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História 2

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CHH  História  
 _________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ 
SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHH  História  7 
*MÓDULO 1* 
 
Sociedade – Minorias 
 
O peso da diferença 
 
 A perseguição aos diferentes é uma constante 
histórica: os gregos já discriminavam todos os outros 
povos, a quem consideravam bárbaros. Os espartanos, 
que dominaram a Grécia antiga entre os séculos V e IV 
a.C., cultuavam a imagem do soldado atlético e 
obediente. Quem não se encaixava nesse modelo estava 
sujeito à escravidão e até a execução: crianças 
deficientes ou doentes eram mortas ao nascer. 
 Os romanos, notórios por fazer de escravos os povos 
que dominavam, foram hostis com todos os povos da 
Europa Ocidental, norte da África e Ásia Menor. Na Idade 
Média, eram perseguidos os que discordavam da Igreja 
Católica, uma prática mantida pela Inquisição até o 
século XIX e que matou milhares de pessoas. Muitas das 
vítimas eram judeus, chamados de cristãos-novos 
(recém-convertidos ao catolicismo). O ressentimento 
contra os judeus aumentou na virada do século XIX para 
o XX, quando o antissemitismo dividiu a elite intelectual 
europeia. Em 1933, chegou ao poder na Alemanha o 
regime nazista, que tinha como pilares o racismo, o 
antissemitismo, o pangermanismo (união dos povos 
germânicos) e a eugenia (“melhoramento” da raça), além 
do totalitarismo e o anticomunismo. 
 Ainda no século XX, um regime abertamente racista, o 
apartheid na África do Sul, se manteve no poder por 42 
anos. Nos Estados Unidos, apenas em 1963 foram 
concedidos direitos iguais a negros que eram segregados 
em partes do país. E a chamada “limpeza étnica” 
também voltou a assombrar na Bósnia, Chechênia, 
Iraque, Congo, Sudão e em outros pontos do mundo. 
 
Limpeza étnica 
 
Exemplos recentes de conflitos e regimes racistas 
que vitimaram milhões 
 
RUANDA 
 Quando: 1994 
 Vítimas: tútsis 
 Motivação: guerra civil e 
racismo 
 Métodos: civis armados de facões e porretes 
 Número de mortos: 800.000 
 
Quando chegaram ao país, os belgas encontraram uma 
sociedade dividida entre camponeses hutus pobres e 
pastores tútsis prósperos. Para garantirem sua 
dominação, fizeram dos tútsis a aristocracia ruandesa. 
Em 1959, hutus se rebelaram e, em 1962, assumiram o 
poder. A violência se agravou em 1990, com a criação da 
Frente Patriótica Ruandesa (FPR), por tútsis exilados em 
Uganda. Quando o presidente Jouvenal Habyarimana 
morreu, em 1994, a população passou a ser 
bombardeada com informações de um complô tútsi, o 
que levou à execução de 75% dos tútsis que viviam em 
Ruanda. 
 
CAMBOJA 
 Quando: de 1975 a 1979 
 Vítimas: chineses, 
muçulmanos e vietnamitas, 
entre outras minorias 
 Motivação: eliminar etnias 
 Métodos: execuções a bala e mortes por fome e 
excesso de trabalho 
 Número de mortos: 215.000 chineses, 90.000 
muçulmanos e 20.000 vietnamitas 
 
“Preferimos matar dez amigos a deixar vivo um só 
inimigo”, dizia Pol Pot, líder do Khmer Vermelho, a ala 
mais radical do Partido Comunista local, que tomou o 
poder em 1975. Em quatro anos, o regime executou 1,7 
milhão de seus 8 milhões de habitantes. A maior parte 
dos mortos era da mesma etnia khmer e só morreu por 
causa do estado de paranoia e eliminação sistemática 
dos adversários implantado pelo regime cambojano. Na 
dúvida de quem era amigo ou inimigo, Pol Pot mandava 
eliminar todos. 
 
BÓSNIA 
 Quando: de 1991 a 1999 
 Vítimas: bósnios, sérvios, 
croatas e kosovares 
 Motivação: conflitos 
nacionalistas e movimentos separatistas 
 Métodos: ataques militares e estupros 
 Número de mortos: 300.000 
 
O conflito nos Bálcãs entre muçulmanos e católicos, 
sérvios e croatas, sérvios e albaneses tem mais de 200 
anos. Apenas nas quatro décadas em que o general 
ditador Josip Broz Tito unificou esses povos sob a 
bandeira da antiga Iugoslávia, houve certo entendimento. 
Com a morte de Tito, em 1980, a Eslovênia, a Croácia e 
a Bósnia declararam independência. Em 1990, o sérvio 
Slobodan Milosevic passou a eliminar os croatas. Os 
croatas fizeram o mesmo na Sérvia e na Bósnia. E 
muçulmanos bósnios atacaram croatas e sérvios. 
Manipulados pela propaganda nacionalista, cada um dos 
povos acreditava apenas responder à ameaça inimiga. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 CHH  História  
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHH  História  8 
Aceito, renegado, aceito novamente 
 
O homossexualismo era aceito na Antiguidade. 
A recriminação surgiu com o cristianismo 
 
Século VIII a.C. 
Um dos primeiros conjuntos de 
leis do mundo, o Código 
Hammurabi, da Mesopotâmia, do 
século VIII a.C., cita os 
prostitutos e prostitutas usados 
em rituais religiosos – e que 
tinham direito a privilégios 
especiais. 
JSP / ISTOCK PHOTO 
 
Séculos XX a.C. a IV d.C. 
As relações entre um homem 
mais velho e outro mais jovem 
eram normais e incentivadas na 
Grécia e em Roma. O mesmo não 
valia para dois homens da mesma 
idade – quando isso acontecia, 
eles eram perseguidos. 
 
FABIANA BERTONE 
 
Séculos IV a XIV 
O cristianismo tornou-se a religião 
oficial do Império Romano no século 
IV e, com ele, veio uma crescente 
aversão ao prazer e ao riso. A 
homossexualidade foi tratada como 
antinatural. 
 REPRODUÇÃO 
 
Século XIV 
O resgate dos valores clássicos 
ocasionou o retorno do gosto pela 
forma masculina. Mas, após a 
Peste Negra, entre 1347 e 1351, os 
sodomitas foram acusados de 
causar os males da sociedade. 
 REPRODUÇÃO 
 
Século XIX 
A Inglaterra condenava à forca os 
acusados de sodomia. Em 1861, o 
país trocou a forca por pena de dez 
anos de trabalhos forçados. O 
escritor Oscar Wilde cumpriu dois 
anos dessa pena depois de ser 
condenado por prática de 
homossexualismo. 
 REPRODUÇÃO 
 
Século XX 
A luta pelos direitos dos gays 
ganhou força nos anos 70, mas a 
homofobia permaneceu sendo 
expressada– muitas vezes com 
violência física, herança de um 
passado marcado por formas 
recorrentes de intolerância. 
 ZU1U / DREAMSTIME 
 O racismo e a intolerância causaram diversos 
massacres e injustiças no decorrer da história, dos 
gregos e romanos aos tempos atuais. 
 
 Genocídio é o termo aplicado para se referir ao 
massacre sistemático de um povo, visando a sua 
extinção. Foi o que ocorreu com os judeus na 
Alemanha nazista, com os armênios sob jugo turco 
em 1915 e com tútsis massacrados por hutus em 
Ruanda, em 1994. 
 
 Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha 
nazista perseguiu minorias que não correspondiam a 
seu ideal de raça ariana ou raça pura. Além de 6 
milhões de judeus, foram executados ciganos, 
homossexuais, presos, deficientes, militantes 
políticos e outros grupos étnicos e religiosos. 
 
 Os homossexuais sofreram perseguição com a 
expansão do cristianismo. Em alguns países, foram 
presos e condenados à morte. 
 
 O apartheid, regime que durou de 1948 a 1994, 
restringia os direitos dos não brancos na África do 
Sul. Nelson Mandela passou 27 anos preso por lutar 
pelos direitos dos negros em seu país e se tornou 
presidente depois de ser libertado. 
 
 Elaborada por Gilberto Freyre, a ideia de democracia 
racial – isto é, que não há racismo no Brasil ou que 
ele é insignificante – é um mito. Além do racismo que 
não aparece nas estatísticas, há o fato de que 
negros e pardos ganham menos do que os brancos, 
têm menor grau de escolaridade e ocupam menos 
cargos de gerência. 
 
********** ATIVIDADES 1 ********** 
 
Texto para as questões 1 e 2. 
 
À espera de um salvador 
 
Darfur, no Sudão, cenário de um genocídio silencioso, 
é um lugar sem lei 
 
 O mundo ignora ou finge ignorar que Darfur, no 
Sudão, é cenário de uma guerra de extermínio contra 
uma população indefesa. O mesmo mundo que se 
apieda de um filhote de urso-polar abandonado pela mãe 
no zoológico de Berlim fecha os olhos para as centenas 
de milhares de crianças subnutridas dos 130 campos de 
refugiados de Darfur, no oeste sudanês. Desde a 
independência do Império Britânico, em 1956, o norte do 
país detém o monopólio do poder político e econômico, 
concentrado na capital, Cartum. A partir de 2003, quando 
eclodiu o conflito entre o governo do ditador Omar 
al-Bashir e rebeldes de Darfur, intensificou-se a matança 
indiscriminada de cidadãos que não pertencem à etnia 
que se intitula “árabe”. Uma matança selvagem, seja por 
meio de fuzilamentos sumários, seja por meio da fome 
imposta pelo isolamento. 
 Darfur é dividida em três estados – do Norte, do Sul e 
do Oeste –, que representam quase um sexto do território 
 CHH  História  
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHH  História  9 
do Sudão, o maior país da África. Hoje, quase metade 
dos seus 6 milhões de habitantes vive em aglomerações 
humanas improvisadas. Outros 2 milhões ainda não 
deixaram suas aldeias, mas foram afetados pela 
destruição de lavouras ou pela morte de familiares. Com 
a justificativa de combater rebeldes que lutam contra o 
regime, o governo do Sudão bombardeia aldeias e apoia 
os janjaweeds, milícias autoproclamadas árabes cuja 
missão é limpar Darfur de outras etnias. Ao todo, já 
morreram 300.000 pessoas. 
 O número de combatentes e civis mortos de maneira 
violenta caiu nos últimos anos, mas não são as 
estatísticas que configuram um genocídio. 
 Há 60 anos, a Organização das Nações Unidas 
definiu como crime internacional a tentativa de destruir a 
totalidade ou parte de um grupo nacional, étnico, racial 
ou religioso. Segundo o texto da ONU, não é preciso 
haver assassinatos em massa para que um crime seja 
classificado como genocídio. Impor condições de vida 
subumanas a um grupo de pessoas semelhantes entre 
si, com o objetivo de levar à sua destruição física, 
também se enquadra nessa classificação. É o que ocorre 
em Darfur. 
 Os campos de refugiados são verdadeiras bombas 
populacionais: a maioria continua recebendo milhares de 
pessoas por ano. Elas buscam desesperadamente um 
lugar onde possam ter alguma sensação de segurança, 
por menor que seja. Nos campos, não há espaço para 
plantar ou manter uma criação numerosa de bodes e 
camelos. “Tenho uma pequena plantação a três horas de 
caminhada”, diz Tigani Suleiman, 55 anos, refugiado que 
consegue com isso obter uma renda equivalente a 2 
dólares por dia. Outros homens tentam algum 
subemprego nas cidades e as mulheres recolhem lenha 
para vender, sob o risco de serem estupradas nos 
arredores do campo. 
 Só mesmo a ajuda humanitária tem atenuado o drama 
dos refugiados. Graças a ela, a taxa de desnutrição caiu 
pela metade nos últimos anos. Atuam na região 
dezesseis agências da ONU e 85 ONGs, que prestam 
serviços como atendimento de saúde e distribuição de 
comida. Para cada 366 habitantes de Darfur, há um 
trabalhador humanitário. 
 
Veja, 24/12/2008 (com adaptações). 
 
.1. (AED-SP) 
 
Com base no texto, sintetize as origens do conflito no 
Sudão. 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.2. (AED-SP) 
 
Por que a ONU considera que não é preciso haver 
assassinatos em massa para que se configure um 
genocídio? 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.3. (INEP-MEC) 
 
 A viagem levou uns 20 minutos. O caminhão parou; 
via-se um grande portão e, em cima do portão, uma frase 
bem iluminada (cuja lembrança ainda hoje me atormenta 
nos sonhos): “Arbeit macht frei” – o trabalho liberta. 
Descemos, fazem-nos entrar numa sala ampla, nua e 
fracamente aquecida. Que sede! O leve zumbido da água 
nos canos da calefação nos enlouquece: faz quatro dias 
que não bebemos nada. 
 
LEVI, Primo. É isto um homem? Rio de Janeiro: 
Rocco, 1988, p. 20. 
 
A descrição acima – de um prisioneiro chegando a 
Auschwitz – revela angústia e horror. Os campos de 
concentração nazistas eram: 
 
(A) lugares de reabilitação de doentes mentais, 
criminosos comuns e prisioneiros políticos. 
(B) instalados apenas na Alemanha e, neles, foram 
alojados, durante a Segunda Guerra Mundial, judeus, 
homossexuais e comunistas. 
(C) lugares de execução sumária e imediata de inimigos 
nacionais alemães e de pessoas que se recusavam 
a trabalhar. 
(D) instalados para acolher os imigrantes que, vindos da 
Europa Oriental, tentavam penetrarno território do 
Terceiro Reich sem autorização. 
(E) lugares onde os considerados indesejáveis eram 
submetidos a humilhações, trabalhos forçados ou 
execuções em massa. 
 
.4. (UNICAMP-SP) 
 
O primeiro recenseamento geral do Império foi realizado 
em 1872. Nos recenseamentos parciais anteriores, não 
se perguntava sobre a cor da população. O censo de 
1872, ao inserir essa informação, indica uma mudança, 
orientada por um entendimento do conceito de raça que 
ancorava a cor em um suporte pretensamente mais 
rígido. Com a crise da escravidão e do regime 
monárquico, que levou ao enfraquecimento dos pilares 
da distinção social, a cor e a raça tornavam-se 
necessárias. 
 
Adaptado de Ivana Stolze Lima, Cores, Marcas e Falas: 
Sentidos da Mestiçagem no Império do Brasil. Rio de 
Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p. 109-121. 
 
A partir do enunciado, podemos concluir que há um uso 
político na maneira de classificar a população, já que: 
 
(A) o conceito de raça permitia classificar a população a 
partir de um critério mais objetivo e exato do que a 
cor, o que era necessário em um momento de 
transição para um novo regime. 
 CHH  História  
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHH  História  10 
(B) no final do Império, o enfraquecimento dos pilares da 
distinção social era causado pelo fim da escravidão. 
Nesse contexto, ao perguntar sobre a raça da 
população, o censo permitiria elaborar políticas 
visando à inclusão social dos ex-escravos. 
(C) a introdução do conceito de raça no censo devia-se a 
uma concepção, difundida após 1870, que propunha 
a organização da sociedade a partir de critérios 
objetivos e científicos, o que levaria a uma maior 
igualdade social. 
(D) no final do Império, a associação entre a cor da pele 
e o conceito de raça criava um novo critério de 
exclusão social, capaz de substituir as formas de 
distinção que eram próprias da sociedade escravista 
e monárquica em crise. 
 
.5. (ENEM-MEC) 
 
O artigo 402 do Código Penal Brasileiro de 1890 dizia: 
Fazer nas ruas e praças exercícios de agilidade e 
destreza corporal, conhecidos como capoeiragem: andar 
em correrias, com armas ou instrumentos capazes de 
produzir lesão corporal, provocando tumulto ou 
desordens. 
 
Pena: Prisão de dois a seis meses. 
 
SOARES, C. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 
1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria de Cultura, 1994 (adaptado). 
 
O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza 
medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal 
regulamento expressava 
 
(A) a manutenção de parte da legislação do Império com 
vistas ao controle da criminalidade urbana. 
(B) a política de eliminação das diferenças e das 
desigualdades sociais, com o extermínio dos pobres. 
(C) o caráter disciplinador de uma sociedade 
industrializada, desejosa de um equilíbrio entre 
progresso e civilização. 
(D) a criminalização de práticas culturais e a persistência 
de valores que vinculavam certos grupos ao passado 
de escravidão. 
(E) o poder do regime escravista, que mantinha os 
negros como categoria social inferior, discriminada e 
segregada. 
 
.6. (INEP-MEC) 
 
Sobre a intolerância racial nas Américas nos anos 1950 e 
1960, pode-se afirmar que: 
 
(A) leis segregacionistas no sul dos Estados Unidos 
forçaram os negros a usar instalações públicas e 
frequentar escolas à parte. 
(B) a Lei dos Direitos Civis nos Estados Unidos agravou, 
em 1963, a segregação racial. 
(C) a discriminação racial é uma característica norte- 
-americana. No Brasil, há integração das etnias e 
democracia racial. 
(D) a organização paramilitar denominada Panteras 
Negras originou-se no Brasil, como resistência à 
opressão dos brancos. 
(E) nos países de passado escravocrata, o preconceito 
racial tornou-se importante incentivo à política de 
integração étnica. 
 
.7. (UNICAMP-SP) 
 
No século XIX, surgiu um novo modo de explicar as 
diferenças entre os povos: o racismo. Mas, se os arianos 
originaram tanto os povos da Índia quanto os da Europa, 
o que justificaria o domínio dos ingleses sobre a Índia? A 
suposta explicação é que os arianos da Índia se 
enfraqueceram na miscigenação com os aborígenes. 
Mas por que essa ideia não foi aplicada no sentido 
oposto? Ou seja: por que os arianos da Índia não 
aperfeiçoaram aquela raça em vez de se 
enfraquecerem? 
 
Adaptado de Anthony Pagden, Povos e Impérios. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p. 188-94. 
 
Segundo o texto, podemos concluir que o pensamento 
racista do século XIX: 
 
(A) era incoerente, pois os britânicos se consideravam 
superiores aos indianos, porém ambos possuíam a 
mesma origem racial; além disso, o racismo não 
explicava por que a miscigenação enfraqueceu as 
raças superiores e não fortaleceu as inferiores. 
(B) era um modo de explicar as diferenças entre os 
povos pela miscigenação, que poderia levar tanto ao 
fortalecimento dos povos inferiores quanto ao 
enfraquecimento dos superiores. 
(C) era incoerente porque explicava a superioridade e o 
domínio dos ingleses sobre os indianos pelo fato de 
ambos terem a mesma origem em povos arianos; 
porém não explicava por que a miscigenação não 
fortaleceu as raças consideradas superiores. 
(D) era uma forma de legitimar o domínio dos ingleses 
sobre os indianos a partir de suas diferentes origens 
raciais; porém não explicava por que a miscigenação 
entre ingleses e indianos não levara ao 
aperfeiçoamento das raças consideradas inferiores. 
 
********** ATIVIDADES 2 ********** 
 
 
C1 
Compreender os elementos culturais que constituem 
as identidades. 
 
H1 
Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes 
documentais acerca de aspectos da cultura. 
 
.8. (ENEM-MEC) 
 
 O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes 
construções de concreto e as estações de metrô, e cada 
dia se torna mais presente nas grandes metrópoles 
mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de 
Nova lorque. É formado por três elementos: a música (o 
rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No 
hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como 
uma forma de resistência política. 
 Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop 
afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso 
 CHH  História  
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHH  História  11 
político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. 
Apesar de ser um movimento originário das periferias 
norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, 
onde se instalou com certa naturalidade – o que, no 
entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha 
sofrido influências locais. O movimento no Brasil é 
híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido 
com capoeira e grafite de cores muito vivas. 
 
Adaptado de Ciência e Cultura, 2004. 
 
De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação 
artística tipicamente urbana, que tem como principais 
características 
 
(A) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter 
nacionalista. 
(B) a alienação política e a preocupação com o conflito 
de gerações. 
(C) a afirmação dos socialmente excluídos e a 
combinação de linguagens. 
(D) a integração de diferentes classes sociais e a 
exaltação do progresso. 
(E) a valorização da natureza e o compromisso com os 
ideais norte-americanos. 
 
 
H2 
Analisar a produção da memória pelas sociedades 
humanas. 
 
.9. (ENEM-MEC) 
 
 A cafeicultura atingiu a província de São Paulo, 
adentrando a região do Vale do Paraíba paulista. 
Cidades como Areias e Bananal tornaram-se, após os 
anos 1850, as mais ricas vilas da província. Na Fazenda 
Resgate, em Bananal: “... São 21 quartos, dos quais 
cinco são alcovas, onde as moças dormiam vigiadas 
pelos pais. Sua sala de visitas é adornada em estilo 
rococó. 
 [...] Pertencia a Manoel de Aguiar Vallim, a Resgate 
chegou a produzir 1% da riqueza nacional. Na época, a 
fazenda era quase autossuficiente. Só importava sal e 
peixe salgado. Produzia anil, fumo, açúcar mascavo e 
algodão, com o qual se teciam as roupas usadas pelos 
escravos. 
 [...] Longe de manter a Resgate para o próprio deleite, 
Braga (atual proprietário da fazenda) permite que grupos 
de estudantes visitem o casarão... ‘Eu me considero uma 
espécie de fiel depositário da Resgate. Acho justo que as 
pessoas tenham acesso à memória do país’.” 
 
Ângela Pimenta. Pá na memória. Revista Veja, 
24/4/1996, edição 1441, p. 122-125. 
 
Pode-se considerar que: 
 
I. a Fazenda Resgate é um patrimônio histórico 
representativo do período de grande riqueza 
obtida com a cafeicultura na região. 
 
II. a decadência da Fazenda Resgate relaciona-se 
com o descaso do poder público com o 
patrimônio cultural nacional. 
III. a preservação da Fazenda Resgate ocorre 
devido à importância que o seu atual proprietário 
concede a ela, pois é parte da memória do 
desenvolvimento econômico do país. 
 
Dentre essas afirmações, 
 
(A) somente I e II estão corretas. 
(B) somente I e III estão corretas. 
(C) somente II e III estão corretas. 
(D) I, II e III estão corretas. 
(E) somente a III está correta. 
 
 
H3 
Associar as manifestações culturais do presente aos 
seus processos históricos. 
 
.10. (ENEM-MEC) 
 
 A identidade negra não surge da tomada de 
consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma 
diferença biológica entre populações negras e brancas 
e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo 
processo histórico que começa com o descobrimento, no 
século XV, do continente africano e de seus habitantes 
pelos navegadores portugueses, descobrimento esse 
que abriu o caminho às relações mercantilistas com a 
África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à 
colonização do continente africano e de seus povos. 
 
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a 
identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: 
reflexões e experiências. Brasília: 
Semtec/MEC, 2003, p. 37. 
 
Com relação ao assunto tratado no texto, é correto 
afirmar que 
 
(A) a colonização da África pelos europeus foi 
simultânea ao descobrimento desse continente. 
(B) a existência de lucrativo comércio na África levou os 
portugueses a desenvolverem esse continente. 
(C) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início 
da escravidão no Brasil. 
(D) a exploração da África decorreu do movimento de 
expansão europeia do início da Idade Moderna. 
(E) a colonização da África antecedeu as relações 
comerciais entre esse continente e a Europa. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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*MÓDULO 2* 
 
Cultura – Religiões 
 
O caminho para um só Deus 
 
 Criar deuses diferentes foi uma maneira de os povos 
da Pré-História e da Antiguidade tentarem entender e 
explicar os fenômenos da natureza e os ciclos da vida. 
Cultuar o deus da chuva era uma forma de pedir 
proteção em tempos de seca, por exemplo. O culto a 
muitos deuses é chamado de politeísmo. Vários povos 
europeus, africanos, asiáticos e americanos (como os 
índios brasileiros) tinham cultos animistas (em louvor aos 
elementos da natureza). 
 Assim como os gregos o foram antes deles, os 
romanos eram politeístas e se dedicavam aos rituais 
religiosos. Todas as casas possuíam um cômodo 
reservado para as oferendas e orações aos deuses. 
Além das divindades de origem estrangeira (muitas delas 
gregas), o próprio imperador, no período imperial, era um 
deus a ser cultuado. No fim do período republicano 
(séculos V a I a.C.), já era comum a crença em vida após 
a morte, uma doutrina que seria fundamental dentro do 
cristianismo prestes a surgir entre os hebreus, então 
dominados por Roma. 
 Os hebreus foram o primeiro povo a abandonar o 
poIiteísmo e a crer em uma divindade única e maior. 
Embora não tenha valor científico, a saga dos hebreus é 
narrada no Velho Testamento desde suas origens na 
Mesopotâmia até suas constantes mudanças entre 
Canaã ou Palestina (hoje Israel) e o Egito, entre os anos 
2000 a.C. e 1500 a.C. Os hebreus conseguiram formar 
Israel por volta de 1010 a.C., reino que teve como 
soberanos Saul, Davi e Salomão. Quando os romanos 
destruíram Jerusalém, no século I, teve início a grande 
Diáspora, ou seja, a dispersão dos judeus pelo mundo. 
Eles viveram em grupos separados por 2.000 anos, até a 
criaçãodo Estado de Israel, apenas em 1948. O 
sentimento de pertencer a uma só nação foi possível 
apenas em razão de sua forte crença religiosa e do fato 
de acreditarem que a Palestina estava destinada a eles 
por vontade divina. 
 Com alguns ensinamentos morais em comum com o 
judaísmo, já então consolidado entre os hebreus, o 
cristianismo se baseou nas pregações de um hebreu, 
Jesus Cristo, transmitidas por seus apóstolos. A nova 
religião se difundiu aos poucos entre os romanos, mas 
seus seguidores foram perseguidos por não aceitarem o 
caráter divino do imperador e serem considerados 
subversivos. No século II, com o império já em 
decadência e sofrendo invasões bárbaras, o número de 
cristãos aumentou consideravelmente. Em 313, o 
imperador Constantino se converteu ao cristianismo e 
deu liberdade religiosa aos romanos, no chamado Edito 
de Milão. Em 380, Teodósio I tornou essa a religião 
oficial do império. Quinze anos depois, Teodósio dividiu o 
império em dois, o do Ocidente, em Roma, e o do 
Oriente, em Constantinopla. O primeiro seria a base da 
Igreja Católica Apostólica Romana; o segundo seria o 
Império Bizantino, que a partir de 1054 seria regido pela 
Igreja Ortodoxa, fundada com a separação do 
cristianismo. Essa divisão, conhecida como Cisma do 
Oriente, ocorreu por motivos de doutrina. 
 A Idade Média europeia viveu sob a força do 
teocentrismo: Deus é o centro e a explicação para tudo. 
Com o apoio do império e dos bárbaros convertidos, a 
Igreja Católica passou a acumular terras e fortunas. Com 
tanto poder nas mãos, as autoridades católicas fizeram 
de tudo para aumentá-lo ainda mais, recebendo doações 
e benesses dos novos reinos que se formavam em troca 
de confortos e garantias espirituais. Os sacerdotes 
muitas vezes usavam como pretexto o suposto combate 
à heresia (prática contrária à doutrina da Igreja) para 
obter mais poder ou enfraquecer aqueles que não 
contribuíam com a Igreja. O símbolo máximo dessa 
repressão foi a instauração, no século XIII, dos tribunais 
do Santo Ofício, ou Inquisição. 
 As invasões na Europa 
diminuíram a partir do 
século XI e, na mesma 
época, a Igreja conseguiu 
reduzir os conflitos entre os 
senhores feudais. A Europa 
entrou em relativo período 
de paz e segurança, 
mantido também sob as 
rígidas e violentas normas 
da Inquisição. A agricultura 
prosperou e a população 
aumentou, fazendo com 
que os nobres e a Igreja 
ambicionassem mais 
espaço e poder, o que os 
levaria às Cruzadas. 
 REPRODUÇÃO 
 
 Papiro do século II chamado P52, que contém 
trechos, em grego, do Evangelho Segundo João 
 
 O homem desenvolveu crenças e religiões desde a 
Pré-História para tentar explicar fenômenos da 
natureza e do ciclo da vida. 
 
 Os hebreus foram os primeiros a desenvolver uma 
religião monoteísta (crente em um Deus único). 
Depois vieram os cristãos e os islâmicos. 
 
 O Império Romano, a princípio, sufocava a fé cristã, 
mas ela ganhou força e, no século IV, virou a religião 
oficial dos romanos. 
 
 A Idade Média viu o fortalecimento financeiro e 
político da Igreja Católica, que, por meio de 
iniciativas como as Cruzadas e a Inquisição, 
procurou ampliar seu poder e manter seus fiéis. 
 
 Vários movimentos de cisão da Igreja Católica 
ganharam força a partir do século XVI, criando 
religiões denominadas protestantes. 
 
 A fé islâmica ou muçulmana começou no século VII, 
período no qual viveu o profeta Maomé, e unificou 
tribos árabes antes inimigas. 
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 Maomé foi não apenas um profeta, mas também 
general e líder político. Conquistou pessoalmente a 
cidade de Meca, que se tornou a cidade mais 
sagrada para os muçulmanos. 
 
 O sionismo foi o movimento entre os judeus para 
colonizar a Palestina e fundar um país próprio. Israel 
foi criado em 1948, então com o respaldo da ONU, 
mas encontrou imediata resistência dos vizinhos 
árabes. 
 
 O nacionalismo árabe surgiu no século XX como 
movimento de independência dos povos islâmicos e 
tinha caráter secular e mesmo antirreligioso. 
 
 O Islã radical surgiu no século XX como movimento 
de independência dos povos árabes e tinha caráter 
secular e mesmo antirreligioso. 
 
********** ATIVIDADES 1 ********** 
 
Texto para as questões de 1 a 3. 
 
Quem foi Maomé 
 
Profeta e fundador do islamismo, ele também 
exerceu o papel de líder político e militar 
 
 Maomé, o profeta máximo do Islã, teve três fases em 
sua vida: de comerciante, profeta e profeta-general. 
Nascido com o nome Muhammad Ibn Abdullah, em 570, 
na cidade de Meca (na atual Arábia Saudita), perdeu a 
mãe aos 6 anos e seu pai antes de nascer. Foi criado 
pelo tio Abu Talib e desde cedo começou a trabalhar com 
comércio. Sua família era influente e bem relacionada e, 
aos 25 anos, casou-se com uma rica comerciante, 
Cadija, então com 40 anos. O casamento duraria 24 
anos. 
 Maomé tinha contato com cristãos e judeus, que 
conviviam com pagãos na Arábia da época. Aos 40 anos, 
quando meditava numa caverna, afirmou ter recebido a 
visita do arcanjo Gabriel, que passou a lhe revelar a 
palavra de Deus. Analfabeto, o profeta não escreveu ele 
mesmo os versos, mas seus seguidores fizeram isso em 
qualquer material disponível, como folhas de palmeira. 
Compilados após sua morte, os textos formam o Corão. 
 Na fase de Meca, os versos eram brandos e falavam 
principalmente contra a avareza e a obrigação de ajudar 
os pobres. Quando, no entanto, Maomé passou a 
condenar os ídolos pagãos no templo central de Meca, 
criou animosidades em torno de si e de seu clã. 
 Em 619, morreu Cadija, que deixou a Maomé seis 
filhos, entre eles dois homens, que morreriam antes dele. 
Casou-se novamente, com duas mulheres ao mesmo 
tempo. Uma delas, Aisha, tinha 7 anos. Aisha seria uma 
figura importante para o Islã, ao recoletar os versos do 
Corão e liderar uma disputa política que separaria xiitas e 
sunitas. 
 Em 9 de setembro de 622, Maomé fugiu de Meca, 
perseguido pelos pagãos. Esse fato é considerado tão 
importante que é a data inicial do calendário islâmico. 
Instalou-se na cidade de Medina, onde conseguiu 
converter muitos seguidores. Aos 52 anos, era não 
apenas um profeta, mas um líder político e militar. 
 Maomé reagia a ataques de tribos rivais com seu 
exército e passou a conquistar cidades. Em 630, tomou 
Meca. Ordenou a destruição de todos os ídolos do 
templo pagão, deixando apenas uma pedra preta. 
Segundo Maomé, a pedra datava da época de Adão e 
Eva e havia ficado preta em razão dos pecados dos 
homens. Em volta dessa pedrafoi construída a Caaba, o 
templo que é o lugar mais sagrado para os islâmicos. 
 Se os versos da fase de Meca eram relativamente 
“paz e amor”, os versos da fase de Medina tornaram-se 
mais militaristas. Desse período data o Verso da Espada 
(Corão 9:5), que afirma: “Mas quando os meses 
sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras 
(564), onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e 
espreitai-os; porém, caso se arrependam, observem a 
oração e paguem o zakat, abri-Ihes o caminho. Sabei 
que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo”, um 
preferido dos radicais contemporâneos. 
 Em Medina, Maomé casou-se várias vezes, chegando 
a ter 10 mulheres ao mesmo tempo – para os demais 
homens, o limite estabelecido era quatro. Além do Corão, 
os Hadiths, diversos livros que contam sua vida, são 
também sagrados aos islâmicos. Esses exemplos e as 
revelações no Corão estabelecem os preceitos que 
formam a Sharia, as leis islâmicas. 
 Maomé não deixou filhos homens, o que, ao morrer 
em 632, aos 62 anos, causou sérios problemas de 
sucessão no império que havia criado. Dessa sucessão 
conflituosa nasceu a divisão entre xiitas e sunitas. 
 
Superinteressante, São Paulo, mar. 2010. 
 
.1. (AED-SP) 
 
Antes de se tornar profeta, Maomé teve outra atividade 
profissional. Qual foi ela? 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.2. (AED-SP) 
 
Qual é a data inicial do calendário islâmico e por quê? 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.3. (AED-SP) 
 
Maomé mudou profundamente a política de sua terra 
natal. Como? 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
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.4. (ENEM-MEC) 
 
 “A burca não é um símbolo religioso, é um símbolo da 
subjugação, da subjugação das mulheres. Quero dizer 
solenemente que não será bem-recebida em nosso 
território.” 
 
Nicolas Sarkozy, presidente da França. 
estadao.com.br, 22/6/2009. 
 
 Deputados que integram a Comissão Parlamentar 
encarregada de analisar o uso da burca na França 
propuseram a proibição de todos os tipos de véus 
islâmicos integrais nos serviços públicos. (...) A resolução 
prevê a proibição do uso de tais vestimentas nos serviços 
públicos – hospitais, transportes, escolas públicas e 
outras instalações do governo. 
 
Folha Online, 26/1/2010. 
 
Com base nos textos acima e em seus conhecimentos, 
assinale a afirmação correta sobre o assunto. 
 
(A) O governo francês proibiu as práticas rituais 
islâmicas em todo o território nacional. 
(B) Apesar da obrigatoriedade do uso da burca se 
originar de preocupações morais, o presidente 
francês a considera um traje religioso. 
(C) A maioria dos Estados nacionais do Ocidente, 
inclusive a França, optou pela adoção de políticas de 
repressão à diversidade religiosa. 
(D) As tensões políticas e culturais na França cresceram 
nas últimas décadas com o aumento do fluxo 
imigratório de populações islâmicas. 
(E) A intolerância religiosa dos franceses, fruto da 
Revolução de 1789, impede a aceitação do 
islamismo e do judaísmo na França. 
 
.5. (INEP-MEC) 
 
Maomé, nascido em Meca, na Arábia, insatisfeito com o 
paganismo, declarou ter visto o anjo Gabriel, que lhe 
apresentara um texto com a ordem de recitá-lo. 
Considerando-se então o último e maior de todos os 
profetas, Maomé promoveu a conversão das tribos da 
Arábia. A era muçulmana caracterizou-se pela: 
 
(A) divisão das esferas de poder político e de poder 
religioso, constituindo um Estado laico, mas no qual 
a Igreja assumia um lugar privilegiado. 
(B) expansão territorial do Islã, que se fez inclusive à 
custa do Império Persa e do Império Bizantino, 
enfraquecidos por graves crises internas. 
(C) conversão forçada dos povos conquistados à nova 
religião do Islã, com a proibição dos cultos judeus e 
cristãos e o confisco de terras. 
(D) rejeição total à assimilação da cultura dos povos 
conquistados e das culturas antigas, em nome da 
verdadeira compreensão da palavra de Deus. 
(E) proibição das concentrações urbanas, do comércio e 
da geração de novas técnicas de trabalho, 
considerados contrários aos preceitos do Corão. 
.6. (VUNESP) 
 
 “[Na Idade Média] Homens e mulheres gostavam 
muito de festas. Isso vinha, geralmente, tanto das velhas 
tradições pagãs (...), quanto da liturgia cristã.” 
 
Jacques Le Goff. A Idade Média Explicada 
aos Meus Filhos, 2007. 
 
Sobre essas festas medievais, podemos dizer que: 
 
(A) muitos relatos do cotidiano medieval indicam que 
havia um confronto entre as festas de origem pagã e 
as criadas pelo cristianismo. 
(B) os torneios eram as principais festas e rompiam as 
distinções sociais entre senhores e servos, que, 
montados em cavalos, se divertiam juntos. 
(C) a Igreja Católica apoiava todo tipo de comemoração 
popular, mesmo quando se tratava do culto a alguma 
divindade pagã. 
(D) as festas rurais representavam sempre as relações 
sociais presentes no campo, com a encenação do 
ritual de sagração de cavaleiros. 
(E) religiosos e nobres preferiam as festas privadas e 
pagãs, recusando-se a participar dos grandes 
eventos públicos cristãos. 
 
.7. (ENEM-MEC) 
 
 Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, 
Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert 
esta frase: “Quando os deuses tinham deixado de existir 
e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na 
história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem 
ficou sozinho”. Os deuses pagãos nunca deixaram de 
existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o 
mundo, mas, no breve momento de solidão flagrado por 
Flaubert, o homem ocidental se viu livre da metafísica – e 
não gostou, claro. Quem quer ficar sozinho num mundo 
que não domina e mal compreende, sem o apoio e o 
consolo de uma teologia, qualquer teologia? 
 
Luís Fernando Veríssimo. Banquete com os Deuses. 
 
O cristianismo, após ter sido durante muito tempo 
combatido pelo Império Romano, tornou-se sua religião 
oficial no século IV. O reconhecimento do cristianismo 
pelo Império Romano corresponde: 
 
(A) ao Concílio Ecumênico, que aboliu os cultos pagãos 
e promoveu a expansão do cristianismo. 
(B) ao Edito de Milão, que concedeu liberdade de culto 
aos cristãos e proibiu as perseguições. 
(C) à Pax Romana, que pôs fim aos conflitosreligiosos e 
atestou a hegemonia do cristianismo na Europa. 
(D) ao Concílio de Trento, que sistematizou e tornou 
obrigatório o ensino do cristianismo em todo o 
Império. 
(E) ao Triunvirato, que conferiu poder político a bispos e 
considerou heresia qualquer outra crença religiosa. 
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.8. (INEP-MEC) 
 
A compreensão do mundo por meio da religião é uma 
disposição que traduz o pensamento medieval, cujo 
pressuposto é: 
 
(A) o antropocentrismo: a valorização do homem como 
centro do Universo e a crença no caráter divino da 
natureza humana. 
(B) a escolástica: a busca da salvação através do 
conhecimento da filosofia clássica e da assimilação 
do paganismo. 
(C) o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de 
fé e razão, uma vez que o Universo, infinito, é parte 
da substância divina. 
(D) o positivismo: submissão do homem aos dogmas 
instituídos pela Igreja e não questionamento das leis 
divinas. 
(E) o teocentrismo: concepção predominante na 
produção intelectual e artística medieval, que 
considera Deus o centro do Universo. 
 
********** ATIVIDADES 2 ********** 
 
 
H4 
Comparar pontos de vista expressos em diferentes 
fontes sobre determinado aspecto da cultura. 
 
.9. (ENEM-MEC) 
 
Usamos um calendário que tem como ponto inicial o 
nascimento de Cristo. Assim, o ano de 2002 marca o 
tempo transcorrido desde o nascimento de Jesus. O 
marco inicial do calendário muçulmano é a fuga do 
profeta Maomé da cidade de Meca para Medina. 
 
Pode-se afirmar que os calendários muçulmano e cristão 
estão organizados a partir de uma referência 
 
(A) política. 
(B) religiosa. 
(C) econômica. 
(D) militar. 
(E) social. 
 
 
H5 
Identificar as manifestações ou representações da 
diversidade do patrimônio cultural e artístico em 
diferentes sociedades. 
 
.10. (ENEM-MEC) 
 
 A Festa do Divino foi instituída em Portugal nos 
primeiros anos do século XIV pela rainha Isabel, mulher 
de D. Diniz, quando construiu a igreja do Espírito Santo 
em Alenquer. No Brasil, popularizou-se no século XVI e é 
celebrada ainda no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas 
Gerais, Paraná, Santa Catarina, Maranhão, Amazonas, 
Espírito Santo e Goiás, com missa cantada, procissão, 
leilão de prendas e as manifestações folclóricas 
peculiares de cada região. Na preparação da festa 
realiza-se uma folia, com a bandeira do Divino, para 
arrecadar fundos, e são armados coretos, palanques e 
um trono para o imperador do Divino. Trata-se de uma 
criança ou adulto que, durante a festa, exerce poderes 
majestáticos, chegando até a libertar presos comuns em 
algumas regiões de Portugal e do Brasil. 
 
www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/6ritos/divino.html 
 
De acordo com o texto, sobre a Festa do Divino, conclui- 
-se que 
 
(A) foi criada no Brasil em homenagem à rainha Isabel 
de Portugal. 
(B) é herança da cultura europeia cristã trazida pelos 
colonizadores. 
(C) descaracterizou-se ao incorporar manifestações 
folclóricas. 
(D) servia para arrecadar fundos ao imperador em 
Portugal. 
(E) as manifestações folclóricas incorporadas à Festa do 
Divino estão relacionadas à família real. 
 
.11. (ENEM-MEC) 
 
 
 
Pintura rupestre da Toca do Pajaú – PI. www.betocelli.com 
 
A pintura rupestre acima, que é um patrimônio cultural 
brasileiro, expressa 
 
(A) o conflito entre os povos indígenas e os europeus 
durante o processo de colonização do Brasil. 
(B) a organização social e política de um povo indígena 
e a hierarquia entre seus membros. 
(C) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram 
durante a chamada pré-história do Brasil. 
(D) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes 
dinossauros atualmente extintos. 
(E) a constante guerra entre diferentes grupos 
paleoíndios da América durante o período colonial. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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*MÓDULO 3* 
 
Sociedade – Mulheres 
 
Rainhas do lar 
 
 A divisão do trabalho moldou a maneira como as 
sociedades humanas se fizeram e também a forma como 
as pessoas se organizaram em sua vida privada. Por 
causa da gestação e da amamentação, à mulher coube o 
cuidado com os filhos e com os trabalhos em casa ou 
próximos dela (como a colheita e o manuseio dos 
alimentos). O homem, que podia se distanciar e estava 
sempre apto ao trabalho, foi adquirindo funções de 
comando e atribuições como participar de batalhas. A 
sociedade patriarcal, baseada no poder do homem, foi a 
base de quase todas as civilizações desde a Antiguidade. 
 No mundo antigo e feudal, os homens sempre 
estiveram nos cargos de comando, com raras exceções –
como Cleópatra, cogovernante do Egito no século I a.C., 
ou a imperatriz bizantina Irene (século IX). Em muitas 
cidades-Estado da Grécia, as mulheres não tinham 
direitos políticos e as crianças só ficavam sob seus 
cuidados quando pequenas – assim que chegavam à 
idade de receber educação, por volta dos 7 anos, eram 
entregues aos tutores e professores, todos homens. 
Entre os romanos, o homem detinha tanto poder que 
podia aceitar ou rejeitar um filho, condenando-o algumas 
vezes a uma vida de escravidão ou morte. A rejeição era 
comum entre crianças do sexo feminino e aquelas com 
deficiências. O primogênito (filho mais velho) tinha 
privilégios especiais em várias sociedades, como direito 
maior à herança e até a uma porção maior de comida. Na 
Idade Média, muitos primogênitos herdavam sozinhos as 
terras do pai, virando suseranos (o senhor feudal), e 
transformavam os irmãos em vassalos (nobres que 
deviam ser fiéisao suserano e prestar-lhe serviços). A 
sociedade era patriarcal (girava em torno do chefe de 
família) e as mulheres, desprovidas de direitos, 
dependiam dos pais, irmãos e marido. 
 A vida em família durante a Idade Média girava em 
torno das obrigações com a Igreja e com o trabalho no 
campo. A expectativa de vida era baixa (em torno de 30 
anos) e a mortalidade infantil, altíssima (em torno de 
45%), em parte devido ao desconhecimento da 
importância da higiene para evitar doenças que 
vitimavam mais facilmente os mais frágeis. No século IX, 
os bispos carolíngios redigiram tratados regularizando o 
casamento e dando alguns direitos às mulheres (como o 
de não apanhar dos homens) e às crianças (elas eram 
uma dádiva e deviam ser aceitas pelos pais). Em 
algumas regiões da Europa, monastérios formavam 
escolas e abrigavam órfãos e filhos de camponeses, que 
assim eram alfabetizados e educados. Essa benesse era 
dada aos meninos e jovens do sexo masculino e era 
muito restrita, já que mais de 90% da população era 
analfabeta. 
 A Idade Moderna teve mulheres poderosas, como 
Isabel I de Castela, que, com o marido, Fernando II de 
Aragão, formou o casal mais poderoso do século XV, os 
Reis Católicos da Espanha. Também foi marcante a 
passagem pelo poder da rainha Elizabeth I, da Inglaterra 
(século XVII), soberana em uma época de ebulição 
política e cultural em seu país (o escritor William 
Shakespeare ganhou fama nesse período). Eram 
mulheres da nobreza e com acesso à educação, e foram 
exceções numa linha do tempo essencialmente 
masculina. 
 A mulher permaneceu relegada aos bastidores do 
poder até muito recentemente. A Revolução Industrial do 
século XVIII tirou-a de casa e do campo e a colocou nas 
fábricas (muitas vezes, com os filhos). No século XIX, as 
mulheres assumiram novos postos nas áreas de 
educação e saúde (enfermagem), mas ainda não podiam 
votar. O primeiro país a conceder o sufrágio (direito a 
voto) feminino foi a Nova Zelândia, em 1893. A Inglaterra 
teve um longo movimento sufragista, com protestos, 
prisões e até uma morte, e regularizou o voto depois da 
Primeira Guerra Mundial, em 1918. Pouco mais de 60 
anos depois, o país 
elegeria uma mulher 
para o cargo de 
primeira-ministra, 
Margareth Thatcher, 
que governou em 
conjunto com outra 
rainha Elizabeth (II). No 
Brasil, as mulheres 
puderam votar a partir 
de 1932, mas só as 
casadas (com 
autorização do marido) 
e as viúvas e solteiras 
que tivessem renda 
própria. 
 REPRODUÇÃO 
 
 Elizabeth I: uma mulher no 
poder inglês no século XVII 
 
 A divisão de tarefas dentro da família levou o homem 
a cuidar da provisão de alimentos e bens, enquanto 
a mulher ficou encarregada de cuidar da prole e do 
lar. 
 
 Nas sociedades patriarcais, vigentes na Idade Média 
europeia e no Brasil colonial, todos deviam obedecer 
ao chefe da família. Até a divisão de herança 
privilegiava apenas os homens. 
 
 Até o Renascimento, a educação era ligada a temas 
religiosos e, fora do clero e da nobreza, poucos eram 
letrados. 
 
 A educação das crianças passou a ser considerada 
pelas classes mais altas a partir dos séculos XVII e 
XVIII. Crianças proletárias trabalhavam na lavoura, 
nas minas e fábricas desde muito cedo, por volta dos 
6 ou 7 anos. 
 CHH  História  
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHH  História  17 
 O século XX viu o surgimento de várias conquistas 
femininas, como o sufrágio (direito ao voto) nas 
primeiras décadas e a revolução sexual na década 
de 1960, catalisada, entre outros fatores, pelo 
desenvolvimento da pílula anticoncepcional. 
 
 As mulheres representam quase metade da força de 
trabalho do Brasil, mas ganham menos que os 
homens para exercer funções iguais. 
 
********** ATIVIDADES 1 ********** 
 
Texto para as questões 1 e 2. 
 
Elas chegaram lá 
 
O Brasil está sendo comandado por uma mulher. 
Muitas famílias também 
 
 A batalha diária da 
múltipla jornada feminina 
tem surtido efeito: 
as mulheres ganharam 
espaço no mercado de 
trabalho em praticamente 
todos os setores – e 
muitas já exibem o maior 
salário da casa. De acordo 
com estudo divulgado em 
setembro pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), 25,7% 
das mulheres têm hoje 
salário igual ou maior que 
o do marido no Brasil. 
Esse percentual faz parte de um universo de 13 milhões 
de casais, nos quais o homem é apontado como chefe da 
casa e a mulher também trabalha. O Brasil tem ainda 
mais 5 milhões de casais nos quais a mulher é 
apresentada como chefe. 
 Os tempos de “Amélia” estão, definitivamente, ficando 
para trás. O termo ficou famoso como sinônimo de 
“mulher do lar” por causa do samba Ai, que Saudades da 
Amélia, de Mário Lago e Ataulfo Alves. Lançada em 
1941, a música ressaltava as virtudes de uma mulher que 
se dedicava de corpo e alma ao bem-estar do marido. 
Livres da sombra da submissão, muitas mulheres de hoje 
não querem se dedicar exclusivamente às tarefas 
domésticas e não esperam, em contrapartida, que caiba 
sempre ao homem a tarefa de pagar a conta do 
restaurante. 
 Muitos homens ainda não lidam muito bem com essa 
nova realidade. Nessa briga de saldos bancários, quem 
acaba pagando a conta muitas vezes é a harmonia 
conjugal. Coordenadora administrativa de uma empresa 
de planos de saúde de São Paulo, Cláudia Donegati, de 
44 anos, tinha um salário quase igual ao do marido até 
receber uma promoção. O contracheque engordou, 
Cláudia ficou satisfeita com o reconhecimento 
profissional, mas acabou arranjando dor de cabeça em 
casa. 
 “Lembro que na época meu marido se sentiu 
inferiorizado com a situação e o relacionamento deu uma 
boa balançada”, conta. Foram três anos de muita 
conversa e ajuda de terapia até reverter a situação. 
 Uma das consequências mais comuns – e polêmicas 
– da superioridade profissional feminina é que a mulher 
passa a esperar que o homem assuma parte das tarefas 
domésticas. O poder financeiro também dá a ela o direito 
de tomar algumas decisões que tradicionalmente são do 
marido – a marca do carro, por exemplo. “O homem, 
culturalmente, cresce para ter poder, copiando o modelo 
do pai e do avô. Quando vê que na casa dele está sendo 
diferente, ele se pergunta o que está fazendo de errado”, 
afirma a consultora Neli Barboza. 
 
Você S/A Especial, 1/12/2010 (com adaptações). 
 
.1. (AED-SP) 
 
Amélia é o símbolo da dona de casa dedicada aos 
afazeres domésticos e submissa ao marido. Por que 
esse estereótipo tem se tornado menos comum na 
sociedade brasileira? 
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___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.2. (AED-SP) 
 
Por que muitos homens têm dificuldades para aceitar que 
as mulheres ganhem mais do que eles? 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.3. (ENEM-MEC) 
 
Texto 1: 
 
 Durante a Idade Média europeia, as estratégias 
matrimoniais organizavam e sustentavam as relações 
sociais. O casamento era antes de tudo um pacto entre 
famílias. Nesse ato, a mulher era ao mesmo tempo 
doada e recebida, como um ser passivo. Sua principal 
virtude, dentro e fora do casamento, deveria ser a 
obediência, a submissão. Solteira, era identificada 
sempre como “filia” de, “soror” de. Casada, passava a ser 
personificada como “uxor” de. Filha, irmã, esposa: os 
homens deviam ser sua referência. 
 
MACEDO, José Rivair. A Mulher na Idade Média. 5.ª ed. 
São Paulo: Contexto, 2002 (com adaptações). 
 
Texto 2: 
 
 “O que as revistas femininas aconselhavam às 
leitoras: 
 
 [...] – A mulher deve fazer o marido descansar nas 
horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços 
domésticos. (Jornal das Moças, 1959). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AFP 
 
 Eleita com 55,7 milhões de 
votos, Dilma Rousseff é a 
primeira mulher na 
Presidência do Brasil 
 CHH  História  
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 – Se o seu marido fuma, não arrume brigas pelo 
simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros 
espalhados por toda a casa. (Jornal das Moças, 1957). 
 
 – O lugar de mulher é no lar, o trabalho fora de casa 
masculiniza. (Querida, 1955). [...].” 
 
In: COTRIM, Gilberto. História e Consciência 
do Brasil. 7.ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 
 
Com base na leitura comparativa dos textos, constata-se 
que: 
 
(A) o patriarcalismo medieval europeu influenciou, 
durante muito tempo, a cultura brasileira, tendo em 
comum a valorização da submissão feminina. 
(B) a ideologia patriarcal da Europa renascentista foi 
absorvida, sem alterações, pela sociedade brasileira 
na ditadura militar. 
(C) o Direito Romano, desde a Antiguidade, submeteu a 
mulher a uma inferioridade legal, que vigora na atual 
legislação brasileira. 
(D) as mulheres não possuíam direitos civis, tanto na 
Europa, na Idade Moderna, quanto no Brasil, na 
segunda metade do século XX. 
(E) o papel feminino está subordinado, nas duas 
conjunturas históricas, coisificando a mulher, contudo 
não existe a discriminação de gênero na sociedade 
brasileira atual. 
 
.4. (INEP-MEC) 
 
 “Entre Adão e Deus, no paraíso, não havia mais que 
uma mulher; ela, porém, não encontrou um momento de 
descanso enquanto não conseguiu lançar seu marido 
para fora do jardim das delícias e condenar Cristo ao 
tormento da cruz.” 
 
VITRY, Jacques. Apud GIORDANI, Mário C. História do 
Mundo Feudal. Petrópolis, Vozes, vol. 2, 1983, p. 210. 
 
Analisando o texto de Jacques Vitry, um autor do século 
XVIII, e o papel da mulher nas sociedades da 
Antiguidade, na Idade Média e na Idade Moderna, 
assinale a proposição falsa: 
 
(A) Na maioria das sociedades da Antiguidade, com 
exceção da egípcia (onde algumas mulheres tiveram 
papel de relevo), a mulher tinha pouca importância, 
sendo considerada, frequentemente, uma 
propriedade. 
(B) Como podemos perceber no texto, o preconceito 
contra as mulheres foi reforçado na Idade Média. 
(C) A visão preconceituosa do autor, em relação à 
mulher, é tão grande que atribui a ela a expulsão do 
homem do paraíso e, até mesmo, a condenação de 
Cristo à morte na cruz. 
(D) Em alguns momentos da História da Europa, a 
mulher foi identificada como encarnação do mal. 
Muitas delas foram perseguidas, condenadas por 
“heresias e bruxaria”. 
(E) Com o advento da imprensa, o desenvolvimento 
urbano e a disseminação das ideias liberais, as 
mulheres, gradativamente, passaram a ter condições 
iguais às dos homens. Já no início da Idade 
Moderna, na Inglaterra e na França, conseguiram o 
direito ao voto e o de serem eleitas para a Câmara 
dos Comuns (Inglaterra) e para a Convenção 
Nacional (França). 
 
.5. (ENEM-MEC) 
 
Os dados da tabela mostram uma tendência de 
diminuição, no Brasil, do número de filhos por mulher. 
 
Evolução das Taxas de Fecundidade 
Época Número de filhos por mulher 
Século XIX 7 
1960 6,2 
1980 4,01 
1991 2,9 
1996 2,32 
 
Fonte: IBGE, contagem da população de 1996. 
 
Dentre as alternativas, a que melhor explica essa 
tendência é: 
 
(A) Eficiência da política demográfica oficial por meio de 
campanhas publicitárias. 
(B) Introdução de legislações específicas que 
desestimulam casamentos precoces. 
(C) Mudança na legislação que normatiza as relações de 
trabalho, suspendendo incentivos para trabalhadoras 
com mais de dois filhos. 
(D) Aumento significativo de esterilidade decorrente de 
fatores ambientais. 
(E) Maior esclarecimento da população e maior 
participação feminina no mercado de trabalho. 
 
.6. (ENEM-MEC) 
 
A tabela apresenta a taxa de desemprego, em 
percentuais, dos jovens entre 15 e 24 anos, estratificada 
com base em diferentes categorias. 
 
Região Homens Mulheres 
Norte 15,3 23,8 
Nordeste 10,7 18,8 
Centro-Oeste 13,3 20,6 
Sul 11,6 19,4 
Sudeste 16,9 25,7 
Grau de Instrução 
Menos de 1 ano 7,4 16,1 
De 1 a 3 anos 8,9 16,4 
De 4 a 7 anos 15,1 22,8 
De 8 a 10 anos 17,8 27,8 
De 11 a 14 anos 12,6 19,6 
Mais de 15 anos 11,0 7,3 
 
Fonte: PNAD/IBGE, 1998. 
 
Considerando apenas os dados anteriores e analisando 
as características de candidatos a emprego, é possível 
concluir que teriam menor chance de consegui-lo: 
 CHH  História  
 _________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHH  História  19 
(A) mulheres, concluintes do Ensino Médio, moradoras 
da cidade de São Paulo. 
(B) mulheres, concluintes de curso superior, moradoras 
da cidade do Rio de Janeiro. 
(C) homens, com curso de pós-graduação, moradores 
de Manaus. 
(D) homens, com dois anos de Ensino Fundamental, 
moradores de Recife. 
(E) mulheres, com Ensino Médio incompleto, moradoras 
de Belo Horizonte. 
 
********** ATIVIDADES 2 ********** 
 
 
 
C3 
Compreender a produção e o papel histórico das 
instituições sociais, políticas e econômicas, 
associando-as aos diferentes grupos, conflitos e 
movimentos sociais. 
 
H11 
Identificar registros de práticas de grupos sociais no 
tempo e no espaço. 
 
.7. (ENEM-MEC) 
 
Um grupo de estudantes, saindo de uma escola, 
observou uma pessoa catando latinhas de alumínio 
jogadas na calçada. Um deles considerou curioso que a 
falta de civilidade de quem deixa lixo pelas ruas acaba 
sendo útil para a subsistência de um desempregado. 
Outro estudante comentou o significado econômico da 
sucata recolhida, pois ouvira dizer que a maior parte do 
alumínio das latas estaria sendo reciclada. Tentando 
sintetizar o que estava sendo observado, um terceiro 
estudante fez três anotações, que apresentou em aula no 
dia seguinte: 
 
I. A catação de latinhas é prejudicial à indústria de 
alumínio. 
 
II. A situação observada nas ruas revela uma 
condição de duplo desequilíbrio: do ser humano 
com a natureza e dos seres humanos entre si. 
 
III. Atividades humanas resultantes de problemas 
sociais e ambientais podem gerar reflexos 
(refletir) na economia. 
 
Dessas afirmações, você tenderia a concordar, apenas, 
com 
 
(A) I e II. 
(B) I e III. 
(C) II e III. 
(D) II. 
(E) III. 
 
 
H12 
Analisar o papel da Justiça como instituição na 
organização das sociedades. 
 
.8. (ENEM-MEC) 
 
O texto refere-se às terras indígenas. 
 
 A criação dessas áreas tem como finalidade proteger 
e garantir a sobrevivência dos grupos indígenas. Elas 
são controladas pela Funai. No entanto, parte dessas 
terras ainda não está demarcada, o que facilita a entrada 
nessas áreas e sua utilização para outras atividades 
como a agropecuária, a mineração, a extração de 
madeiras, a construção de hidrelétricas e rodovias. 
Muitos grupos indígenas abandonam suas terras, 
encontrando sérios problemas para sua sobrevivência. 
 
Adaptado de www.ibge.gov.br 
 
Além da Funai e dos índios, estão envolvidos no 
processo de demarcação de terras indígenas 
 
(A) grupos dos sem-terra e comerciantes. 
(B) empresários e governos. 
(C) grileiros e ambulantes. 
(D) embaixadas estrangeiras e comerciantes. 
(E) desempregados e industriais. 
 
 
 
H13 
Analisar a atuação dos movimentos sociais que 
contribuíram para mudanças ou rupturas em processos 
de disputa pelo poder. 
 
.9. (ENEM-MEC) 
 
Leia as citações. 
 
Constituição de 1937 
 
Dos direitos sociais 
Art. 139 – A greve e o lock-out são declarados recursos 
antissociais nocivos ao trabalho e ao capital e 
incompatíveis com os superiores interesses da produção 
nacional. 
 
Constituição de 1988 
 
Dos direitos sociais 
Art. 9.º – É assegurado o direito de greve, competindo 
aos trabalhadores decidir sobre os interesses que devam 
por meio dele defender. 
 
Analisando as citações às referidas Constituições, é 
possível afirmar que o direito de greve 
 
(A) ajudou a desenvolver a indústria nacional a partir de 
1937, durante a ditadura Vargas. 
(B) foi uma conquista social recente, no contexto da 
ditadura militar dos anos 1960, período de 
conquistas democráticas. 
(C) foi proibido durante a ditadura Vargas e conquistado 
em 1988, em um contexto de abertura democrática. 
(D) permitiu às categorias profissionais realizarem a 
greve de acordo com sua vontade, tanto em 1937 
quanto em 1988. 
(E) é permitido pelas duas Constituições, desde que 
esteja de acordo com os superiores interesses 
nacionais. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 CHH  História  
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*MÓDULO 4* 
 
Cultura – Choque 
 
O Ocidente conhece o Oriente 
 
 O período entre a ascensão de Alexandre ao poder 
(336 a.C.) e o domínio da Grécia pelos romanos (146 
a.C.) é chamado de Helenístico. Durante esses dois 
séculos, os gregos expandiram seu território, o que levou 
a um encontro com a cultura oriental. 
 Alexandre assumiu o poder aos 20 anos, após o 
assassinato de seu pai, Filipe II. Quando Alexandre 
nasceu, seu pai, um governante da Macedônia (norte da 
Grécia), havia acabado de conquistar as outras cidades- 
-Estado, então bastante enfraquecidas por guerras 
constantes entre atenienses e espartanos, e unificou a 
Grécia sob um governo único. O jovem Alexandre herdou 
um grande território – mas queria mais. Sua maior 
batalha foi travada para conquistar o reino da Pérsia, sob 
governo de Dario III. Nos combates, mostrou seu talento 
para dirigir exércitos e criar novas armas. Anexou a Síria, 
a Fenícia, a Palestina, o Egito e a Mesopotâmia. 
 Educado pelo filósofo grego Aristóteles, Alexandre 
difundia a cultura grega conforme expandia o império. Ao 
chegar ao Egito, fundou uma cidade para substituir 
Atenas como centro de saber da época: batizada de 
Alexandria, ela passou a ser o mais importante centro do 
Mediterrâneo antes do domínio de Roma. A cidade tinha 
uma das maiores bibliotecas da Antiguidade, que reunia 
grande parte do conhecimento da época. Foi em 
Alexandria que Aristarco de Samos propôs pioneiramente 
que a Terra gira ao redor do Sol; que Euclides abriu uma 
escola de matemática; que Herófilo, o pai da anatomia, 
estudou o cérebro e os ritmos do pulso. Um dos 
estudantes de Alexandria foi Arquimedes, cuja 
contribuição para a humanidade em matemática e física 
inclui o aperfeiçoamento do sistema numérico e a 
invenção da alavanca e da roldana móvel. 
 Além do Egito e da Pérsia, Alexandre e seus exércitos 
foram além, atravessando a Ásia Menor e chegando ao 
rio Indo, na Índia. Nunca um grupo ocidental havia ido tão 
longe e levado a cultura grega (sua língua, a educação, a 
filosofia e a religião), o que gerou uma simbiose com os 
costumes locais. Aparentemente, Alexandre gostaria de 
avançar mais, mas seus homens, longe de casa havia 
vários anos, ameaçaram um motim caso não 
retornassem para a Grécia. 
 Na volta, Alexandre parou na Mesopotâmia e morreu, 
aos 32 anos, de uma febre desconhecida.

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