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conspiração federal

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Prévia do material em texto

Patrocínio:
Associação de Defesa ao Direito do Cidadão à Verdade
BRASIL VERDADE
CONSPIRAÇÃO FEDERAL
(Os bastidores de uma verdade)
Paulo Magalhães
Advogado
CONSPIRAÇÃO FEDERAL
(Os bastidores de uma verdade)
2011
BRASIL VERDADE
Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Estimula-se a reprodução desta obra,
desde que citados o autor e a fonte.
Associação de Defesa ao Direito do Cidadão à Verdade
BRASIL VERDADE
Rua Vitório Zeolla 76
79032-360 – Campo Grande – MS
contato@brasilverdade.org.br
Homenagem
Agradecimento
Homenagemespecial
Aos meus falecidos pais,
e ,
que forjaram no meu espírito a consciência da
importância de buscar a Justiça e defender os mais
fracos, mesmo pondo em risco a própria liberdade –
por paixão pela verdade.
Aminha mulher,
,
que mesmo nos momentos mais difíceis, quando
nossa casa foi invadida pela Polícia Federal e quan-
do Juízes (federais e estaduais) se uniram para calar
a verdade, não me deixou esmorecer.
Aos meus enteados,
e ,
e minha filha ,
que souberam superar a vergonha de ter
um padrasto e pai tachado de louco por
não admitir que fosse feita Injustiça em
nome do Brasil.
EzioAraujo OndinaMagalhãesAraújo
ClaudiaMariadeBritoRodrigues
PedroYvo Daniel
MariaPaula
A é uma
organização não governamental, devidamente inscrita no cadastro nacional
das pessoas jurídicas, registrada civilmente, tendo como nome fantasia a
denominação “ ”.
Seu estatuto e objetivos podem ser conhecidos no sítio que disponi-
biliza na Internet em www.brasilverdade.org.br onde também publica maté-
rias, artigos e ensaios de interesse geral, tendo como a mais importante de
suas finalidades “
”.
Contudo, neste caso em especial, se faz necessário esclarecer os
motivos que levaram a instituição a publicar este livro.
Para tal é preciso conhecer a alínea do artigo 2º de seu regulamen-
to: “
”.
A Brasil Verdade atua somente no patrocínio de causas em que
nenhuma outra pessoa ou órgão se prontifica defender. São situações especi-
ais em que indivíduos investidos na função de autoridades públicas não
querem se envolver para não restarem prejudicados.
Os “clientes” da Brasil Verdade são cidadãos que estão sendo acu-
sados de prática criminosa ou irregularidades que não cometeram.Aagremi-
ação, como o próprio nome define, defende o direito do cidadão à verdade –
a verdade de poder provar e demonstrar que é inocente, que está sendo injus-
tiçado, que é vítima de perseguição, assédio ou constrangimento.
E foi dentro deste espírito que a Brasil Verdade defendeu os agentes
penitenciários Yuri Mattos Carvalho, Franscisco Florisval Freire, José Fran-
cisco de Matos, Ivanilton Mortais Mota e Valdemir RibeiroAlbuquerque.
Este livro conta, através da publicação das alegações de suas defe-
sas no PAD nº. 002/2010, a saga de cinco brasileiros para demonstrar aos
demais concidadãos que algum dia, se nada for feito, qualquer um poderá ser
vítima da mesma “CONSPIRAÇÃO FEDERAL”.
Associação de Defesa ao Direito do Cidadão à Verdade
Brasil Verdade
h
defender a República Federativa do Brasil, sua Constitui-
ção vigente e a democracia que ela representa
apoiar, representar e defender os cidadãos e às instituições legalmente
constituídas, que estejam sendo vítimas de assédio moral por parte de mem-
bros da administração pública ou seus órgãos
BRASIL VERDADE
07
Este livro foi confeccionado e publicado na expectativa de mostrar
para a sociedade brasileira em geral e principalmente juízes, promotores de
justiça, ministros de Estado, deputados, senadores, delegados de polícia,
advogados, donas de casa, empresários, lixeiros etc. ou seja, a todos os que
integram este País, cidadãos brasileiros, como alguns indivíduos manipulam
as instituições, as leis, os ordenamentos, a verdade, com o fim de prejudicar
inocentes e suas famílias para proteger erros que os próprios manipuladores
praticaram.
Certamente servirá também para acadêmicos de Direito e advoga-
dos que vierem a atuar na área administrativa como alerta de como as comis-
sões processantes, compostas por servidores subordinados as chefias maio-
res, agem como se fossem marionetes. Não obstante os colegiados sejam
formados por três membros, somente um – o presidente – define como serão
efetuados os trabalhos. Os outros dois, na maioria das vezes, atuam como
“vacas de presépio” e servem exclusivamente para respaldar as ilegalidades
que vierem a ser praticadas pelo presidente.
A técnica de alongar as perguntas para depois transcrever o que foi
dito pela testemunha (ou informante), omitindo parte do depoimento sob
alegação de esquecimento é uma das formas de “por no papel” apenas o que
interessa.
O uso de gravador, escondido ou as claras, pelo defensor, é uma
solução para comprovar futuramente as omissões.
Todavia, a maior importância deste compilado será o de ajudar a
pavimentar o caminho que outros brasileiros anteriormente desbravaram – o
desmanche da certeza da impunidade que grassa em nossa terra amada.
Certos de que os demais pares não tomarão conhecimento das
maldades que fazem, das mentiras que pregam, dos crimes que praticam,
autoridades públicas agem sem o menor escrúpulo, às escondidas, usando
seus cargos e funções de destaque para satisfazer interesses inconfessáveis.
Uns para conseguir se locupletar financeiramente, outros em busca de proje-
ção pessoal – todavia ambos devem ser considerados corruptos. Os primei-
ros na forma tradicional e os demais pelo apodrecimento da alma.
***
Nota do autor
“Poder contar a minha história, para que
a sociedade saiba o que são as instituições por dentro,
como elas funcionam , e como a alma
humana é um universo indecifrável, tanto para o bem
como para o mal, só quem passa pelo que passei tem a
oportunidade de poder fazer, na esperança de que a
história faça a sua parte.
J.E. CarreiraAlvim
Desembargador Federal
“Hurricane”, pág. 110
patologicamente
09
Por experiência própria posso garantir que não existe pior senti-
mento do que aquele que passa o indivíduo injustiçado. Principalmente
quando a injustiça é praticada por quem tem o dever legal de praticar a justi-
ça.
Os fatos aqui descritos não fazem parte de ficção, não são enredo
de nenhum filme “hollywoodiano”. Trata-se da mais pura (e ignóbil) reali-
dade, baseada exclusivamente em documentos produzidos pelo Poder
Público e ignorados pelo próprio. Os depoimentos foram colhidos pelas
mesmas autoridades que os deturparam posteriormente em relatórios ideo-
logicamente falsos. As perícias foram efetuadas por “ ” oficiais que
ao final aportaram suas conclusões contrariando a verdade.
O enredo se refere a demissão de quatro agentes penitenciários
federais (agora ex-AGEPENs) e a aposentadoria de um quinto, sindicalistas,
que descobriram uma série de irregularidades e crimes praticados por autori-
dades federais no âmbito da Penitenciária Federal de Campo Grande/MS.
Autoridades essas consideradas ilibadas, intocáveis, insuspeitas.
Este caderno traz, sem qualquer retoque, o conteúdo dasAlegações
de Defesa desses agentes demitidos no Processo Administrativo Disciplinar
que foi instaurado contra eles já, de início, decidido o fim –ADEMISSÃO.
Os absurdos praticados durante o curso das investigações são tão
flagrantes e a demonstração das barbaridades documentalmente comprova-
das tão evidentes que é possível afirmar, sem sombra de dúvida, que o Minis-
tro da Justiça assinou a demissão dos personagens desta tragédia sem ler,
confiando em algum assessor que, certamente também não leu as alegações
dos acusados, baseando-se exclusivamente no relatório da Comissão Pro-
cessante que, desde o início, demonstrou estar cumprindo uma missão –
providenciar a demissão dos sindicalistas “custasse o que custasse”.
Ao ler este livro, você leitor, terá a oportunidade de “tirar” suas
próprias conclusões, julgar se é possívelexpulsar do serviço público funcio-
nário concursado com base no conteúdo e no que foi apurado nos autos.
Convoco o leitor a participar deste julgamento como “advogado do diabo”,
como acusador, fazendo as vezes da administração pública. Desafio-os a
apontar uma única prova contra os demitidos que não tenha sido desacredita-
da materialmente durante o curso do processo administrativo.
Depois que você, agora juiz do feito, estiver convencido de que os
agentes demitidos eram inocentes e foram perseguidos e assediados por
quem deveria protegê-los em razão do dever/função e que perderam o
emprego para não serem conhecidas as ações condenáveis de autoridades
poderosas, analise as falhas processuais, os ataques aos direitos Constitucio-
nais, o cerceamento de defesa, as fraudes, os falsos testemunhos, os testemu-
nhos que não foram admitidos ou seja, a parte formal do processo e responda
com sinceridade ao final a pergunta: é ou não motivo de vergonha?
Porém um outro detalhe deve ser levado em conta antes que você
comece a ler este livro, no caso de ocupar algum cargo de importância na
administração pública.Ao final, quando terminar, conhecido o epílogo, você
terá obrigatoriamente que tomar alguma providência, sob o risco de prevari-
car.
experts
10
É claro que ninguém irá delatar ou comprovar que você leu o livro e
atestar que entendeu o conteúdo. Isso ficará por conta da sua própria cons-
ciência. Todavia, se você, como importante autoridade que é, não tomar
nenhuma providência no sentido de determinar a apuração do que leu, fique
certa de que em nada é diferente daqueles que atuaram em desconformidade
com as leis vigentes e que agiram como bandidos, travestidos de “moci-
nhos”.
Depois que tiver sido cientificado das desonrosas atitudes que
alguns tomaram para “não ficar mal” com este ou aquele, você, caso seja
alguém com poder de decisão, deverá optar por acompanhar as covardias
praticadas ou fazer algo para evitar que algum dia o mesmo mal ocorra con-
tra você mesmo ou algum ente que goste. Por isso, se preferir a inércia, não
reclame quando algo similar acontecer com seu filho, sua filha, com quem
você ame ou considere. Quando esse alguém for injustiçado através de men-
tiras, falsas afirmações, uso indevido do cargo público, ao invés de reclamar
e esbravejar lembre que poderia ter feito algo para resgatar a verdade e não o
fez, omitiu-se. Então por que acha alguém deveria fazer diferente por você?
Aos juízes deste País, sejam eles estaduais ou federais, gostaria que
se conscientizassem que todas as mazelas ( ) que estão a ocorrer a
nossa volta são devido a culpa de Vossas Excelências, do Poder que repre-
sentam. São Vossas Excelências os únicos culpados.
Por quê? Porque o único Poder neste Brasil em condições de resol-
ver os problemas relativos à corrupção, a desonra, a falta de ética etc. é o
Poder Judiciário.
Não se espera que gerentes e administradores públicos sejam capa-
zes de agir com lisura, que não irão desviar dinheiro dos cofres públicos para
alimentar campanhas (e o próprio bolso), não irão se aproveitar das posições
que detém para locupletarem-se. Muito menos se espera algo ético dos mem-
bros do Legislativo. Esses já conhecidamente corrompidos pelo simples fato
de viverem para “fazer acordos” – na maioria suspeitos.
Mas o Judiciário não!
É o juiz que tem nas mãos o martelo (verdadeira marreta) para
intimidar o errado. Se o juiz julgasse com sua consciência; sem estar preocu-
pado em satisfazer este ou aquele; de servir ao administrador “de plantão”;
se realmente agisse como Juiz, com “J” maiúsculo, os maus gerentes, os
políticos em geral, os ignóbeis restariam receosos e limitariam seus ataques.
Todavia somente assim farão se tiverem certeza de que a balança
da Justiça está devidamente aferida e que a espada de Têmis haverá de alcan-
çá-los. De outro lado, o mais fraco, o desprotegido, o sem poder, não precisa-
rá se intimidar ao decidir agir como exige a lei dos homens de bem, falando a
verdade, apontando o mau, exigindo seja feito o certo.
A primeira parte da Defesa, preliminares, abrange as ilegalidades
de nomeação da Comissão Processante, as agressões ao Princípio do Devido
Processo Legal, o impedimento do delegado de Polícia Federal Wilson Sal-
TODAS
***
11
les Damásio e outras irregularidades técnicas e aberrações ocorridas nos
ProcessosAdministrativos Disciplinares 001/2009 e 002/2010.
O cerceamento da Defesa, quando o Poder Público agiu como se
fosse a Inquisição, em pleno século XXI, faz parte seqüencial, acompanhada
das descrições das estratégias para não apurar as práticas irregulares e crimi-
nosas de importantes autoridades federais. Em seguida o desvirtuamento da
investigação para atingir aqueles que denunciaram os esquemas ímprobos.
Por isso, ao adentrar no corpo do documento da Defesa, será possí-
vel conhecer como são oportunizadas as ilegalidades. Como são confeccio-
nados documentos falsos, quão inescrupulosas podem ser as pessoas quando
estão a querer esconder seus segredos.
O texto foi copiado dos autos do PAD nº. 002/2010 como estão, não
sendo efetuada qualquer revisão.
Foram omitidas apenas as fotografias referentes a alguns presos,
preservando aquelas que fazem parte da documentação que atesta as alega-
ções.
Quanto a opção por não impetrar Mandado de Segurança durante o
decorrer do processo, explico: os agentes acusados não admitiram a inter-
venção do advogado neste sentido. Os ora ex-agentes e o remanescente
acreditavam que a administração pública, nas pessoas dos integrantes das
Comissões Processantes, reconheceriam no relatório as falhas processuais e
a inexistência de provas contra os mesmos. Tinham também a esperança de
que apontassem os verdadeiros culpados ao invés de escolherem “bodes
espiatórios”. O resultado: demissão.
Que ao final deste livro sejam tomadas as medidas necessárias e
exigidas contra os que participes do conluio, os co-autores dos crimes, os
coniventes e aqueles que não obstante acharem que estão acima do bem e do
mau atuaram para o desenvolvimento dos absurdos relatados.
Quanto as vítimas, que sejam resgatadas e devolvidas ao seu espa-
ço de direito – o serviço público federal.
***
***
12
EXCELENTÍSSIMOS SENHORES E SENHORAS
atos de improbidade admi-
nistrativa
Presidente da República
Presidente do Supremo Tribunal Federal
Presidente do Superior Tribunal de Justiça
Procurador-Geral da República
Ministro de Estado da Justiça
Corregedor do Conselho Nacional de Justiça
Corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público
Presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região
Corregedor do Tribunal Regional Federal da 3ª Região
Diretor-Geral da Polícia Federal
Presidente da Ordem dosAdvogados do Brasil
Recebam o presente como documento de “ ” em
forma de livro face as delações constantes no texto a seguir, devidamente
sustentada por documentação probante.
Todavia, caso resolvam fazer “vistas grossas” e desconsiderar os
crimes perpetrados e as evidências de prática de
devidamente apontados, inclusive com a identificação dos auto-
res, não se preocupem. Com desídia também agiram juizes federais, procu-
radores da República e delegados da Polícia Federal no Estado de Mato
Grosso do Sul.
OAutor.
notitia criminis
Paulo Magalhães Araújo
13
DEFESA ESCRITA
ILMO. SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E DEMAIS MEMBROS DO
COLEGIADO
PAD nº 002/2010
Yuri Mattos Carvalho e outros
DEFESA ESCRITA
Referência:
, já devidamente qualificados nos
autos, através de seu advogado constituído (procurações já constantes dos
autos), vêm, com fundamento nas disposições do art. 161 da Lei 8.112/90,
apresentar a devida
o que faz nos termos a seguir:
PRELIMINARES
1. Da ilegalidade da nomeação da Comissão Processante
Ainda que ausentes os inúmeros outros vícios insanáveisaponta-
dos, a nulidade do feito disciplinar seria forçosa em decorrência da violação
ao Princípio constitucional do devido processo legal (“
").
está insculpido no art. 5º,
LVI, CF/88 – “
” – esse princípio é uma decorrência do princípio da
legalidade, portanto, todo processo administrativo deve ter por fundamento
uma norma legal específica, sob pena de invalidade.
A Lei que regula o processo administrativo no âmbito da Adminis-
tração Pública Federal é a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999; vejamos as
disposições relativas à competência constante do capítulo VI:
Due Process of
Law
ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;
O Princípio do Devido Processo Legal
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos
de delegação e avocação .
Art. 12.
, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.
legalmente admitidos
Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a
outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierar-
quicamente subordinados
(Grifei)
(Grifei)
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
15
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
.
§1
podendo conter ressalva de
exercício da atribuição delegada.
§2 O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autori-
dade delegante.
§3 As decisões adotadas por delegação devem mencionar explici-
tamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delega-
do.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publi-
camente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a
unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo admi-
nistrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau
hierárquico para decidir.
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar,
assegurada ao acusado ampla defesa.
§1 (Revogado)
§2 (Revogado)
§3 A apuração de que trata o , por solicitação da autoridade
a que se refere,
, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autorida-
de.
publica-
dos no meio oficial
caput
(Grifei)
(Grifei)
Dispõe o art. 143 da Lei nº 8.112/90:
“
o
o
o
o
o
o
O ato de delegação especificará as matérias e poderes trans-
feridos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objeti-
vos da delegação e o recurso cabível,
poderá ser promovida por autoridade de órgão ou
entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularida-
de, mediante competência específica para tal finalidade, delega-
da em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da
República
16
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no
âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as
competências para o julgamento que se seguir à apuração.”
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Grifei)
Conjugando as disposições legais temos que no ordenamento
jurídico pátrio é regra que a apuração das infrações disciplinares seja realiza-
da pelo próprio órgão ou instituição: é inconcebível que um membro do
Ministério Público apure falta disciplinar de um membro da Magistratura e
vive-versa; igualmente é inconcebível que um Policial Civil apure falta
disciplinar de Policial Militar e vice-versa; por igual razão não poderiam
membros da Polícia Federal estar apurando falta disciplinar de Agentes
Penitenciários Federais.
É bem verdade que o §3º do art. 143 prevê uma exceção, mas é
igualmente verdade que o mesmo dispositivo exige requisitos a serem cum-
pridos, quais seja: delegação pelo com competên-
cia específica para a finalidade (no caso de servidores do Poder Executivo) e
solicitação da autoridade a que se refere.
Ademais, o art. 149 do mesmo diploma legal, que exige que a
comissão seja composta por servidores estáveis também faz referência ao
§3º do art. 143, senão vejamos:
Presidente da República
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
composta de três servidores estáveis
, , que indica-
rá, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
igual ou superior ao do indiciado
§1 A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu
presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.
§2 Não poderá participar de comissão de sindicância ou de
inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan-
güíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
designados pela autoridade
competente observado o disposto no §3 do art. 143o
(Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
”
(Grifei)
o
o
.
No presente caso não foram observadas as exigências legais, é
dizer, não houve para que Policiais
Federais apurassem supostas transgressões disciplinares cometidas pelo ora
acusado, que é Agente Penitenciário Federal, portanto, o feito padece de
nulidade insanável por falta de competência legal em face da ausência de
delegação (a delegação foi realizada por autoridade incompetente).
Aliás, além de não haver a delegação nos moldes legais, havia
servidores estáveis, tanto no Depen quanto na localidade, capacitados para o
mister, mas, a despeito disso, o Diretor-Geral do Depen emitiu as portarias
(que são nulas de pleno direito) nomeando para a comissão servidores da
delegação do Presidente da República
17
Art. 11.Adelegação de competência será utilizada como
instrumento de descentralização administrativa, com o
de e
,
.
objetivo assegurar maior rapidez objetividade às
decisões situando-as na proximidade dos fatos, pessoas
ou problemas a atender
Mesmo que se admitisse regular a composição da comissão por
servidores de órgão alienígena, ainda assim incide o vício insanável por ser
indelegável a composição ao Diretor-Geral do DEPEN.
Qualquer ato praticado pela trinca nomeada por aquele dito como
incompetente padece de nulidade.
A Lei nº 9.784/99, em seu capítulo VII elenca as hipóteses de
impedimento e suspeição, senão vejamos:
2. Do impedimento por parte de Wilson Salles Damázio
“
(Grifei)
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servi-
dor ou autoridade que:
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemu-
nha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao côn-
juge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
com o inte-
ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento
deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de
atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento
constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente
Polícia Federal de fora da localidade. Esses servidores estão há aproximada-
mente quase dois anos em Campo Grande/MS recebendo vultosas diárias
(temos que isso é improbidade administrativa, no mínimo, sem prejuízo de
outras figuraspenais – sem contar o prejuízo ao erário).
Em síntese, a comissão que procedeu ao feito disciplinar foi com-
posta por servidores de órgão alienígena (Polícia Federal), a despeito de
haverem servidores do próprio Depen/MJ qualificados para a tarefa. Atento
à circunstância, foi expedido pelo Executivo Federal o DECRETO-LEI Nº
200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967 onde se configura os critérios a
serem seguidos quando da delegação de competência. Veja o que diz o supra
decreto-lei:
Como deflui dos autos do Procedimento Administrativo Discipli-
nar – PAD, o senhor Wilson Salles Damázio jamais poderia ter atuado no
feito nem mesmo em despachos ou indicação de procedimentos investigati-
18
1. Queixa-Crime contra Wilson Salles Damázio (Processo: 2009.60.00.012498-0).
2. Possível envolvimento com o tráfico de droga nos Presídios Federais:
link: http://www.youtube.com/watch?v=RfI4czRoGWo&feature=fvsr, que comprovam a entrada de
cocaína e maconha nas Penitenciárias Federais de Campo Grande e Catanduvas.
3. Notícia do MPF/MS dando conta da Instauração de IPL contra Wilson Salles Damázio por conta de uso de
rede criminosa de Rádio Transmissor nas Penitenciárias Federais.
4. Teoria e Prática do ProcessoAdministrativo Disciplinar, 3ª edição, Brasília Jurídica, 1999, página 153.
"Quando a informação ou parecer possa contribuir para o
pronunciamento da administração, o princípio da moralidade
administrativa impõe cautela igual à que veda a intervenção do
juiz nas causas em que seja parente consangüíneo ao afim, até o
terceiro grau, das partes, ou seus procuradores, quando seja
particularmente interessado na decisão ou, ainda, se existir
interesse direto, seu o de seus parentes, em transação ligada às
partes"(Parecer nº 43, de 1953, DO de 2.08.53, p. 14424).
vos onde possivelmente também deveria ser investigado, porquanto é inimi-
go notório do entãoAcusado, inclusive o acusado é autor de várias represen-
tações criminais contra ele , é dizer, ele tinha e tem interesse direto na maté-
ria, bem como está litigando judicialmente com o oraAcusado.
O mesmo Ex-Diretor do Sistema Penitenciário Federal, senhor
Wilson Salles Damázio, também está respondendo ao Inquérito Policial
189/2010 e a outro Inquérito o que pode fazê-lo parcial quando da manifes-
tação em qualquer ato e fase do PAD, visto que as denúncias partem do acu-
sado.
Embora a disposição legal supra seja cristalina no sentido de que
não pode atuar nos autos a autoridade que esteja litigando ou admi-
nistrativamente com o acusado, e estando extreme de dúvidas que o ora
Acusado promoveu queixa-crime (ver nota 2) e contra o
delegado Wilson Salles Damázio, este se omitiu de comunicar o seu impedi-
mento, a despeito da obrigação constante do parágrafo único do art. 19
supra-transcrito.
Os preceitos relativos ao impedimento e suspeição, previstos tanto
para o processo judicial (Código de Processo Civil – CPC – arts. 134 a 136)
quanto para o administrativo (LPA– arts. 18 a 21), têm sua origem no princí-
pio da imparcialidade, princípio este derivado do amálgama de diversos
outros princípios constitucionais, dos quais três podem ser considerados
mesmos axiais, quais sejam: o da , previsto no do art.
37; o do e o da , ambos previstos no inciso LV
do art 5º.
O princípio da imparcialidade deve, pois, ser observado por toda a
Administração Pública Brasileira, e em todas as suas esferas e poderes.
A despeito da plausibilidade do leque de argumentação antes apre-
sentada, o fato é que a expressa previsão do "servidor" feita no art. 18 da Lei
nº 9.784/1999 não nos permite abraçar a restrição do regime de impedimento
e suspeição aos agentes públicos decisores, sendo que sobre essa matéria
existe expresso entendimento do extinto Departamento Administrativo do
Serviço Público - DASP, como nos mostra JoséArmando da Costa , :
1
2 3
4
judicial
notitias criminis
caput
verbis
impessoalidade
contraditório ampla defesa
19
Vários outros doutrinadores posicionam-se neste mesmo sentido,
dentre eles Romeu Felipe Bacellar Filho , para quem os atos de instrução
processual auxiliam no convencimento do agente com competência para
decidir, acarretando a possibilidade da argüição de impedimento e suspeição
para aqueles que os praticam ( : quem redige pareceres técnicos).
Iuri Mattos de Carvalho (HOMÔNIMO) chega mesmo a dizer, em
plena ressonância com o nosso entendimento, que "a eleição terminológi-
ca", contemplada no do art. 18 e no art. 20 da Lei nº 9.784/99, "
"
O impedimento é vício gravíssimo, sendo que os seus motivos têm
natureza objetiva, e acarretam presunção absoluta de parcialidade (
), não admitindo prova em contrário, devendo o
agente público se afastar ou ser afastado do processo. O defeito provocado
pelo impedimento sobrevive após a decisão final tomada, podendo ser ale-
gado após a decisão ter sido ultimada.
Quem está impedido está fora de dúvida quanto ao seu bom proce-
dimento, pela enorme probabilidade de ter influência maléfica para sua
função.
I. Desvirtuamento do objetivo da Portaria Instauradora e apura-
ção parcial dos fatos a serem investigados. Isso devido a constatação que a
determinação do Senhor Diretor-Geral do DEPEN era a de esclarecer o que
constava no bojo dos autos do PAD nº 001/2009. Considerando que “no
bojo” deste PAD havia o inteiro teor da Sindicância Investigativa nº
023/2008. Assim sendo, as irregularidades constantes naqueles autos deve-
riam ser motivo de contraditório. A Comissão Processante não autorizou a
Defesa a proceder provas que elucidassem o constante no bojo da referida
SI. (Inúmeras situações no decorrer da Defesa Escrita).
II. Agendamento de audiência de forma a impossibilitar o compa-
recimento da Defesa (fls. 867/868 e 982). A Comissão Processante marcou
audiência para a oitiva de Rildo Santos de Oliveira para o dia 10/08/2010 na
cidade de Mossoró-RN e a de JosemarAlves da Costa Lima e Samuel Felipe
para o dia 12/08/2010, no primeiro horário (08h30min.). De forma dissimu-
lada o Colegiado impediu o comparecimento da Defesa no local onde seria
ouvido a testemunha Rildo
5
6
e.g
caput eviden-
cia a intenção de oferecer maior amplitude de aplicação ao impedimento e
suspeição. Por isto, não é somente o agente público dotado de competência
para decidir (autoridade) que pode ser objeto da argüição de impedimento e
suspeição, pois a exigência de imparcialidade também recai sobre os servi-
dores comuns, desde que pratiquem atos relevantes para o processo em sua
fase de instrução.
proe-
sumptione juris et de jure
3. Do cerceamento da Defesa
– distante mais de 6 mil quilômetros (ida e volta).
5. Princípios Constitucionais do ProcessoAdministrativo Disciplinar, página 325 a 326.
6. "Comentários à Lei Federal de Processo Administrativo (Lei nº 9.784/99 ) – obra coordenada por Lúcia
Valle Figueiredo - Editora Fórum, 1ª edição, Belo Horizonte, 2004, - artigo: "Do Impedimento e Suspeição no
ProcessoAdministrativo (arts. 18 a 21)" – página 122.
20
III. Na audiência realizada em 10/08/2010, na cidade de Mossoró/
RN, nomeação de defensor comum para representar interesses antagônicos,
porquanto desde o início da instrução ficou evidenciado que Alexander dos
Santos tinha interesses paralelos aos da Administração e contrário aos dos
acusados (fls. 1019/1022).
IV. Falta de motivação nos despachos, que se limitaram a insultar a
defesa e a fazer considerações impertinentes. (Inúmeras situações no decor-
rer da Defesa Escrita).
V. Inobservância do prazo legal de três dias úteis na citação de
Ivanilton Morais Mota, com prejuízo para a Defesa, porquanto o referido
acusado não pode comparecer ao ato (PORTARIA Nº 343, DE 17 DE
DEZEMBRO DE 2009).
VI. Anexação de comprovação de intimação nos autos do Edital
de Notificação de forma não convencional (apenas parte da página) e sem
condições de comprovação se a data corresponde ao dia da publicaçãovez
que a folha foi “montada”.
VII. Publicação do Edital supra em jornal de pequena circulação
em afronta às disposições legais que exigem que a publicação seja feita em
jornal de grande circulação.
VIII. Enceramento do PAD 001 em afronta ao princípio da legali-
dade, visto a inexistência do instituto.
IX. Recusa de consignação de perguntas feitas pela defesa e dene-
gadas pelo Presidente.
X. Desvirtuamento das portarias que deveriam apurar as denúnci-
as realizadas pelos acusados, visto que “apuraram” condutas dos acusados.
XI. O acusado Ivanilton Morais Mota foi notificado pelo edital
supra como se estivesse em lugar incerto e não sabido, entretanto, estava de
serviço no dia 21 de dezembro de 2009, consoante certidão .7
7. Certidão expedida pelo diretor da PFCG
21
XII. Não intimação do acusado José Francisco Matos sob a alega-
ção de que este não foi encontrado em seu endereço em Campo Grande-MS,
quando o mesmo já havia comunicado via Correios (AR) seu endereço cor-
reto, no Estado de Minas Gerais, onde se encontrava restabelecendo enquan-
to de licença médica.
XIII. Fraude nas perícias, modificação da data de arquivos e
inconsistência de dados periciados.
CONSTATAÇÃO
As mídias apreendidas nas residências dos acusados foram enca-
minhadas ao Setor de Perícia da Polícia Federal. Inúmeras tentativas foram
feitas para conseguir as cópias dos arquivos periciados, sem sucesso. Os
acusados entraram com habeas corpus e o Judiciário determinou a disponi-
bilização dos dados. O delegado responsável pelo cumprimento da ordem
judicial se negou a fazê-lo. Reclamação foi efetuada ao Judiciário Federal
sendo o feito designado à juíza federal Raquel Corniglion que, por sua vez
deu-se por suspeita.
Os acusados não tiveram oportunidade de confrontar a totalidade
das mídias apreendidas vez que até o dia de hoje (03/11/2010) não havia sido
cumprida a ordem de entrega da cópia das mídias.
Por sua vez, a Comissão Processante, ao fornecer os autos à Defesa
não disponibilizou as mídias que tinha em seu poder. Devido a reclamação
da Defesa, finalmente foi possível consultar 12 (doze) CD´s. Dentre eles, o
identificado como Anexo Digital Laudo 227/2009, Vol. I, apresenta infor-
mações manipuladas.
Conforme é possível constatar, o arquivo 244.WMAdemonstra ter
sido a gravação originada em 01/01/2005, sendo certo que nesta data os
acusados nem mesmo haviam tomado posse a qual ocorreu em 28/09/2006.
Melhor dizendo – nem ao menos se conheciam.
22
XIV. Falta de objetividade no questionamento aos peritos em
Exame de Incidente de Sanidade Mental.
Aos peritos que participaram do Exame de Incidente de Sanidade
Mental do acusado foi perguntado pela autoridade: “ possível determinar
se na época da ocorrência dos fatos (01/08/2007 e período de 16/06/2008 a
01/12/2008), o servidor era capaz de entender a eventual ilicitude de sua
conduta, ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?”Ao que os
“experts” responderam, tão somente “SIM”.
: A resposta afirmativa dos peritos médicos, objetiva,
se refere à possibilidade deles, enquanto profissionais avaliadores, determi-
nar o que lhes foi perguntado e não se “o servidor era capaz de entender a
eventual ilicitude de sua conduta, ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento”.
: Não houve oportunidade à Defesa
para que procedesse a quesitos aos peritos, impossibilitando desta forma o
contraditório.
Aos demais acusados a diferen a se resume a modifica o das
datas de referência!
XV. Indeferimento do rol de testemunhas imprescindíveis para a
Defesa sob a alegação de que o Colegiado já estava satisfeito com as diligên-
cias efetuadas.
XVI. Considerar declaração à mídia pública como prova irrefutá-
vel sem possibilitar à Defesa o contraditório.
XVII. Finalização de audiência em andamento sem oportunizar a
Defesa a proceder ao contraditório.
XVIII. A falta de cronologia das autuações para confundir a Defe-
sa.
ç çã
CONSTATAÇÃO
Do acusadoYuri Mattos Carvalho
Constata-se
Do cerceamento da Defesa
É
Trata-se de procedimento administrativo disciplinar instaurado
com o fito de demitir os servidores acusados, inobstante tenham praticados
ou não transgressões disciplinares.esa.
DEFESA PROPRIAMENTE DITA
TESE
Conspiração entre autoridades do DEPEN e da Polícia Federal,
acobertada por membros do Poder Judiciário Federal e da Procuradoria da
República, com a finalidade de esconder irregularidades e crimes praticados
por diretores do Presídio Federal de Campo Grande/MS.
23
EXPLANAÇÃO INICIAL
O suporte para sustentação da Tese
no bojo
Por óbvio, defender a Tese acima definida aproveitando a forma
como foram colecionadas as provas nos procedimentos que antecederam o
presente e as notícias divulgadas pelos diretores do Sistema Penitenciário
Federal, juízes federais, procuradores da República, presidentes dasAssoci-
ações dos Juízes Federais, dos Magistrados do Brasil, dos Procuradores da
República e até o Ministro da Justiça é praticamente impossível. Isso porque
a documentação juntada foi aposta pelos investigadores (propositadamente)
de forma aleatória, sem seguir a ordem cronológica e em meio a inúmeros
papeis sem importância que servem apenas para cansar o leitor e fazê-lo
procurar a conclusão final, acreditando que o relatório constante no despa-
cho de instrução e indiciação ou no relatório final espelha a realidade do
ocorrido.
Desta forma, pervertendo os objetivos determinados pelo Diretor-
Geral do Departamento Penitenciário Nacional Airton Aloisio Michels,
quais sejam: de proceder às diligências no sentido de apurar na totalidade as
irregularidades constantes da Sindic ncia Investigativa n 23/2008,
os envolvidos na trama “oficial” desvirtuaram as diligências, obstruíram o
sagrado direito de Defesa e atuaram contrariamente as normas vigentes de
forma ora criminosa ora ímproba e em certos momentos praticando ambas.
Servidores que deveriam se pautar pelo estrito cumprimento do
dever legal de busca pela verdade afastaram-se da ética e da honra, preferi-
ram camuflar práticas condenáveis de colegas em detrimento do Direito de
subordinados – Direitos ofertados pela Constituição Federal do Brasil e
considerados .
Com a finalidade de evitar haja desconfiança por parte dos futuros
Julgadores de que a Defesa está agindo apenas como defesa sem comprome-
timento com a verdade dos fatos, todas as afirmativas e os demonstrativos se
limitarão a documentos colhidos pelos próprios membros do colegiado,
vistorias efetuadas pelo DEPEN, perícias elaboradas pela Polícia Federal e
declarações públicas das autoridades instituídas competentes e outros cons-
tantes dos autos, mas que foram desprezados por não interessar ao objetivo
fim – sabotar as investigações e condenar os acusados.
Até porque é preciso ser esclarecido, antes de iniciada a narrativa
dos fatos, que a Comissão Processante autorizou fosse intimada,
sequer ouvida, NENHUMAtestemunha da Defesa e mais, obstruiu o Direito
dos acusados de reperguntarem àquelas que foram chamadas para corrobo-
rar interesses da acusação, seja desvirtuando as perguntas e respectivas
respostas, seja encerrando as audiências sem admitir fossem efetuadas ques-
tões esclarecedoras, sem ao menos constar as perguntas e respectivo indefe-
rimento – obviamente por não caberem.
Outra técnica utilizada pela Comissão Processante, seja no PAD nº
001/2009 (juntado ao presente e parte integrante do feito) ou no PAD nº
002/2010 (o atual) é a de juntada de documentos oriundos de outros procedi-
â º
INALIENÁVEIS
NÃO
24
NOTA
Acreditando, no início dos trabalhos, que os integrantes da
Comissão Processante estavam imbuídos da lisura esperada para repre-
sentar a administração sem preconceito ou tendências, os acusados reque-
reram autorização para utilizar gravadores de som nas audiências a fim de
utilizarem posteriormente em suas Defesas,contudo houve o indeferi-
mento do pedido.
No decorrer das audiências, tendo ficado patente a tendência dos
membros do Colegiado em prejudicarem deliberadamente os acusados,
não restou alternativa senão utilizar gravadores e filmadoras “secretas”
para comprovar a má-fé e a improbidade dos investigadores.
25
Feitas as necessárias explanações, considerando a inusitada Tese a
ser defendida, resta oportunizar aos Julgadores a verdade, seguindo estrita-
mente a época dos acontecimentos a fim de garantir a total veracidade do
relato do ocorrido.
Esclarecemos ainda que a Defesa, ora apresentada, serviu também
para desvendar os delitos administrativos e crimes praticados no âmbito da
Penitenciária Federal de Campo Grande-MS conforme determinado pelo Sr.
Diretor-Geral (e que não foi acatado pelos integrantes do PAD 001/2009 e
PAD 002/2010), tendo sido possível a identificação de algumas autorias que
certamente hão de responder futuramente nas esferas cível, administrativa e
criminal. E, acreditamos, haverá de servir para futuras modificações opera-
cionais do Sistema Penitenciário Federal.
Por último, a Defesa quer deixar consignado que não acredita na
culpabilidade e/ou envolvimento malicioso de todas as autoridades constitu-
mentos (IPL´s, reportagens de jornal e revistas, artigos diversos etc.), sem
dar conhecimento aos acusados e muito menos direito de contestação, inde-
ferindo todo e qualquer pedido de oitiva daqueles que constavam na docu-
mentação juntada.
Por último, estratégia ignóbil foi empreendida. O Presidente da
Comissão e demais membros conversavam abertamente com as testemu-
nhas de acusação, prelecionavam o que deveriam dizer ou contar, tomavam
conhecimento prévio dos fatos e se o assunto fosse causar prejuízo a alguma
autoridade (do DEPEN, Judiciário Federal, Polícia Federal ou Ministério
Público Federal) o conteúdo da declaração não era aposto aos autos. E, se
por acaso houvesse alguma falha neste sistema condenável, o Presidente do
Colegiado revia o depoimento (através de leitura no computador) após seu
encerramento e “deletava” as partes incriminadoras, às vezes apagando
apenas as respostas e esquecendo de “se livrar” das perguntas (o que com-
prova a má-fé).
A situação se tornou tão incômoda para a Defesa que as audiências
passaram a ser gravadas às escondidas no intuito de produzir provas para a
Defesa dos acusados e comprovar a existência de intenção maligna por parte
dos membros do Colegiado.
CRONOGRAMA DOS FATOS
Abril, 2001
Fatos anteriores à inauguração do PFCG
Aos 21/04/2001 foi preso em Marandua (Departamento de Vicha-
da – Colômbia) o traficante Luiz Fernando da Costa conhecido como “Fer-
nandinho Beira-Mar” e integrante importante da facção criminosa flumi-
nense conhecida como “Comando Vermelho” . Segundo fontes policiais e
da imprensa, à época “Fernandinho” se encontrava foragido e convivendo
com o movimento denominado FARCs. Durante a prisão foi baleado e preci-
sou de cuidados médicos. Era considerado possuidor de fortuna incalculável
proveniente do tráfico de entorpecentes.
Fotografias retiradas: Luiz Fernando da Costa
8
Abril, 2003
Outro condenado possuidor de importante patrimônio econômico,
João Arcanjo Ribeiro, conhecido por “O Comendador”, era o líder do crime
organizado no estado do Mato Grosso . Foi preso no Uruguai em 03/04/2003
devido a um acordo de extradição entre os dois países. Formalmente acusa-
do de ser o principal bicheiro do estado de Mato Grosso, de ter sonegado
mais de 840 milhões de reais em impostos e de ser o mandante do assassinato
do jornalista Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, então dono do jornal
Folha do Estado. Em dezembro de 2002, na Operação Arca de Noé da Polí-
cia Federal, foi expedido um mandado de prisão preventiva. Arcanjo fugiu
do país e foi procurado por mais de três meses pela Interpol. Só foi localiza-
do ao ser preso por portar documentos falsos em Montevidéu (Uruguai).
Especula-se que também tenha envolvimento com o narcotráfico e as
FARCs, além de conexões criminosas em todo o Brasil Central. Proprietário
de imensa fortuna decorrente de sonegação.
Fotografias retiradas: JoãoArcanjo Ribeiro
9
8. http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=49232&edicao=9930&anterior=1
9. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Arcanjo_Ribeiro
10. http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/furtonobancocentral/
26
ídas que atuaram na investigação, querendo crer que a maioria foi envolvida
e induzida a erro por alguns poucos interessados.
Agosto, 2005
Entre 5 e 7/08/2005 ocorreu o maior furto de banco do país . Em
Fortaleza, do Banco Central foi subtraída a quantia de R$ 164,8 milhões. A
parte do suposto mentor do crime, José Reinaldo Girotti, não foi encontrada.
10
11. http://www.quemequembrasil.com.br/portal/pages/news_letter/News/news_29set06_v2.htm
NOTA
Oportuno lembrar que o crime de furto é punido com reclusão de
um a quatro anos – aparentemente o legislador jamais imaginou que
alguém fosse realizar um furto tão espetacular, visto que é plausível a
possibilidade de que alguém possa preferir cumprir a pena do furto para
depois passar o resto da vida na bonança.
Setembro, 2006
Em 21/09/06 se deu o ato de nomeação do delegado de Polícia
Federal Severino Moreira da Silva como diretor da Penitenciária Federal em
Campo Grande-MS. No mesmo dia foi nomeada Sílvia Maria Menezes
Leite como Corregedora-Geral do Sistema Penitenciário Federal da Direto-
ria do Sistema Penitenciário Federal do Departamento Penitenciário Nacio-
nal .11
27
Dezembro, 2006
AInauguração da PFCG
Antes da inauguração da Penitenciária Federal de Campo Gran-
de/MS (21/12/2006) os agentes penitenciários federais destacados para
atender ao complexo realizaram o curso de capacitação com duração de
aproximadamente três meses. Posteriormente atenderam à Penitenciária
Estadual de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho (em Campo Gran-
de-MS) onde atuaram a título de cooperação por 110 dias, retornando devido
à representação do Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais no Mato
Grosso do Sul (SINAPF/MS) dirigido pelos acusados, junto ao Ministério
Público Federal (MPF/MS).
28
Naquela época os AGEPENs já tinham acesso indiscriminado ao
armamento, munição e granadas de propriedade da União sem, contudo,
haver qualquer tipo de controle do material bélico empregado.
Com isso alguns tomaram para si caixas de munição, artefatos
explosivos e até coletes a prova de bala e a administração nada fazia para
evitar as subtrações, muito menos tomava providências para recuperar o
material furtado.
OBSERVAÇÃO
Degravação feita por peritos da Polícia Federal no Laudo
331/2009-SETEC/SR/DPF/MS demonstraram o livre acesso deAGEPENs
à munição e armamento em geral, conforme se depreende do diálogo entre
Alexander dos Santos (M1) e o acusado Francisco Florisval Freire (M2).
12
M1 – Eles vão dar busca ... eles vão dar busca e apreensão na casa de vocês,
não vai demorar!
M2 – Eles podem fazer isso aí, nós estamos esperando já faz tempo, já. Isso
aí ...
M1 – Eles vão dar busca e apreensão na casa de vocês. Eu tenho ... eu
tinha até umas munições de cinco-cinco-meia e ponto quarenta lá em
casa, mandei a mulher pegar e jogar no ralo e dar descarga.
Naquela época havia informes e fortes indícios que parte do mate-
rial bélico de propriedade da União estava sendo desviado. O sumiço de
granadas, carregadores e munição em geral foram dados como perdidos ou
utilizado, sem qualquer documentação que respaldasse as certificações. A
falta de comunicação entre a direção e os responsáveis pelo armamento, bem
como o total descontrole do conteúdo da reserva dava margem à subtração
(peculato).
NOTA
Furto de munição do Exército não é insignificante
O furto de munição do Exército de baixo valor não é uma prática
considerada insignificante. O entendimento é da 2ª Turma doSupremo
Tribunal Federal, que manteve a condenação imposta pelo Superior Tri-
bunal Militar de reclusão a dois ex-militares. Em serviço, eles furtaram
316 cartuchos calibre 5.56 milímetros, um cartucho calibre 7.62 milíme-
tros e um estojo de cartucho calibre 9 milímetros.
Segundo uma denúncia apresentada pelo Ministério Público
Militar, os soldados furtaram as munições de uso exclusivo das Forças
Armadas Brasileiras em 2009, quando auxiliavam na atividade de instru-
ção de tiro. Após a ocorrência, um dos militares vendeu parte dos cartu-
chos por R$ 150,00.
12. Apenso I, volume I, fls. 216
Abril, 2007
29
Ao recorrer ao STF, a Defensoria Pública da União alegou que a
decisão do STM rejeitou o pedido de incidência do princípio da insignifi-
cância penal e aumentou a pena aplicada aos ex-militares. Para o órgão, a
lesividade causada pelo furto das munições pelos ex-soldados foi mínima,
já que parte da munição totalizaria o valor de R$ 196,00 e outra parte foi
restituída.
A Procuradoria-Geral da República não concordou com o argu-
mento. Para a instituição, não há como concluir pela mínima lesividade da
conduta dos ex-militares, tampouco por sua inexpressividade, uma vez
que a natureza das munições, de uso restrito das Forças Armadas, afasta a
aplicação do princípio da insignificância.
Em seu voto, o ministro Carlos Ayres Britto considerou que a
aplicação da pena aos ex-soldados, "embora teoricamente trabalhosa, foi
feita em atenção as circunstâncias objetivas e subjetivas que envolveram
o delito em questão".
A STM aplicou as orientações previstas no artigo 69 do Código
Penal Militar. De acordo com o ministro, as sanções restritivas da liberda-
de impostas aos ex-militares estão fundamentadas e justificadas concreta-
mente no acórdão do tribunal militar.
Ayres Britto afastou o pedido de aplicação da pena mínima para
os militares, pois "essas reprimendas estão assentadas no exame das cir-
cunstâncias que moldam o quadro fático-probatório, e não afrontam as
garantias da individualização da pena e fundamentação das decisões judi-
ciais".
Revista , 27 de outubro de 2010
Com informações da Assessoria de Comunicação do STF.
Consultor Jurídico 13
13. http://www.conjur.com.br/2010-out-27/furto-municao-exclusiva-exercito-nao-insignificante
Em 2007 o acusado Ivanilton Morais Mota já apontava as deficiên-
cias do sistema e a incapacidade da direção em controlar os artefatos e muni-
ções, o que certamente incomodou os administradores devido a determina-
ção de apresentar o Sistema Penitenciário Federal como uma instituição
perfeita, sem máculas e infalível.
Conforme se pode comprovar através do documento abaixo, os
acusados agiam, na maioria das vezes, de forma oficial e por escrito, algu-
mas vezes relatando o ocorrido verbalmente e, por óbvio, esperando posici-
onamento por parte da administração – o que na maioria das vezes não se
realizou. Isso quando os relatos efetuados pelos acusados não acarretavam
ameaças intimidatórias como se constatará no decorrer da exposição.
30
Sendo uma carreira iniciante e devido ao descontrole sobre o mate-
rial de trabalho e inexistência de manual procedimental (seja na área opera-
cional seja na administrativa), somado a incompetência da direção, acabou
gerando desconforto entre os agentes que se viram obrigados a aceitar impo-
sições “da chefia subalterna” para não serem prejudicados no estágio proba-
tório, ao qual todos estavam sujeitos.
NOTA
Os manuais de procedimentos, ainda oficiosos, somente foram
elaborados e publicados posteriormente.
31
Ainda com o presídio vazio, em 13/03/2007 o AGEPEN Aislan
Maik Fernandes (Analista de Inteligência) efetuou diversas fotos a partir da
mata do entorno do estabelecimento penal. Visualizando as torres e pontos
vulneráveis da PFCG, trabalho este que deveria ser considerado “preventi-
vo” foi denominado de “Missão Risco”, o qual objetivava a correção de
erros em matéria de segurança do complexo. Todavia serviu apenas como
constatação das deficiências na segurança vez que nenhuma providência foi
tomada para sanar as falhas encontradas.
O primeiro preso a ser recebido na PFCG foi José Reinaldo Girotti
(22/03/2007) o qual teria participado de inúmeros crimes contra o patrimô-
nio sendo os mais recentes o furto do Banco Central de Fortaleza/CE (2005)
onde foi subtraída a espetacular quantia de R$ 164,7 milhões e da Caixa
Econômica Federal em Curitiba/PR (2006) de onde obteve R$ 3 milhões.
Os Presos
14
Março, 2007
14. http://www.hojems.com.br/hojems/0,0,00,1542-41366-
MAIS+PERIGOSOS+DO+PAIS+PODEM+CUMPRIR+TODA+PENA+EM+MS.htm
Por sua vez a direção do DEPEN e os responsáveis pelas peniten-
ciárias federais logo descobriram que poderiam controlar os agentes opera-
cionais (de função subalterna) usando de assédio e coação (quando ameaça-
vam com notas baixas na avaliação do estágio probatório e conseqüente
demissão) e até investindo na corrupção ao ofertar aos “chegados” e “ami-
gos do Rei” a possibilidade de obter diárias, enquanto os insubmissos eram
tratados “a pão e água”.
Para contrapor a esta realidade foram criados os Sindicatos dos
Agentes Penitenciários Federais, primeiramente em Catanduvas/PR e pos-
teriormente em Campo Grande/MS (11/12/2006).
JOSÉ REINALDO GIROTTI
Data de Inclusão: 23.03.2007
32
NOTA
Importante para o entendimento futuro é saber que o preso
Girotti foi transferido da penitenciária federal de Catanduvas/PR à de
Campo Grande/MS devido à existência de denúncia de estar sendo tortu-
rado por agentes penitenciários federais daquela unidade prisional.
Outro detalhe é o fato de que até o presente momento não foi
recuperada a parte do dinheiro que lhe coube, o que pode perfeitamente
explicar o objetivo das torturas que estava sofrendo.
Participações de Girotti:
2000 - Caixa Econômica Federal, em Ribeirão Preto, em São
Paulo. Roubo de R$ 1 milhão.
2000 - Caixa Econômica Federal, em Cuiabá, em Mato Grosso.
Roubo de R$ 13 milhões.
2001 - Caixa Econômica Federal, em Balneário Camboriú,
Santa Catarina. Roubo de R$ 600 mil.
2001 - BRB Brasília, no Distrito Federal. Roubo de R$ 5
33
milhões – valor declarado, mas o montante pode chegar a R$ 50 milhões
por conta do dinheiro que estava em cofres particulares e que não foi
declarado.
* Neste roubo teriam sido levadas jóias da família do ex-
presidente Juscelino Kubitschek.
2005 - Banco Central de Fortaleza (CE) - teria arquitetado o
furto, tido como recorde de onde foram levados R$ 164,7 milhões.
2006 - Caixa Econômica Federal, em Curitiba, no Paraná.
Roubo de R$ 3 milhões.
Abril, 2007
O site de notícias Midiamax informou (10/04/2007) que o juiz
federal Odilon de Oliveira estaria ouvindo em depoimento o preso José
Reinaldo Girotti sobre crimes praticados no Paraná. O portal afirmou que:
“
”.
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organiza-
do (CSPCCO), da Câmara dos Deputados, confirmou a denúncia de tortura
do preso Girotti em abril de 2007 .
15
16
de acordo com Odilon, entre os crimes praticados por Girotti estão roubos
e lavagem de dinheiro, sendo que todo montante obtido nos roubos era
revertido para financiar ações do PCC (Primeiro Comando da Capital), já
que Girotti confessou ser líder dos assaltos e parceiro do traficante Marcos
Camacho, conhecido como Marcola
15. http://www.midiamax.com.br/view.php?mat_id=272184
16. http://www.camara.gov.br/sileg/integras/452365.pdf
17. http://www.infoseg.gov.br/infoseg/destaques-01/25-07-07-fernandinho-beira-mar-chega-a-campo-
grande/
18. http://www.youtube.com/watch?v=0RgSRvWc8M8
Agosto, 2007
Os meses de julho e agosto de 2007 foram marcados com a chegada
à PFCG dos presos Luis Fernando da Costa (o “Fernandinho Beira-Mar”)
em 25 de julho e de Juan Carlos RamirezAbadia em 11 de agosto.
Entre as duas datas, mais precisamente em 09 de agosto ocorreu a
divulgaçãoatravés do site “Kibe Loco” de imagens e som gravadas em
18/05/2007 e obtidas do sistema de monitoramento da penitenciária de
Catanduvas/PR. Conforme é possível constatar, já em 2007 era possível ter
acesso ao sistema de gravação do DEPEN. Até hoje o referido vídeo já foi
assistido 205.140 vezes em consulta ao título “Brincando na Penitenciária”.
Assim constata-se que a fragilidade na segurança do sistema de
informática e monitoramento implantado pelo DEPEN já era conhecida
muito antes dos acontecimentos que ensejaram a instauração do presente
procedimento, sem que fosse tomada qualquer medida para restringir o
acesso à imagem e ao som captado pelas câmeras e microfones instalados
nas instituições penitenciárias federais.
17
18
34
O site de notícias Midiamax informou (10/04/2007) que o juiz
federal Odilon de Oliveira estaria ouvindo em depoimento o preso José
Reinaldo Girotti sobre crimes praticados no Paraná. O portal afirmou que:
“
”.
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organiza-
do (CSPCCO), da Câmara dos Deputados, confirmou a denúncia de tortura
do preso Girotti em abril de 2007 .
15
16
de acordo com Odilon, entre os crimes praticados por Girotti estão roubos
e lavagem de dinheiro, sendo que todo montante obtido nos roubos era
revertido para financiar ações do PCC (Primeiro Comando da Capital), já
que Girotti confessou ser líder dos assaltos e parceiro do traficante Marcos
Camacho, conhecido como Marcola
Do monitoramento e da segurança
ESCLARECIMENTOS PRELIMINARES
Importante esclarecer e salientar a diferença entre monitoramento
(puro e simples) e monitoramento com gravação em mídia (digital e/ou
analógica).
No primeiro caso (monitoramento simples) a atividade é desenvol-
vida única e exclusivamente através do acompanhamento visual e em tempo
real dos fatos. Não são gravadas as imagens e/ou sons transmitidos pelo
equipamento. Serve tão somente para que sejam acompanhados os movi-
mentos dos internos (presos) e tomar conhecimento do teor dos diálogos
35
entre estes, suas visitas e advogados.
No segundo caso (monitoramento com gravação de mídia) o equi-
pamento de captação de imagem e/ou som é acoplado (por meio de um sim-
ples cabo) a um gravador de mídia (DVR) o qual faz a codificação dos sinais
enviados e os transfere para CDs ou DVDs preservando o momento de inte-
resse. Neste caso o conteúdo das mídias utilizadas se torna documento capaz
de fazer comprovação futura, independente da necessidade de testemunho.
OBSERVAÇÃO
Pelo que foi possível saber através dos depoimentos colhidos e das
entrevistas com agentes penitenciários e especialistas, o monitoramento
somente é gravado quando existe interesse da administração em utilizar os
dados posteriormente. Caso contrário o sistema de monitoramento das peni-
tenciárias federais funciona simplesmente como meio de acompanhamento
(sem gravação) do movimento no âmbito do complexo penitenciário.
As imagens na PFCG são gravadas e armazenadas por aproxima-
damente 21 dias diferindo das outras unidades prisionais que possuem siste-
ma mais moderno que pode armazenar por mais tempo. Não existe nenhum
sistema de backup em arquivo, ou seja, passado o período de capacidade de
armazenamento estas são todas descartadas para dar espaço às novas ima-
gens. Desta forma, percebe-se que ocorre uma grande falha de segurança.
Excepcionalmente as imagens poderiam ser copiadas e preserva-
das para a posteridade, a exemplo daquelas do suposto ataque, que vieram
parar na mídia.
Este é o motivo pelo qual não foram encontradas
arquivadas as imagens realizadas sem autorização judicial, seja no parlató-
rio ou nas celas de visitas íntimas, vez que serviam [as imagens] apenas para
o acompanhamento através do pessoal interno ligado ao Setor de Inteligên-
cia.
IMPORTANTE:
CONSTATAÇÃO
É possível agentes do Setor de Inteligência gravar imagens sem auto-
rização judicial!
Em 01/08/2007, consta do relatório de plantão da Divisão de Segu-
rança (chefiada pelo AGEPEN Ricardo Marques Sarto desde 12/04/2007)
que o agente Yuri Mattos Carvalho (ora acusado), enquanto presidente do
Sindicato dosAgentes Penitenciários em MS teria se utilizado da freqüência
de rádio da PFCG para informar aos demais agentes que a escolta de presos
não era atribuição regulamentada consoante afirmava o próprio diretor do
Sistema Penitenciário Federal Wilson Salles Damázio. Em razão deste fato
restou processado e punido.
36
NOTA
Ao preparar sua defesa o AGEPEN Yuri Carvalho descobriu
que as freqüências de rádio utilizadas pela penitenciária federal de
Campo Grande são consideradas clandestinas pela Anatel e, segundo a
legislação em vigor no Brasil trata-se de prática criminosa a instalação de
equipamento não homologado e o uso de freqüências não autorizadas o
que deveria acarretar na prisão dos diretores do DEPEN.
Assim sendo, curiosamente e de forma absurda, o agente Yuri
Carvalho foi punido por usar uma freqüência disponibilizada de forma clan-
destina pela administração pública.
Tomando conhecimento dos fatos e dos detalhes e constatando não
ter havido qualquer providência para apurar o crime (Lei Federal nº
9472/97), o subscritor da presente, enquanto presidente da Associação de
37
Defesa ao Direito do Cidadão à Verdade protocolou em 16/12/2009, junto ao
Ministério Público Federal, “notitia criminis” requerendo a instauração de
Inquérito Policial para responsabilização dos autores do crime (em tese), a
busca e apreensão dos equipamentos disponibilizados de forma irregular e a
prisão em flagrante dos responsáveis por se tratar de crime permanente.
Em 07/08/2007 foi preso em Aldeia da Serra (Barueri-SP) o trafi-
cante Juan Carlos Ramirez Abadia, tendo sido apreendido com ele um heli-
cóptero JetRanger prefixo PT-HBM .
Fotografias retiradas: Juan Carlos RamirezAbadia e helicóptero
Juan Carlos Ramirez Abadia chegou à PFCG em 11/08/2007 .
Cinco dias depois, através do ofício 073/07 datado de 16/08/2007, o juiz
federal Odilon de Oliveira autorizou a monitoração do detento fazendo
constar no expediente a determinação: “Escuta e gravação ambiental de
conversas e imagens produzidas entre o nominado interno, suas visitas e
advogados, no âmbito do presídio federal de Campo Grande-MS, enquanto
durar a internação.”
19
20
NOTA
Note-se que na autorização do Magistrado (à época juiz corre-
gedor da PFCG) não há limitação de tempo para o período de monitora-
mento ( ) ; não discrimina os advogados que
devem ser monitorados (
) e autoriza escuta e gravação ambiental
federal de Campo Grande-MS, abrangendo
assim as celas de encontros íntimos que obviamente se encontram
.
Diferentemente do que é alegado pela Justiça Federal e respal-
dado pelo Ministério Público Federal, no documento expedido existe
qualquer proibição de tomada de imagens nas celas de encontros íntimos.
A autorização é para “
” entre o preso Juan Carlos Ramirez Abadia “
”.
enquanto durar a internação
conversas e imagens produzidas entre o nomi-
nado interno... e advogados
no
âmbito do presídio
21
em
todo o âmbito do presídio
não
escuta e gravação ambiental de conversas e ima-
gens produzidas no âmbito
do presídio federal
19. http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL84367-5605,00-
TRAFICANTE+ASSUMIU+O+LUGAR+DE+PABLO+ESCOBAR+DIZ+PF.html
20. http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2007/08/11/ult4469u9338.jhtm
21. PAD 002/2010, fls. 101 a 109 e 210 a 212
22. Despacho nº 117/2008-CGIN/DSPF/DEPEN
Enquanto isso, em 29 de agosto do mesmo ano, o Setor de Inteli-
gência do DEPEN passou a receber denúncias sobre a utilização clandestina
de telefone celular na Penitenciária de Catanduvas/PR. Contudo, através da
documentação juntada aos autos, é possível depreender que nenhuma provi-
dência foi tomada ou investigação iniciada até 18/06/2008 .22
38
IMPORTANTE
Nãoobstante a administração penitenciária, os órgãos de inteligên-
cia e as direções dos presídios federais terem conhecimento das denúncias
sobre utilização clandestina de telefones celulares na PFCT desde
29/08/2007, as providência somente foram tomadas após os agentes (ora
acusados) terem delatado a existência de câmeras nos parlatórios (em
16/06/2008) e as câmeras clandestinas no interior das celas íntimas do PFCG
(em 23/06/2008).
O fato reforça a desconfiança que os responsáveis pelo Sistema
Penitenciário Federal camuflavam erros e falhas para demonstrar publica-
mente a eficiência do trabalho – isso pondo em risco a segurança dos servi-
dores que atuavam nos presídios e até da população em geral.
A administração penitenciária federal tinha conhecimento dos
pontos vulneráveis do presídio (Missão Risco); da fragilidade do sistema de
informática e monitoramento (vídeo divulgado na Internet em 15/05/2007) e
recebia informes do uso clandestino de telefone celular (através do Setor de
Inteligência), todavia não se manifestava e restava inerte. Acredita-se que a
razão da omissão tinha por objetivo não “chamar a atenção” para a incapaci-
dade técnica e administrativa dos responsáveis pelo Sistema Penitenciário
Federal.
Setembro, 2007
Em setembro (05/09/2007) através do ofício nº 218/07 o então
corregedor da penitenciária (juiz federal Odilon de Oliveira) autorizou a
monitoração do preso Luiz Fernando da Costa (Fernandinho Beira-Mar) nos
mesmos moldes da autorização expedida para o acompanhamento de Juan
Carlos Ramirez Abadia, datada de 16/08/2007, ou seja: visitas, advogados
(indiscriminadamente), por prazo indeterminado e no âmbito da penitenciá-
ria federal - o que inclui as celas íntimas, .pois não havia qualquer restrição
NOTA
Se considerar que o pátio da penitenciária, corredores e depen-
dências comuns já eram monitorados sem a necessidade de autorização
prévia, expressa e individual, o que sobra é o parlatório (onde se entrevis-
tam com os advogados) e as celas íntimas (onde o preso se encontra com a
companheira para manter relações sexuais).
Em 12/09/2007 André Fernandes Ferreira (diretor substituto e
chefe da Reabilitação) foi afastado “por usar para fins pessoais uma Merce-
des Benz descaracterizada que deveria ser apenas para servi os internos da
penitenciária. Ele foi flagrado durante um fim de semana numa festa onde
estavam outros agentes penitenciários federais.”
No dia 20 de setembro estava marcado o casamento de “Fernandi-
ç
23
23. http://www.camarasidrolandia.ms.gov.br/index.php?pagina=noticias-ver&codigo_noticia=4804
39
nho Beira-Mar” com sua noiva Jaqueline Alcântara de Morais, sendo a ceri-
mônia adiada, na véspera, por conveniência da administração . Mais tarde,
através da documentação juntada aos autos, foi possível esclarecer que nesta
época as celas íntimas somente dispunham de câmeras de vídeo as quais
estavam em perfeito funcionalmente sem, contudo, gravarem o som por
impossibilidade técnica, conforme e-mails transmitidos pelos setores de
inteligência da PFCG e do DEPEN e que se encontram acostados em relató-
rio confeccionado peloAGEPEN José Luciano Taldivo.
Através de mensagens eletrônicas trocadas entre o chefe do Setor
de Inteligência da PFCG (José Luciano Taldivo) e o Coordenador-Geral de
Informações e Inteligência do DEPEN (Angelo Oliveira Salignac), em 25 e
26/09/2007, sobre a existência de câmeras de vídeo-monitoramento instala-
das das celas destinadas aos encontros íntimos dos presos, foi possível saber
que o sistema existente havia sido desenvolvido pelo AGEPEN Alexandre
Hall Barros para atender ao pedido do juiz federal Odilon de Oliveira.
24
24. http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL106886-5598,00-
CASAMENTO+DE+BEIRAMAR+EM+PRESIDIO+FEDERAL+E+ADIADO+NA+VESPERA.html
----- -----
De: Jose Luciano Taldivo.
Enviada em: terça-feira, 25 de setembro de 2007 16:00
Para:Angelo Oliveira Salignac
Assunto: Confidencial * Solicitação: faz * Prioridade:Alta * Sensibilida-
de: Confidencial
1- Temos conhecimento que em uma das celas íntimas de
cada vivência, encontra-se instalada, porém desligada, uma câmera que
capta imagem, sem áudio. Segundo informação do encarregado da
empresa prestadora de serviço CSPSr. João Carlos Mendes, essas instala-
ções não fazem parte do projeto que a CSP está executando, porém o
encarregado está seguindo orientação prestada pelo engenheiro Marcio
Boarim, que não sabe informar se este engenheiro faz parte ainda do qua-
dro da empresa CSP.
2- O agente Hall trouxe de BSB e está instalando um equi-
pamento e alguns pontos de escutas nas áreas de visitas sociais e também
pretende instalar na cela íntima de cada vivencia. Segundo o nominado,
este procedimento está contido em um projeto de sua autoria, o qual foi
aprovado e autorizado pelo Diretor do Sistema.
Segundo informações (do Hall), tais equipamentos serão utili-
zados para darmos cumprimentos às ordens judiciais, porém não dá para
instalar e desinstalar toda vez que for monitorar um interno que tenha
determinação judicial para tanto.
Não obstante só realizamos monitoramento de quem tenha
ordem nesse sentido, gostaríamos de um posicionamento desta digna
Coordenação sobre os equipamentos ficarem permanentemente instala-
do, sendo usado somente em casos judicialmente autorizados.
Mensagem original
40
Desta forma é possível afirmar: em 25/09/2007 o chefe do Setor de
Inteligência da PFCG comunicou ao Coordenador-Geral de Inteligência do
DEPEN quanto à existência de câmeras de captação de imagem instaladas
nas celas destinadas aos encontros íntimos de cada vivência (num total de
quatro) e que o agente Hall estaria instalando equipamento de escuta
(microfonia) nas referidas celas. Ainda é possível entender que José Taldivo
(chefe do Setor de Inteligência da PFCG) acreditava que o projeto de
monitoramento que estava sendo instalado (de vídeo e som) havia sido
desenvolvido pelo Coordenador-Geral Ângelo Salignac e que estava
devidamente aprovado pelo Diretor do Sistema, à época o delegado de
Polícia Federal Wilson Salles Damázio.
A resposta desta primeira mensagem trocada no dia
seguinte entre Taldivo e Salignac com cópia ao AGEPEN Alexandre Hall
Barros é esclarecedora quanto ao envolvimento do Poder Judiciário e o
DEPEN para monitoração em áudio e vídeo das celas íntimas.
De:Angelo Oliveira Salignac
Enviada em: quarta-feira, 26 de setembro de 2007 09:22
Para: Jose Luciano Taldivo
Cc:Alexandre Hall Barros
Assunto: Confidencial * Solicitação: faz * Prioridade:Alta * Sensibilida-
de: Confidencial
Caro Taldivo. Vamos lá.
Esse equipamento realmente não está mapeado_no projeto
original, por questões de compartimentação, mas é do conhecimento da
DSPF a sua existência. Faz parte do contexto da preparação para o atendi-
mento de determinações judiciais de monitoramento, e ausência de áudio
é devida à limitações técnicas da época e os custos envolvidos. Isso será
corrigido. Essa câmara somente pode ser acionada com determinação
judicial expressa!
Não existe NENHUMAexceção a isso.
O Hall é modesto. Na verdade o projeto é dele e responde a dois
ofícios do Dr. Odilon nos quais se determina vigilância sobre dois inter-
nos (o 0 e o 00).
Sim, existe aprovação da DSPF, que está financiando projeto
por indicação do CGIIP, para que possamos atender as determinações
judiciais.
O uso desses equipamentos responde também a uma regra sim-
ples: extrema compartimentação e uso somente com determinação judici-
al.
Taldivo, os equipamentos deverão estar permanentemente ins-
41
talados, sim. O Hall deve instruir você a respeito do uso desse equipamen-
to e você deve estar pronto para operá-lo em caso de determinação judici-
al nesse sentido. Por favor, faça isso e escolha mais UM para os casos de
sua ausência.
Lembre-se, extrema compartimentação e uso somente com
determinação judicial expressa. Além de vocês eo Diretor, somente o
Chefe de segurança e seu Adjunto devem conhecer esse equipamento.
Caso alguém pergunte, produza RI e negue a existência. E diga ao curioso
que isso é assunto da Direção.
Por favor, converse pessoalmente com o Diretor sobre essa
mensagem – mostre-a a ele. Não quero que outros servidores tenham
acesso a isso.
Daí a confirmação. O equipamento de monitoramento das celas
íntimas somente poderia ser utilizado com ordem judicial e deve-
ria ficar instalado permanentemente – este era o posicionamento da Coorde-
nação-Geral de Inteligência em 26/09/2007.
O casamento de Fernandinho Beira-Mar foi efetivamente realiza-
do em 28/09/2007 e os noivos tiveram liberdade para ficar “a sós” por uma
hora e meia em uma das celas de encontros íntimos (vivência Alfa), o que
destoava do procedimento adotado aos demais internos. No dia seguinte
corria o boato que o Setor de Inteligência da PFCG havia gravado as ima-
gens e o som captado durante o tempo em que Luiz Fernando esteve com sua
noiva na cela íntima. Isso porque as imagens chegaram a ser disponibiliza-
das através de alguns equipamentos de monitoramento (computadores)
instalados nas vivências.
expressa
OBSERVAÇÃO
CURIOSIDADE
O delegado de Polícia Federal Arcelino Vieira Damasceno foi
convidado pelo diretor do DEPEN Wilson Salles Damázio para assumir a
direção da PFCG logo após a realização do casamento de “Fernandinho
Beira-Mar”. Aceito o convite, e após dez dias em Campo Grande, em outu-
bro de 2007 retornou à DIREX/DPF para aguardar a publicação de sua ces-
são ao Depen.
Na mesma época em que surgi-
ram os boatos da gravação da lua de mel de Beira-Mar o diretor Wilson
Damázio convidou outro (Arcelino) para assumir a direção da PFCG. Para-
lelamente o AGEPEN Marcelo Marques Miranda foi destituído da chefia de
Inteligência da Penitenciária Federal de Campo Grande.
José Luciano Taldivo quando teve conheci-
mento das câmeras nas celas de encontros íntimos ocupava a chefia do Setor
de Inteligência como interino vez que somente foi efetivado em 28/09/07.
Quando manteve contato com o Coordenador-Geral de Informações e Inteli-
gência Ângelo Salignac, através de mensagem eletrônica, pelo que se depre-
ende do texto, “passou por cima” do diretor do PFCG.
IMPORTANTE SALIENTAR:
:
42
Após este dia as imagens captadas nas celas de encontros íntimos
eram acessadas por alguns agentes, chegando ao conhecimento da diretoria
do DEPEN em Brasília/DF.
Outubro, 2007
Asituação se tornou tão gravosa que no dia 08/10/2007 foi expedi-
do o ofício 204/2007-CIRCULAR para as penitenciárias de Catanduvas/PR
e Campo Grande/MS em caráter reservado (apenas as chefias e o Setor de
Inteligência tiveram acesso ao documento) determinando: “
”, bem
como “
”. Como é sabido, no serviço público, ninguém
chama atenção através de expediente circular quando nada está acontecen-
do. Obviamente haveria de ter razão e objetivo o “puxão de orelha”.
enérgicas provi-
dências no sentido de orientar os servidores a cumprir os ditames legais,
concernentes à privacidade de todos os internos do Presídio Federal
toda e qualquer atividade de monitoramento somente se realizará
quando baseada em determinações judiciais, sob pena de responsabiliza-
ção administrativa e penal
OBSERVAÇÃO
No dia seguinte, em 09/10/2007, através de meio digital foi deter-
minado ao diretor da PFCG – Dr. Severino Moreira da Silva (Delegado de
Polícia Federal) – a remoção ou desativação das câmeras das celas íntimas
“
”.
de forma a impedir o uso de equipamentos de vigilância visual que violem a
intimidade dos presos ou de qualquer servidor ou contratado do PFCG
Neste mesmo período mudou a chefia do OIIPFCG. O AGEPEN
Miranda foi substituído pelo colega José Taldivo.Adesculpa dada por Taldi-
vo para a saída de Miranda: “que estava cansado e que pretendia estudar”.
Contudo na penitenciária os comentários eram que Miranda havia
gravado as relações sexuais de Fernandinho na “lua de mel” – na cela íntima.
O diretor Wilson Salles Damázio teria ficado sabendo e tomou as providên-
cias que achou necessárias.
Confirmada a hipótese ficará constatado que a
administração se tornou refém de Miranda, pois não pode puni-lo sem assu-
mir o erro (a filmagem de Beira-Mar na cela íntima). Além disso, segundo
voz corrente no âmbito do presídio, Miranda detém cópia do vídeo. Essa
cópia em posse de Miranda é o que garante o pacto entre eles.
IMPORTANTE:
NOTA
A diretoria do DEPEN, dos presídios federais, o Poder Judiciá-
rio e o Ministério Público Federal têm se posicionado de forma firme
alegando a inexistência de monitoramento e gravação nas celas de encon-
tros íntimos. Até agora, mesmo após inúmeras evidências, não foi possí-
vel definir se esta negativa se deve por conta do pavor de retaliação por
parte dos presos que foram filmados e tiveram suas intimidades violadas,
se a negativa é por ignorância da ocorrência dos fatos ou devido a não
quererem admitir que estavam atuando de forma não convencional, mais
precisamente, desonrosa.
43
Para bom entendedor que não esteja envolvido com o problema
e não tenha que prestar contas à superior para “abafar” o ocorrido, a deter-
minação contraditória de 09/10/2007 nunca foi explicada. Em
26/09/2007, através de e-mail, o Coordenador-Geral de Inteligência
informa ao chefe do Setor de Inteligência da PFCG que os equipamentos
de monitoramento (vídeo e áudio) instalados nas celas de encontros ínti-
mos devem ali estar permanentemente, ou seja, não devem ser desinstala-
dos quando não estiverem em uso.
Alguns dias depois (coincidentemente logo após a lua de mel de
Beira-Mar) houve a ordem de “remover ou desativar de forma a impedir o
uso” das câmeras.
Em 10/10/2007, através da Portaria nº 01/2007-epf expedida pelo
juiz Odilon de Oliveira, foi determinada a identificação de todos os que
adentrassem ao perímetro da Penitenciária Federal de Campo Grande – sem
exceções.
No mês de outubro, no final do ano, foi expedida a primeira porta-
ria regulamentadora e relativa à movimentação de pessoas no âmbito da
penitenciária federal de Campo Grande. Suspeita-se que o fato tenha ligação
com a retirada do vídeo da lua de mel de Beira-Mar ou outro documento
sigiloso.
Não há qualquer documento nos procedimentos apuratórios dando
conta de que o juiz federal Odilon de Oliveira (corregedor da PFCG) tenha
sido informado sobre a retirada das câmeras das celas de encontros íntimos,
muito menos a motivação desse ato de retirada foi encontrado.
Treze dias depois o mesmo Coordenador-Geral determinou a remo-
ção e desativação das câmeras e fez constar: “de forma a impedir o uso de
equipamentos de vigilância visual que violem a intimidade dos presos ou de
qualquer servidor ou contratado do PFCG.”
E, os administradores penitenciários, delegados, juízes e procura-
dores da República querem fazer crer que jamais, em tempo algum, as câme-
ras instaladas nas celas íntimas não foram usadas. É um despautério.
No dia 16 de outubro de 2007, ou seja, sete dias após a determina-
ção de remoção e desativação das câmeras o diretor do presídio (Severino
Moreira) determinou o cumprimento da ordem. Para tal o chefe de Inteligên-
cia da PFCG – José Luciano Taldivo – mandou os agentes Alexandre Hall
Barros e Eduardo Tomio Takata retirarem as câmeras das celas íntimas – o
que segundo Taldivo foi feito, conforme afirma em relatório endereçado ao
diretor Arcelino Vieira Damasceno em 26/06/2008: “O servidor Hall asse-
gurou a este signatário o cumprimento da medida, inclusive apresentou-me
algumas câmeras, as quais estão alojadas neste setor de inteligência.”
OBSERVAÇÃO
OBSERVAÇÃO
44
OBSERVAÇÃO
Todas as câmeras (como todo material eletro-eletrônico) têm um
número identificador (de série), uma origem (marca). Em momento algum
se faz menção a detalhes individuais dessas câmeras, como não foi juntado
qualquer documento

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