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TITULAÇÕES Professora: Carolina Mauad Lopes Os reagentes padrão utilizados nas titulações ácido/base são sempre ácidos ou bases fortes, mais comumente HCl, HClO4, H2SO4, NaOH e KOH. TITULAÇÕES ÁCIDO/BASE 2 Três tipos de cálculos devem ser feitos para se construir a curva hipotética para a titulação de um ácido forte com uma base forte. TITULAÇÃO DE UM ÁCIDO FORTE COM UMA BASE FORTE 3 Cada um desses pontos corresponde a um estágio distinto da titulação: Pré-equivalência Na equivalência Pós equivalência No estágio pré-equivalência, computamos a concentração do ácido e sua concentração inicial e a quantidade da base adicionada. No ponto de equivalência, os íons hidrônio e hidróxido estão presentes em concentração igual, e a concentração de íons hidrônio é derivada diretamente da constante do produto 4 hidrônio é derivada diretamente da constante do produto iônico da água. No estágio pós-equivalência, a concentração analítica do excesso de base é calculada, e supõe-se que a concentração do íon hidróxido seja igual ou um múltiplo da sua concentração analítica Gerar a curva de titulação hipotética para a titulação de 50,00 mL de HCl 0,0500 mol/L com o NaOH 0,100 mol/L. Gerar a curva de titulação hipotética para a titulação de 50,00 mL de HCl 0,000500 mol/L com o NaOH 0,00100 mol/L. EXEMPLO 5 6 A escolha do indicador não é crítica quando a concentração do reagente é de aproximadamente 0,1 mol/L. Nesse caso, as diferenças de volumes na titulação com os três indicadores expostos são da mesma grandeza das incertezas associadas com a leitura da bureta; portanto são negligenciáveis. Note, entretanto, que o verde de bromocresol é inadequado para a titulação envolvendo o reagente 0,001 mol/L porque a variação de cor ocorre dentro de uma faixa de 5 mL, bem antes do ponto de equivalência. O uso da fenolftaleína está sujeito a objeções similares. Dos três indicadores, então, somente o azul de bromotimol fornece um ponto final satisfatório com um erro sistemático mínimo em titulações de soluções mais diluídas. As curvas de titulação de bases fortes são derivadas de modo análogo àquele usado para os ácidos fortes. Antes do ponto de equivalência, a solução é fortemente alcalina, a concentração de íons hidróxido está TITULAÇÃO DE UMA BASE FORTE COM UM ÁCIDO FORTE 7 alcalina, a concentração de íons hidróxido está numericamente relacionada com a molaridade analítica da base. A solução é neutra no ponto de equivalência e torna-se ácida na região após o ponto de equivalência; então a concentração do íon hidrônio é igual à concentração analítica do excesso de ácido forte. Calcular o pH durante a titulação de 50,00 mL de NaOH 0,0500 mol/L com HCl 0,1000 mol/L, após a adição dos seguintes volumes de reagente: (a) 24,50 mL; (b) 25,00 mL; (c) 25,50 mL. EXEMPLO 8 Quatro tipos marcadamente diferentes de cálculos são necessários para derivar uma curva de titulação de um ácido fraco (ou uma base fraca): 1. No início, a solução contém somente um ácido fraco ou uma base fraca, e o pH é calculado a partir da concentração do soluto e sua constante de dissociação. 2. Após a adição de vários incrementos de titulante (em quantidades CURVAS DE TITULAÇÃO PARA ÁCIDOS FRACOS 9 2. Após a adição de vários incrementos de titulante (em quantidades próximas, mas não iguais, a uma quantidade equivalente), a solução consiste em uma série de tampões. O pH de cada tampão pode ser calculado da concentração analítica da base ou do ácido conjugados e a concentração residual do ácido ou da base fracos. 3. No ponto de equivalência, a solução possui apenas o conjugado do ácido ou da base fracos que estão sendo tituladas (isto é, um sal), e o pH é calculado a partir da concentração desse produto. 4. Após o ponto de equivalência, o excesso de titulante ácido ou básico fortes reprime o caráter ácido ou alcalino do produto da reação em tal extensão que o pH é controlado em grande parte pela concentração do excesso do titulante. 10 Complexo ou composto de coordenação: quando um íon metálico ou uma substância qualquer se combina com um grupo doador de um par de elétrons. As espécies doadoras, ou ligantes, devem ter pelo menos um par de elétrons desemparelhado disponível para a formação da ligação. Um íon complexo é o resultado da união de um íon simples (metal) TITULAÇÕES DE COMPLEXAÇÃO Um íon complexo é o resultado da união de um íon simples (metal) com íons de carga oposta ou neutras, como no exemplo a seguir: [Ag(NH3)2] + – diaminoprata [Fe(CN)6] -3 – hexacianoferrato(III) [Ni(NH3)6] +2 – hexaaminoníquel [Al(H2O)6] +3 – hexaaquoalumínio [Zn(OH)4] -2 – tetrahidroxizincato 11 12 A constante de equilíbrio de íons complexos pode ser escrita tanto como constante de estabilidade ou de formação, quanto como constante de dissociação ou de instabilidade. Ag+(aq) + 2 NH3(aq) [Ag(NH3)2] + (aq) Kest = [[Ag(NH3)2] +] = 1,6 x 107 [Ag+][NH ]2[Ag+][NH3] 2 [Ag(NH3)2] + (aq) Ag + (aq) + 2 NH3(aq) Kint = [Ag +][NH3] 2 Kest = 1 = 1 = 6,25 x 10 -8 [[Ag(NH3)2] +] Kest 1,6 x 10 7 13 Complexo: produto de uma reação entre um ácido de Lewis e uma base de Lewis. A base de Lewis possui um par de elétrons disponível o qual é doado para o ácido de Lewis e o par de elétrons, no produto resultante, fica compartilhado por ambas as espécies químicas. Por exemplo, a formação de um íon alumínio hidratado quandoPor exemplo, a formação de um íon alumínio hidratado quando um sal de alumínio se dissolve em água é uma reação ácido-base de Lewis: Al+3 + 6 H2O [Al(H2O)6] +3 Ácido Base Complexo A fórmula química dos complexos é, tradicionalmente, colocada entre colchetes. Exemplos: [Cr(CO)6]; [Cr(H2O)6] +3; [CoCl4] -2 14 Ligantes: íons ou moléculas ligadas ao átomo metálico por coordenação. Devem possuir par ou pares de elétrons não compartilhados, para que estabeleçam as ligações. Um ligante pode ser: • um simples ânion, como por exemplo,Cl-, F-; • moléculas neutras tal como H2O, NH3; • espécies carregadas, tal como CN-. Quelato: quando um cátion metálico se liga a uma substância que possui dois ou mais grupos doadores de pares de elétrons (grupamentos contendo pares isolados de elétrons), de maneira que se forma uma ou mais estruturas em anel. Exemplo: 15 • espécies carregadas, tal como CN . H2N Pt NH2 Cl Cl A estrutura cíclica dos quelatos, envolvendo o íon metálico e os ligantes doadores de elétrons, fornece aos citados compostos uma estabilidade muito grande, permitindo, em muitos casos, a titulação direta do cátion metálico com o agente quelante, em presença de um indicador adequado. O número de agentes quelantes é muito elevado e, dentre os mais comuns, podem ser citados os seguintes: etilenodiamina, 8-hidroxiquinolina,podem ser citados os seguintes: etilenodiamina, 8-hidroxiquinolina, dimetilglioxima, sais sódicos do etilenodiaminotetraacético (EDTA) e muitos outros. Dentre os agentes quelantes citados, o EDTA é um dos mais importantes, devido às inúmeras utilidades que apresenta, tanto na química analítica, como na indústria e outros ramos da atividade humana. 16 O ácido etilenodiaminotetracético – também chamado ácido (etilenodinitrilo)tetracético –, comumente abreviado para EDTA (do inglês Ethilene Diamine Tetraacetic Acid), é o titulante complexométrico mais largamente utilizado. O EDTA apresenta a seguinte fórmula estrutural: EDTA 17 A molécula de EDTA tem seis sítios potenciais para a ligação de íons metálicos: quatro grupos carboxílicos e dois grupos amino, cada um dos últimos com um par de elétrons desemparelhados. Assim, o EDTA é um ligante hexadentado. As constantes de dissociação para os grupos ácidos doEDTA são K1 = 1,02 . 10 2, K2 = 2,14 . 10 3, K3 = 6,92 . 10 7 e K4 = 5,50 . 10 11. O interessante é que as duas primeiras constantes são quase da mesma ordem de grandeza, o que sugere que os dois prótons envolvidos dissociam-se a partir de extremidades opostas da molécula que é bastante longa. EDTA 18 de extremidades opostas da molécula que é bastante longa. Como conseqüência da separação física entre elas, a carga negativa criada pela primeira dissociação não afeta muito a remoção do segundo próton. As várias espécies de EDTA são freqüentemente abreviadas por H4Y, H3Y -, H2Y 2-, HY3-, e Y4-. COMPLEXOS DO EDTA COM ÍONS METÁLICOS 19 As soluções de EDTA são particularmente úteis como titulantes porque o reagente combina com íons metálicos na proporção de 1:1 não importando a carga do cátion. Por exemplo, os complexos de prata e alumínio são formados pelas reações: COMPLEXOS DO EDTA COM ÍONS METÁLICOS 20 Em geral, podemos escrever a reação do ânion EDTA com um íon metálico Mn+ como: O EDTA é um reagente notável não somente porque forma quelatos com todos os cátions, exceto os dos metais alcalinos, mas também porque a maioria desses quelatos é suficientemente estável para ser empregada em titulações. 21 O cálculo de [Mn], além do ponto de equivalência, requer o uso da equação: 22 Os cálculos nessa região são problemáticos e consomem muito tempo se o pH for desconhecido e variável porque ambos [MY(n-4)+] e [Mn+] são dependentes do pH. Felizmente, as titulações com EDTA são sempre realizadas em soluções tamponadas a um pH conhecido para evitar interferências por outros cátions ou assegurar um comportamento satisfatório do indicador. As reações de formação de complexos apresentam diversas utilidades em química analítica, mas sua aplicação clássica está nas titulações complexométricas. Nessas titulações um íon metálico reage com um ligante adequado para formar um complexo, e o ponto de equivalência é determinado por um indicador ou por um método instrumental apropriado. 23 método instrumental apropriado. O progresso de uma titulação complexométrica é geralmente ilustrado por uma curva de titulação, que é normalmente um gráfico de pM = - log [M] em função do volume de titulante adicionado. Mais freqüentemente, nas titulações complexométricas, o ligante é o titulante e o íon metálico é o analito, embora ocasionalmente o inverso seja verdadeiro. Os ligantes inorgânicos mais simples são unidentados, os quais podem formar complexos de baixa estabilidade e gerar pontos finais de titulação difíceis de serem observados. Como titulantes, os ligantes multidentados, particularmente aqueles que têm quatro ou seis grupos 24 particularmente aqueles que têm quatro ou seis grupos doadores, apresentam duas vantagens sobre seus correlatos unidentados; primeiro, normalmente reagem mais completamente com cátions e assim produzem pontos finais mais nítidos; segundo, geralmente reagem com os íons metálicos em uma única etapa, enquanto a formação de complexos com os ligantes unidentados normalmente envolve duas ou mais espécies intermediárias Os ligantes tetradentados ou hexadentados são titulantes mais satisfatórios que os ligantes com menor número de 25 mais satisfatórios que os ligantes com menor número de grupos doadores, pois suas reações com os cátions são mais completas e tendem a formar complexos do tipo 1:1. Cada uma das titulações envolve uma reação que tem uma constante de equilíbrio global de 1020. -A curva A é derivada para uma reação na qual o íon metálico M, que possui um número de coordenação igual a 4, reage com um ligante tetradentado D para formar o complexo MD. - A curva B é para a reação de M com um ligante bidentado 26 com um ligante bidentado hipotético B para produzir MB2 em duas etapas. A constante de formação da primeira etapa é 1012 e para a segunda, 108. - A curva C envolve um ligante monodentado A que forma MA4 em quatro etapas com as constantes de formação sucessivas de 108, 106, 104 e 102. A titulometria de precipitação, que é baseada nas reações que produzem os compostos iônicos de solubilidade limitada, é uma das mais antigas técnicas analíticas, datando de meados de 1800. Entretanto, em razão da baixa velocidade de formação da TITULOMETRIA DE PRECIPITAÇÃO 27 Entretanto, em razão da baixa velocidade de formação da maioria dos precipitados, existem poucos agentes precipitantes que podem ser usados em titulometria. O produto da reação é o haleto de prata sólido. Uma curva de titulação para esse método normalmente consiste em um gráfico de pAg contra o volume de nitrato de prata CURVAS DE TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO ENVOLVENDO OS ÍONS PRATA 28 gráfico de pAg contra o volume de nitrato de prata adicionado. Para se construir curvas de titulação, são requeridos três tipos de cálculos, cada um dos quais corresponde a um estágio distinto da reação: (1) pré- equivalência, (2) na equivalência e (3) pós-equivalência. Realizar os cálculos necessários para gerar uma curva de titulação para uma alíquota de 50,00 mL de solução de NaCl 0,05000 mol/L com AgNO3 0,1000 mol/L (para o AgCl, Kps = 1,82 . 10–10). EXEMPLO 29 30 Três tipos de pontos finais são encontrados em titulações com nitrato de prata: (1) químico, (2) potenciométrico e (3) amperométrico. Os pontos finais potenciométricos são obtidos pela medida de INDICADORES PARA AS TITULAÇÕES ARGENTOMÉTRICAS 31 Os pontos finais potenciométricos são obtidos pela medida de potencial entre um eletrodo de prata e um eletrodo de referência cujo potencial é constante e independente do reagente adicionado. Para se obter um ponto final amperométrico, a corrente gerada entre um par de microeletrodos de prata na solução do analito é medida e representada em forma de gráfico em função do volume do reagente. O ponto final produzido por um indicador químico consiste geralmente em uma variação de cor ou, ocasionalmente, no aparecimento ou desaparecimento de uma turbidez na solução titulada. O cromato de sódio pode servir como um indicador para as determinações argentométricas de íons cloreto, brometo e cianeto por meio da reação com íons prata para formar um precipitado vermelho-tijolo de cromato de prata (Ag2CrO4) na região do ponto de equivalência. A concentração da prata na equivalência química em uma titulação do cloreto com o nitrato de prata é dada por ÍON CROMATO: O MÉTODO DE MOHR 32 A concentração de íon cromato requerida para iniciar a formação do cromato de prata sob essas condições pode ser computada a partir da constante de solubilidade para o cromato de prata. Observação: A titulação de Mohr deve ser realizada em pH de 7 a 10 porque o íon cromato é a base conjugada do ácido crômico fraco. Um indicador de adsorção é um composto orgânico que tende a ser adsorvido sobre a superfície do sólido em uma titulação de precipitação. Idealmente, a adsorção (ou dessorção) ocorre próximo do INDICADORES DE ADSORÇÃO: O MÉTODO DE FAJANS 33 Idealmente, a adsorção (ou dessorção) ocorre próximo do ponto de equivalência e resulta não apenas em uma alteração de cor, como também em uma transferência de cor da solução para o sólido (ou vice-versa). As titulações que envolvem os indicadores de adsorção são rápidas, precisas e seguras, mas sua aplicação é limitada a relativamente poucas reações de precipitação nas quais um precipitado coloidal se forma rapidamente. No método de Volhard, os íons prata são titulados com uma solução padrão do íon tiocianato: O íon ferro(III) serve como um indicador. A solução torna-se ÍONS FERRO(III): O MÉTODO DE VOLHARD 34 O íon ferro(III) serve como um indicador. A solução torna-se vermelha com um leve excessode íon tiocianato: A titulação dever ser realizada em solução ácida para prevenir a precipitação dos íons ferro(III) como hidróxido. A titulometria gravimétrica ou por peso difere da sua correlata volumétrica pelo fato de que uma massa de um titulante é medida em vez de um volume. TITULOMETRIA GRAVIMÉTRICA 35 Assim, na titulação por peso, a bureta e suas marcações são substituídas por uma balança e um dosador de massa. A unidade mais conveniente de concentração para titulação por peso é a concentração molar em massa, Mp, que é o número de mol de um reagente em um quilograma de solução ou o número de milimol em um grama de solução. CÁLCULOS ASSOCIADOS COM A TITULAÇÃO POR PESO 36 Assim, o NaCl aquoso 0,1 mol/kg contém 0,1 mol do sal em 1 kg de solução ou 0,1 mmol em 1 g de solução. 1. São eliminadas as calibrações e a cansativa limpeza das vidrarias para assegurar a drenagem apropriada. 2. As medidas de peso podem ser feitas com precisão e VANTAGENS DA TITULAÇÃO GRAVIMÉTRICA 37 2. As medidas de peso podem ser feitas com precisão e exatidão consideravelmente maiores que com as medidas de volumes. 3. As titulações por peso são mais facilmente automatizadas que as titulações volumétricas. As titulações por oxi-redução (volumetria de oxi-redução ) baseiam-se em reações de oxidação-redução, ou seja, reações de transferência de elétrons. Nestas reações existem espécies oxidantes (removem elétrons) e espécies redutoras (doam elétrons). TITULAÇÃO DE OXI-REDUÇÃO 38 39 40 Espectroscopia é qualquer processo que utiliza a luz para medir as concentrações químicas. Baseia-se na análise da radiação eletromagnética emitida ou absorvida pelas substâncias. ESPECTROSCOPIA UV-VIS 41 substâncias. Espectroscopia UV-Visível: baseia-se em medidas de absorção da radiação eletromagnética, nas regiões visível e ultravioleta do espectro. 42 RELAÇÕES ENTRE ENERGIA, FREQUÊNCIA E COMPRIMENTO DE ONDA 43 44 45 46 A absorção de radiação UV-Visível se deve ao fato das moléculas apresentarem elétrons que podem ser promovidos a níveis de energia mais elevados mediante a ABSORÇÃO DE LUZ 47 promovidos a níveis de energia mais elevados mediante a absorção de energia. Identificar substâncias: as curvas de absorção são uma espécie de “impressão digital” das substâncias e caracterizam a presença desses compostos. APLICAÇÃO 48 Identificar grupamentos químicos. Indicar os comprimentos de onda para a dosagem das substâncias. LEI DE LAMBERT-BEER 49 50
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