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CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 7 *MÓDULO 1* Sociedade – Minorias O peso da diferença A perseguição aos diferentes é uma constante histórica: os gregos já discriminavam todos os outros povos, a quem consideravam bárbaros. Os espartanos, que dominaram a Grécia antiga entre os séculos V e IV a.C., cultuavam a imagem do soldado atlético e obediente. Quem não se encaixava nesse modelo estava sujeito à escravidão e até a execução: crianças deficientes ou doentes eram mortas ao nascer. Os romanos, notórios por fazer de escravos os povos que dominavam, foram hostis com todos os povos da Europa Ocidental, norte da África e Ásia Menor. Na Idade Média, eram perseguidos os que discordavam da Igreja Católica, uma prática mantida pela Inquisição até o século XIX e que matou milhares de pessoas. Muitas das vítimas eram judeus, chamados de cristãos-novos (recém-convertidos ao catolicismo). O ressentimento contra os judeus aumentou na virada do século XIX para o XX, quando o antissemitismo dividiu a elite intelectual europeia. Em 1933, chegou ao poder na Alemanha o regime nazista, que tinha como pilares o racismo, o antissemitismo, o pangermanismo (união dos povos germânicos) e a eugenia (“melhoramento” da raça), além do totalitarismo e o anticomunismo. Ainda no século XX, um regime abertamente racista, o apartheid na África do Sul, se manteve no poder por 42 anos. Nos Estados Unidos, apenas em 1963 foram concedidos direitos iguais a negros que eram segregados em partes do país. E a chamada “limpeza étnica” também voltou a assombrar na Bósnia, Chechênia, Iraque, Congo, Sudão e em outros pontos do mundo. Limpeza étnica Exemplos recentes de conflitos e regimes racistas que vitimaram milhões RUANDA Quando: 1994 Vítimas: tútsis Motivação: guerra civil e racismo Métodos: civis armados de facões e porretes Número de mortos: 800.000 Quando chegaram ao país, os belgas encontraram uma sociedade dividida entre camponeses hutus pobres e pastores tútsis prósperos. Para garantirem sua dominação, fizeram dos tútsis a aristocracia ruandesa. Em 1959, hutus se rebelaram e, em 1962, assumiram o poder. A violência se agravou em 1990, com a criação da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), por tútsis exilados em Uganda. Quando o presidente Jouvenal Habyarimana morreu, em 1994, a população passou a ser bombardeada com informações de um complô tútsi, o que levou à execução de 75% dos tútsis que viviam em Ruanda. CAMBOJA Quando: de 1975 a 1979 Vítimas: chineses, muçulmanos e vietnamitas, entre outras minorias Motivação: eliminar etnias Métodos: execuções a bala e mortes por fome e excesso de trabalho Número de mortos: 215.000 chineses, 90.000 muçulmanos e 20.000 vietnamitas “Preferimos matar dez amigos a deixar vivo um só inimigo”, dizia Pol Pot, líder do Khmer Vermelho, a ala mais radical do Partido Comunista local, que tomou o poder em 1975. Em quatro anos, o regime executou 1,7 milhão de seus 8 milhões de habitantes. A maior parte dos mortos era da mesma etnia khmer e só morreu por causa do estado de paranoia e eliminação sistemática dos adversários implantado pelo regime cambojano. Na dúvida de quem era amigo ou inimigo, Pol Pot mandava eliminar todos. BÓSNIA Quando: de 1991 a 1999 Vítimas: bósnios, sérvios, croatas e kosovares Motivação: conflitos nacionalistas e movimentos separatistas Métodos: ataques militares e estupros Número de mortos: 300.000 O conflito nos Bálcãs entre muçulmanos e católicos, sérvios e croatas, sérvios e albaneses tem mais de 200 anos. Apenas nas quatro décadas em que o general ditador Josip Broz Tito unificou esses povos sob a bandeira da antiga Iugoslávia, houve certo entendimento. Com a morte de Tito, em 1980, a Eslovênia, a Croácia e a Bósnia declararam independência. Em 1990, o sérvio Slobodan Milosevic passou a eliminar os croatas. Os croatas fizeram o mesmo na Sérvia e na Bósnia. E muçulmanos bósnios atacaram croatas e sérvios. Manipulados pela propaganda nacionalista, cada um dos povos acreditava apenas responder à ameaça inimiga. ________________________________________________ *Anotações* CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 8 Aceito, renegado, aceito novamente O homossexualismo era aceito na Antiguidade. A recriminação surgiu com o cristianismo Século VIII a.C. Um dos primeiros conjuntos de leis do mundo, o Código Hammurabi, da Mesopotâmia, do século VIII a.C., cita os prostitutos e prostitutas usados em rituais religiosos – e que tinham direito a privilégios especiais. JSP / ISTOCK PHOTO Séculos XX a.C. a IV d.C. As relações entre um homem mais velho e outro mais jovem eram normais e incentivadas na Grécia e em Roma. O mesmo não valia para dois homens da mesma idade – quando isso acontecia, eles eram perseguidos. FABIANA BERTONE Séculos IV a XIV O cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano no século IV e, com ele, veio uma crescente aversão ao prazer e ao riso. A homossexualidade foi tratada como antinatural. REPRODUÇÃO Século XIV O resgate dos valores clássicos ocasionou o retorno do gosto pela forma masculina. Mas, após a Peste Negra, entre 1347 e 1351, os sodomitas foram acusados de causar os males da sociedade. REPRODUÇÃO Século XIX A Inglaterra condenava à forca os acusados de sodomia. Em 1861, o país trocou a forca por pena de dez anos de trabalhos forçados. O escritor Oscar Wilde cumpriu dois anos dessa pena depois de ser condenado por prática de homossexualismo. REPRODUÇÃO Século XX A luta pelos direitos dos gays ganhou força nos anos 70, mas a homofobia permaneceu sendo expressada– muitas vezes com violência física, herança de um passado marcado por formas recorrentes de intolerância. ZU1U / DREAMSTIME O racismo e a intolerância causaram diversos massacres e injustiças no decorrer da história, dos gregos e romanos aos tempos atuais. Genocídio é o termo aplicado para se referir ao massacre sistemático de um povo, visando a sua extinção. Foi o que ocorreu com os judeus na Alemanha nazista, com os armênios sob jugo turco em 1915 e com tútsis massacrados por hutus em Ruanda, em 1994. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha nazista perseguiu minorias que não correspondiam a seu ideal de raça ariana ou raça pura. Além de 6 milhões de judeus, foram executados ciganos, homossexuais, presos, deficientes, militantes políticos e outros grupos étnicos e religiosos. Os homossexuais sofreram perseguição com a expansão do cristianismo. Em alguns países, foram presos e condenados à morte. O apartheid, regime que durou de 1948 a 1994, restringia os direitos dos não brancos na África do Sul. Nelson Mandela passou 27 anos preso por lutar pelos direitos dos negros em seu país e se tornou presidente depois de ser libertado. Elaborada por Gilberto Freyre, a ideia de democracia racial – isto é, que não há racismo no Brasil ou que ele é insignificante – é um mito. Além do racismo que não aparece nas estatísticas, há o fato de que negros e pardos ganham menos do que os brancos, têm menor grau de escolaridade e ocupam menos cargos de gerência. ********** ATIVIDADES 1 ********** Texto para as questões 1 e 2. À espera de um salvador Darfur, no Sudão, cenário de um genocídio silencioso, é um lugar sem lei O mundo ignora ou finge ignorar que Darfur, no Sudão, é cenário de uma guerra de extermínio contra uma população indefesa. O mesmo mundo que se apieda de um filhote de urso-polar abandonado pela mãe no zoológico de Berlim fecha os olhos para as centenas de milhares de crianças subnutridas dos 130 campos de refugiados de Darfur, no oeste sudanês. Desde a independência do Império Britânico, em 1956, o norte do país detém o monopólio do poder político e econômico, concentrado na capital, Cartum. A partir de 2003, quando eclodiu o conflito entre o governo do ditador Omar al-Bashir e rebeldes de Darfur, intensificou-se a matança indiscriminada de cidadãos que não pertencem à etnia que se intitula “árabe”. Uma matança selvagem, seja por meio de fuzilamentos sumários, seja por meio da fome imposta pelo isolamento. Darfur é dividida em três estados – do Norte, do Sul e do Oeste –, que representam quase um sexto do território CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 9 do Sudão, o maior país da África. Hoje, quase metade dos seus 6 milhões de habitantes vive em aglomerações humanas improvisadas. Outros 2 milhões ainda não deixaram suas aldeias, mas foram afetados pela destruição de lavouras ou pela morte de familiares. Com a justificativa de combater rebeldes que lutam contra o regime, o governo do Sudão bombardeia aldeias e apoia os janjaweeds, milícias autoproclamadas árabes cuja missão é limpar Darfur de outras etnias. Ao todo, já morreram 300.000 pessoas. O número de combatentes e civis mortos de maneira violenta caiu nos últimos anos, mas não são as estatísticas que configuram um genocídio. Há 60 anos, a Organização das Nações Unidas definiu como crime internacional a tentativa de destruir a totalidade ou parte de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Segundo o texto da ONU, não é preciso haver assassinatos em massa para que um crime seja classificado como genocídio. Impor condições de vida subumanas a um grupo de pessoas semelhantes entre si, com o objetivo de levar à sua destruição física, também se enquadra nessa classificação. É o que ocorre em Darfur. Os campos de refugiados são verdadeiras bombas populacionais: a maioria continua recebendo milhares de pessoas por ano. Elas buscam desesperadamente um lugar onde possam ter alguma sensação de segurança, por menor que seja. Nos campos, não há espaço para plantar ou manter uma criação numerosa de bodes e camelos. “Tenho uma pequena plantação a três horas de caminhada”, diz Tigani Suleiman, 55 anos, refugiado que consegue com isso obter uma renda equivalente a 2 dólares por dia. Outros homens tentam algum subemprego nas cidades e as mulheres recolhem lenha para vender, sob o risco de serem estupradas nos arredores do campo. Só mesmo a ajuda humanitária tem atenuado o drama dos refugiados. Graças a ela, a taxa de desnutrição caiu pela metade nos últimos anos. Atuam na região dezesseis agências da ONU e 85 ONGs, que prestam serviços como atendimento de saúde e distribuição de comida. Para cada 366 habitantes de Darfur, há um trabalhador humanitário. Veja, 24/12/2008 (com adaptações). .1. (AED-SP) Com base no texto, sintetize as origens do conflito no Sudão. ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .2. (AED-SP) Por que a ONU considera que não é preciso haver assassinatos em massa para que se configure um genocídio? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .3. (INEP-MEC) A viagem levou uns 20 minutos. O caminhão parou; via-se um grande portão e, em cima do portão, uma frase bem iluminada (cuja lembrança ainda hoje me atormenta nos sonhos): “Arbeit macht frei” – o trabalho liberta. Descemos, fazem-nos entrar numa sala ampla, nua e fracamente aquecida. Que sede! O leve zumbido da água nos canos da calefação nos enlouquece: faz quatro dias que não bebemos nada. LEVI, Primo. É isto um homem? Rio de Janeiro: Rocco, 1988, p. 20. A descrição acima – de um prisioneiro chegando a Auschwitz – revela angústia e horror. Os campos de concentração nazistas eram: (A) lugares de reabilitação de doentes mentais, criminosos comuns e prisioneiros políticos. (B) instalados apenas na Alemanha e, neles, foram alojados, durante a Segunda Guerra Mundial, judeus, homossexuais e comunistas. (C) lugares de execução sumária e imediata de inimigos nacionais alemães e de pessoas que se recusavam a trabalhar. (D) instalados para acolher os imigrantes que, vindos da Europa Oriental, tentavam penetrarno território do Terceiro Reich sem autorização. (E) lugares onde os considerados indesejáveis eram submetidos a humilhações, trabalhos forçados ou execuções em massa. .4. (UNICAMP-SP) O primeiro recenseamento geral do Império foi realizado em 1872. Nos recenseamentos parciais anteriores, não se perguntava sobre a cor da população. O censo de 1872, ao inserir essa informação, indica uma mudança, orientada por um entendimento do conceito de raça que ancorava a cor em um suporte pretensamente mais rígido. Com a crise da escravidão e do regime monárquico, que levou ao enfraquecimento dos pilares da distinção social, a cor e a raça tornavam-se necessárias. Adaptado de Ivana Stolze Lima, Cores, Marcas e Falas: Sentidos da Mestiçagem no Império do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p. 109-121. A partir do enunciado, podemos concluir que há um uso político na maneira de classificar a população, já que: (A) o conceito de raça permitia classificar a população a partir de um critério mais objetivo e exato do que a cor, o que era necessário em um momento de transição para um novo regime. CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 10 (B) no final do Império, o enfraquecimento dos pilares da distinção social era causado pelo fim da escravidão. Nesse contexto, ao perguntar sobre a raça da população, o censo permitiria elaborar políticas visando à inclusão social dos ex-escravos. (C) a introdução do conceito de raça no censo devia-se a uma concepção, difundida após 1870, que propunha a organização da sociedade a partir de critérios objetivos e científicos, o que levaria a uma maior igualdade social. (D) no final do Império, a associação entre a cor da pele e o conceito de raça criava um novo critério de exclusão social, capaz de substituir as formas de distinção que eram próprias da sociedade escravista e monárquica em crise. .5. (ENEM-MEC) O artigo 402 do Código Penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praças exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos como capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens. Pena: Prisão de dois a seis meses. SOARES, C. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria de Cultura, 1994 (adaptado). O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal regulamento expressava (A) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana. (B) a política de eliminação das diferenças e das desigualdades sociais, com o extermínio dos pobres. (C) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização. (D) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao passado de escravidão. (E) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada. .6. (INEP-MEC) Sobre a intolerância racial nas Américas nos anos 1950 e 1960, pode-se afirmar que: (A) leis segregacionistas no sul dos Estados Unidos forçaram os negros a usar instalações públicas e frequentar escolas à parte. (B) a Lei dos Direitos Civis nos Estados Unidos agravou, em 1963, a segregação racial. (C) a discriminação racial é uma característica norte- -americana. No Brasil, há integração das etnias e democracia racial. (D) a organização paramilitar denominada Panteras Negras originou-se no Brasil, como resistência à opressão dos brancos. (E) nos países de passado escravocrata, o preconceito racial tornou-se importante incentivo à política de integração étnica. .7. (UNICAMP-SP) No século XIX, surgiu um novo modo de explicar as diferenças entre os povos: o racismo. Mas, se os arianos originaram tanto os povos da Índia quanto os da Europa, o que justificaria o domínio dos ingleses sobre a Índia? A suposta explicação é que os arianos da Índia se enfraqueceram na miscigenação com os aborígenes. Mas por que essa ideia não foi aplicada no sentido oposto? Ou seja: por que os arianos da Índia não aperfeiçoaram aquela raça em vez de se enfraquecerem? Adaptado de Anthony Pagden, Povos e Impérios. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p. 188-94. Segundo o texto, podemos concluir que o pensamento racista do século XIX: (A) era incoerente, pois os britânicos se consideravam superiores aos indianos, porém ambos possuíam a mesma origem racial; além disso, o racismo não explicava por que a miscigenação enfraqueceu as raças superiores e não fortaleceu as inferiores. (B) era um modo de explicar as diferenças entre os povos pela miscigenação, que poderia levar tanto ao fortalecimento dos povos inferiores quanto ao enfraquecimento dos superiores. (C) era incoerente porque explicava a superioridade e o domínio dos ingleses sobre os indianos pelo fato de ambos terem a mesma origem em povos arianos; porém não explicava por que a miscigenação não fortaleceu as raças consideradas superiores. (D) era uma forma de legitimar o domínio dos ingleses sobre os indianos a partir de suas diferentes origens raciais; porém não explicava por que a miscigenação entre ingleses e indianos não levara ao aperfeiçoamento das raças consideradas inferiores. ********** ATIVIDADES 2 ********** C1 Compreender os elementos culturais que constituem as identidades. H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura. .8. (ENEM-MEC) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova lorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política. Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso CHH História ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 11 político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade – o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas. Adaptado de Ciência e Cultura, 2004. De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem como principais características (A) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista. (B) a alienação política e a preocupação com o conflito de gerações. (C) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação de linguagens. (D) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação do progresso. (E) a valorização da natureza e o compromisso com os ideais norte-americanos. H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas. .9. (ENEM-MEC) A cafeicultura atingiu a província de São Paulo, adentrando a região do Vale do Paraíba paulista. Cidades como Areias e Bananal tornaram-se, após os anos 1850, as mais ricas vilas da província. Na Fazenda Resgate, em Bananal: “... São 21 quartos, dos quais cinco são alcovas, onde as moças dormiam vigiadas pelos pais. Sua sala de visitas é adornada em estilo rococó. [...] Pertencia a Manoel de Aguiar Vallim, a Resgate chegou a produzir 1% da riqueza nacional. Na época, a fazenda era quase autossuficiente. Só importava sal e peixe salgado. Produzia anil, fumo, açúcar mascavo e algodão, com o qual se teciam as roupas usadas pelos escravos. [...] Longe de manter a Resgate para o próprio deleite, Braga (atual proprietário da fazenda) permite que grupos de estudantes visitem o casarão... ‘Eu me considero uma espécie de fiel depositário da Resgate. Acho justo que as pessoas tenham acesso à memória do país’.” Ângela Pimenta. Pá na memória. Revista Veja, 24/4/1996, edição 1441, p. 122-125. Pode-se considerar que: I. a Fazenda Resgate é um patrimônio histórico representativo do período de grande riqueza obtida com a cafeicultura na região. II. a decadência da Fazenda Resgate relaciona-se com o descaso do poder público com o patrimônio cultural nacional. III. a preservação da Fazenda Resgate ocorre devido à importância que o seu atual proprietário concede a ela, pois é parte da memória do desenvolvimento econômico do país. Dentre essas afirmações, (A) somente I e II estão corretas. (B) somente I e III estão corretas. (C) somente II e III estão corretas. (D) I, II e III estão corretas. (E) somente a III está correta. H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos. .10. (ENEM-MEC) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos. K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: Semtec/MEC, 2003, p. 37. Com relação ao assunto tratado no texto, é correto afirmar que (A) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente. (B) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente. (C) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil. (D) a exploração da África decorreu do movimento de expansão europeia do início da Idade Moderna. (E) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa. ________________________________________________ *Anotações* CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 12 *MÓDULO 2* Cultura – Religiões O caminho para um só Deus Criar deuses diferentes foi uma maneira de os povos da Pré-História e da Antiguidade tentarem entender e explicar os fenômenos da natureza e os ciclos da vida. Cultuar o deus da chuva era uma forma de pedir proteção em tempos de seca, por exemplo. O culto a muitos deuses é chamado de politeísmo. Vários povos europeus, africanos, asiáticos e americanos (como os índios brasileiros) tinham cultos animistas (em louvor aos elementos da natureza). Assim como os gregos o foram antes deles, os romanos eram politeístas e se dedicavam aos rituais religiosos. Todas as casas possuíam um cômodo reservado para as oferendas e orações aos deuses. Além das divindades de origem estrangeira (muitas delas gregas), o próprio imperador, no período imperial, era um deus a ser cultuado. No fim do período republicano (séculos V a I a.C.), já era comum a crença em vida após a morte, uma doutrina que seria fundamental dentro do cristianismo prestes a surgir entre os hebreus, então dominados por Roma. Os hebreus foram o primeiro povo a abandonar o poIiteísmo e a crer em uma divindade única e maior. Embora não tenha valor científico, a saga dos hebreus é narrada no Velho Testamento desde suas origens na Mesopotâmia até suas constantes mudanças entre Canaã ou Palestina (hoje Israel) e o Egito, entre os anos 2000 a.C. e 1500 a.C. Os hebreus conseguiram formar Israel por volta de 1010 a.C., reino que teve como soberanos Saul, Davi e Salomão. Quando os romanos destruíram Jerusalém, no século I, teve início a grande Diáspora, ou seja, a dispersão dos judeus pelo mundo. Eles viveram em grupos separados por 2.000 anos, até a criaçãodo Estado de Israel, apenas em 1948. O sentimento de pertencer a uma só nação foi possível apenas em razão de sua forte crença religiosa e do fato de acreditarem que a Palestina estava destinada a eles por vontade divina. Com alguns ensinamentos morais em comum com o judaísmo, já então consolidado entre os hebreus, o cristianismo se baseou nas pregações de um hebreu, Jesus Cristo, transmitidas por seus apóstolos. A nova religião se difundiu aos poucos entre os romanos, mas seus seguidores foram perseguidos por não aceitarem o caráter divino do imperador e serem considerados subversivos. No século II, com o império já em decadência e sofrendo invasões bárbaras, o número de cristãos aumentou consideravelmente. Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e deu liberdade religiosa aos romanos, no chamado Edito de Milão. Em 380, Teodósio I tornou essa a religião oficial do império. Quinze anos depois, Teodósio dividiu o império em dois, o do Ocidente, em Roma, e o do Oriente, em Constantinopla. O primeiro seria a base da Igreja Católica Apostólica Romana; o segundo seria o Império Bizantino, que a partir de 1054 seria regido pela Igreja Ortodoxa, fundada com a separação do cristianismo. Essa divisão, conhecida como Cisma do Oriente, ocorreu por motivos de doutrina. A Idade Média europeia viveu sob a força do teocentrismo: Deus é o centro e a explicação para tudo. Com o apoio do império e dos bárbaros convertidos, a Igreja Católica passou a acumular terras e fortunas. Com tanto poder nas mãos, as autoridades católicas fizeram de tudo para aumentá-lo ainda mais, recebendo doações e benesses dos novos reinos que se formavam em troca de confortos e garantias espirituais. Os sacerdotes muitas vezes usavam como pretexto o suposto combate à heresia (prática contrária à doutrina da Igreja) para obter mais poder ou enfraquecer aqueles que não contribuíam com a Igreja. O símbolo máximo dessa repressão foi a instauração, no século XIII, dos tribunais do Santo Ofício, ou Inquisição. As invasões na Europa diminuíram a partir do século XI e, na mesma época, a Igreja conseguiu reduzir os conflitos entre os senhores feudais. A Europa entrou em relativo período de paz e segurança, mantido também sob as rígidas e violentas normas da Inquisição. A agricultura prosperou e a população aumentou, fazendo com que os nobres e a Igreja ambicionassem mais espaço e poder, o que os levaria às Cruzadas. REPRODUÇÃO Papiro do século II chamado P52, que contém trechos, em grego, do Evangelho Segundo João O homem desenvolveu crenças e religiões desde a Pré-História para tentar explicar fenômenos da natureza e do ciclo da vida. Os hebreus foram os primeiros a desenvolver uma religião monoteísta (crente em um Deus único). Depois vieram os cristãos e os islâmicos. O Império Romano, a princípio, sufocava a fé cristã, mas ela ganhou força e, no século IV, virou a religião oficial dos romanos. A Idade Média viu o fortalecimento financeiro e político da Igreja Católica, que, por meio de iniciativas como as Cruzadas e a Inquisição, procurou ampliar seu poder e manter seus fiéis. Vários movimentos de cisão da Igreja Católica ganharam força a partir do século XVI, criando religiões denominadas protestantes. A fé islâmica ou muçulmana começou no século VII, período no qual viveu o profeta Maomé, e unificou tribos árabes antes inimigas. CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 13 Maomé foi não apenas um profeta, mas também general e líder político. Conquistou pessoalmente a cidade de Meca, que se tornou a cidade mais sagrada para os muçulmanos. O sionismo foi o movimento entre os judeus para colonizar a Palestina e fundar um país próprio. Israel foi criado em 1948, então com o respaldo da ONU, mas encontrou imediata resistência dos vizinhos árabes. O nacionalismo árabe surgiu no século XX como movimento de independência dos povos islâmicos e tinha caráter secular e mesmo antirreligioso. O Islã radical surgiu no século XX como movimento de independência dos povos árabes e tinha caráter secular e mesmo antirreligioso. ********** ATIVIDADES 1 ********** Texto para as questões de 1 a 3. Quem foi Maomé Profeta e fundador do islamismo, ele também exerceu o papel de líder político e militar Maomé, o profeta máximo do Islã, teve três fases em sua vida: de comerciante, profeta e profeta-general. Nascido com o nome Muhammad Ibn Abdullah, em 570, na cidade de Meca (na atual Arábia Saudita), perdeu a mãe aos 6 anos e seu pai antes de nascer. Foi criado pelo tio Abu Talib e desde cedo começou a trabalhar com comércio. Sua família era influente e bem relacionada e, aos 25 anos, casou-se com uma rica comerciante, Cadija, então com 40 anos. O casamento duraria 24 anos. Maomé tinha contato com cristãos e judeus, que conviviam com pagãos na Arábia da época. Aos 40 anos, quando meditava numa caverna, afirmou ter recebido a visita do arcanjo Gabriel, que passou a lhe revelar a palavra de Deus. Analfabeto, o profeta não escreveu ele mesmo os versos, mas seus seguidores fizeram isso em qualquer material disponível, como folhas de palmeira. Compilados após sua morte, os textos formam o Corão. Na fase de Meca, os versos eram brandos e falavam principalmente contra a avareza e a obrigação de ajudar os pobres. Quando, no entanto, Maomé passou a condenar os ídolos pagãos no templo central de Meca, criou animosidades em torno de si e de seu clã. Em 619, morreu Cadija, que deixou a Maomé seis filhos, entre eles dois homens, que morreriam antes dele. Casou-se novamente, com duas mulheres ao mesmo tempo. Uma delas, Aisha, tinha 7 anos. Aisha seria uma figura importante para o Islã, ao recoletar os versos do Corão e liderar uma disputa política que separaria xiitas e sunitas. Em 9 de setembro de 622, Maomé fugiu de Meca, perseguido pelos pagãos. Esse fato é considerado tão importante que é a data inicial do calendário islâmico. Instalou-se na cidade de Medina, onde conseguiu converter muitos seguidores. Aos 52 anos, era não apenas um profeta, mas um líder político e militar. Maomé reagia a ataques de tribos rivais com seu exército e passou a conquistar cidades. Em 630, tomou Meca. Ordenou a destruição de todos os ídolos do templo pagão, deixando apenas uma pedra preta. Segundo Maomé, a pedra datava da época de Adão e Eva e havia ficado preta em razão dos pecados dos homens. Em volta dessa pedrafoi construída a Caaba, o templo que é o lugar mais sagrado para os islâmicos. Se os versos da fase de Meca eram relativamente “paz e amor”, os versos da fase de Medina tornaram-se mais militaristas. Desse período data o Verso da Espada (Corão 9:5), que afirma: “Mas quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras (564), onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os; porém, caso se arrependam, observem a oração e paguem o zakat, abri-Ihes o caminho. Sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo”, um preferido dos radicais contemporâneos. Em Medina, Maomé casou-se várias vezes, chegando a ter 10 mulheres ao mesmo tempo – para os demais homens, o limite estabelecido era quatro. Além do Corão, os Hadiths, diversos livros que contam sua vida, são também sagrados aos islâmicos. Esses exemplos e as revelações no Corão estabelecem os preceitos que formam a Sharia, as leis islâmicas. Maomé não deixou filhos homens, o que, ao morrer em 632, aos 62 anos, causou sérios problemas de sucessão no império que havia criado. Dessa sucessão conflituosa nasceu a divisão entre xiitas e sunitas. Superinteressante, São Paulo, mar. 2010. .1. (AED-SP) Antes de se tornar profeta, Maomé teve outra atividade profissional. Qual foi ela? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .2. (AED-SP) Qual é a data inicial do calendário islâmico e por quê? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .3. (AED-SP) Maomé mudou profundamente a política de sua terra natal. Como? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 14 .4. (ENEM-MEC) “A burca não é um símbolo religioso, é um símbolo da subjugação, da subjugação das mulheres. Quero dizer solenemente que não será bem-recebida em nosso território.” Nicolas Sarkozy, presidente da França. estadao.com.br, 22/6/2009. Deputados que integram a Comissão Parlamentar encarregada de analisar o uso da burca na França propuseram a proibição de todos os tipos de véus islâmicos integrais nos serviços públicos. (...) A resolução prevê a proibição do uso de tais vestimentas nos serviços públicos – hospitais, transportes, escolas públicas e outras instalações do governo. Folha Online, 26/1/2010. Com base nos textos acima e em seus conhecimentos, assinale a afirmação correta sobre o assunto. (A) O governo francês proibiu as práticas rituais islâmicas em todo o território nacional. (B) Apesar da obrigatoriedade do uso da burca se originar de preocupações morais, o presidente francês a considera um traje religioso. (C) A maioria dos Estados nacionais do Ocidente, inclusive a França, optou pela adoção de políticas de repressão à diversidade religiosa. (D) As tensões políticas e culturais na França cresceram nas últimas décadas com o aumento do fluxo imigratório de populações islâmicas. (E) A intolerância religiosa dos franceses, fruto da Revolução de 1789, impede a aceitação do islamismo e do judaísmo na França. .5. (INEP-MEC) Maomé, nascido em Meca, na Arábia, insatisfeito com o paganismo, declarou ter visto o anjo Gabriel, que lhe apresentara um texto com a ordem de recitá-lo. Considerando-se então o último e maior de todos os profetas, Maomé promoveu a conversão das tribos da Arábia. A era muçulmana caracterizou-se pela: (A) divisão das esferas de poder político e de poder religioso, constituindo um Estado laico, mas no qual a Igreja assumia um lugar privilegiado. (B) expansão territorial do Islã, que se fez inclusive à custa do Império Persa e do Império Bizantino, enfraquecidos por graves crises internas. (C) conversão forçada dos povos conquistados à nova religião do Islã, com a proibição dos cultos judeus e cristãos e o confisco de terras. (D) rejeição total à assimilação da cultura dos povos conquistados e das culturas antigas, em nome da verdadeira compreensão da palavra de Deus. (E) proibição das concentrações urbanas, do comércio e da geração de novas técnicas de trabalho, considerados contrários aos preceitos do Corão. .6. (VUNESP) “[Na Idade Média] Homens e mulheres gostavam muito de festas. Isso vinha, geralmente, tanto das velhas tradições pagãs (...), quanto da liturgia cristã.” Jacques Le Goff. A Idade Média Explicada aos Meus Filhos, 2007. Sobre essas festas medievais, podemos dizer que: (A) muitos relatos do cotidiano medieval indicam que havia um confronto entre as festas de origem pagã e as criadas pelo cristianismo. (B) os torneios eram as principais festas e rompiam as distinções sociais entre senhores e servos, que, montados em cavalos, se divertiam juntos. (C) a Igreja Católica apoiava todo tipo de comemoração popular, mesmo quando se tratava do culto a alguma divindade pagã. (D) as festas rurais representavam sempre as relações sociais presentes no campo, com a encenação do ritual de sagração de cavaleiros. (E) religiosos e nobres preferiam as festas privadas e pagãs, recusando-se a participar dos grandes eventos públicos cristãos. .7. (ENEM-MEC) Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert esta frase: “Quando os deuses tinham deixado de existir e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho”. Os deuses pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas, no breve momento de solidão flagrado por Flaubert, o homem ocidental se viu livre da metafísica – e não gostou, claro. Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia? Luís Fernando Veríssimo. Banquete com os Deuses. O cristianismo, após ter sido durante muito tempo combatido pelo Império Romano, tornou-se sua religião oficial no século IV. O reconhecimento do cristianismo pelo Império Romano corresponde: (A) ao Concílio Ecumênico, que aboliu os cultos pagãos e promoveu a expansão do cristianismo. (B) ao Edito de Milão, que concedeu liberdade de culto aos cristãos e proibiu as perseguições. (C) à Pax Romana, que pôs fim aos conflitosreligiosos e atestou a hegemonia do cristianismo na Europa. (D) ao Concílio de Trento, que sistematizou e tornou obrigatório o ensino do cristianismo em todo o Império. (E) ao Triunvirato, que conferiu poder político a bispos e considerou heresia qualquer outra crença religiosa. CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 15 .8. (INEP-MEC) A compreensão do mundo por meio da religião é uma disposição que traduz o pensamento medieval, cujo pressuposto é: (A) o antropocentrismo: a valorização do homem como centro do Universo e a crença no caráter divino da natureza humana. (B) a escolástica: a busca da salvação através do conhecimento da filosofia clássica e da assimilação do paganismo. (C) o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e razão, uma vez que o Universo, infinito, é parte da substância divina. (D) o positivismo: submissão do homem aos dogmas instituídos pela Igreja e não questionamento das leis divinas. (E) o teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística medieval, que considera Deus o centro do Universo. ********** ATIVIDADES 2 ********** H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura. .9. (ENEM-MEC) Usamos um calendário que tem como ponto inicial o nascimento de Cristo. Assim, o ano de 2002 marca o tempo transcorrido desde o nascimento de Jesus. O marco inicial do calendário muçulmano é a fuga do profeta Maomé da cidade de Meca para Medina. Pode-se afirmar que os calendários muçulmano e cristão estão organizados a partir de uma referência (A) política. (B) religiosa. (C) econômica. (D) militar. (E) social. H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades. .10. (ENEM-MEC) A Festa do Divino foi instituída em Portugal nos primeiros anos do século XIV pela rainha Isabel, mulher de D. Diniz, quando construiu a igreja do Espírito Santo em Alenquer. No Brasil, popularizou-se no século XVI e é celebrada ainda no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Maranhão, Amazonas, Espírito Santo e Goiás, com missa cantada, procissão, leilão de prendas e as manifestações folclóricas peculiares de cada região. Na preparação da festa realiza-se uma folia, com a bandeira do Divino, para arrecadar fundos, e são armados coretos, palanques e um trono para o imperador do Divino. Trata-se de uma criança ou adulto que, durante a festa, exerce poderes majestáticos, chegando até a libertar presos comuns em algumas regiões de Portugal e do Brasil. www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/6ritos/divino.html De acordo com o texto, sobre a Festa do Divino, conclui- -se que (A) foi criada no Brasil em homenagem à rainha Isabel de Portugal. (B) é herança da cultura europeia cristã trazida pelos colonizadores. (C) descaracterizou-se ao incorporar manifestações folclóricas. (D) servia para arrecadar fundos ao imperador em Portugal. (E) as manifestações folclóricas incorporadas à Festa do Divino estão relacionadas à família real. .11. (ENEM-MEC) Pintura rupestre da Toca do Pajaú – PI. www.betocelli.com A pintura rupestre acima, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa (A) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil. (B) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros. (C) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do Brasil. (D) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos. (E) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial. ________________________________________________ *Anotações* CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 16 *MÓDULO 3* Sociedade – Mulheres Rainhas do lar A divisão do trabalho moldou a maneira como as sociedades humanas se fizeram e também a forma como as pessoas se organizaram em sua vida privada. Por causa da gestação e da amamentação, à mulher coube o cuidado com os filhos e com os trabalhos em casa ou próximos dela (como a colheita e o manuseio dos alimentos). O homem, que podia se distanciar e estava sempre apto ao trabalho, foi adquirindo funções de comando e atribuições como participar de batalhas. A sociedade patriarcal, baseada no poder do homem, foi a base de quase todas as civilizações desde a Antiguidade. No mundo antigo e feudal, os homens sempre estiveram nos cargos de comando, com raras exceções – como Cleópatra, cogovernante do Egito no século I a.C., ou a imperatriz bizantina Irene (século IX). Em muitas cidades-Estado da Grécia, as mulheres não tinham direitos políticos e as crianças só ficavam sob seus cuidados quando pequenas – assim que chegavam à idade de receber educação, por volta dos 7 anos, eram entregues aos tutores e professores, todos homens. Entre os romanos, o homem detinha tanto poder que podia aceitar ou rejeitar um filho, condenando-o algumas vezes a uma vida de escravidão ou morte. A rejeição era comum entre crianças do sexo feminino e aquelas com deficiências. O primogênito (filho mais velho) tinha privilégios especiais em várias sociedades, como direito maior à herança e até a uma porção maior de comida. Na Idade Média, muitos primogênitos herdavam sozinhos as terras do pai, virando suseranos (o senhor feudal), e transformavam os irmãos em vassalos (nobres que deviam ser fiéisao suserano e prestar-lhe serviços). A sociedade era patriarcal (girava em torno do chefe de família) e as mulheres, desprovidas de direitos, dependiam dos pais, irmãos e marido. A vida em família durante a Idade Média girava em torno das obrigações com a Igreja e com o trabalho no campo. A expectativa de vida era baixa (em torno de 30 anos) e a mortalidade infantil, altíssima (em torno de 45%), em parte devido ao desconhecimento da importância da higiene para evitar doenças que vitimavam mais facilmente os mais frágeis. No século IX, os bispos carolíngios redigiram tratados regularizando o casamento e dando alguns direitos às mulheres (como o de não apanhar dos homens) e às crianças (elas eram uma dádiva e deviam ser aceitas pelos pais). Em algumas regiões da Europa, monastérios formavam escolas e abrigavam órfãos e filhos de camponeses, que assim eram alfabetizados e educados. Essa benesse era dada aos meninos e jovens do sexo masculino e era muito restrita, já que mais de 90% da população era analfabeta. A Idade Moderna teve mulheres poderosas, como Isabel I de Castela, que, com o marido, Fernando II de Aragão, formou o casal mais poderoso do século XV, os Reis Católicos da Espanha. Também foi marcante a passagem pelo poder da rainha Elizabeth I, da Inglaterra (século XVII), soberana em uma época de ebulição política e cultural em seu país (o escritor William Shakespeare ganhou fama nesse período). Eram mulheres da nobreza e com acesso à educação, e foram exceções numa linha do tempo essencialmente masculina. A mulher permaneceu relegada aos bastidores do poder até muito recentemente. A Revolução Industrial do século XVIII tirou-a de casa e do campo e a colocou nas fábricas (muitas vezes, com os filhos). No século XIX, as mulheres assumiram novos postos nas áreas de educação e saúde (enfermagem), mas ainda não podiam votar. O primeiro país a conceder o sufrágio (direito a voto) feminino foi a Nova Zelândia, em 1893. A Inglaterra teve um longo movimento sufragista, com protestos, prisões e até uma morte, e regularizou o voto depois da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Pouco mais de 60 anos depois, o país elegeria uma mulher para o cargo de primeira-ministra, Margareth Thatcher, que governou em conjunto com outra rainha Elizabeth (II). No Brasil, as mulheres puderam votar a partir de 1932, mas só as casadas (com autorização do marido) e as viúvas e solteiras que tivessem renda própria. REPRODUÇÃO Elizabeth I: uma mulher no poder inglês no século XVII A divisão de tarefas dentro da família levou o homem a cuidar da provisão de alimentos e bens, enquanto a mulher ficou encarregada de cuidar da prole e do lar. Nas sociedades patriarcais, vigentes na Idade Média europeia e no Brasil colonial, todos deviam obedecer ao chefe da família. Até a divisão de herança privilegiava apenas os homens. Até o Renascimento, a educação era ligada a temas religiosos e, fora do clero e da nobreza, poucos eram letrados. A educação das crianças passou a ser considerada pelas classes mais altas a partir dos séculos XVII e XVIII. Crianças proletárias trabalhavam na lavoura, nas minas e fábricas desde muito cedo, por volta dos 6 ou 7 anos. CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 17 O século XX viu o surgimento de várias conquistas femininas, como o sufrágio (direito ao voto) nas primeiras décadas e a revolução sexual na década de 1960, catalisada, entre outros fatores, pelo desenvolvimento da pílula anticoncepcional. As mulheres representam quase metade da força de trabalho do Brasil, mas ganham menos que os homens para exercer funções iguais. ********** ATIVIDADES 1 ********** Texto para as questões 1 e 2. Elas chegaram lá O Brasil está sendo comandado por uma mulher. Muitas famílias também A batalha diária da múltipla jornada feminina tem surtido efeito: as mulheres ganharam espaço no mercado de trabalho em praticamente todos os setores – e muitas já exibem o maior salário da casa. De acordo com estudo divulgado em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 25,7% das mulheres têm hoje salário igual ou maior que o do marido no Brasil. Esse percentual faz parte de um universo de 13 milhões de casais, nos quais o homem é apontado como chefe da casa e a mulher também trabalha. O Brasil tem ainda mais 5 milhões de casais nos quais a mulher é apresentada como chefe. Os tempos de “Amélia” estão, definitivamente, ficando para trás. O termo ficou famoso como sinônimo de “mulher do lar” por causa do samba Ai, que Saudades da Amélia, de Mário Lago e Ataulfo Alves. Lançada em 1941, a música ressaltava as virtudes de uma mulher que se dedicava de corpo e alma ao bem-estar do marido. Livres da sombra da submissão, muitas mulheres de hoje não querem se dedicar exclusivamente às tarefas domésticas e não esperam, em contrapartida, que caiba sempre ao homem a tarefa de pagar a conta do restaurante. Muitos homens ainda não lidam muito bem com essa nova realidade. Nessa briga de saldos bancários, quem acaba pagando a conta muitas vezes é a harmonia conjugal. Coordenadora administrativa de uma empresa de planos de saúde de São Paulo, Cláudia Donegati, de 44 anos, tinha um salário quase igual ao do marido até receber uma promoção. O contracheque engordou, Cláudia ficou satisfeita com o reconhecimento profissional, mas acabou arranjando dor de cabeça em casa. “Lembro que na época meu marido se sentiu inferiorizado com a situação e o relacionamento deu uma boa balançada”, conta. Foram três anos de muita conversa e ajuda de terapia até reverter a situação. Uma das consequências mais comuns – e polêmicas – da superioridade profissional feminina é que a mulher passa a esperar que o homem assuma parte das tarefas domésticas. O poder financeiro também dá a ela o direito de tomar algumas decisões que tradicionalmente são do marido – a marca do carro, por exemplo. “O homem, culturalmente, cresce para ter poder, copiando o modelo do pai e do avô. Quando vê que na casa dele está sendo diferente, ele se pergunta o que está fazendo de errado”, afirma a consultora Neli Barboza. Você S/A Especial, 1/12/2010 (com adaptações). .1. (AED-SP) Amélia é o símbolo da dona de casa dedicada aos afazeres domésticos e submissa ao marido. Por que esse estereótipo tem se tornado menos comum na sociedade brasileira? ______________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .2. (AED-SP) Por que muitos homens têm dificuldades para aceitar que as mulheres ganhem mais do que eles? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .3. (ENEM-MEC) Texto 1: Durante a Idade Média europeia, as estratégias matrimoniais organizavam e sustentavam as relações sociais. O casamento era antes de tudo um pacto entre famílias. Nesse ato, a mulher era ao mesmo tempo doada e recebida, como um ser passivo. Sua principal virtude, dentro e fora do casamento, deveria ser a obediência, a submissão. Solteira, era identificada sempre como “filia” de, “soror” de. Casada, passava a ser personificada como “uxor” de. Filha, irmã, esposa: os homens deviam ser sua referência. MACEDO, José Rivair. A Mulher na Idade Média. 5.ª ed. São Paulo: Contexto, 2002 (com adaptações). Texto 2: “O que as revistas femininas aconselhavam às leitoras: [...] – A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos. (Jornal das Moças, 1959). AFP Eleita com 55,7 milhões de votos, Dilma Rousseff é a primeira mulher na Presidência do Brasil CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 18 – Se o seu marido fuma, não arrume brigas pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda a casa. (Jornal das Moças, 1957). – O lugar de mulher é no lar, o trabalho fora de casa masculiniza. (Querida, 1955). [...].” In: COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil. 7.ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999. Com base na leitura comparativa dos textos, constata-se que: (A) o patriarcalismo medieval europeu influenciou, durante muito tempo, a cultura brasileira, tendo em comum a valorização da submissão feminina. (B) a ideologia patriarcal da Europa renascentista foi absorvida, sem alterações, pela sociedade brasileira na ditadura militar. (C) o Direito Romano, desde a Antiguidade, submeteu a mulher a uma inferioridade legal, que vigora na atual legislação brasileira. (D) as mulheres não possuíam direitos civis, tanto na Europa, na Idade Moderna, quanto no Brasil, na segunda metade do século XX. (E) o papel feminino está subordinado, nas duas conjunturas históricas, coisificando a mulher, contudo não existe a discriminação de gênero na sociedade brasileira atual. .4. (INEP-MEC) “Entre Adão e Deus, no paraíso, não havia mais que uma mulher; ela, porém, não encontrou um momento de descanso enquanto não conseguiu lançar seu marido para fora do jardim das delícias e condenar Cristo ao tormento da cruz.” VITRY, Jacques. Apud GIORDANI, Mário C. História do Mundo Feudal. Petrópolis, Vozes, vol. 2, 1983, p. 210. Analisando o texto de Jacques Vitry, um autor do século XVIII, e o papel da mulher nas sociedades da Antiguidade, na Idade Média e na Idade Moderna, assinale a proposição falsa: (A) Na maioria das sociedades da Antiguidade, com exceção da egípcia (onde algumas mulheres tiveram papel de relevo), a mulher tinha pouca importância, sendo considerada, frequentemente, uma propriedade. (B) Como podemos perceber no texto, o preconceito contra as mulheres foi reforçado na Idade Média. (C) A visão preconceituosa do autor, em relação à mulher, é tão grande que atribui a ela a expulsão do homem do paraíso e, até mesmo, a condenação de Cristo à morte na cruz. (D) Em alguns momentos da História da Europa, a mulher foi identificada como encarnação do mal. Muitas delas foram perseguidas, condenadas por “heresias e bruxaria”. (E) Com o advento da imprensa, o desenvolvimento urbano e a disseminação das ideias liberais, as mulheres, gradativamente, passaram a ter condições iguais às dos homens. Já no início da Idade Moderna, na Inglaterra e na França, conseguiram o direito ao voto e o de serem eleitas para a Câmara dos Comuns (Inglaterra) e para a Convenção Nacional (França). .5. (ENEM-MEC) Os dados da tabela mostram uma tendência de diminuição, no Brasil, do número de filhos por mulher. Evolução das Taxas de Fecundidade Época Número de filhos por mulher Século XIX 7 1960 6,2 1980 4,01 1991 2,9 1996 2,32 Fonte: IBGE, contagem da população de 1996. Dentre as alternativas, a que melhor explica essa tendência é: (A) Eficiência da política demográfica oficial por meio de campanhas publicitárias. (B) Introdução de legislações específicas que desestimulam casamentos precoces. (C) Mudança na legislação que normatiza as relações de trabalho, suspendendo incentivos para trabalhadoras com mais de dois filhos. (D) Aumento significativo de esterilidade decorrente de fatores ambientais. (E) Maior esclarecimento da população e maior participação feminina no mercado de trabalho. .6. (ENEM-MEC) A tabela apresenta a taxa de desemprego, em percentuais, dos jovens entre 15 e 24 anos, estratificada com base em diferentes categorias. Região Homens Mulheres Norte 15,3 23,8 Nordeste 10,7 18,8 Centro-Oeste 13,3 20,6 Sul 11,6 19,4 Sudeste 16,9 25,7 Grau de Instrução Menos de 1 ano 7,4 16,1 De 1 a 3 anos 8,9 16,4 De 4 a 7 anos 15,1 22,8 De 8 a 10 anos 17,8 27,8 De 11 a 14 anos 12,6 19,6 Mais de 15 anos 11,0 7,3 Fonte: PNAD/IBGE, 1998. Considerando apenas os dados anteriores e analisando as características de candidatos a emprego, é possível concluir que teriam menor chance de consegui-lo: CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 19 (A) mulheres, concluintes do Ensino Médio, moradoras da cidade de São Paulo. (B) mulheres, concluintes de curso superior, moradoras da cidade do Rio de Janeiro. (C) homens, com curso de pós-graduação, moradores de Manaus. (D) homens, com dois anos de Ensino Fundamental, moradores de Recife. (E) mulheres, com Ensino Médio incompleto, moradoras de Belo Horizonte. ********** ATIVIDADES 2 ********** C3 Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço. .7. (ENEM-MEC) Um grupo de estudantes, saindo de uma escola, observou uma pessoa catando latinhas de alumínio jogadas na calçada. Um deles considerou curioso que a falta de civilidade de quem deixa lixo pelas ruas acaba sendo útil para a subsistência de um desempregado. Outro estudante comentou o significado econômico da sucata recolhida, pois ouvira dizer que a maior parte do alumínio das latas estaria sendo reciclada. Tentando sintetizar o que estava sendo observado, um terceiro estudante fez três anotações, que apresentou em aula no dia seguinte: I. A catação de latinhas é prejudicial à indústria de alumínio. II. A situação observada nas ruas revela uma condição de duplo desequilíbrio: do ser humano com a natureza e dos seres humanos entre si. III. Atividades humanas resultantes de problemas sociais e ambientais podem gerar reflexos (refletir) na economia. Dessas afirmações, você tenderia a concordar, apenas, com (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) II. (E) III. H12 Analisar o papel da Justiça como instituição na organização das sociedades. .8. (ENEM-MEC) O texto refere-se às terras indígenas. A criação dessas áreas tem como finalidade proteger e garantir a sobrevivência dos grupos indígenas. Elas são controladas pela Funai. No entanto, parte dessas terras ainda não está demarcada, o que facilita a entrada nessas áreas e sua utilização para outras atividades como a agropecuária, a mineração, a extração de madeiras, a construção de hidrelétricas e rodovias. Muitos grupos indígenas abandonam suas terras, encontrando sérios problemas para sua sobrevivência. Adaptado de www.ibge.gov.br Além da Funai e dos índios, estão envolvidos no processo de demarcação de terras indígenas (A) grupos dos sem-terra e comerciantes. (B) empresários e governos. (C) grileiros e ambulantes. (D) embaixadas estrangeiras e comerciantes. (E) desempregados e industriais. H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder. .9. (ENEM-MEC) Leia as citações. Constituição de 1937 Dos direitos sociais Art. 139 – A greve e o lock-out são declarados recursos antissociais nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores interesses da produção nacional. Constituição de 1988 Dos direitos sociais Art. 9.º – É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre os interesses que devam por meio dele defender. Analisando as citações às referidas Constituições, é possível afirmar que o direito de greve (A) ajudou a desenvolver a indústria nacional a partir de 1937, durante a ditadura Vargas. (B) foi uma conquista social recente, no contexto da ditadura militar dos anos 1960, período de conquistas democráticas. (C) foi proibido durante a ditadura Vargas e conquistado em 1988, em um contexto de abertura democrática. (D) permitiu às categorias profissionais realizarem a greve de acordo com sua vontade, tanto em 1937 quanto em 1988. (E) é permitido pelas duas Constituições, desde que esteja de acordo com os superiores interesses nacionais. ________________________________________________ *Anotações* CHH História _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio CHH História 20 *MÓDULO 4* Cultura – Choque O Ocidente conhece o Oriente O período entre a ascensão de Alexandre ao poder (336 a.C.) e o domínio da Grécia pelos romanos (146 a.C.) é chamado de Helenístico. Durante esses dois séculos, os gregos expandiram seu território, o que levou a um encontro com a cultura oriental. Alexandre assumiu o poder aos 20 anos, após o assassinato de seu pai, Filipe II. Quando Alexandre nasceu, seu pai, um governante da Macedônia (norte da Grécia), havia acabado de conquistar as outras cidades- -Estado, então bastante enfraquecidas por guerras constantes entre atenienses e espartanos, e unificou a Grécia sob um governo único. O jovem Alexandre herdou um grande território – mas queria mais. Sua maior batalha foi travada para conquistar o reino da Pérsia, sob governo de Dario III. Nos combates, mostrou seu talento para dirigir exércitos e criar novas armas. Anexou a Síria, a Fenícia, a Palestina, o Egito e a Mesopotâmia. Educado pelo filósofo grego Aristóteles, Alexandre difundia a cultura grega conforme expandia o império. Ao chegar ao Egito, fundou uma cidade para substituir Atenas como centro de saber da época: batizada de Alexandria, ela passou a ser o mais importante centro do Mediterrâneo antes do domínio de Roma. A cidade tinha uma das maiores bibliotecas da Antiguidade, que reunia grande parte do conhecimento da época. Foi em Alexandria que Aristarco de Samos propôs pioneiramente que a Terra gira ao redor do Sol; que Euclides abriu uma escola de matemática; que Herófilo, o pai da anatomia, estudou o cérebro e os ritmos do pulso. Um dos estudantes de Alexandria foi Arquimedes, cuja contribuição para a humanidade em matemática e física inclui o aperfeiçoamento do sistema numérico e a invenção da alavanca e da roldana móvel. Além do Egito e da Pérsia, Alexandre e seus exércitos foram além, atravessando a Ásia Menor e chegando ao rio Indo, na Índia. Nunca um grupo ocidental havia ido tão longe e levado a cultura grega (sua língua, a educação, a filosofia e a religião), o que gerou uma simbiose com os costumes locais. Aparentemente, Alexandre gostaria de avançar mais, mas seus homens, longe de casa havia vários anos, ameaçaram um motim caso não retornassem para a Grécia. Na volta, Alexandre parou na Mesopotâmia e morreu, aos 32 anos, de uma febre desconhecida.
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