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INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO-
PSICOLOGIA DA SAÚDE E DESENVOLVIMENTO–PERÍODO 2◦/16
SEGUNDA AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM 
TEXTOS SOBRE O SEMINÁRIO
➢ Carina de Oliveira Ribeiro (74914)
➢ Calyanne Gonçalves 
Rio Grande 14,de Fevereiro de 2017.
 
IMUNIDADE, STRESS E DOENÇA.
Os psiconeuroimunologistas descobriram que o que ocorre em nossa cabeça é capaz
de afetar o funcionamento do nosso sistema imunológico. Acreditava-se que esses
dois campos eram razoavelmente distintos: o sistema imunológico mata bactérias,
fabrica anticorpos, procura tumores; o cérebro nos faz executar passos
incrementados de bicicleta, inventar a roda, eleger programas de TV favoritos. O
dogma da separação dos sistemas imunológicos e nervoso, no entanto caiu por terra. 
Os nervos do sistema nervoso autonômico se ramificam em direção aos tecidos
que formam ou armazenam as células do sistema imunológico, que vão para a
circulação sanguínea. Além disso, segundo se descobriu, o tecido do sistema
imunológico é sensível a (ou seja, tem receptores para) todos os hormônios
interessantes que a pituitária, comandada pelo cérebro, libera. Está claro que o
cérebro possui um potencial bastante grande para meter o bedelho nos assuntos do
sistema imunológico.
Os indícios da influência do cérebro no sistema imunológico datam pelo
menos um século. Desde as primeiras demonstrações de que, ao se balançar uma
rosa artificial na frente de alguém altamente alérgico a rosas (que não soubesse ser
falsa a rosa), esse alguém teria uma resposta alérgica.
·0 Exemplo da influência do cérebro no sistema imunológico:
Reúna um grupo de atores profissionais e faça-os passar um dia inteiro
representando ou uma cena depressiva, negativa ou uma eufórica, alto-astral. Os
que representaram cenas do primeiro tipo depressiva/negativa apresentaram menor
resposta imunológica, enquanto os que representaram cenas do segundo tipo
eufórica/alto-astral, apresentaram um aumento dessa mesma resposta 
SISTEMA IMUNOLÓGICO:
O trabalho primário do sistema imunológico é defender o corpo contra agentes
infecciosos, tais como viroses, bactérias, fungos e parasitas. O processo é
desencorajador e complexo. Um dos motivos é porque o sistema imunológico precisa
reconhecer a diferença entre célula que são partes normais do corpo e aquelas que
são invasoras (no jargão imunológico distinguir as células “self” das “non-self). De
alguma forma, o sistema imunológico é capaz de se lembrar da aparência de cada
célula do corpo, e quaisquer células que não tenham a nossa assinatura celular
distintiva (por exemplo as bactérias) são atacadas. Além disso quando o sistema
imunológico encontra um invasor novo, pode até mesmo formar uma memória
imunológica da sua aparência, a fim de melhor se preparar o seu sistema
imunológico par um ataque de verdade, é esse o processo explorado.
Quem protege o nosso corpo?
As defesas imunológicas são colocadas em cena por um conjunto complexo de
células chamadas linfócitos e monócitos (coletivamente conhecido como glóbulos
brancos do sangue). Citos é um termo para células.
Há duas classes de linfócitos: células, ou também linfócitos, T e células, ou
linfócitos, B ambas são produzidas pela medula óssea, porém os linfócitos T migram
para o timo a fim de dar início ao seu processo de maturação (daí o T), enquanto a
maturação dos linfócitos B acontece na própria medula. Os linfócitos B produzem
principalmente anticorpos, mas há diversos tipos de linfócitos T (linfócitos T
auxiliares e T suspensores).
Como os linfócitos e monócitos protegem o nosso corpo?
O agente infeccioso é encontrado por macrófago, tipo de monócito. O encontro
estimula o macrófago a apresentar o agente infeccioso e um linfócito T-auxiliar(tipo
de glóbulo branco do sangue) e a liberar interleucina-1 (IL-1), que auxilia a atividade
do linfócito T auxiliar. Como resultado, o linfócito T-auxiliar libera inteleucina-2 (IL-
2) que detona a proliferação de linfócitos T. isso leva a proliferação de outros tipos de
glóbulos branco do sangue, o dos linfócitos citotóxicos, matadores, que destroem o
agente infeccioso.
 O sistema imunológico possui uma particularidade. Em diferentes regiões do
fígado, por exemplo, precisam coordenar alguma atividade, têm a vantagem de suas
localizações serem adjacentes. Porém, o sistema imunológico está distribuído pela
circulação. A fim de fazer soar alarmes imunológicos por esse sistema remoto,
desenvolvem-se mensageiros químicos fabricados pelo sangue que promovem a
comunicação entre diferentes tipos de células, chamados de citocinas.
·1 Exemplo:
Quando os macrófagos reconhecem de início um agente infeccioso, liberam um
mensageiro chamado interleucina-1. Esse estimula o linfócito T auxiliar a liberar
interleucina-2, que por sua vez estimula a produção do linfócito T auxiliar (para
complicar a vida, existem mais meia dúzia, pelo menos, de interleucinas adicionais
com papéis mais específicos). No front dos anticorpos, os linfócitos T também
produzem o fator de crescimento dos linfócitos B. outros tipos de mensageiros, como
os interferons, ativam tipos mais gerais de linfócitos.
Apesar de o processo de separar as células “self” das “non-self” funcione bem
(embora os parasitas tropicais realmente insidiosos, como os que causaram
esquistossomose, tenham evoluído a ponto de piratear a assinatura das células do
corpo par a burlar as defesas do sistema imunológico).
O que acontece se algo der errado com a diferenciação feita pelo sistema
imunológico?
Um possível óbvio de erro é o corpo deixar de perceber um invasor infeccioso.
Outro tipo de erro no qual o sistema imunológico decide que algo é um invasor
perigoso, quando na realidade não é. Nesses tipos de erro, algum composto
perfeitamente inócuo presente no mundo ao redor detona uma reação de alarme. 
·2 Exemplo:
Se ingerir algo que normalmente se come (um amendoim ou marisco, ou algo
inofensivo presente no ar, como o pólen). O sistema imunológico já decidiu
erroneamente que a coisa em questão, além de estranha, é perigosa, e põe-se em
marcha. Isso é a alergia.
COMO O STRESS INIBE A FUNÇÃO IMUNOLÓGICA?
Faz quase 60 anos que Sele descobriu os primeiros sinais do imunossupressão
provocada pelo estresse, observando que nos ratos expostos acontecimentos
desagradáveis ocorriam à atrofia de tecidos do sistema imunológico, tais como o
timo. Desde então, os conhecimentos dos cientistas a respeito das sutilezas do
sistema imunológico se ampliaram. Eles descobriram que períodos de estresse
prejudicam uma ampla variedade de funções imunológicas.
O estresse suprime a formação de novos linfócitos e a sua liberação na
corrente sanguínea, além de encurtar o tempo de permanência na circulação dos
linfócitos já existentes. Inibe também a produção de novos anticorpos em resposta
aos agentes infecciosos e prejudica a comunicação entre os linfócitos, por meio da
liberação de mensageiros importantes. Da mesma forma, inibe a resposta
imunológica inata, suprimindo inflamações. Tudo isso é causado pelos estressores
dos mais variados tipos (físicos e psicológicos, em primatas, ratos, aves e até mesmos
peixes. E, claro, também em humanos).
A maneira documentada de como tal supressão imunológica ocorre é via
glicocorticoides. Os glicocorticoides interrompem a formação de novos linfócitos no
timo, formando atrofia no timo.
Por volta de 1960, antes de ser possível medir-se diretamente a quantidade de
glicocorticoides no sangue, uma forma indireta de fazê-lo era verificar o quanto a
glândula do timo de um animal havia encolhido.
·3 Exemplo:
Quanto menor o timo, mais glicocorticoides nacirculação. Os glicocorticoides
interrompem a formação de novos linfócitos no timo, e a maior parte do tecido tímico
é feita dessas novas células, prontas para serem liberadas na corrente sanguínea. Ao
inibir a liberação de mensageiros como as interleucinas e os interferons, os
glicocorticoides também tornam os linfócitos em circulação menos reativos a um
alarme infeccioso.
Os glicocorticoides fazem os linfócitos serem arrancados da circulação e
levados de volta aos tecidos imunológicos, onde ficam armazenados. A maioria dos
efeitos dos glicocorticoides é voltada contra os linfócitos T, e não contra os B, o que
significa que a imunidade medida pelas células é mais prejudicada do que a
imunidade mediada pelas células é mais prejudicada do que a imunidade mediada
por anticorpos.
POR QUE A IMUNIDADE É SUPRIMIDA DURANTE O ESTRESSE?
Através da ciência atual, se descobriu que o estresse provoca ativamente
descargas de energia, a fim de desarmar o sistema imunológico preexistente: tecidos
são atrofiados, células são destruídas. Isso não pode ser explicado como uma mera
interrupção dos gastos energéticos, pois o corpo está pagando, energeticamente, para
se livrar do sistema imunológico. Assim cai por terra essa extensão da teoria dos
projetos de longo prazo versus os de curto prazo.
Sobre determinadas circunstâncias, o sistema imunológico exige que o corpo
secrete hormônios, os quais em última instância suprimirão o sistema imunológico.
Qualquer que seja o motivo pelo qual ocorre a imunossupressão, às vezes o sistema
imunológico a incentiva. Provavelmente não se trata de algo acidental.
·4 Exemplo:
O que acontece é que, nos primeiros minutos (digamos, nos 30 minutos
iniciais) após a eclosão do estressor, a imunidade não é suprimida de maneira
uniforme. Muitos aspectos são inclusive estimulados. Ativar partes do sistema
imunológico que nas semanas á frente produzirão anticorpos maravilhosos pode ser
vantajoso para você, mas é ainda mais vantajoso ativar parte do sistema imunológico
que ajudarão o organismo nesse exato instante. Mais células do sistema imunológico
são despejadas na corrente sanguínea e no sistema nervoso atingido, mais células do
processo inflamatório infiltram-se no local da invasão.
Além disso, os linfócitos presentes na circulação tornam-se mais eficientes em
liberar e responder aos mensageiros imunológicos do sistema imunológico é lançada
na saliva. Esse aumento da resposta do sistema imunológico não acontece apenas
devido à confrontação com desafios infecciosos: todos os estressores físicos e
psicológicos aparentemente provocam a ativação do primeiro estágio da resposta
imunológica. Os imunossupressores, os glicocorticoides, parecem ser de importância
fundamental nesse processo, assim como o sistema nervoso simpático.
O estresse prolongado:
Dentro de uma hora depois do confronto, as ativações do sistema simpático e
dos glicocorticoides começam a exercer o efeito contrário, ou seja, a suprimir a
imunidade. Se o estressor encerra-se por volta desse período que se terá conseguido
com tal imunossupressão? Trazer a função imunológica da volta ao ponto inicial, ao
nível basal. O corpo só não retorna ao nível basal diante de estressores agudos de
duração ampliada ou de uma exposição verdadeiramente maciça aos glicocorticoides,
quando em vez disso se num espectro que pode ser qualificado como sendo de
imunossupressão. Na maioria dos processos imunológicos que se podem medir, os
estressores agudos prolongados fazem os índices decaírem de 40 a 70 por cento
abaixo do nível basal.
Entende se que se um estressor se prolonga demais,um que da adaptativa de
volta ao nível basal pode passar dos limites e trazer problemas. 
·5 Por que levou tanto tempo para que se entendesse isso?
·6 Primeiro: muitas técnicas usadas para mensurar o que
ocorre no sistema imunológico sé recentemente tornaram-se bastante
sensíveis para captar alterações pequenas e efêmeras, algo necessário
para se apreender a fase A.
·7 Segundo: a maioria dos pesquisadores da área estuda
estressores agudos e prolongados, ou administram grandes
quantidades de glicocorticoides por períodos extensos. No começo, os
cientistas estudavam apenas os tipos de estressores ou os padrões da
exposição aos glicocorticoides que levavam á fase C, e só mais tarde
circundaram as circunstâncias ainda mais sutis que revelam a fase B.
Em meados dos anos 80, Allan Munck, da universidade Dartmouth, previu a
resposta para a questão surgida dali a pouco tempo: por que fazer a função
imunologia cair aos níveis pré-stress (fase B do Diagrama) seria desejável? Por que o
corpo simplesmente não a fazia permanecer naquele nível mais elevado atingindo
durante os primeiros 30 minutos e colhia as vantagens de um sistema imunológico
ativado o tempo inteiro? Metaforicamente, porque não deixar o exército de defesa
sempre em estado de alerta máximo? Simples: porque sai muito caro.
É mais importante, e mais fácil um sistema que está sempre como o dedo no
gatilho em estado de alerta máximo se prolongar em algum momento e acabar
atirando num aliado sem querer. Isso é o que pode acontecer com sistemas
imunológicos que são ativados de forma crônica: eles começam a confundir partes do
corpo com invasores, e o resultado é uma doença autoimune.
·8 Exemplo:
Ao se congelar artificialmente os índices de glicocorticoides de ratos no nível
basal e em seguida estressá-los, os ratos passam pela fase A (medida principalmente
pela epinefrina), mas não pela B, pois não existe quantidade suficiente de
glicocorticoides para que ela possa acontecer. O risco de ratos desenvolverem
doenças autoimunes aumenta a partir de então.
Portanto, logo no início a resposta ao stress, o sistema imunológico é ativado,
em vez de inibido, e a resposta de estresse toma todas as medidas para garantir que
a ativação do sistema imune não desemboque na autoimunidade.
Tal descoberta obrigou essa área a passar por certo revisionismo. A
necessidade tornou-se ainda maior quando se descobriu que alguns aspectos que
classicamente se julgavam pertencentes á imunossupressão (ou seja, quando o
estresse dura tempo o bastante para começar a suprimir a imunidade) constituem
uma versão mais sutil desse aumento da resposta imunológica.
·9 Exemplo: 
Quando se ministra a alguém quantidades maciças de glicocorticoides, ou
quando um estressor muito agudo estende-se por várias horas, esses hormônios
matarão linfócitos indiscriminadamente, passando por cima deles como um rolo
compressor. Se houver um aumento sutis das concentrações de glicocorticoides por
um período curo (tal como ocorre na fase B), ao hormônios matarão apenas
determinado subgrupo de linfócitos, os mais velhos, os que já não funcionam tão
bem. Nesse estágio, os glicocorticoides ajudam a configurar a resposta imunológica,
livrando o corpo dos linfócitos que não são ideais para combater numa emergência
imediata. Portanto, isso conta como uma versão do aumento da resposta imune.
Afinal, os glicocorticoide e o estresse pioram ou melhoram os
sintomas da autoimunidade?
Descobriu-se que, ao mesmo tempo em que o estresse agudo aumenta o risco
de certo tipo de esclerose múltipla em ratos, o estresse crônico, por sua vez, suprime
os sintomas dessa mesma doença autoimune. O sistema aparentemente na evoluiu
para lidar com numerosa repetição de sucessivas ativações/desativações, e no fim
algo acaba se descoordenado, o que colabora para aumentar o risco de ele vir a
tornar-se autoimune.
ESTRESSE CRÔNICO E RISCO DE DOENÇAS
A resposta fisiológica a um estressor comum da sua vida de mamífero durar
por muito tempo ou ocorre com muita frequência,ela lhe trará problemas. A
capacidade dos estressores agudos de fazer que a imunidade caia a níveis mais
baixos do que o nível basal parece se encaixar nessa categoria. 
·10 Exemplo:
Conforme o vírus da AIDS já nos ensinou, se o sistema imunológico é suprido
por tempo suficiente, um homem de 30 anos acabará com cânceres e pneumonias que
antes só eram comumente vistas em pacientes idosos, e por médicos com 50 anos de
carreira nas costas. 
Pode, porém, o estresse crônico suprimir o sistema imunológico a ponto de
tornar o sujeito mais suscetível a pegar doenças que de outra forma não pegaria? E
uma vez contraída a doença, será que o corpo torna-se menos capaz de combatê-la?
Fatos provenientes das mais variada fontes surgem que o estresse pode
prejudicar o sistema imunológico e aumentar o risco de doenças. Mas apesar dessas
descobertas, ainda se está longe de saber exatamente o quanto o estresse crônico nos
torna mais vulneráveis a doenças que normalmente seriam combatidas pelo sistema
imunológico. Par compreender o atual desenvolvimento das pesquisas. Vamos dividir
as descobertas em suas partes componentes.
A abordagem de muitos neuropsicologistas é baseada na hipótese de que essa
ligação estabelece-se de acordo com as seguintes etapas:
1. Os indivíduos em questão passam por estresse;
2. O que causa a ativação da resposta de estresse (secreção
de glicocorticoides, epinefrina etc.);
3. A duração e a magnitude da resposta de estresse é
grande o suficiente par suprimir a função imunológica;
4. O que aumenta as chances de esses indivíduos pegarem
alguma doença infecciosa e prejudica suas defesas contra ela, depois
de a haverem contraído.
Assim, digamos que seja observado que determinada doença
relacionada ao sistema imunológico ocorre com mais frequência em situações
de estresse. Agora é preciso se colocar duas questões cruciais.
·11 Primeira: é possível demonstrar que, nos indivíduos
estressados que apresentarem a tal doença. Ocorreram as etapas 1 a
4? 
·12 Segundo: existe alguma outra explicação para o fato de
se começar com o estresse e terminar com a doença?
Há vários poréns. Consideremos algumas áreas em que existam relações
entre o estresse e as doenças associadas a disfunções imunológicas. Isso nos levará a
avaliar até que ponto essas relações são uma função progressiva das etapas 1 a 4, o
que chamaremos de “Rota Psiconeuroimune”, a qual liga estresse e doenças. Em
cada caso, consideraremos se existe uma sequência alternativa, a qual
denominaremos “Rota do estilo de Vida”, capaz de ligar estresse a doenças
relacionadas ao sistema imune, embora, ao mesmo tempo, desvie-se da sequência
das etapas de 1 a 4.
TESTANDO A LIGAÇÃO STRESS-DOENÇA
Apoio social e isolamento social 
De acordo com os dados, relatam que quanto menos relacionamentos sociais
uma pessoa tem, menor sua expectativa de vida e pior o impacto de varias doenças
infecciosas. Os relacionamentos medicamente protetores podem assumir as
seguintes formas: casamento,contato com amigos e família,participação em grupos
de igreja ou outras filiações grupais. O impacto das relações sociais na expectativa
de vida parece ser pelo menos tão grande quanto aquele exercido por variáveis como
fumo,hipertensão,obesidade e quantidade de atividade física. Entre os portadores de
uma mesma doença,quem tem menos conexões sociais exibe aproximadamente 2,5
vezes mais chance de morrer do que quem apresenta mais relacionamentos,tendo
controladas variáveis como idade,gênero e estado de saúde. 
Tal acontecimento pode ser explicado pela rota psiconeuroimune das etapas
de 1 a 4 que configuraria algo do tipo: pessoas socialmente isoladas são mais
estressadas por falta de escapes sociais e de apoio(etapa 1); isso leva à ativação
crônica de respostas de estresse(etapa 2); o que leva a imunossupressão (etapa 3); e a
mais doenças infecciosas(etapa 4).
 Só porque alguém é isolado socialmente não significa que seja estressado por causa
disso (existem muitos eremitas que dispensariam felizes da vida mais uma festa de
arromba lotada de gente).Em muitas pesquisas, os indivíduos que se encaixam no
perfil de isolados caracterizam a si mesmos como solitários.
Em muitas pesquisas, foi constatado que pessoas solitárias, isoladas possuem
menos anticorpos diante de certas vacinas.
 Além disso,em relação a tratamentos médicos, sabe-se que em indivíduos
socialmente isolados costumam ter mais dificuldade em seguir um tratamento
médico. Ao estilo de vida das pessoas,foi observado que diversas pesquisas
controlaram fatores de risco relacionados ao estilo de vida,tais como fumo,dieta ou
obediência ao tratamento médico ,e demonstraram que a relação entre isolamento e
saúde debilitada ainda existe. Além disso,pode-se comprovar o mesmo em primatas
não humanos,que não agridem a saúde com Big Mac ,álcool e fumo. Ao se infectar
macacos com SIV( o equivalente símio do HIV),os animais socialmente mais isolados
exibiram concentrações mais altas de glicocorticoides,menos anticorpos contra o
vírus ,carga viral e taxa de mortalidade mais altas- as etapas de 1 a 4,portanto.
Perda/Luto
A perda, uma versão extrema do isolamento social, refere-se aqui à perda de
alguém querido. Vários estudos sugerem que a perda realmente aumenta o risco de
morte, embora o efeito não seja assim tão potente. Provavelmente porque o risco
ocorre apenas num subgrupo de pessoas de luto, aquelas que possuem ainda um
fator de risco psicológico ou fisiológico para se somar à perda. Voltando ao estilo de
vida, pessoas de luto são mais sujeitas a não comer direito, não dormir bem e não se
exercitar de forma saudável. As pessoas tendem a se casar com quem é étnica e
geneticamente similar a elas mesmas. Essa tendência à “homogamia” inclui,
intrinsecamente, a inclinação acima da média que os casais têm de compartilhar
fatores de risco relacionados ao ambiente(além das chances maiores de
compartilharem os mesmos genes para doenças, fazendo com que este componente
da Rota de Estilo de Vida não esteja exatamente relacionado ao estilo de vida).
A gripe comum
Quando se fica estressado, aumentam as chances de pegar uma gripe.
Algumas pesquisas consideram eventos externos bastante duros, que a maioria das
pessoas consideraria estressante, como desemprego acompanhado de crise financeira
(etapa 1).Mas poucas observaram a magnitude da resposta de estresse (etapa
2).Entretanto, alterações relevantes em medidas do sistema imunológico já foram
documentadas. Por exemplo, nas pesquisas em que o estresse aumenta o risco de
gripe, os mesmos indivíduos que viviam situações estressantes exibiram menos
anticorpos contra a gripe secretados na saliva e nas vias nasais(etapas 3 e 4).
Mas o estresse altera o estilo de vida, e estilos de vida diferentes significam
graus diferentes de exposição aos vírus que causam gripes.
AIDS
AIDS é uma doença que causa imunossupressão acentuada, e que estressores
agudos suprimem o sistema imunológico, poderia o estresse aumentar as chances de
um soropositivo desenvolver a AIDS? E depois de instalada, o estresse poderia piorar
os efeitos da doença? Muitas pesquisas afirmam que sim. Os aspectos
psiconeuroimunes bem poderiam contribuir para a ligação entre o estresse e a piora
dos efeitos da Aids. Porém, mais pesquisas são necessárias para examinar quanto o
estresse influencia na obediência ao tratamento, em comparação com o sucesso do
desenrolar do tratamento.
Vírus latentes
Latência significa que o vírus depois de se esconder em algumas células suas,
entra em estado de hibernação por certo tempo e fica ali sem se replicar, só armando
uma emboscada perto do seu DNA. Em algum momento mais tarde, algo faz o vírus
dormente sair da latência e ele se reativa. Apóspassar por umas duas rodadas de
replicação, o vírus, agora com exército mais numeroso, esconde-se e entra em
latência de novo. Um exemplo de vírus latente é o vírus do herpes, que infecta o
sistema nervoso e não mede a atividade do sistema imunológico, mede outra coisa
que lhe dá a informação de que ele precisa para seus propósitos: a concentração de
glicocorticoides.
O Estresse e o Grande “C” 
 O que o estresse tem a ver com o câncer? As primeiras pesquisas sugerindo
que o estresse pudesse aumentar o risco de um diagnóstico de câncer são
provenientes de pesquisas com animais. Em alguns animais, como o rato, expondo
eles a um nível grande de estresse, pode aumentar as chances de eles terem algum
tipo de câncer.
A maioria dos cânceres em seres humanos surge devido a fatores genéticos ou
à exposição a agentes carcinogênicos do ambiente. O estresse pode não ter nada a
ver com o aparecimento do câncer, mas ele pode acelerar o processo de um tumor já
em desenvolvimento. Por exemplo, em uma pesquisa, pacientes que possuíam câncer
de mama que relataram passar por mais estresse, apresentaram menor atividade
das células naturais killer (que são células que impedem a dispersão dos tumores),
enquanto as mulheres que relataram contar com mais apoio psicossocial ou que
foram submetidas a alguma espécie de terapia em grupo exibiram maior atividade
das células NK.
Os milagres e o câncer 
Ao se reconhecer que fatores psicológicos, intervenções redutoras de estresse
e coisas do tipo são capazes de influenciar algo como o câncer, com frequência ocorre
um salto esperançoso e desesperado até a conclusão de que tais fatores podem
controlar o câncer. Quando se prova que isso é falso, ocorre uma torção corrosiva e
venenosa dos fatos: se você acredita falsamente que tem o poder de curar ou de
prevenir o câncer por meio do pensamento positivo, pode começar a acreditar que, se
você está morrendo por causa dessa doença, a culpa é toda sua.
Em um livro chamado Amor, medicina e milagres, fala sobre esse assunto e o
quão polêmico ele é. Mas trata que pessoas que tem coragem, amor e espiritualidade
suficientes, pode derrotar o câncer. Porém, se a pessoa passa por um nível muito
grande de estresse, pode complicar o caso. Além disso, um pesquisador que estudava
o estresse que faleceu, Herbert Weiner disse, ao envolver estresse e doença de forma
não científica: “As doenças são meras abstrações; não podem ser compreendidas sem
se considerar a pessoa que está doente.” 
Mas uma frase resume todo esse assunto, de acordo com o autor deste livro,
Siegel tratando de forma científica disse: “Não existem doenças incuráveis, só
pessoas incuráveis”.
EPÍLOGO: UM PERÍODO GROTESCO DA HISTÓRIA DA MEDICINA
 A noção de que a mente pode influenciar o sistema imune, de que
perturbações emocionais podem alterar a resistência a determinadas doenças é
fascinante.
Durante, toda a história mostra como a medicina reagiu a esses fatos, já que
no começo a descrença a esses assuntos era grande, mas depois de alguns casos
clínicos, como a SMSI (síndrome da morte súbita infantil) e outros casos, mostraram
que alterações emocionais afetam na resistência do organismo da doença. Com o
passar dos anos, esse conceito foi mudando, hoje ele é aceito, mas aliado ao
tratamento comum da doença.

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