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As correntes pedagógicas e a função social na escola

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9
Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
 
 
 
 
 
 GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA 
 
 
ROSANA MEIRE CAZADEI REZENDE 
 
 
 
 
 
AS CORRENTES PEDAGÓGICAS E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
 
 
 
 
 
 
 
CAMBIRA, PARANÁ 
2013 
 
 
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO 
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA 
TURMA - PDE/2013 
 
 
 
Título: AS CORRENTES PEDAGÓGICAS E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
Autor Rosana Meire Cazadei Rezende 
Escola de Atuação C. E. Rosa Delúcia Calsavara. E.F.M 
Município da escola Cambira 
Núcleo Regional Educação Apucarana 
Orientador Professor Msc. Edmilson Lenardão 
Instituição de Ensino 
Superior 
Universidade Estadual de Londrina 
Disciplina/Área Pedagogia 
Formato do Material 
Didático 
Artigo Parcial 
Relação Interdisciplinar 
Público Alvo Pedagogos e Professores do Ensino Fundamental e 
Ensino Médio 
Apresentação: 
 
 Este trabalho visa propor momentos de estudo, leitura e 
reflexão acerca das correntes pedagógicas direcionada 
para pedagogia Histórico Crítica, sendo ser esta a 
corrente que norteia os documentos construídos no 
coletivo da escola e que constam no Projeto Político 
Pedagógico do Colégio Estadual Rosa Delúcia 
Calsavara Ensino Fundamental e Médio. 
Palavras-chave Função Social da Escola; concepções pedagógicas; 
pedagogia histórico-crítica; projeto político pedagógico 
 
 
 
1 
 
 
CORRENTES PEDAGÓGICAS E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Ao longo da sua trajetória, a escola vem sendo descaracterizada enquanto 
instituição educacional assumindo tarefas alheias a sua função por estar 
atrelada a projetos pedagógicos que trazem em sua essência a ideologia 
neoliberal que serve e perpetua a elite capitalista na medida em que há falta de 
clareza, foco, reflexão e embasamento teórico de seus profissionais. Como 
consequência, a escola passa a reproduzir o sistema capitalista, sendo 
necessária a adoção de uma nova postura frente a esse domínio. Para tanto, a 
Pedagogia Histórico-crítica apresenta uma concepção transformadora que 
combate essa hegemonia, questionando a multifuncionalidade da escola 
atualmente, retomando e reconhecendo a essência da função social da escola, 
ou seja, o papel real da educação escolar. Neste sentido, este artigo motiva-se 
em discutir teoricamente a escola enquanto lugar por excelência para promover 
a educação formal. É preciso que os profissionais da educação ampliem o 
conhecimento sobre as diferentes correntes pedagógicas, pautadas em 
reflexões da concepção histórico-crítica norteando o trabalho educativo e 
operacionalizadas no Projeto Político Pedagógico. A linha de trabalho 
pedagógico a ser adotada deve estar clara a todos os envolvidos no processo 
educacional, para que se consiga ter unidade nas ações metodológicas e 
avaliativas que são desenvolvidas no interior da escola. Para tanto adotou-se 
como metodologia uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo baseado 
nas obras de Duarte (1993), Evangelista & Shiroma (2007) Libâneo (1985), 
Saviani (1983,1985,1991,1995,1997,1998,2007,2008). Encerra-se a discussão, 
buscando refletir sobre a educação na contemporaneidade e a corrente 
pedagógica Histórico-crítica como sendo a concepção capaz de favorecer uma 
educação democrática. 
 
Palavras-chaves: Função social da escola; concepções pedagógicas; 
pedagogia histórico-crítica; projeto político pedagógico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Este artigo faz parte do Plano de trabalho do Programa de 
Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná e está articulado ao 
Projeto de Intervenção Pedagógica a ser implementado no Colégio Estadual 
Rosa Delúcia Calsavara – Ensino Fundamental e Médio do Município de 
Cambira. 
Caracteriza-se por uma produção inicial que será utilizada como base 
para as reflexões sobre os diferentes papéis assumidos pela instituição escolar 
e, por conseguinte motivação de proposição de ações que levem a escola a 
adotar e inserir em seu Projeto Político Pedagógico a finalidade da educação, 
bem como buscar uma unidade em torno da corrente pedagógica Histórico-
crítica, por meio da organização do trabalho pedagógico, que será direcionada 
pela equipe pedagógica. Apresenta-se aqui as diferentes correntes 
pedagógicas para maior embasamento teórico, porém busca-se uma unidade 
e, portanto utiliza-se aqui, a Pedagogia Histórico-Crítica como norteadora de 
todo trabalho. É importante levar os profissionais da escola a refletirem sobre o 
que é planejado na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica e o que está 
sendo posto em prática, executado em sala de aula. 
 A educação em cada momento histórico teve um papel a cumprir, 
devendo ser entendida em sua relação com a prática social que envolve 
professor e alunos. Aquilo que é vivido e aceito pela sociedade reflete-se no 
interior da escola. A escola é o espaço onde ocorrem os embates ideológicos, 
onde podemos continuar reproduzindo o ideário capitalista ou nos contrapor 
priorizando uma prática pedagógica que sirva para romper com as 
desigualdades sociais, onde se priorize a educação de qualidade pautada em 
conteúdos científicos, artísticos e filosóficos. 
Embora, a escola seja o lugar adequado para refletir as dimensões 
ideológicas e políticas da educação, muitas vezes os profissionais que nela 
atuam acabam reproduzindo o sistema capitalista vigente em sua prática 
docente por falta de reflexão, clareza e foco do que se espera da educação. 
Isto tem como consequência uma prática fragilizada, em que a fundamentação 
3 
 
teórica fica relegada a segundo plano. É necessário entender a teoria para 
situar a prática, pois um é consequência do outro. 
Quando o professor não possui clareza suficiente dos objetivos a 
serem alcançados com a prática docente, podem incorrer em modismos, sem 
objetivos coerentes, e o resultado é “neutralizar os efeitos da escola no 
processo de democratização” (SAVIANI, 1991, p. 23). 
Refletindo acerca da prática dos professores em seu cotidiano 
profissional, surgem algumas questões pertinentes às Tendências 
Pedagógicas: qual o conhecimento dos professores sobre esse tema? Esse 
conhecimento norteia sua prática pedagógica? Sua formação inicial abordou 
esse tema, refletindo em sua prática docente? Quais fatores o levaram a 
escolher determinada Tendência Pedagógica? 
Conscientes da indefinição referente a adoção das Tendências 
Pedagógicas, bem como da importância que elas tem para uma prática 
docente que realmente garanta o cumprimento da função social da escola, 
observamos a necessidade de trazer essa discussão para a escola, definindo o 
papel que devemos exercer na formação do indivíduo. Nesse sentido, podemos 
afirmar que as instituições escolares, tem como função “o ato de produzir, 
direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é 
produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (SAVIANI, 
1991, p. 14). 
A proposta de estudo para alcançar os objetivos aqui determinados 
requer um estudo bibliográfico, pautado em autores que abordam o tema em 
questão. Entre eles, a opção nesse Projeto, baseou-se, especialmente, nas 
obras de Duarte (1993), Evangelista & Shiroma (2007) Libâneo (1985), Saviani 
(1983,1985,1991,1995,1997,1998,2007,2008), visando refletir acerca da 
reprodução do capitalismo brasileiro presente nas escolas atualmente e a 
possibilidade de adoção da Pedagogia Histórico-crítica,que defende a 
educação como instrumento de transformação das relações sociais, através da 
socialização do conhecimento científico. 
O trabalho vai ser organizado, seguindo as seguintes etapas: 1º) a 
função social da escola; 2º) breve histórico das principais concepções 
pedagógicas no Brasil; c) a proposta de adoção da Pedagogia Histórico-Crítica, 
como forma de favorecer uma educação democrática; d) Reformulação do 
4 
 
Projeto Político Pedagógico. 
 
 
1. FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
 
 
Ao longo de sua história, a escola passou por grandes transformações, 
acompanhando as mudanças que ocorrem na sociedade. Muitas vezes, como 
acontece no momento atual, o sistema educacional apresenta dificuldades em 
se adequar, o que resulta em uma disparidade, pois a sociedade caminha de 
forma acelerada e as instituições escolares ainda estão em passos lentos. 
Apesar dessa discrepância no que se refere ao ritmo das 
transformações, a função social da escola não pode, e nem deve, desviar-se 
de seu foco principal, ou seja, transmitir ao aluno o saber sistematizado, o 
conhecimento cientifico acumulado ao longo dos tempos e que 
instrumentalizem os alunos para atuar na sociedade em que vivem, de forma 
consciente e concreta. A educação deve ser 
[...] o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo 
singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto 
de homens” (Saviani, 1991, p 21). 
Dessa forma, é imprescindível a formação de educador, sua 
capacitação para que possa desenvolver um trabalho que possibilite a 
aquisição desse saber sistematizado, bem como a relação desse conhecimento 
com a realidade vivida pelos alunos. 
É fato que a experiência do professor, seu cotidiano escolar, são 
fundamentais e contribuem de forma efetiva para um trabalho que apresente 
resultados positivos. Mas, muito além da prática, tão importante para o trabalho 
concreto da sala de aula, é fundamental ao professor o embasamento teórico, 
que direcione e legitime sua posição, sua prática, propiciando, dessa forma, 
uma realidade educacional focada em objetivos necessários para a formação 
dos alunos. 
 O sistema educacional, nessa nova realidade da Gestão 
Democrática, possibilitou às escolas, a construção de um documento que 
reflete a escola como um todo: sua história, sua realidade atual e as 
perspectivas a curto, médio e longo prazo. O Projeto Político Pedagógico é um 
5 
 
documento democrático, abrangente e flexível que pode, e deve, ser estudado 
e modificado sempre que for necessário. 
O PPP deve direcionar o trabalho de todos os agentes do processo 
educacional, para que ocorra uma unidade dos trabalhos. Dentre as 
informações contidas no PPP, está o Currículo Escolar que para Saviani (1991, 
p.23) “é o conjunto das atividades nucleares desenvolvidas pela escola”, ou 
seja, diferenciando o essencial do que é secundário. É fundamental, determinar 
quais os conteúdos são essenciais, proporcionando uma harmonia entre os 
conteúdos, para que tenha significado para os alunos e não temas recortados, 
sem sequência e sem objetivos concretos. Além disso, deve-se respeitar a 
diversidade de culturas representadas nas escolas, não priorizando algumas 
em detrimento de outras, mas considerando todas como importantes e que 
contribuem para a construção da humanidade. 
Segundo Duarte (1998, p. 86) 
[...] O trabalho educativo alcança sua finalidade quando cada 
indivíduo singular apropria-se da humanidade produzida histórica e 
coletivamente, quando o indivíduo apropria-se dos elementos 
culturais necessários à sua formação como ser humano, necessária à 
sua humanização. 
 
Para o autor, todo indivíduo tem direito de acesso ao saber 
sistematizado e que, esse conhecimento, resultado de acertos, erros, da 
construção de valores morais, das tradições é que vão propiciar a preservação 
da espécie humana, sua continuidade e transformações necessárias para seu 
aprimoramento. 
Apesar da clareza com relação à função social da escola, nas últimas 
décadas tem-se observado uma descaracterização dessa função, resultante 
das transformações sociais, de novas linhas de pensamento e mesmo de 
diferentes políticas educacionais, que mudam sempre que muda um governo, 
impossibilitando uma continuidade de trabalhos e a necessidade de adaptação 
constante às novas regras impostas a cada quatro ou oito anos. Toda essa 
imprecisão, resulta em uma multifuncionalidade dentro do espaço escolar, que 
assume o papel da família, da sociedade, das políticas públicas e deixa, para 
um segundo plano, sua função primeira que é proporcionar a apropriação do 
saber sistematizado pelos alunos. 
6 
 
Sendo assim, observa-se a necessidade de retomar a discussão em 
torno desse tema, priorizando o trabalho educacional em sua essência, 
favorecendo a retomada da função social da escola, ou seja, a aquisição, pelos 
alunos, do saber sistematizado. Isso só será possível, quando os agentes 
educacionais estabelecerem a unidade necessária, dentro da realidade escolar, 
visando um objetivo comum. Para Saviani (1991, p. 103), a escola é 
[...] uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber 
elaborado, e não do saber espontâneo, do saber sistematizado e não 
do saber fragmentado, da cultura erudita e não da cultura popular”. 
Cientes dos problemas e da necessidade de mudanças em nossa 
realidade educacional, visto que presenciamos muitas reclamações acerca do 
tema educação, em que todos pedem novos direcionamentos e novas 
propostas, devemos fazer alguns questionamentos, relacionados aos agentes 
do processo educacional: Todos participaram da construção do PPP de sua 
escola? Todos sabem o teor desse documento? O PPP está de acordo com a 
realidade vivenciada? Sempre é retomada a discussão do grupo acerca do 
documento e feitas as mudanças necessárias? Todos desenvolvem seus 
trabalhos de acordo com o que está determinado no PPP, já que ele é 
resultado das decisões comuns da comunidade escolar? 
A solução de alguns problemas está fora de nosso alcance, no entanto, 
outros dependem de nossas atitudes e de nossa participação concreta. De 
acordo com Evangelista & Shiroma (2007, p. 539) 
 [...] o desafio é sermos capazes de criar a capacidade coletiva de 
nossa constituição como sujeitos históricos, capazes de apropriar-nos 
da dimensão pública da escola e do conhecimento como direito 
social, capazes de lutarmos pela socialização dos bens culturais e 
materiais. 
 
Partindo da constatação do quanto é importante o saber sistematizado 
e a apropriação deste conhecimento pelas novas gerações, Saviani (1991, 
p.30) afirma que 
[...] a especificidade dos estudos pedagógicos (ciência da educação), 
que, diferentemente das ciências da natureza (preocupadas com a 
identificação dos fenômenos naturais) e das ciências humanas 
(preocupadas com a identificação dos fenômenos culturais), 
preocupa-se com a identificação dos elementos naturais necessários 
à constituição da humanidade em cada ser humano e à descoberta 
das formas adequadas para se atingir esse objetivo. 
 
Observamos, dessa forma, o quanto deve ser valorizado o estudo 
pedagógico para o direcionamento das ações dentro do espaço escolar, 
7 
 
caracterizando o trabalho realizado. É fundamental que o professor, o 
pedagogo, o gestor, conheçam as diferentes teorias da educação e escolham 
aquela que melhor se adeque à sua realidade. Não é possível mais, pois já foi 
constatado que os resultados não foram positivos, que cada profissional da 
educação trabalhe como se fosse um elemento isolado e não parte de um 
conjunto, com objetivos comuns, mantendo a unidade necessária para o 
sucesso do processode aprendizagem dos alunos. 
É importante ressaltar que essa é uma tarefa árdua, que requer muito 
estudo, muito embasamento teórico, muitos debates, troca de informações e 
experiências, visto que a escolha final vai ser compartilhada por todos, como 
deve ser em um processo democrático. 
Nesse sentido, o papel do professor pedagogo deve ser o de direcionar 
os estudos, instrumentalizando os professores e possibilitando a eles a prática, 
de acordo com a Pedagogia Histórico-Crítica, garantindo a sequência e a 
unidade no processo educacional. 
 
2. AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS 
 
 
As Tendências Pedagógicas são teorias que visam direcionar o 
trabalho educacional, orientando o professor, através de metodologias que tem 
por objetivo concretizar o processo de ensino e aprendizagem. Dentre as 
Tendências Pedagógicas encontramos propostas diferenciadas e também as 
que apresentam semelhanças, mas com outra denominação, de acordo com o 
autor. 
Libâneo (1985), apresentou a seguinte classificação: Pedagogias 
Liberais, sendo subdivididas em: Tradicional, Renovada Progressista, 
Renovada Não Diretiva e Tecnicista e Pedagogias Progressistas que se 
subdividem em: Libertadora, Libertária e Crítico-Social dos Conteúdos. 
Saviani(1985), propôs a classificação das Tendências em: Teorias 
Não-Críticas: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova e Pedagogia Tecnicista 
e as teorias Crítico-Reprodutivistas: Teoria do Sistema de Ensino como 
Violência Simbólica, Teoria da Escola como Aparelho Ideológico de Estado 
(AIE) e Teoria da Escola Dualista; Teoria Crítica: Tendência Histórico-Crítica. 
Analisando os autores, as divisões e subdivisões apresentadas por 
8 
 
eles, o embasamento teórico desse Projeto melhor se adequa à classificação 
apresentada por Saviani, visto que, propicia um direcionamento do trabalho a 
ser desenvolvido de acordo com a realidade da escola. 
 
2.1. TEORIAS NÃO-CRÍTICAS 
 
 
2.1.1. Pedagogia Tradicional 
 
 
Sua organização inspirou-se no princípio de que a educação é um 
direito de todos e dever do Estado. Era necessário atender aos interesses da 
nova classe que se consolidava no poder: a burguesia. Neste momento da 
história, a intenção era a de incentivar uma sociedade democrática, livre para 
contrapor ao “Antigo Regime”, mas para alcançar esta sociedade era 
necessário vencer a ignorância já que o marginalizado é o indivíduo que não é 
esclarecido. Neste momento 
[...] A escola surge como um antídoto à ignorância, [...] Seu papel é 
difundir a instrução, transmitir os conhecimentos acumulados pela 
humanidade e sistematizados logicamente. [...] A escola se organiza 
como uma agência, [...] O mestre-escola será o artífice dessa grande 
obra (SAVIANI, 1983, p.5). 
 
 
A pedagogia Tradicional, baseia-se na metodologia educacional 
proposta por Herbart (1776-1841), em que as aulas são expositivas, centradas 
no professor, sendo este o único detentor do conhecimento científico. Os 
alunos aprendem pela assimilação do conhecimento, e são vistos como um 
receptor passivo, resultante de uma disciplina rígida. 
 
 
2.1.2. Pedagogia Nova 
 
 
De acordo com Saviani (1985) nesta teoria, a marginalidade deixa de 
ser vista sob o ângulo da ignorância, da falta de conhecimento, e toma um 
novo enfoque, agora o marginalizado é o rejeitado. A educação surge como 
instrumento de correção da marginalidade, na tentativa de integrar o indivíduo 
à sociedade. 
O foco deixa de ser a questão pedagógica do intelecto e passa a ser de 
sentimento. O aluno é o centro do processo e começa a exercer um papel 
9 
 
ativo, participativo, a iniciativa de aprendizagem parte dos alunos e não do 
professor. 
O professor neste contexto age como orientador, propicia momentos de 
desafios a partir do interesse dos alunos que são organizados em pequenos 
grupos. Neste sentido, o método de ensino está baseado em Dewey (1859-
1952), no aprender a aprender ou aprender fazendo, propiciando atividades 
coletivas em que as relações interpessoais dos alunos sejam priorizadas e as 
ações pedagógicas partindo do concreto para o abstrato. Saviani (1983, p.8) 
diz que 
[...] cada professor teria de trabalhar com pequenos grupos de 
alunos, sem o que a relação interpessoal, essência da atividade 
educativa, ficaria dificultada; e num ambiente estimulante, portanto, 
dotado de materiais didáticos ricos, biblioteca de classe etc. 
 
A escola deixa de ser um local sombrio e passa a ser alegre, 
disciplinado para movimentado, silencioso para barulhento e opaco para 
colorido, mas segundo SAVIANI (1983, p.9) a “Escola Nova” aprimorou a 
qualidade do ensino destinado às elites. 
 
 
2.1.2. Pedagogia Tecnicista 
 
 
Neste momento a Pedagogia destina-se a formação de um aluno 
racional, eficiente e produtivo e o processo educacional passa a ser objetivo e 
operacional. Nesta Pedagogia o marginalizado deixa de ser o rejeitado e passa 
a ser o indivíduo incompetente, ineficiente e improdutivo. De acordo com 
Saviani (1983, p.12) 
 
[...] A educação estará contribuindo para superar o problema da 
marginalidade na medida em que formar indivíduos eficientes, 
portanto capazes de darem sua parcela de contribuição para o 
aumento da produtividade da sociedade. Assim, estará ela cumprindo 
sua função de equalização social. 
 
Na pedagogia tecnicista, a educação perdeu sua finalidade a partir do 
momento em que se torna um subsistema que veicula o conteúdo específico, e 
a escola passa a ser vista como uma instituição tem como base a aquisição de 
habilidades, o que contribuiu para o caos do ensino já que gera 
descontinuidade, heterogeneidade e fragmentação dificultando o trabalho 
alinn
Realce
10 
 
pedagógico. 
Os aspectos metodológicos desta pedagogia fica evidente já que dão 
ênfase aos meios, aos recursos audiovisuais, instrução programada de 
módulos instrucionais. Desta forma tanto aluno quanto professor ficam 
relegados as técnicas, ao saber fazer, a eficiência, portanto Saviani (1983, p. 
12) diz que 
[...] o professor e o aluno ocupam posição secundária, relegados que 
são à condição de executores de um processo cuja concepção, 
planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas 
supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais. 
 
As teorias e pedagogias não críticas nos apontam que a marginalidade 
está diretamente ligada a questão social já que o conhecimento produzido 
historicamente é fundamental para contraposição ao que vem sendo apontado. 
Cabe a educação propiciar as mudanças necessárias para correção deste 
caminho. Saviani (1985, p.19) argumenta que 
 
[...] A marginalidade é vista como um problema social e a educação, 
que dispõe de autonomia em relação à sociedade, estaria, por essa 
razão, capacitada a intervir (...) promovendo a equalização social. 
Essas teorias consideram, pois, apenas a ação da educação sobre a 
sociedade. Porque desconhecem as determinações sociais do 
fenômeno educativo eu as denominei de “teorias não-críticas”. 
 
Foram analisadas até aqui as concepções pedagógicas difundidas 
pelas teorias não-críticas assim como foram explicitados os conteúdos, a forma 
de organização e funcionamento da escola. Este grupo de teorias entende a 
educação como instrumento de superação da marginalidade. 
 
2.2. TEORIAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS 
. 
2.2.1. Teoria do Sistema de Ensino Enquanto Violência Simbólica 
 
 
A ideia principal que dá embasamento a esta teoria é a violência 
simbólica. Como diz Saviani (1985, p. 22): “Sobre a base da força material e 
sob sua determinação erige-se um sistema de relações de força simbólica cujo 
papel é reforçar, por dissimulação, as relaçõesde força material”. É evidente 
que a violência material é exercida através da dominação econômica que é 
exercida pela classe dominante sobre a classe dominada, que sofre a violência 
11 
 
simbólica, dissimulada pela cultura da dominação. 
Esta dominação se manifesta de várias formas ou seja, pelos veículos 
comunicação; religião, atividades artísticas e literárias; moda; propaganda e 
educação familiar e pela ação pedagógica, a qual acentua a desigualdade. Fica 
claro que as classes dominadas não possuem a força material que é o capital 
econômico, e muito menos a força simbólica que é o capital cultural. Desta 
forma este tipo de teoria só reforça a marginalidade, ao invés de superá-la. 
 
2.2.2. Teoria da Escola Enquanto Aparelho Ideológico do Estado (AIE) 
 
 
Nesta teoria no plano do Estado segue duas linhas distintas em 
Aparelhos Repressivos do Estado e os Aparelhos Ideológicos do Estado(AIE). 
O primeiro citado funciona pela força, violência e o segundo citado pela 
ideologia. O primeiro lista: o Governo, a Administração, o Exército, a Polícia, os 
Tribunais, as Prisões que funcionam pela violência. Dentre os Aparelhos 
Ideológicos do Estado, compreende-se: o AIE religioso, escolar, familiar, 
jurídico, político, sindical, da informação e cultural, que funcionam 
massivamente pela ideologia. 
A escola nesta teoria transfere os saberes da ideologia dominante a 
todos os alunos de todas as classes, durante anos, constituindo-se no 
instrumento mais completo de reprodução das relações de produção do tipo 
capitalista e é no contexto dessas relações que se nota o fenômeno da 
marginalização que deseja perpetuar os interesses da elite capitalista. 
 
2.2.3. Teoria da Escola Dualista 
 
 
Esta teoria nos dá conta de que a escola está dividida em duas 
grandes redes que correspondem a divisão da sociedade capitalista em duas 
classes: burguesia e o proletariado. E o espaço escolar reforça essa dualidade 
quando contribui para a formação da força de trabalho e enfatiza a ideologia 
burguesa. Saviani (1985, p. 31) salienta que:” Mais do que isso: todas as 
práticas escolares, ainda que contenham elementos que implicam um saber 
objetivo (...) são práticas de inculcação ideológica”. Sendo assim, o espaço que 
deveria ser de transformação, passa a ser de manutenção da ideologia 
12 
 
dominante. 
[...] qualifica o trabalho intelectual e desqualifica o trabalho manual, 
sujeitando o proletariado à ideologia burguesa sob um disfarce 
pequeno burguês. Assim pode-se concluir que a escola é ao mesmo 
tempo um fator de marginalização relativamente à cultura burguesa 
assim como em relação 
à cultura proletária (SAVIANI, 1985, p. 32). 
 
Ou seja, quando prioriza o trabalho intelectual em detrimento do trabalho 
manual, a escola assume a função de reprodutora e não de transformadora da 
ordem vigente, descaracterizando sua função social. 
2.3. PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA 
 
 
 
Na década de 1970 há a necessidade premente de se articular uma 
proposta pedagógica cujo compromisso maior seja a transformação da 
sociedade e não sua manutenção. Dessa forma surge A Pedagogia Histórico-
Crítica num movimento pedagógico como resposta as pedagogias não-críticas 
(Tradicional, Escola nova e Tecnicista) e as pedagogias crítico-reprodutivista 
(Escola como Aparelho Ideológico do Estado, Teoria da Reprodução e a Escola 
Dualista). Assim, o objetivo desta tendência é resgatar a crítica e a dialética no 
processo de ação-reflexão sobre a práxis social. 
As teorias progressistas, buscam uma pedagogia que tenha por 
finalidade atender os interesses dos que estão sendo dominados pelo sistema 
capitalista e não mais dos dominantes. Evidencia-se aqui a “pedagogia crítico-
social dos conteúdos”, apresentado por José Carlos Libâneo em seu livro: 
Democratização da Escola Pública, publicado em 1990. Saviani (2008, p. 419), 
nos diz que 
[...] Libâneo entende que, na pedagogia crítico-social dos conteúdos, 
o papel primordial da escola é difundir conteúdos vivos, concretos, 
indissociáveis das realidades sociais, sendo esse o “melhor serviço 
que se presta aos interesses populares” (idem, p. 39). E os conteúdos 
do ensino não são outros senão os conteúdos culturais universais 
que vieram a se constituir em patrimônio comum da humanidade, 
sendo permanentemente reavaliados à luz das realidades sociais nas 
quais vivem os alunos. 
 
A Pedagogia Histórico-Crítica aparece logo em seguida, empenhada 
em colocar a educação escolar a serviço da transformação social de forma 
crítica sem ser reprodutivista. Tem seu fundamento no materialismo histórico e 
nos fundamentos psicológicos da Teoria Histórica Cultural de Vygotsky. 
Conforme esclarecimento de Saviani (1996, p. 102) a expressão “Pedagogia 
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Histórico-Crítica” 
 
[...] é o empenho em compreender a questão educacional a partir do 
desenvolvimento histórico objetivo. Portanto, a concepção 
pressuposta nesta visão da pedagogia histórico-crítica é o 
materialismo histórico, ou seja, a compreensão da história a partir do 
desenvolvimento material, da determinação das condições materiais 
da existência humana. No Brasil, esta corrente pedagógica firma-se 
fundamentalmente, a partir de 1979. 
 
Tal teoria responde aos três grandes passos do método dialético da 
construção do conhecimento: prática-teoria-prática. 
O que define de forma objetiva a expressão da Pedagogia Histórico 
Crítica é a articulação de uma proposta pedagógica que se empenha, não 
apenas para manter a sociedade como está posta, mas para transformá-la a 
partir da compreensão dos condicionantes sociais. 
A Pedagogia Histórico-Crítica se empenha na defesa da finalidade da 
escola a qual está ligada diretamente a questão do conhecimento produzido 
historicamente que são indispensáveis à compreensão da prática social e de 
sua interação. É preciso resgatar a função da escola e reorganizar o trabalho 
educativo. 
 
[...] situar a especificidade da educação como referida aos 
conhecimentos, ideias, conceitos, valores, atitudes, hábitos, símbolos 
sob o aspecto de elementos necessários a formação da humanidade 
em cada indivíduo singular, na forma de uma segunda natureza, que 
se produz, deliberada e intencionalmente, através das relações 
pedagógicas historicamente determinadas que se travam entre os 
homens (SAVIANI, 1996, p. 28). 
 
 
A educação mesmo sendo elemento condicionado pela sociedade, não 
deixa de exercer influência sobre o elemento condicionante, quando é capaz de 
cumprir sua especificidade e sua função social que é de socializar o saber 
elaborado entre as camadas populares. Esta teoria evidencia um método 
específico de trabalho, determinado por cinco passos que são essenciais para 
o desenvolvimento do aluno. A relação entre professor e aluno deve ser de 
agentes ativos no processo de aquisição de conhecimento, onde o professor 
seja incentive e estimule os alunos em suas atividades ; favoreça o diálogo dos 
alunos entre si e com o professor, mas sem perder de vista a relação com a 
cultura acumulada historicamente; levar em conta os interesses dos alunos, os 
variados ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem 
14 
 
perder de vista a sistematização dos conhecimentos, sua ordenação e 
gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos 
cognitivos. A aprendizagem nesta teoria é resultante da interação entre aluno, 
conhecimento e elementos culturais. Dessa forma Saviani (1983, p. 63) diz 
que: “Esse método realiza a vinculação entre educação e sociedade, que os 
professores e alunos são tomados como agentes sociais”. 
 Saviani (1983), propõe um método organizado em cinco passos:prática social, problematização, instrumentalização, catarse, prática social. 
A Prática social é o ponto de partida, o início, comum tanto ao 
professor quanto aos educandos já que assumem posições diferentes em 
relação ao conhecimento. Assim, inicia o movimento dialético que vai da 
síncrese (visão caótica, fragmentada do todo) à síntese (conhecimento mais 
elaborado, científico) pela mediação da teoria. 
O segundo momento é o da problematização, isto é, a etapa onde 
professor levanta junto com os alunos os problemas enfrentados na sociedade, 
sobre determinado tema, objeto de estudo da unidade planejada pelo 
professor. 
Na instrumentalização, o conhecimento científico deve ser elaborado 
conjuntamente entre professor e aluno, entretanto, vale ressaltar que o aluno 
parte de uma visão sincrética, não idêntica à do professor que já possui uma 
visão de síntese, e, portanto, media o conhecimento. 
 A catarse, por sua vez, revela-se na síntese final elaborada pelo aluno, 
que, partindo de sua realidade (conhecimento sincrético), por meio da 
mediação do professor, tem um salto qualitativo na aprendizagem, chegando a 
uma visão mais elaborada, de síntese. A catarse revela‐se na elaboração e 
expressão final da síntese em que o aluno foi capaz de chegar. 
Em sua nova prática social, o aluno alterou qualitativamente seu 
conhecimento pela mediação, em movimento dialético contínuo “[...] a prática 
social referida no ponto de partida (primeiro passo) e no ponto de chegada 
(quinto passo) é e não é a mesma (SAVIANI, 2005, p. 72)”, o ponto de chegada 
volta a ser o ponto de partida constantemente. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
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A escola tem sido palco das mais diversas atribuições, sendo 
descaracterizada e desviando-se de sua especificidade primeira: a socialização 
dos saberes produzidos historicamente pelos homens. Isto ocorre a partir do 
momento que ela assume o papel de reprodutora ideológica e que reforça a 
massificação e opressão do proletariado logo, não se constitui em espaço de 
transformação das relações sociais em favor das camadas populares. 
 A falta de reflexão, foco e embasamento teórico dos profissionais das 
instituições escolares, acabam reproduzindo o sistema hegemônico já que a 
escola não acha tempo para discutir seus problemas e acabam cedendo a 
rotina num ecletismo de atividades sem sustentação teórica. A falta de clareza 
em relação as concepções pedagógicas é um desafio já que a teoria é 
fundamental em todo processo pedagógico. Cabe a escola se contrapor acerca 
desta condição de reproduzir e perpetuar a sociedade já que podemos 
coletivamente ser um espaço onde a reflexão seja condição para transformar a 
sociedade a qual fazemos parte dentro da perspectiva da Pedagogia Histórico-
Crítica, como sendo esta capaz de colocar a educação a serviço da 
transformação social por meio da socialização dos conteúdos. 
É necessário que a instituição escolar identifique seus problemas e 
organize seu trabalho pedagógico de forma coletiva a partir da reflexão 
filosófica. 
O trabalho deve não deve-se pautar apenas no campo das ideias, do 
discurso e do pragmatismo, deve ir além no campo dialético de “ação-
problema-reflexão-ação” (SAVIANI, 2007, p. 26-27); articulando teoria e prática 
já que um depende do outro. 
Para que as mudanças aconteçam, é preciso refletir sobre as múltiplas 
funções atribuídas à escola na contemporaneidade e buscar a sua função 
social precípua, lutando para que ela se cumpra no interior das instituições 
escolares. 
Para compreendermos a educação, temos que compreender a 
sociedade a qual fazemos parte, já que a sociedade exerce determinação 
sobre a escola e esta, mutuamente, interfere sobre a sociedade e colabora 
para sua transformação. 
A escola, mesmo que condicionada pela sociedade, à medida que 
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cumpre sua função social, pode influenciar seu condicionante. Partindo dessa 
premissa, procura-se reconstituir a educação a partir de uma nova proposta 
educacional que surge como contra-hegemônica: a Pedagogia Histórico-
Crítica, empenhada em colocar a educação a serviço da transformação das 
relações de produção, ou seja, reduzir o abismo existente entre a classe 
dominante e a classe dominada. 
É necessário articular a teoria e a prática dentro da concepção 
pedagógica Histórico-Crítica na tentativa de reorganizar e encaminhar o 
trabalho pedagógico, através de embasamento teórico que dê sustentação na 
realização e reformulação dos documentos que foram construídos no coletivo 
que constam no PPP ( Projeto Político Pedagógico) de tal maneira que a 
escola possa assegurar e assumir definitivamente sua função social que é: 
transmitir de forma sistematizada e organizada o saber (cultura) historicamente 
acumulado pela humanidade às novas gerações para sua continuidade e 
preservação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
 
 
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Cad. CEDES, Campinas, v. 19, n. 44, abr., 1998. 
 
 
EVANGELISTA, Olinda; SHIROMA, Eneida Oto. Professor: protagonista e obstáculo 
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LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social 
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LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 2002. 
 
 
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, 
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_______. Histórias das ideias pedagógicas no Brasil. 2. ed. Rev. E ampl. – 
Campinas-SP: Autores Associados, 2008. 
 
 
_____. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 5. ed. Campinas SP: 
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_____. Escola e democracia. 20. ed., São Paulo: Cortez/Autores Associados,1998. 
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 2. ed. São 
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18 
 
 
SAVIANI, Dermeval. A resistência ativa contra a nova lei de diretrizes e bases da 
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______ . A Filosofia na Formação do Educador. In: ______. Educação: do senso 
comum à consciência filosófica. 17. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. 
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_______. História das ideias pedagógicas no Brasil. 2.ed. – Campinas, SP: Autores 
Associados, 2008a – (Coleção memória da educação). 
 
 
_______. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 10.ed. – Campinas, SP: 
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