (rachão) 
Granulometria acima de 25 mm, usado em diversas 
aplicações. Ex.: contenção de erosões e voçorocas, 
drenagens, etc. 
 
5 Bica corrida 
Granulometria variável, utilizado para sub-base de 
pavimentações, recuperação de vias rurais e serviços de 
tapa-buracos. 
 
28 
 
 
3.2.2 Concreto 
 
A remanufatura do concreto pode ser feita, desde que seja escolhido o uso 
adequado e se respeitem as limitações técnicas. As centrais de reciclagem contam 
com diversos maquinários, como esteiras rolantes, britadores, peneiras e 
classificadores de granulometria. 
A cartilha Desperdício Zero, elaborada pela Secretaria de Estado do Meio 
Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná (Paraná, 2005), demonstra diferentes 
equipamentos para reciclagem do concreto fresco e o endurecido. No 
processamento do concreto fresco são usados lavadores que separam agregados 
graúdos dos miúdos e para o concreto endurecido, britadores de mandíbula ou de 
impacto, decompõem estes materiais. Dessa maneira, o material é separado, 
britado, lavado, peneirado e classificado para posterior reutilização. 
Em obras de portes menores, onde o volume dos resíduos não é muito 
grande, pequenas processadoras já auxiliariam neste tipo de produção. Devido à 
menor homogeneidade do material processado, é recomendado o reaproveitamento 
como agregado para revestimento ou argamassa de assentamento. O procedimento 
é simples: o material é encaminhado por dutos a uma minicentral de processamento, 
onde é triturado para ser normalmente utilizado como agregado. É possível também 
utilizar um moinho de rolo para trituração. 
Os agregados reciclados provenientes de concretos estruturais apresentam 
melhor qualidade em relação aos agregados provenientes de tijolos cerâmicos e 
argamassas e podem ser usadas em aterros de inertes, obras de pavimentação, 
agregados para argamassa e fabricação de artefatos de cimento (Figura 7). Não é 
recomendado o uso destes para funções estruturais. 
 
 
 
 
29 
 
Figura 7: Artefatos de cimento reciclados 
 
Fonte: www.monteirotijolos.com 
 
 
3.2.3 Tijolo e cerâmica 
 
Assim como o concreto, os materiais cerâmicos também podem ser 
reciclados. Este tipo de material pode ser utilizado na produção de argamassa como 
agregado, e até mesmo na produção de tijolos ecológicos por se tratarem de um 
produto de reaproveitamento. 
Os tijolos ecológicos apresentam inúmeras vantagens como, são mais leves 
que os tijolos comuns, facilitam a passagem das instalações elétricas e hidráulicas 
(sem que haja quebra), controla a temperatura no interior da casa, diminui a poluição 
sonora, embutimento rápido e fácil das colunas de sustentação (PARANÁ, 2005). 
Além de tijolos, outros produtos podem ser resultantes do reaproveitamento da 
cerâmica vermelha, como por exemplo telhas, lajotas, grelhas, vasos e materiais 
para artesanato. A Figura 8 traz como exemplo de aplicação, o uso de tijolo 
reciclado para construção residencial 
 
Figura 8: Residência construída com tijolo reciclado no município de Sapucaia do Sul-RS 
30 
 
 
Fonte: <http://www.cimentoitambe.com.br> 
 
 
3.2.4 Gesso 
 
O processo de reciclagem de gesso inicia com a separação dos resíduos 
que não foram utilizados ou que serão descartados nos canteiros de obras. O gesso 
deve ser separado dos demais materiais (madeiras, metais, papéis) e armazenado 
em caixas com piso concretado ou em caçambas, protegido de qualquer contato 
com água ou umidade. 
Após a seleção, faz-se o transporte para as empresas de reaproveitamento. 
Ali, o material é triado, homogeneizado através de processos mecânicos, para enfim, 
os resíduos readquirem as características químicas da gipsita, a matéria prima do 
gesso, e poderem ser utilizados novamente na cadeia produtiva. A reciclagem de 
gesso na construção civil é uma ação relativamente recente, mas compatível com as 
exigências de sustentabilidade das atividades econômicas e de alta viabilidade, 
principalmente pela indústria cimenteira. A Figura 9 destaca uma obra com gesso 
reciclado na cidade de Ribeirão Preto – SP. 
31 
 
 
Figura 9: Divisórias de gesso reciclado Leroy Merlin em Ribeirão Preto - SP 
 
Fonte: <https://fotos.habitissimo.com.br> 
 
 
3.2.5 Isopor 
 
Na literatura, há diversos estudos sobre o reaproveitamento do isopor, 
principalmente para a produção de compósitos utilizados na fabricação de blocos e 
lajes substituindo boa parte da pedra brita, tornando o bloco mais leve e térmico. 
Helena (2009) utilizou o poliestireno expandido na produção de concreto leve e 
argamassa e analisou o comportamento físico e químico dos mesmos em 
comparação aos produtos convencionais. De acordo com esse trabalho, o fato de 
praticamente o isopor não absorver água, permite uma ótima qualidade do concreto 
produzido e um acabamento de superfície homogêneo, tornando possível o seu uso, 
mesmo exposto a intempéries, com várias possibilidades de uso arquitetônico. 
Assim, percebe-se que a inclusão do isopor na construção civil é aceitável, por 
proporcionar algumas propriedades satisfatórias, no concreto e na argamassa, 
32 
 
atingindo as resistências necessárias com possíveis aplicações da argamassa em 
blocos com funções estruturais e o concreto para aplicação em contrapiso. 
 
 
3.2.6 Aço 
 
O aço é um material 100% reciclável. Inicialmente ele passa pelo processo 
de separação do concreto (no caso de demolição) através de britadores ou 
pulverizadores com mandíbulas (Figura 10) e após isso é encaminhado para 
reciclagem. A sucata resultante pode ser transformada infinitas vezes em um novo 
aço sem perda da qualidade. O metal pode ser fabricado a partir da combinação 
minério de ferro e carvão, aquecidos em alto-forno, ou por meio da reciclagem da 
sucata de aço, feita em forno elétrico. Aço novo e usado se misturam em harmonia, 
em ligas cada vez mais eficiente. 
 
Figura 10: Pulverizador acoplado em escavadeira para a separação do concreto e 
do aço. 
 
Fonte: <http://construction.blog.br> 
 
33 
 
 
O uso da sucata na fabricação de aço reduz os impactos ambientais. Na 
reciclagem, o consumo de energia elétrica chega a ser 80% menor. O processo de 
reciclagem também ajuda na preservaçãodos recursos naturais, pois evita a 
extração de matéria-prima, o que reduz ainda as emissões de CO2. 
 
 
3.3 Utilização de resíduos na fabricação de blocos e pisos ecológicos 
A Eco Máquinas, indústria de equipamentos para a produção de blocos e 
pisos ecológicos, situada no estado do Mato Grosso do Sul, desenvolveu pesquisas 
e estudos com diversos tipos de resíduos, e já coleciona dezenas de testes de 
produção de tijolos ecológicos (Figura 11). Os técnicos da empresa fazem testes 
produzindo o traço correto para que essa matéria prima vire tijolos ecológicos 
incentivando clientes que possuem variados tipos de resíduos a produzirem blocos, 
tijolos e pisos ecológicos. 
 
Figura 11: Tijolo Reciclado 
 
Fonte: <www.ecomaquinas.com.br> 
34 
 
 
Depois de coletados os resíduos devem passar por um controle de 
qualidade onde serão retirados possíveis materiais a serem reaproveitados como 
metal, papel, plástico e outros. O que sobra pode ser facilmente triturado para a 
produção de blocos, tijolos, pisos ecológicos e outros. O processo de produção está 
ilustrado na Figura 12. 
 
Figura 12: Processo de fabricação de tijolo reciclado 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESÍDUO DA 
CONSTRUÇÃO 
CIVIL 
 
ECO BRITA 
(TRITURADOR DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS) 
 
MÁQUINA PARA 
TIJOLOS 
ECOLÓGICOS 
 
TIJOLO ECOLÓGICO 
DE RESÍDUOS DA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Fonte: <www.ecomaquinas.com.br> 
 
 
3.3.1 Tijolos ecológicos com a utilização de resíduo comum 
 
Após ser recolhido dos aterros sanitários, o lixo passa por um processo de 
higienização, em seguida os itens recicláveis são reaproveitados (metais, plásticos, 
entre outros), o que restou é triturado e peneirado até virar uma areia, depois é 
misturado com o aditivo konlix, que encapsula e inibe o desenvolvimento de 
bactérias como coliformes fecais, streptococcus e vários outros, resultando em um 
composto limpo e dentro dos padrões microbiológicos requisitados pela Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Instituto Nacional de Metrologia, 
Qualidade e Tecnologia (INMETRO). A ilustração deste processo produtivo consta 
na Figura 13. 
35 
 
 
 
Figura 13: Processo de fabricação de tijolo reciclado com resíduo comum 
 
Processo Konlix Higienização Triturado e Peneirado Enclausuramento das 
Bactérias 
Fonte: <www.ecomaquinas.com.br> 
 
Após estes procedimentos, a areia é misturada ao solo cimento, compactada 
e tem-se o tijolo ecológico, sem odores, com o dobro da resistência do tijolo 
cerâmico convencional e dentro das normas da ABNT. 
 
 
3.3.2 Tijolos ecológicos com resíduos sólidos 
 
No processo de industrialização, muitos resíduos sólidos são gerados e uma 
grande maioria destes não são reaproveitados ou são descartados de forma 
indiscriminada. Na Figura 14 são mostrados alguns exemplos de resíduos sólidos 
compatíveis com a produção de tijolos ecológicos. 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Figura 14: Materiais diversos para fabricação de tijolos ecológicos 
 
BAGAÇO DE CANA DE AÇÚCAR RESÍDUO DE MINERAÇÃO PÓ DE MÁRMORE 
 
PÓ DE VIDRO CINZA VULCÂNICA GESSO 
 
SÍLICA LODO CASCA DE COCO 
Fonte: <www.ecomaquinas.com.br> 
 
 
3.4 Equipamentos para a reciclagem de RCD’S 
 
Existem diversos equipamentos e tecnologias no mercado voltadas para a 
reciclagem de resíduos oriundos da construção e demolição. No entanto, a maioria 
ainda possui um preço muito acessível para recuperar o investimento em curto 
prazo, principalmente no caso de pequenas obras. Porém, para grandes obras, o 
investimento pode ser considerado pequeno, tendo em vista a grande economia que 
se terá na aquisição de novos insumos. 
 
37 
 
 
3.4.1 Britador Eco brita 
 
A Linha de Britadores Eco Brita tritura e moi grandes volumes de resíduos 
da construção civil com rapidez e agilidade, com uma simples regulagem em sua 
saída os britadores produzem vários tipos de granulométrica, gerando então areia, 
pedrisco, brita 0, brita 1, brita 2 e brita 3. 
Eles são alimentados através das esteiras que encaminham o entulho para dentro 
do britador, onde ocorre o processo de britagem, e em seguida vai para esteira de 
saída com o material já processado conforme Figura 14. Os materiais obtidos podem 
ser aplicados em várias etapas de uma construção/obra. 
 
Figura 14: Britador de resíduos 
 1 – Entrada de resíduos 2 – Saída do material triturado 
 
 
Fonte: <www.ecomaquinas.com.br> 
 
3.4.2 Moinho de reciclagem ANVI 
 
Moinho para reciclagem de entulho e produção de argamassa, o ANVI 500 
(Figura15) é um moinho e misturador de argamassas utilizado na execução de 
alvenaria, revestimentos e enchimentos de pisos. 
38 
 
Proporciona economia de mão de obra, cimento, areia, cal e despesas de 
descarte de entulho. As matérias primas necessárias para se obter uma nova 
argamassa são cimento, entulho e areia. Pode ser utilizado também para efetuar 
apenas a moagem do entulho. As matérias-primas utilizadas são: cimento, entulho 
(blocos cerâmicos e de concretos quebrados, tijolos e restos de argamassa), areia e 
água. A argamassa obtida é da melhor qualidade, estando pronta para ser utilizada. 
 
Figura 15: Moinho de entulho ANVI 
 
Fonte: <www.anvi.com.br> 
 
 
 
3.4.3 Triturador de entulho TE 2 
 
O Triturador de Entulho TE 2 (Figura 16) da CSM é ideal para tratamento 
adequado de entulho em obras de pequeno e médio porte. Seu uso elimina o 
acúmulo de resíduos e diminui a demanda por matéria-prima, já que permite a 
substituição de materiais convencionais pelo entulho. Tem produção aproximada de 
2 m³ por hora e regulagem para três diâmetros de ruptura: 2, 5 e 7 cm. 
O equipamento, que possui opção para três diferentes diâmetros de ruptura 
do entulho, é compacto e demanda pouco espaço para operação. Constituído 
inteiramente em aço carbono - perfis e tubos -, o TE 2 CSM possui mandíbulas 
maciças em aço de alta resistência e é montado sobre rolamentos que eliminam 
39 
 
totalmente o atrito. Possui também opções de regulagem para granulometrias de 
2,5, 5 e 7 centímetros. 
Quando o concreto é processado, o triturador o transforma em agregado 
reciclado para concreto magro. Caso o resíduo inclua elementos cerâmicos, o 
resultado da moagem pode virar insumo no preparo de concreto não estrutural. 
 
Figura 16: Triturador de entulhos 
 
Fonte: <www.portaldosequipamentos.com.br> 
 
 
 
40 
 
4 METODOLOGIA 
 
 
A pesquisa realizada tem a natureza quantitativa e qualitativa, e a análise de 
dados foi realizada por meio de um levantamento bibliográfico (em livros, jornais, 
teses, artigos e materiais disponibilizados no meio eletrônico) que buscou identificar 
os resíduos da construção civil e de demolição, suas características e as 
possibilidades de reaproveitamento. Com base nos dados obtidos, foram propostas 
alternativas para a reciclagem e o reaproveitamento destes, visando aplicação na 
indústria da construção civil. 
A primeira etapa da pesquisa caracterizou-se pela coleta de dados 
qualitativos e quantitativos referentes aos RCD’S gerados no município de 
Florianópolis. Além da revisão da literatura, foi realizada uma pesquisa de campo 
junto a alguns profissionais da área, onde em conversas informais, buscou-se 
informações relativas ao consumo de matérias primas e geração de resíduos, formas 
de gerenciamento dos resíduos, dentre outras, para conhecimento do panorama 
atual dos RCD’S no município. 
Na sequência, elaborou-se propostas para o reuso desses materiais, cujo 
objetivo é auxiliar as construtoras

Outros materiais