Buscar

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NOS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES ALTERNATIVAS VIVENCIAIS EM UMA PERSPECTIVA DE PEDAGOGIA DE PROJETOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NOS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: 
ALTERNATIVAS VIVENCIAIS EM UMA PERSPECTIVA DE PEDAGOGIA 
DE PROJETOS 
 
 
Cloris Violeta Alves Lopes – UFPI/Parnaíba 
 
RESUMO 
 
A proposta de nosso estudo é refletir e compartilhar sobre estágio supervisionado, sob a 
forma de pedagogia de projetos como espaço significativo de construção de 
conhecimentos dos professores em formação, tendo em vista que a pedagogia de projeto 
possibilita a compreensão crítica da realidade das instituições de ensino, bem como 
favorece a construção e o aperfeiçoamento das competências, habilidades e atitudes 
teórico-práticas do futuro professor. A realização do estágio em forma de projetos 
desenvolve uma atitude de autonomia e de criatividade por parte dos estagiários, 
possibilitando-lhes a descoberta de espaços de intervenção com significado para a sua 
formação, para a escola campo e porque não dizer para a comunidade. Mediante o 
exposto, relataremos uma experiência do curso de pedagogia do Campus de Parnaíba-PI 
da Universidade Federal do Piauí-UFPI, na disciplina Estágio Supervisionado I. Por 
intermédio do trabalho com a Pedagogia de Projetos nos deparamos com uma 
metodologia que permite a promoção de metas e objetivos preestabelecidos que pode se 
constituir aliada a uma escola que apregoe a promoção de uma educação que vise tornar 
mais atraente a forma como se é mobilizado o ensino, a fim de se apreender e trazer o 
sujeito aprendiz do conhecimento que é o aluno, para atuar de forma ativa e integrante 
juntamente com os seus pares, professores, e comunidade. Sem dúvida, as práticas 
pedagógicas desenvolvidas nos espaços escolares e não escolares, foram alternativas 
encontradas para nossos estagiários vivenciarem a cidadania, perceberem as 
necessidades urgentes da educação e por que não dizer: uma lição que se aprendeu. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Estágio Supervisionado. Pedagogia de Projetos. Cidadania 
 
Introdução 
 
O processo de transmissão e aquisição do conhecimento se deu, inicialmente, 
apenas de maneira informal, realizando-se em diversas situações e ambientes, porém 
com o advento da escola, essas práticas tornaram-se tarefas da mesma, passando agora 
a serem realizadas de maneira organizada e sistemática, todavia sem excluir os 
conhecimentos obtidos de modo assistemático, cujos preceitos são tão relevantes como 
os adquiridos formalmente, visto que, a escola não é o único lugar onde se realizam as 
práticas de ensino, mais também fora dela. Dessa forma, o ensino e a aprendizagem 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05760
ganharam uma maior relevância nas pesquisas educacionais, como problematiza 
Libâneo: 
O processo educativo tem caráter endógeno, de dentro para fora e, por 
isso mesmo, as políticas de formação devem ter como referência as 
políticas educativas e de aprendizagem. Sendo assim, a pergunta mais 
importante seria esta: como promover mudanças “por dentro” do 
sistema de formação de modo a garantir qualidade cognitiva e 
instrumental das práticas de formação de professores, considerando os 
influxos políticos, econômicos, culturais e institucionais? (LIBÂNEO, 
2006, p.36) 
 
Durante séculos, a universidade pautou seu ensino a teoria. Sobre isso Santos 
(1997), em seu livro pela mão de Alice, refere-se a ela como “a torre de marfim”, 
traduzindo a intelectualidade do aluno que se aprofundava na teoria, mas se colocava à 
margem do mundo real, provocando sua alienação do que estava a sua volta. Dessa 
forma, comungamos com a ideia do citado autor quando afirma que: “Hoje, o aluno não 
pode ser insensível aos problemas do mundo contemporâneo e deve contribuir com 
todas as suas forças para dar respaldo e solução, no que lhe compete, à sociedade em 
que atuará”. (SANTOS, 1997, p. 04). 
Em qualquer época, desde que se tenha por objetivos o aperfeiçoamento para o 
exercício de cargos ou funções, torna-se imprescindível que a prática se alie à teoria em 
qualquer profissão. 
Essa complementação de estudos, prevista há algum tempo, se apresenta 
através, de modo particular nas licenciaturas, tornando-se disciplina obrigatória na 
educação atual, o “aprender fazendo”. 
Foi a partir do 1º Encontro Nacional de Professores de Didática que ocorreu na 
UNB – Universidade de Brasília, no ano de 1972, que teve como objetivo, orientar e 
incentivar professores para a realização da prática unida à teoria; a disciplina – Prática 
de Ensino – nessa ocasião passou a denominar-se Estágio Supervisionado. Somente no 
final da década de 1960 que a prática passou a ser, efetivamente em forma de Estágio 
Supervisionado. 
Uma maneira de perceber a ação docente é perceber o professor como um 
sujeito que não reproduz somente os conhecimentos, mas que pode fazer do seu 
trabalho em sala de aula um espaço de transformação. O que podemos chamar de práxis 
docente. Segundo Pimenta (1994), “A atividade docente é práxis...é sistemática e 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05761
científica a medida em que tenta objetivamente (conhecer) o seu objeto (ensinar e 
aprender) e é intencional, não casuística”. 
Compreendemos que o estágio é o lugar indicado para fazermos muitas 
reflexões para que possamos rever os nossos conceitos, aprofundarmos nossos 
conhecimentos, compreendermos o que é ser professor, compreendermos o seu papel, o 
papel da escola, das instituições formadoras na sociedade em que vivemos. É hora de 
começar a vislumbrar a formação contínua como elemento de realimentação dessa 
reflexão (LIMA, 2001). Desse modo, concordamos com SCHÖN (1992) quando 
propõe o estágio ser trabalhado na perspectiva do conhecimento na ação e a reflexão na 
e sobre a ação. 
Pensando assim, o estágio supervisionado, torna-se o lócus dessas reflexões 
sobre o trabalho do futuro professor, abrindo espaços para a reflexão da ação docente 
contribuindo assim, na formação de professores críticos-reflexivos, conscientes de seu 
papel social. 
A nossa experiência de estágio no semestre em curso o de 2013.2, começou 
com a questão que nos deparamos ao iniciar o semestre e constatamos que nosso 
calendário, em função da greve, não iria bater com o calendário das escolas que 
atendem nossa demanda de estágio obrigatório. Dessa forma, nos reunimos enquanto 
professores de estágio nas licenciaturas e resolvemos partir para algo mais concreto: os 
alunos tinham que estagiar, mas as escolas estariam de férias a maior parte do período 
de aula da IES, o que fazer? Buscamos então uma alternativa que trouxe muitos frutos, 
haja vista o entusiasmo dos alunos durante as culminâncias de seus projetos, bem como 
os seus depoimentos no momento de socialização das experiências, ou seja, 
propusemos a realização da pedagogia de projetos nos espaços não escolares da cidade 
de Parnaíba-PI. 
Apostamos nessa proposta, por compreendermos que a formação de 
professores deve provocar no aluno estagiário questionamentos e reflexões acerca do 
trabalho dos professores regentes das escolas em que o futuro professor sinta-se como 
sujeito capaz de gerar conhecimento, provocando seu próprio enriquecimento pessoal e 
das pessoas do seu entorno. 
Assim, concordamos com Zabala (2004), quando afirma que “a formação de 
professor não deve ser, somente, uma atividade intencional que se desenvolve para 
contribuir para profissionalização, um processo de desenvolvimento individual 
destinado a adquirir ou aperfeiçoar capacidades”. 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05762
Para Imbernón, (2004), “o tornar-se professor é um processo de contínuo 
crescimentoprofissional que dura a vida toda”. Assim, o professor vai aprendendo 
cotidianamente a enfrentar os desafios e as dificuldades surgidas em seu trabalho. É 
preciso ficar atento às incertezas, as mudanças e a própria complexidade advindas no 
dia a dia da ação docente que põe à prova não somente seus conhecimentos técnicos e 
teóricos, mas a sua capacidade de compreender, assimilar e encontrar respostas para as 
questões de enfrentamento profissional. 
Assim, o estágio supervisionado deve objetivar formar futuros professores com 
perfil autônomo e com capacidade de intervir nas questões da sociedade, fomentando 
raciocínios criativos em suas relações com alunos, com a escola e com a comunidade. 
Nesse sentindo, os professores se formam na relação com o outro, trocando experiências 
mediadas pela análise crítica contextualizada, conforme pensam Pimenta e Lima, 
(2010). 
É necessário então, que os professores em formação, vislumbrem um mundo 
melhor, voltado para solidariedade e compromisso para lutar pela justiça social, 
acreditando na “linguagem da possibilidade" (Mendes, 2012), sentindo-se politicamente 
comprometido com a ação docente, capaz de lutar por um mundo mais humano e mais 
solidário. 
Nada melhor para atender essas necessidades que nós professores orientadores 
de estágio estejamos atentos às propostas de mudanças na atuação desse estagiário que 
não deve estar comprometido apenas em cumprir sua carga horária de seu estágio 
supervisionado. 
A proposta de nosso estudo é refletir e compartilhar sobre estágio 
supervisionado, sob a forma de pedagogia de projetos como espaço significativo de 
construção de conhecimentos dos professores em formação, tendo em vista que a 
pedagogia de projeto possibilita a compreensão crítica da realidade das instituições de 
ensino, bem como favorece a construção e o aperfeiçoamento das competências, 
habilidades e atitudes teórico-práticas do futuro professor. 
 Assim, como Vasconcellos (1995), entendemos por projeto: 
 
Um instrumento teórico metodológico que visa ajudar a enfrentar os 
desafios do cotidiano [...] só que de forma refletida, consciente, 
sistematizada, orgânica, científica e, o que é essencial, participativa. É 
uma metodologia de trabalho que possibilita resinificar a ação de 
todos os envolvidos (p.43). 
 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05763
Desenvolver estágio nessa perspectiva implica no comprometimento de realizar 
projetos que tragam significados para a escola e que promovam a melhoria do ensino 
aprendizagem, promovendo a inclusão, o diálogo permanente entre seus membros, 
acreditando na capacidade de transformar a realidade em algo melhor, mais humano e 
solidário. 
A realização do estágio em forma de projetos desenvolve uma atitude de 
autonomia e de criatividade por parte dos estagiários, possibilitando-lhes a descoberta 
de espaços de intervenção com significado para a sua formação, para a escola campo e 
porque não dizer para a comunidade. Desse modo, o estágio em forma de projeto 
provoca entre os alunos e seu orientador e destes com a comunidade escolar uma cultura 
de cooperação, formando uma teia harmoniosa entre os atores do processo. Porque não 
dizer que a pedagogia de projetos visa resinificar o espaço escolar, tornando-o um 
espaço vivo de interações, aberto ao real e às múltiplas dimensões. 
Nesse caso, é essencial a participação do aluno, visto que se torna reconhecido 
como sujeito reflexivo, crítico e ativo, capaz de construir conhecimentos e não somente 
um mero aprendiz. 
É a partir do nível de responsabilidade e compromisso do aluno que o projeto 
se apoia e traduz a sua intencionalidade; são os alunos corresponsáveis por todo o 
desenvolvimento do projeto e pelas decisões ao longo desse processo. Portanto, o 
exercício é coletivo em que cada um coopera com as suas habilidades e capacidades nas 
atividades propostas. 
O projeto dever ter um caráter de autenticidade, com problemas reais e 
relevantes para os alunos que devem buscar a solução; não se trata de mera reprodução 
de conteúdos prontos, mas sim a cada passo os alunos devem construir respostas 
originais, sendo assim, os conteúdos passam a ser meios para ampliar a formação dos 
futuros professores, tornando-os instrumentos para a compreensão e transformação da 
realidade que os cerca. No projeto, o aluno busca informações, faz análise, compara 
resultados, confronta ideias com vistas a compreender o problema investigado, 
tornando-se um instrumento valioso na prática interdisciplinar. 
Mediante o exposto, relataremos uma experiência do curso de pedagogia do 
Campus de Parnaíba-PI da Universidade Federal do Piauí-UFPI, na disciplina Estágio 
Supervisionado I, orientada pela professora Ms. Cloris Violeta Alves Lopes. Conforme 
já anunciamos anteriormente, a atividade em foco deu-se em função de não termos 
escolas disponíveis para atender as demandas do estágio obrigatório de nossos alunos 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05764
do curso de pedagogia que tem como objetivo articular a teoria e a prática promovendo 
o contato direto com o campo de trabalho do pedagogo, inserindo o discente no 
processo de planejamento, observação da regência e em processo contínuo de avaliação 
e reflexão acerca da práxis do professor. 
Inicialmente, desenvolvemos um trabalho de sensibilização com os alunos 
através da reflexão sobre o papel dos profissionais de educação: reflexões sobre a 
identidade do (a) pedagogo (a), em que utilizamos o pensamento de Pimenta (1998), 
quando afirma: 
 
Uma identidade profissional se constrói a partir da significação social 
da profissão (...). Constroem-se também pelo significado que cada 
professor, enquanto ator e autor confere à atividade docente no seu 
cotidiano, a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, 
de sua história de vida, de suas representações(...) assim como suas 
relações com outros professores, nas escolas, sindicatos e outros 
agrupamentos (p. 58). 
 
Mediante as reflexões apresentadas no decorrer de nossas discussões, 
compreendemos que nossos alunos estavam seguindo o caminho desejado para o 
desenvolvimento dos projetos que iriam ser delineados a partir de suas próprias 
questões compreendidas em suas pesquisas. Em sala de aula tivemos também a 
oportunidade de conhecer a questão legal do estágio supervisionado, além das Diretrizes 
Curriculares nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. 
Buscamos compreender a concepção de estágio que procura subsidiar a 
formação, repassada por vários fatores dentre eles a crença nos valores de constituição 
do homem, da sociedade e que modelos e/ou práticas desejávamos efetivar. 
Assim, tivemos que avançar compartilhando com o pensamento de Silva e 
Miranda (2008) quando propõe como concepção de estágio perpassada pela pesquisa 
uma vez que aproxima da realidade de forma reflexiva e crítica, estabelecendo conexões 
entre a teoria e a prática e ainda proporcionando reflexões sobre o trabalho do 
pedagogo. 
Dessa forma, avançávamos em direção a uma proposta inovadora para os 
alunos tendo como perspectiva que esse período de estágio também pudesse se 
configurar como um espaço de construção da identidade docente. 
Sendo assim, quais seriam os espaços que iriamos explorar para vivenciarmos 
nossa experiência? De acordo com GON (2005), eles são múltiplos, podendo ser algo 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05765
criado ou recriado e que vai de acordo com os objetivos do grupo social que se 
organiza, são eles: ONG’S, espaços culturais,ambientes com idosos, presídios, e outros. 
Todos os bairros aqui citados são de extrema pobreza e abrigam comunidades muito 
carentes. 
Nossa experiência pautou-se em 06 (seis) projetos desenvolvidos nos seguintes 
espaços escolares e não escolares: Colônia de férias que foi desenvolvida em três 
espaços escolares, mas que contemplavam a comunidade como um todo, foram eles: 
Escola Municipal João Batista Costa (Ilha Grande) em que o grupo optou por 
desenvolver em sua colônia de férias, o tema Linguagem tendo em vista mostrar às 
crianças a importância da linguagem e como ela se apresenta nas diversas possibilidades 
de comunicação, despertando-as para o sentido da leitura e escrita. No momento de 
socialização das experiências o grupo considerou favorável o resultado do seu projeto 
em virtude de ter despertado nas crianças o prazer da leitura e escrita, além de despertar 
a curiosidade sobre a linguagem e suas formas de comunicação tais como os símbolos 
natalinos, a linguagem verbal e não verbal, elaboração de cartões e outros. 
Na Escola Municipal Benedito dos Santos Lima (bairro Piauí), os estagiários 
optaram pelo projeto da colônia de férias: despertando a consciência ecológica por meio 
de atividades lúdicas, que teve como objetivo despertar a consciência ecológica das 
crianças sobre os problemas ambientais, através de atividades pedagógicas 
participativas. No momento de socialização da experiência os estagiários consideraram 
que os objetivos propostos foram atingidos em função das manifestações e depoimentos 
das crianças, chegando mesmo a afirmar que a atividade fora uma experiência 
inesquecível. 
Escola Municipal Domingos Rubens Uchôa (Samuel Santos – bairro Piauí), as 
atividades dessa colônia foram voltadas para o tema “Conhecendo nosso Brasil, através 
de suas regiões”, em que foram apresentadas e vivenciadas com as crianças as 
características, os costumes, valores, paisagens naturais que diversificam e enriquecem 
o País. As atividades foram desenvolvidas de forma criativa, dialogada e reflexiva. No 
momento da socialização os estagiários concluíram que a atividade não só contribuiu 
para o conhecimento das crianças como também foi possível estimular o trabalho em 
grupo numa perspectiva cooperativa. 
Nos espaços não escolares tivemos a oportunidade de desenvolvermos projetos 
com a comunidade em um Centro Espírita Luz da Esperança e Obras Sociais (Bairro 
Planalto), com o projeto “Valores morais que enriquecem a vida”, os estagiários tiveram 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05766
como objetivo, contribuir para o desenvolvimento social das crianças em seu processo 
de ensino e aprendizagem valendo-se de valores cristãos para a sua convivência na 
escola, na família e na comunidade. No momento de socialização do projeto os 
estagiários consideraram que os objetivos foram alcançados, além da aprendizagem para 
suas vidas profissional e pessoal, por tornar as crianças melhores e capazes de uma 
convivência mais sadia. 
Fundação Ninho (Bairro São Francisco), aqui as crianças em foco são crianças 
em situação de maus tratos e abandono, em que o grupo optou por desenvolver o projeto 
“A arte de aprender brincando”. Nas atividades foram trabalhados os temas como: 
socialização, cooperação, alimentos saudáveis, higiene pessoal, respeito às diferenças, 
amizade, de uma forma lúdica com teatro, vídeo, roda de conversa e outros. No 
momento de socialização das experiências os referidos estagiários afirmaram que 
“contribuir com uma pequena parcela na Fundação Ninho foi muito gratificante, dessa 
forma, ficamos mais motivados para lutar por uma educação melhor. Com certeza 
aprendemos mais que ensinamos”. 
ONG Ilha Ativa, com a proposta de desenvolver o Clube da Leitura na 
comunidade do Coqueiro (litoral do Piauí), as atividades de leitura, dinâmicas, 
reflexões, brincadeiras, desenhos e finalmente a confecção de um livro. Para os 
estagiários, a experiência ampliou o significado da construção de um profissional da 
área da educação e complementam a formação acadêmica. Concluíram que a 
experiência favoreceu a qualificação profissional, emocional e sócia. 
 
Considerações Finais 
 
O processo de ensino e aprendizagem não está restrito à simples memorização 
e repetição de conhecimentos, de forma desarticulada e fragmentada. Faz-se necessário 
um espaço educativo que forme cidadãos autônomos, com identidade e senso crítico, 
sujeitos capazes de lidar com a diversidade e transformar a realidade em que estão 
inseridos. Uma das formas que usamos para desenvolver as competências e habilidades 
de nossos alunos é o trabalho com projetos. O objetivo desse trabalho é auxiliar o aluno 
a se desenvolver de modo autônomo, organizado, estimulando a investigação-ação, 
apresentando suas ideias por meio de diferentes formas de linguagem, capazes de 
resolver situações problema, possibilitando a aprendizagem por meio da interação, 
estimulando o senso crítico e o ato reflexivo, formando pessoas para a sociedade da 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05767
informação e do conhecimento. A ideia chave desse trabalho está nas relações que se 
estabelecem com os professores, alunos e os conteúdos de aprendizagem através de 
atividades planejadas cuidadosamente. As atividades são significativas, voltadas ao 
desenvolvimento de múltiplas linguagens. 
A pedagogia de projetos vem sendo posta em prática para demonstrar que a 
educação, pode e deve romper barreiras do tradicional, pode ser definido ainda como 
um método no qual a classe se ocupa em atividades proveitosas e com propósitos 
definidos. Em outras palavras, é o ensino através da experiência. No trabalho com 
projetos, aprender deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não significa 
mais repassar conteúdos prontos. Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, 
tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados 
objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas 
experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada. 
No decorrer da aplicação dos citados projetos, observamos que a metodologia 
de pedagogia de projetos foi recebida e percebida pelos espaços escolares e não 
escolares de forma positiva. A parceria formada entre estagiários, alunos e comunidade 
foi primordial para uma participação significativa durante toda a execução das 
atividades. 
A aplicação dos projetos proporcionou ainda, a participação do sujeito 
determinante no processo ensino aprendizagem, o aluno-estagiário, que pôde tornar-se 
parte integrante da construção de seu conhecimento, de forma ativa apropriando-se e 
reconstruindo saberes a partir da mobilização de conhecimentos prévios provenientes do 
meio no qual estavam inseridos e que foram aproveitados da melhor forma para que se 
efetivasse o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa. Proporcionando assim 
uma metodologia embasada na perspectiva construtivista do conhecimento em que o 
aluno participa ativamente do processo de ensinar e aprender. 
Por intermédio do trabalho com a Pedagogia de Projetos nos deparamos com 
uma metodologia que permite a promoção de metas e objetivos preestabelecidos que 
pode se constituir aliada a uma escola que apregoe a promoção de uma educação que 
vise tornar mais atraente a forma como se é mobilizado o ensino, a fim de se apreender 
e trazer o sujeito aprendiz do conhecimento que é o aluno, para atuar de forma ativa e 
integrante juntamente com os seus pares, professores, e comunidade. Sem dúvida, as 
práticas pedagógicas desenvolvidas nos espaços escolarese não escolares, foram 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05768
alternativas encontradas para nossos estagiários vivenciarem a cidadania, perceberem as 
necessidades urgentes da educação e por que não dizer: uma lição que se aprendeu. 
 
REFERÊNCIAS 
GON, M. da G. Educação Não-Formal e Cultura Política: impactos sobre o 
associativismo do terceiro setor. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2005 
IMBERNÓN. F. Formação docente para a mudança e a incerteza. São Paulo: 
Cortez, 2004. 
LIBÂNEO, José C. Diretrizes curriculares da pedagogia: imprecisões teóricas e 
concepção estreita da formação profissional de educadores. Educação e sociedade, 
Campinas, v. 27, n. 96, p. 843-876, out. 2006. 
LIMA, Maria do Socorro Lucena. A hora da prática: reflexões sobre estágio 
supervisionado e ação docente. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2001. 
MENDES, Bárbara Maria Macedo. Sobre a Prática de Ensino e o Estágio Curricular 
Supervisionado como Componentes Formativos. In: MENDES, Bárbara Maria Macedo; 
CABRAL, Carmem Lucia de Oliveira; SOBRINHO, José Augusto de Carvalho Mendes 
(Orgs.). Pesquisa em Educação: múltiplos referenciais e suas práticas. Teresina, PI: 
EDUFPI, 2012. 
PIMENTA. S.G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 
São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção questões de nossa época). 
______. Formação de professores- os saberes da docência. In: Educação e debate. 
Mauá: Secretaria de Educação de Mauá, 1998. 
______. ; LIMA, M.S.L. Estágio e docência. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2010. 
SANTOS, B.S. Pela mão de Alice. São Paulo: Cortez, 1997. 
SILVA, Lázara Cristina de MIRANDA, Maria Irene (Orgs.). Estágio supervisionado e 
prática de ensino: desafios e possibilidades. Araraquara, SP: Junqueira&Marin; Belo 
Horizonte, MG: FAPEMIG, 2008. 
SCHÖN, D. A. Formar professores como profissionais reflexivos. NÓVOA, A. (org.). 
O professor e sua formação. Lisboa: D. Quixote, 1992. 
VASCONCELLOS, C.S. Planejamento Plano de ensino-aprendizagem e projeto 
educativo. São Paulo: Libertad, 1995. 
ZABALA, M. A. O ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto 
Alegre: Artemed, 2004. 
 
 Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 2
05769

Continue navegando