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Arts. 1º a 4º - disposições preliminares 
Arts. 94 a 98 - Requerimento de falência 
Arts. 105 a 107 requerimento de autofalência 
Arts. 99 a 101 - decretação da falência 
Arts. 102 a 104 - efeitos da falência sobre o falido 
Arts. 115 a 128 - efeitos da falência sobre as obrigações do falido
Arts. 75 a 82 disposições gerais sobre a falência 
Arts. 5º a 6º - disposições gerais comuns à recuperação judicial e à falência 
Arts. 21 a 34 - administrador judicial e comité de credores 
Arts. 35 a 46 - assembléia-geral de credores 
Arts. 108 a 114 arrecadação e da custódia de bens 
Arts. 85 a 93 - pedido de restituição 
Arts. 7º a 20 - verificação e habilitação de créditos 
Arts. 83 e 84 classificação dos créditos 
Arts. 129 a 138 - ineficácia e revogação de atos anteriores à quebra
Arts. 139 a 148 - realização do ativo 
Arts. 149 a 153 - pagamento do passivo e restituição de sobra 
Arts. 154 a 160 - encerramento da falência e extinção elas obrigações do falecido
Arts. 47 a 50 - disposições gerais sobre a recuperação judicial 
Arts. 51 a 54 - requerimento de recuperação judicial 
Arts. 55 a 69 e 73 a 74 - procedimento de recuperação judicial 
Arts. 70 a 72 recuperação extrajudicial ele microempresas e empresas de pequeno porte 
Arts. 161 a 167 - recuperação extrajudicial 
Arts. 189 a 200 disposições finais e transitórias. 
PROPOSTA 
JUDICIAL. 
�
CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS NA FALÊNCIA
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salarios‑minimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
II – créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas
tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964, da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965, da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
VI – créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
§ 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.
§ 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES.
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Aplicável então, a penas à sociedade empresária e ao empresário individual.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa
de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
Este artigo fixa a competência para os três institutos que alei oferece aos empresários, ou seja, para a homologação da recuperação extrajudicial (que é optativa), par deferimento da recuperação judicial e para o decreto de falência.
O principal estabelecimento é aquele no qual o comerciante tem a sede administrativa de seus negócios, no qual é feita a contabilidade geral, onde estão os livros exigidos pela lei, local de onde partem as ordens que mantêm a empresa em ordem e funcionamento.
REQUERIMENTO DE FALÊNCIA - Arts. 94 a 98 
DO PROCEDIMENTO PARA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que (c Arts. 62 e 73, parágrafo único, desta Lei).
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência; (c Arts. 96 e 98, parágrafo único, desta Lei, e c Súm. nº 361 do STJ.)
Este inciso refere-se ao requerimento de falência com fundamento em título líquido e certo.
Trata-se do “fato” da falência e não a falência de “direito” que só ocorrerá se for decretada, na forma do artigo 99 e seguintes dessa lei. 
Nesse caso de falência de fato, obviamente o empresário pode manter-se indefinidamente nessa situação não passando para a falência de direito, bastando para tanto que nenhum dos credores se interesse por pedir a falência. Essa é uma situação bastante comum no meio empresarial onde o empresário simplesmente fecha as portas e fica com as dívidas e sua falência nunca vem a ser requerida.
Os títulos executivos aos quais esse artigo faz menção abrangem os títulos executivos extra extrajudiciais protestados e os títulos executivos judiciais também protestados. O legislador optou por tornar obrigatório o protesto de qualquer dos dois títulos.
Imagine a situação em que alguém teve ganho de causa em uma ação de rito ordinário e em seguida inicie o processo do cumprimento de sentença do título judicial então formado. Se não houver pagamento, o credor poderá tirar uma certidão desse título judicial, levá-lo a protesto e instruir o requerimento de falência com tal comprovante; requerimento que será feito com base no inciso I deste artigo.
No entanto, poderá, se quiser, requerer a falência nos próprios autos nos quais formou-se o título executivo, dispensando o processo de cumprimento de sentença, desde que seja o juízo competente para tanto. Esse procedimento é aconselhável em razão dos princípios da celeridade e da economia processual. É óbvio que o credor vai valer-se dessa forma de requerimento por ser meio mais expedito.
Qualquer razão de direito suficiente para desconstituir a dívida poderá ser oposta em defesa do devedor, a qual, se demonstrada, impedirá que a falência venha a ser decretada.
Este inciso refere-se ao devedor que não paga no vencimento. Portanto a dívida deve estar vencida para que se caracterize este estado falimentar. Caso a dívida não esteja vencida, o portador do título estará legitimado para apresentar o requerimento de falência, com fundamento no inciso III deste artigo.
A obrigação deve ser “líquida”, ou seja, certa quanto à sua existência e determinada quanto ao seu objeto. 
O inciso diz quea obrigação deve estar materializada em títulos executivos protestados, que são os relacionados no artigo 585 do CPC: letra de câmbio, nota promissória, cheques, duplicatas. Tais títulos devem estar necessariamente protestados.
A soma dos títulos deve ultrapassar o equivalente a 40 salários mínimos na data do pedido de falência.
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes
dentro do prazo legal; (c Art. 98, parágrafo único, desta Lei).
Este inciso II refere-se à situação na qual o executado não paga, não deposita e também não nomeia bens à penhora.
Como visto, o juízo deve ser competente para prosseguir com o requerimento da falência quando feita nos próprios atos do cumprimento de sentença. Se não for competente, o credor terá que extrair certidão do valor em execução, levar a dívida a protesto e distribuir regular requerimento de falência com fundamento no inciso I. não é necessário desistir da execução original, bastando suspendê-la informando ao juízo que está providenciando o requerimento de falência. Este pedido de suspensão está previsto no artigo 791, III, CPC.
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: (c Art. 164, § 3º, II, desta Lei).
Este inciso prevê os chamados atos de falência divididos em duas espécies e veremos as conseqüências processuais dessa divisão.
Art. 164. Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial previsto nos arts. 162 e 163 desta Lei, o juiz ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial, observado o § 3o deste artigo.
§ 3o Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores somente poderão alegar:
II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130 desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei;
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
Cada uma dessas alíneas prevê uma situação fática diferente a ser demonstrada na instrução do processo de falência, para que provada, seja decretada a falência.
Essas previsões são fundamento para requerimento de falência do devedor mesmo que o título representativo da dívida ainda não esteja vencido.
Imagine um credor que tenha nota promissória com vencimento para 90 dias que verifica que o devedor está procedendo à liquidação de seus bens de forma precipitada, ou lançando mão de meios ruinosos eu fraudulentos para realizar pagamentos. Esse credor, valendo-se desses dispositivos poderá requerer a falência do devedor, mesmo que seu título não esteja vencido e, obviamente, sem protestar seu título.
Nos incisos acima, o credor se valia da existência de dívida líquida e determinada. Aqui no inciso III, o pedido de falência é apresentado relatando fatos que dependem de dilação probatória regular, onde a inicial deverá estar instruída com todos os documento necessários para a comprovação do fato alegado.
A parte final do inciso é um lapso do legislador ao dizer não haver caracterização de ato de falência se o ato praticado fizer parte do plano de recuperação. Tais atos não podem fazer parte do plano de recuperação pois são atos ruinosos e fraudulentos. 
§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.
Um eventual litisconsórcio, se efetuado, poderá trazer problemas de natureza processual pois se três credores dada um com 1/3 da dívida ajuízem pedido de falência e o devedor provar que pagou dois deles e apenas um é efetivamente credor, a falência não poderá ser decretada pois apesar do crédito ser existente, ele é inferior ao mínimo previsto. 
§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar.
O inciso I do artigo 5º diz serem inexigíveis as obrigações a título gratuito. Doações, atos de benemerência e favores prometidos não podem ser cobrados na falência. O aval prestado a título gratuito, a fiança, cessão, comodato, etc.
§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. (c Súm. nº 361 do STJ).
§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução.
Se o pedido for feito em outra ação, será necessária certidão expedida pelo juízo da execução, devidamente protestada. Se o credor optar por fazer o pedido da falência nos mesmos autos da execução, não se aplicará, obviamente, esta disposição.
§ 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.
No caso dos dois primeiros incisos desse artigo, a prova documental é determinante, pois a situação narrada na inicial parte de fatos cujas provas são pré constituídas, bastando juntar os documentos comprobatórios do alegado. No caso do inciso III, o pedido inicial, assemelha-se, na prática, à uma petição inicial feita em ação de rito ordinário, na forma do que prevê o artigo 282 CPC (dos requisitos da petição inicial), cujos termos, estão próximos do par. 5º em exame.
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
O pedido de recuperação judicial obsta o decreto de falência
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:
I – falsidade de título;
II – prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
IV – pagamento da dívida;
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;
VI – vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao
ato registrado.
§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
§ 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supereo limite previsto naquele dispositivo.
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
c Art. 107, parágrafo único, desta Lei.
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
(c Art. 107, parágrafo único, desta Lei).
IV – qualquer credor. (c Art. 107, parágrafo único, desta Lei).
§ 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2o O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
REQUERIMENTO DE AUTOFALÊNCIA – arts. 105 a 107.
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório do fluxo de caixa;
II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos
créditos;
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;
VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
Art. 106. Não estando o pedido regularmente instruído, o juiz determinará
que seja emendado.
Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor observará a forma do art. 99 desta Lei.
Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se integralmente os dispositivos relativos à falência requerida pelas pessoas referidas nos incisos II a IV do caput do art. 97 desta Lei.
 O art 99, abaixo, em seus treze incisos e parágrafo único, relaciona o que deve estar contido na sentença que decreta a falência, seja por convolação da recuperação judicial, seja por requerimento de credores. Portanto, a sentença a ser prolatada, seja por requerimento no pedido de autofalência deverá guardar os mesmos parâmetros das demais sentenças, com o que se verifica que, após o decreto de falência, o procedimento a ser adotado será idêntico aos demais casos da falência.
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA – arts 99 a 101.
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus
administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;
VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão “Falido”, a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;
XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores.
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença.
§ 1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo.
§ 2o Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis.
EFEITOS DA FALÊNCIA SOBRE O FALIDO – arts 102 a 104.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
II – o impedimento para o exercíciode cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
§ 1o Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.
Art. 103. Desde a decretação da falência ou do sequestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.
Parágrafo único. O falido poderá, contudo, fiscalizar a administração da falência, requerer as providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis.
Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres:
I – assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, nacionalidade,
estado civil, endereço completo do domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo:
a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores;
b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços
de todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou
administradores, apresentando o contrato
ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas
alterações;
c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;
d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário;
e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento;
f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato;
g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em andamento em que for autor ou réu;
II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;
III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei;
IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença;
V – entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em poder de terceiros;
VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência;
VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;
VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas;
IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros;
X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;
XI – apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores;
XII – examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência.
EFEITOS DA FALÊNCIA SOBRE AS OBRIGAÇÕES DO FALIDO – arts 115 a 128.
Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na forma que esta Lei prescrever.
O tipo de sociedade empresária mais comum nos dias de hoje é a Sociedade Anônima e a Sociedade Limitada e nestas os bens pessoais dos acionistas e cotistas não respondem pelas dívidas da sociedade.
Os casos clássicos de responsabilidade abrangendo bens pessoais ocorrem naquelas sociedades nas quais há sócios com responsabilidade ilimitada (sociedade em nome coletivo, comandita simples e por ações. Também respondem de forma ilimitada os componentes da sociedade em comum ou de fato.
Art. 116. A decretação da falência suspende:
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial;
II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.
O art 85 afastou a possibilidade de pedido de restituição em caso de direito decorrente de contrato, mantendo a possibilidade de restituição apenas para o caso de relação de propriedade.
O direito de recesso (retirada do sócio da sociedade) e o recebimento do valor correspondente à participação dos sócios ficam suspensos conforme par. 2º, art 83, que traz estipulação consentânea com este inciso II.
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
§ 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
O contrato continuará a ser executado ou será dado por rescindido ou resolvido, dentro de um critério de conveniência para a massa a ser avaliado pelo administrador judicial, mediante autorização do comitê de credores, se houver, escapando assim da força obrigatória que, significa a irreversibilidade da palavra empenhada.
O comitê existe para defender os interesses da massa, de tal forma que aquilo que for decidido relativamente ao contrato deverá ser seguido. No entanto, por óbvio, todos esses atos estão sendo praticados sob a jurisdição do juízo da falência que determinará sempre o que entender correto ao cumprimento da lei e à defesa do interesse da massa. Por isso, se houver, no entendimento do juiz, óbice ou qualquer outro tipo de impedimento ao cumprimento do contrato, tal fato será fixado em regular determinação de natureza jurisdicional.
§ 1o O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
Aquele que estabeleceu um contrato bilateral com a massa não pode ficar indefinidamente esperando que o administrador judicial cumpra ou deixe de cumprir o contrato. Prevê a lei que o AJ será obrigado a declarar, em dez dias, depois de interpelado pelo contratante, se pretende ou não cumprir o contrato. 
§ 2o A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.
Caso o AJ responda negativamente ou permaneça em silêncio, o outro contratante pode dar por resolvido o contrato e apurar em processo ordinário seu prejuízo, habilitando-se como credor quirografário na falência após fixado o valor da indenização, que deverá ranger apenas os danos emergentes efetivamente experimentados e não os lucros cessantes; estes não são devidos porque a rescisão pela qual optou o AJ tem expressa previsão legal, não sendo decorrente de dolo, culpa ou mora, não havendo portanto direito do credor de exigir lucros cessantes.
A falência, por se tratar de instituto colocado à disposição dos interessados para afastar do meio comercial aquele empresário que já está falido de fato, assume características que extrapolam o mero interesse privado.
Art. 118. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar cumprimento a contratounilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada.
É necessário examinar o caso do contrato unilateral puro, ou seja, doação, depósito gratuito, comodato, mútuo gratuito. A doação não é passível de resolução pois aperfeiçoa-se com ato único, da própria doação. Os demais resolvem-se, pois não há como executar atos gratuitos. Assim, não sendo o ato gratuito passível de execução, conclui-se que os contratos unilaterais puros resolvem-se pela falência.
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras:
I – o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor;
Trata-se aqui de mercadoria adquirida pelo devedor e ainda em trânsito, no entanto já vendida pelo devedor a terceiro. Em tal caso, o falido ainda não recebeu a mercadoria, mas já a revendeu a terceiro, por ter em mãos a fatura e o conhecimento de transporte. Evidentemente, se houver fraude (por exemplo, se esse comprador da mercadoria já tivesse conhecimento da falência), o negócio será nulo; caso inexista má fá do falido e do terceiro, o negócio é válido. Consagra esse artigo o chamado rights of stoppage in transit, dando ao vendedor o direito de obstar a entrega da mercadoria, direito que só não o assiste se a mercadoria já foi vendida, sem fraude, a terceiro e desde que o vendedor falido já estivesse de posse da fatura e do conhecimento de transporte.
II – se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos;
III – não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria;
Observe-se aqui que novamente a decisão está dentro do campo de conveniência, a ser decidida pelo administrador judicial. Dessa forma, mesmo que a coisa móvel exista e tenha sido arrecadada, mesmo que o comprador da coisa queira pagar o valor estipulado e receber a coisa, ainda assim o AJ poderá recusar o contrato.
IV – o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos;
V – tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato e a da época da liquidação em bolsa ou mercado;
O inciso V trata do contrato de safra. 
VI – na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação respectiva;
Como se vê, aqui há remessa da lei ao direito civil. Relembre-se, a propósito, que a regra geral é no sentido de que a falência aplica-se a lei falimentar e, na inexistência de regras falimentares, aplica-se a legislação respectiva.
VII – a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato;
Se o falido for o locador, deverão ser respeitadas as disposições da legislação especial sobre locação (lei 8245/1991).
Já se o locatário for o falido, poderá o AJ resilir o contrato, podendo o locador habilitar-se na falência pelos valores devidos, conforme previsto no contrato.
VIII – caso haja acordo para compensação e liquidação de obrigações no âmbito do sistema financeiro nacional, nos termos da legislação vigente, a parte não falida poderá considerar o contrato vencido antecipadamente, hipótese em que será liquidado na forma estabelecida em regulamento, admitindo-se a compensação de eventual crédito que venha a ser apurado em favor do falido com créditos detidos pelo contratante;
A lei simplesmente estabelece a possibilidade de liquidação do contrato “na forma estabelecida em regulamento”, não sendo possível saber sequer a que regulamento a lei está se referindo exatamente, embora possa supor-se que a referência é ao regulamento que o Conselho Monetário Nacional baixa para negócios financeiros.
Este inciso parece uma porta aberta para que instituições financeiras se coloquem em posição de privilégio em qualquer falência.
IX – os patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de destinação específica, obedecerão ao disposto na legislação respectiva, permanecendo seus bens, direitos e obrigações separados dos do falido até o advento do respectivo termo ou até o cumprimento de sua finalidade, ocasião em que o administrador judicial arrecadará o saldo a favor da massa falida ou inscreverá na classe própria o crédito que contra ela remanescer.
Patrimônio de afetação é aquele patrimônio blindado contra a falência. É um patrimônio reservado para determinada destinação não podendo ser atingido pela falência.
Patrimônio de afetação é aquele destinado a um fim determinado, vinculando-se assim àquele fim específico, embora permanecendo no patrimônio da mesma pessoa.
Art. 120. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas de sua gestão.
§ 1o O mandato conferido para representação judicial do devedor continua em vigor até que seja expressamente revogado pelo administrador judicial.
§ 2o Para o falido, cessa o mandato ou comissão que houver recebido antes da falência, salvo os que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial.
Art. 121. As contas-correntes com o devedor consideram-se encerradas no momento de decretação da falência, verificando-se o respectivo saldo.
O contrato de conta corrente é originário do direito costumeiro antigo, não havendo aí contrato de conta corrente bancária que é contrato de depósito ou assemelhado, utilizado pelo sistema bancário. Aqui o termo pode ser tomado da forma mais ampla e abrangente possível, englobando desde a troca de mercadorias com controle de débito e crédito até a conhecida conta corrente bancária.
Mesmo o cheque emitido pelo devedor antes da falência não deve ser pago se apresentado depois do decreto falimentar.
Art. 122. Compensam-se, com preferência sobre todos os demais credores, as dívidas do devedor vencidas até o dia da decretação da falência, provenha o vencimento da sentença de falência ou não, obedecidos os requisitos da legislação civil.
Se o falido tem um crédito contra o banco e o banco tem um crédito contra o falido, dívida pode compensar-se. No entanto, o saldo em conta corrente não é crédito que o banco tem contra a massa, ao contrário, o saldo em conta corrente é dinheiro do devedor, sendo tal conta corrente uma extensão do próprio caixa do devedor, não podendo haver, portanto, tal compensação. Cabe ao banco, em tais casos, transferir o saldo da cc para o juízo da falência e habilitar seu crédito, para disputar em igualdade de condições com os demais credores.
Parágrafo único. Não se compensam:
I – os créditos transferidos após a decretação da falência, salvo em caso de sucessão por fusão, incorporação, cisão ou morte; ou
II – os créditos, ainda que vencidos anteriormente, transferidos quando já conhecido o estado de crise econômico-financeira do devedor ou cuja transferência se operou com fraude ou dolo.
Art. 123. Se o falido fizer parte de alguma sociedade como sócio comanditário ou cotista, para a massa falida entrarão somente os haveres que na sociedade ele possuir e forem apurados na forma estabelecidano contrato ou estatuto social.
§ 1o Se o contrato ou o estatuto social nada disciplinar a respeito, a apuração far-se-á judicialmente, salvo se, por lei, pelo contrato ou estatuto, a sociedade tiver de liquidar-se, caso em que os haveres
do falido, somente após o pagamento de todo o passivo da sociedade, entrarão para a massa falida.
§ 2o Nos casos de condomínio indivisível
de que participe o falido, o bem será vendido e deduzir-se-á do valor arrecadado o que for devido aos demais condôminos, facultada a estes a compra da quota-parte do falido nos termos da melhor proposta obtida.
Arrecada-se também a parte do condomínio que couber ao falido, com a ressalva de que as despesas de condomínio serão pagas aos demais condôminos, indo para a massa o que restar.
Em conseqüência, o condomínio não precisará habilitar-se na falência, pois, quando o imóvel for vendido, do preço será descontado aquilo que é devido a título de despesas de condomínio. Se por acaso o valor da venda não for suficiente para o pagamento, só restará ao condomínio habilitar-se, pelo saldo restante. Poderá também o condomínio fazer lance na praça, por conta do que lhe é devido, adquirindo assim o bem. 
É que, embora a dívida do condomínio seja Propter Rem, ainda assim se o imóvel for adquirido na hasta pública ocorre sub-rogação sobre o preço e não sobre a pessoa do arrematante. Aliás, imaginar o contrário seria inviabilizar qualquer venda judicial de imóvel com condomínio em atraso, no caso do valor do débito, por exemplo, ultrapassar o valor da arrematação. Evidentemente, em tal situação, ninguém teria interesse na arrematação.
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados.
Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.
Art. 125. Na falência do espólio, ficará suspenso o processo de inventário, cabendo ao administrador judicial a realização de atos pendentes em relação aos direitos e obrigações da massa falida.
Art. 126. Nas relações patrimoniais não reguladas expressamente nesta Lei, o juiz decidirá o caso atendendo à unidade, à universalidade do concurso e à igualdade de tratamento dos credores, observado o disposto no art. 75 desta Lei.
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual.
Art. 127. O credor de coobrigados solidários cujas falências sejam decretadas tem o direito de concorrer, em cada uma delas, pela totalidade do seu crédito, até recebê-lo por inteiro, quando então comunicará ao juízo.
Imagine-se uma promissória emitida por um falido com aval de duas empresas diferentes, ambas também falidas. O credor deste título pode habilitar-se pela totalidade do valor, nas três falências e, recebendo qualquer valor em qualquer falência, deverá comunicar o fato nos outros dois processos de falência. Se acaso o credor receber algum valor e não comunicar, fica obrigado a restituir em dobro o que houver recebido, acrescido de juros legais (art 152) desde que fique evidenciado dolo e má fé.
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica ao falido cujas obrigações tenham sido extintas por sentença, na forma do art. 159 desta Lei.
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença.
§ 1o O requerimento será autuado em apartado com os respectivos documentos e publicado por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação.
§ 2o No prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação do edital, qualquer credor pode opor‑se ao pedido do falido.
§ 3o Findo o prazo, o juiz, em 5 (cinco) dias, proferirá sentença e, se o requerimento for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as obrigações na sentença de encerramento.
§ 4o A sentença que declarar extintas as obrigações será comunicada a todas as pessoas e entidades informadas da decretação da falência.
§ 5o Da sentença cabe apelação.
§ 2o Se o credor ficar integralmente pago por uma ou por diversas massas coobrigadas, as que pagaram terão direito regressivo contra as demais, em proporção à parte que pagaram e àquela que cada uma tinha a seu cargo.
§ 3o Se a soma dos valores pagos ao credor em todas as massas coobrigadas exceder o total do crédito, o valor será devolvido às massas na proporção estabelecida no § 2o deste artigo.
§ 4o Se os coobrigados eram garantes uns dos outros, o excesso de que trata o § 3o deste artigo pertencerá, conforme a ordem das obrigações, às massas dos coobrigados que tiverem o direito de ser garantidas.
Art. 128. Os coobrigados solventes e os garantes do devedor ou dos sócios ilimitadamente responsáveis podem habilitar o crédito correspondente às quantias pagas ou devidas, se o credor não se habilitar no prazo legal.
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A FALÊNCIA - Art 75 a 82.
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual.
Devedor é quem está em crise econômico-financeira. Ele está em crise financeira porque não tem dinheiro suficiente para pagar as dívidas que estão vencidas. Em tal situação de crise financeira terá se levado a protesto. No entanto, além da crise financeira, está em situação de crise econômica insolúvel, ou seja, o giro de seu negócio não é suficiente para atender a todas as obrigações que estão vencidas ou para vencer, e não está também em condições de reverter tal situação. Desta forma, mesmo que conseguisse dinheiro para pagar aquele título enviado a protesto, ainda assim, logo em seguida, outros títulos seriam encaminhados a protesto e, sem atividade lucrativa, faliria um pouco mais adiante.
Portanto, em caso de crise financeira (ausência de dinheiro) e de crise econômica insolúvel (impossibilidade de manter um giro empresarial lucrativo), o devedor vai à falência.. ao contrário, se estiver em situação de crise financeira e não estiver em situação de crise econômica insolúvel, não irá para a falência e sim, para a recuperação judicial ou extrajudicial. No entanto, (e aí surge a diferença que deflui da crise econômica insolúvel) se chegou a essa situação por outras razões que não a ausência de movimento lucrativo, poderá recuperar-se. 
Em linhas bem rápidas, esquematizadas simplesmente para que se possa entender a situação de falência (crise financeira + crise econômica insolúvel) em oposição à situação de recuperação (crise financeira + crise econômica passageira), esta é alinha que separa as situações às quais o devedor empresário pode ser conduzido.
Pode-se dizer que a falência é uma “grande execução”, processo no qual são arrecadadostodos os bens do devedor para formar a “massa falida”, de um lado; de outro lado, faz-se a ordenação de todos os débitos do falido, encontrando-se o valor devido para a formação do “quadro geral de credores”, que é elaborado classificando os créditos para serem pagos na ordem que a lei determina. Na sequência, transforma-se a massa falida em dinheiro e rateia-se o resultado aos componentes do “quadro geral de credores”, na ordem legal.
Consagra-se assim, o princípio da força atrativa da universalidade do juízo falimentar, princípio da força atrativa da falência (via attractiva), processo ao qual devem acorrer todos os credores (comerciais ou civis) do devedor e do qual devem ser arrecadados e vendidos todos os bens do falido. Não estão incluídos os credores de direito público, tais como credores tais como fiscais ou previdenciários, cujos créditos independem de habilitação, (na forma do artigo 187 co CTN e do art. 29 da Lei 6830/1980) que devem ser apenas comunicados ao juízo da falência, para pagamento na ordem em que a lei estabelece. Não é permitido o pagamento a qualquer credor, fora deste juízo falimentar. 
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual.
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
Este artigo consagra a chamada “universalidade do juízo falimentar”, em que o juiz que preside a falência é competente, em princípio, para todas as ações sobre as quais haja interesse da massa. Qualquer ação contra a massa falida ficará suspensa e os credores deverão, todos comparecer à falência,habilitando seus créditos.
A regra é a universalidade do juízo da falência. 
A primeira exceção são as causas trabalhistas, que deverão ser decididas pelo próprio juiz do trabalho, devendo ser habilitada na falência a importância que ela entender como correta. 
A segunda exceção são as causas fiscais. A fazenda Pública não se sujeita ao concurso universal, o que redundará em prejuízo para o próprio fisco, que pode prosseguir com a execução e levar o bem à hasta pública, devendo porém, o produto ser encaminhado para a massa, para o pagamento preferencial dos credores, que na ordem legal estão adiante do fisco.
A terceira exceção são as ações não reguladas por essa lei em que o falido figure como autor ou com litisconsorte ativo, ou seja, a lei está falando exclusivamente de ações propostas pelo falido. É o cãs ode a massa falida ter valores a receber por mercadorias vendidas a pessoa domiciliada em outra praça. Em tal caso, a aço de cobrança será ajuizada no domicílio do devedor e não perante o juízo da falência. Já no caso de ação revocatória (Pauliana ou anulatória), será ajuizada ação ante o juízo da falência, pois trata-se de ação regulada nesta lei. (art 132) 
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
Os direitos são também arrecadados, sendo que as ações judiciais em andamento passam a ter a massa falida no pólo ativo ou passivo, representada pelo administrador nomeado. Qualquer resultado econômico que advier das ações judiciais em andamento reverterá em benefício da massa. Aliás, se durante a administração da massa falida, esta vier a adquirir qualquer bem ou obtiver qualquer lucro, serão eles também arrecadados.
Se a massa falida for acionada, a ação deverá correr ante o juízo da falência em razão da força atrativa da falência. Se for a massa, a autora, aplica-se a parte final do caput, de tal forma que não há atração do juízo falimentar. No entanto, se já houver ação ajuizada contra o devedor antes do decreto de falência, esta continuará correndo normalmente ante o juízo no qual já está, não só por interpretação deste parágrafo único, mas também por expressa disposição do par 1º do art 6º e em tal caso a massa falida passa a ocupar o polo no qual estiver o devedor, providenciando-se a intimação formal do devedor do AJ, sem o que qualquer ato praticado será nulo.
Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
§ 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida.
Art. 77. A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros, e converte todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão judicial, para todos os efeitos desta Lei.
 
Exemplo: tenho um contrato que vai vencer em um ano, com juros mensais de 1% a.m. seis meses antes do vencimento a empresa tem sua falência decretada portanto, o contrato vence antecipadamente. Os juros de 1% a.m são contados até a data da decretação, abatendo-se portanto, os juros que seriam contados pelos próximos seis meses, até o vencimento normal do contrato.
Art. 78. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a ordem de apresentação.
Parágrafo único. As ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a distribuição por dependência.
O primeiro pedido de falência tem distribuição livre, o qual será “sorteado” entre as diversas varas da comarca. A partir dessa distribuição livre, os próximos pedidos serão encaminhados obrigatoriamente (distribuição obrigatória), pelo distribuidor, para o juiz ao qual foi endereçado o pedido ante a prevenção estabelecida no art 6º, par 8º.
A distribuição fixa a ordem na qual foram ajuizados os pedidos, bem com se torna público o requerimento, de tal forma que passa a constar de qualquer certidão emitida pelo cartório do distribuidor, o que é necessário para o conhecimento público que se deve dar acerca da existência de ações em andamento.
§ 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.
Parágrafo único. As ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a distribuição por
dependência.
Diversas outras ações podem ser propostas no próprio juízo da falência. Apenas para lembrar como exemplo, poderão ser ajuizados pedidos de restituição (art 85), embargos de terceiros (art 93), ação revocatória (arts 130/132), ação de rito ordinário para retificação do quadro geral de credores (art 10º, par 6º). Todas essas ações devem ser distribuídas por dependência, tratando-se de distribuição obrigatória, porém não livre.
Estas ações, embora distribuídas por dependência correrão em autos apartados, pois o procedimento falimentar tem de continuar correndo normalmente, não sendo possível encartar outros processos no interior dos autos da falência em curso.
Art. 79. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos os outros na ordem dos feitos, em qualquer instância.
Com o conhecido excesso de trabalho existente em nossos tribunais, esta preferência não é observada rigorosamente. No entanto, é regra que tem por fundamento o princípio da celeridade previsto no art 75.
Art. 80. Considerar-se-ão habilitados os créditos remanescentes da recuperação judicial, quando definitivamente incluídos no quadro geral de credores, tendo prosseguimento as habilitações que estejam em curso.
Aquele que já estava habilitado na recuperação judicial será considerado habilitado na falência superveniente, caso a recuperação seja convolada em falência.
Para isso, bastará deduzir-se do valor já admitido no quadro geral de credores da recuperação judicialo que eventualmente houver sido pago antes da convolação (simples cálculo aritmético). Este saldo será o valor pelo qual o credor já estará habilitado na falência e pelo qual constará no quadro geral de credores elaborado para esta fase. Esta determinação é válida apenas para os créditos definitivamente incluídos pois a habilitação cujo processamento esteja em curso terá prosseguimento normal.
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
Hoje, praticamente não há empresas com sócios solidária e ilimitadamente responsáveis, tendo em vista que a maioria absoluta das empresas é constituída sob a forma de S.A ou de cotas de responsabilidade limitada. Este artigo diz que o sócio com responsabilidade ilimitada (pessoa física) também é falido.
O requerente deve observar se há sócios ilimitadamente responsáveis, pois a citação destes passa a ser obrigatória, sob pena de nulidade de todos os atos processuais praticados sem a citação.
A doutrina recente, com base no CDC e na Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica está permitindo, cada vez mais, a arrecadação de bens particulares de sócios de empresas falidas, desde que presentes as condições fáticas e jurídicas para a responsabilização do patrimônio pessoal.
§ 1o O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência.
§ 2o As sociedades falidas serão representadas na falência por seus administradores ou liquidantes,
os quais terão os mesmos direitos e, sob as mesmas penas, ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao falido.
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.
Aqui é prevista a ação cabível em caso de responsabilidade tanto do sócio com responsabilidade ilimitada (previsto no art 81) bem como dos controladores e administradores da sociedade falida, notando-se que o administrador não será necessariamente sócio. 
Tais responsabilidade pessoal relacionada neste artigo pode advir de diferentes situações fáticas. O artigo esclarece que, havendo responsabilidade destas pessoas, não importando por quais razões, a ação poderá ser ajuizada, independentemente de já terem sido vendidos os bens arrecadados, e independentemente de prova de insuficiência para pagamento dos credores habilitados.
Esta responsabilização se faz por ação ordinária (art 282 CPC), por meio de inicial distribuída por dependência.
Se para a ação de responsabilização, aqui prevista, não há necessidade de prova, verifica-se que o “efetivo prejuízo” necessário para a ação revocatória mencionada no ar 130, que é muito mais grave, pois trata de fraude, muito menos. Portanto, apurando-se que diretores, controladores, administradores praticaram atos lesivos aos interesses dos credores, será proposta ação pelo rito ordinário, estando também legitimados para ocuparem o polo passivo, sejam ou não sócios do falido. 
§ 1o Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste artigo.
§ 2o O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de responsabilização.
Empresa IV 11 fev
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Wesley - Direito Empresaria IV.
Recuperação Judicial e Falência.
Bibliografia
- Manoel Justino Bezerra Filho - Nova lei de Recuperação Judicial e Falências comentada.
- Osmar Brina Corrêa/ Sérgio Mourão Brina Corrêa - R. Tribunais.
Art. 966 CC - Empresário é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços.
Tem que ser organizada porque é profissional, ou seja, se não for organizada é amadora. O que pressupõe a utilização de métodos.
Se não for organizado pode ocorrer a falência.
Visa circulação de bens ou serviços.
O lucro é perseguido, visado, porém pode não ser atingido. A não ocorrência do lucro não pode ser constante.
Art.981 - 
A natureza da empresa é um CONTRATO SOCIAL, que divide lucros e prejuizos.
Os contratante tem que ter afinidades. 
A empresa gera grandes repercuções sociais. 
Falido é aquele que não é mais digno. Não é mais digno de fé. 
Empresa IV 12 fev
Artigos 1 a 4 - Disposições Preliminares.
1 - A lei 11101 disciplina a:
- Recupração Judicial
- Recuperação Extrajudicial (não usada)
- Falência.
Existe a falência da:
- Empresa
- Empresário.
Da mesma forma que não se quer a empresa no mercado, não se quer também o empresário. Para evitar que ele se aventure numa outra empresa e cause estragos futuros.
Pode pedir falência qualquer credor com crédito acima de 40 salários mínimos.
A falência é um processo que tem o contraditório e a ampla defesa. O protesto do título tem que ser feito para fins falimentares.
A falência do empresário não está relacionada com a felência da empresa. Pode-se pedir a falência do empresário de uma de suas empresas e ele é retirado da sociedade.
2do.
Não se aplica à empresa pública e sociedade de economia mista pois tem parte do seu capital público.
- Instituição financeira não são alcançados tb por essa lei.
- Consórcio.
3ro.
juizo local do principal estabelecimento do devedor ou da filial da empresa fora do Brasil é competente para julgar o processo falimentar.
Procedimento para decretar falência.
94.
Será decretada falência:
- relevante razão de direito, não paga títulos igual ou acima de 40 salários Mínimos.
III - 
a) liquidação precipitada de ativos ou usa meio fraudulento para realizar pagamentos.
b) retarda apagamentos por simulação
c) 
Empresa IV 18 fev 
O empresário em vias de falência pode ter uma segunda chance e entrar num processo de recuperação judicial.
art 94 
d. Que simula a transferência de seu principal estabelecimento.
temos que provar dentro do processo de falência que o empresário quis praticar esse ato.
Empresa IV 19 fev
art 98.
HIPÓTESES DE SAÍDA PARA O EMPRESÁRIO QUE TEM PEDIDO DE FALÊNCIA.
a) Recuperação Judicial
b) Depósito Elisivo
c) Conciliação :
c1) Acordo / homologação = não paga = prossegue falência.(Art 94, I)
c2) Acordo / homologação = não paga = executa acordo (art. 94, II). Não é eficaz porque o devedor pode se desfazer de seu patrimônio nesse meio tempo.
c3) Acordo - suspende o processo para cumprimento do acordo. 
Cumprido o acordo, homologa e extingue.
Não cumprido, retoma o processo.
Na audiência de conciliação só é possível questões de depósito elisivo e acordo. Não há transação a respeito dos atos do art 94, III.
Se há pedido de falência de acordo com o art. 94, I e também do art. 94, III, e há a conciliação do art. 94, I, o juiz pode decretar a falência pelo art. 94, III que são atos falimentares.
Art 105. O próprio empresário pede sua falência.
Objetivo:
- priorizar os créditos:
a) trabalhistas.
b) bancos.
c) tributário.
Art. 106.
Quando a falência é pedidapelo credor o juiz não deixa emendar.
Quando é pedida pelo próprio empresário o juiz deixa emendar (deve haver a instrução com os documentos do artigo 105).
Empresa IV 25 fev
Empresa 26 fev
art 104, único: prisão administrativa. Súmula 280 STF.
 prisão por desobediência.
art 115 Efeitos da falência sobre as obrigações do devedor ou falido.
art 76 - Universlidade do juizo falimentar.
art 85 - 
art 116, II - os sócios não podem sair da sociedade falida.
Art 83, par 2do.
art 117 cc 867 CPC.
Empresa IV 4 mar
art 119 - se ficar comprovado que entre a entrega e a falência não houve má fé a entega será efetuada.
II. Se o devedor vendeu coisa composta e entregou parte dela, e o administrador resolveu não continuar a venda. O comprador poderá pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos.
III. 
art 121 a começar.
empresa IV 11 mar
art 121. Contas correntes remonta a CC bancária, mas não só as bancárias.
?rincípio do par conditio creditórium = condição de paridade de credores.
O banco não pode fazer o crédito, baseado em suas regras como se estivesse diante de um credor solvente.
Ver art 77 e 173
o gestor bancário responde pela transação. = hipótese de crime falimentar.
 
Art 124 
inciso I. A empresa que não é massa falida é liquidada e o sócio em comum é compensado o seu crédito e o saldo positivo é transferido para amassa falida.
O sócio em comum pode continuar na empresa liquidada parcialmente.
inciso II. O crédito do falido , proveniente da venda do condomínio, é tranferido para a massa falida.
124. Os juros são habilitados em última ordem.
125. Empresário falido, morre. Abre-se o espólio.
Apura-se os créditos da massa falida e depois o espólio.
127 com 152
Empresa IV 12 mar
Art 75 a 82 - Disposições Gerais sobre a falência.
75 - a falência destina-se a promover a execução forçada do devedor.
Pode ocorrer que a empresa mesmo falindo seja produtiva.
Falência = estado de crise financeira aliada a crise econômica e insolúvel. Impossibilidade de pagamento + processo decorrente da crise financeira.
 = crise financeira + crise econômica solúvel.
Esse artigo diz que o processo de falência não necessariamente vai se transformar em falência.
Art. 78 - art 6to. Pr 8vo.
Distribuição por dependência = o juizo q recebe o o primeiro processo chama os outros processos para sí.
Art 82 - art 50 CC e art 28 CDC
Empresa IV 18 mar
Empresa IV 25 mar
Art 5 - art 84, IV. Custas judiciais e despesas processuais 
Extraconcursais: é o crédito que não decorre do processo falimentar. Crédito que surge depois da falência.
Art 6to. 
suspensão - o prazo para onde está
interrupção - prazo volta a zero.
1ro. Processo trabalhista, iliquido pois ainda não se sabe o valor.
2do. modifocação de Créditos derivados da relação de trabalho serão processados perante a justiça especializada, até a apuração do crédito e inscrevê-lo no quadro geral de credores.
3ro. O juiz poderá determinar, no máximo ao adminstrador judicial.
4to. a interrupção da prescrição será de no máximo 180 dias para a recuperação judicial.
Combinado com o art 52 que é o prazo do deferimento do processamento da recuperação judicial. E tb do art 58 que é a concessão da recuperação.
O prazo de 180 dias conta da decisão do artigo 52.
5to. 
8vo. Instituto da Prevenção
Empresa IV 26 mar
Do administrador judicial e do comitê de credores
Art 21 com 99, com 52, I.
Existe a questão da responsabilidade pessoal do administrador. Mesmo que seja admitida uma empresa, o juiz deve saber que é o administrador.
Administrador representa: correntes.
1. Credores.
2. Credores + Devedores.
3. Órgão do procedimento concursal que é o procedimemto sob o qual a recuperação acontece.
Ele tem que ser imparcial. Não pode ser inquisitor do devedor e não pode representar de forma uníssona os credores.
Imparcialidade, probidade. É uma longa manus do judiciário e do MP em prol da recuperação judicial.
art 22, III
Publicidade e transparência.
não necessáriamente o transparente é público mas o público tem que ser transparente.
Publicidade = ter acesso.
transparência = Informação clara.
III, E combinado com o art. 186.
Este relatório também tem finalidade penal. A ação é APPública Incondicionada.
Empresa IV 2 abr
Empresa IV 9 abr
Art 35 - 
Se a Assembléia tiver poder de decisão, haverá disputa interna pela preferência dos créditos e preterimento de grupos menores.
1. assembléia Geral - surge na decisão judicial da falência).
2. comitê de credores - surge na 1ra Assembléia Geral.
3. administrador Judicial.
art 35. A assembléia Geral de credores terá por atribuiçoes deliberar sobre:
I. na RJ.
a) com o art 56.
b) 
d) 
Administrador = aparece tanto na fal. quanto na RJ.
Devedor = Recuperação Judicial.
Falido = Falência.
Na Rec Judicial se sai o devedor entrará o Gestor a ser escolhido pela Assembléia Geral de credores.
II. Na falência.
c) com art. 145.
art 36.
par 2do. Hipótese de convocação de Assembléia Geral de Credores.
Art. 37.
Par 2o. Regra de instalação da AG
38. O voto se conta pelo valor do crédito.
Para efeito de votação, os créditos trabalhistas são contados por cabeça e não pelo valor do crédito.
art 39.
Quem pode votar é que o devedor, o administrador indicou como credor ou ele mm se apresentou como credor.
Pr 2do. IMPORTANTE.
art 46 quorum qualificado para realização do ativo na falência é de 2/3 dos créditos presentes na AG de credores.
Empresa IV 15 abr
DA ARRECADAÇÃO E DA CUSTÓDIA DE BENS.
A custódia dos bens ficam sob a guarda do Administrador ou de alguém nomeado por ele.
Art 85 a 93 - Pedido de restituição (aqui não é credor).
11101- Pedido de Terceiro.
art 93 - Embargo de Terceiro ( cpc).
art 129 - da ineficácia dos atos praticados antes da falência.
venda acrédito
entregue 15 dias anterior ao requerimento da falência, se ainda não alienada. 
art 86 - restituição em dinheiro até 5 SM. Art 151.
art 93 - combinar com 104# e seguintes do CPC.
Restituição é excludente de embargos. Ou seja, se couber restituição não caberá embargos.
Diferenças:
Embargso cabe liminar.
PR não comporta liminar.
Embargos não há possibilidade de inclusão no quadro de credores, pela espécie de rito.
Embargos não se pode pedir em dinheiro.
Na restituição, se foi vendida a coisa, pode ser em dinheiro.
Não cabem embargos pr os casos de mercadorias vendidas.
Não cebem embargos para contrato de câmbio.
Não cabem embargos em caso de dúvida sobre propriedade.
Embargos de terceiro é para apelação. Tem efeitos devolutivo e suspensivo.
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Antonio Luna – Empresarial IV

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