Buscar

PARTIDOS POLÍTICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

PARTIDOS POLÍTICOS
Os partidos políticos são associações constituídas para a participação da vida política de um país, para a formação da vontade nacional, com objetivos de programação de ideias e de conquista, total ou parcial, do poder político. Também, podem definidos como sendo uma organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao menos, de influenciar na gestão da coisa pública através de críticas e oposição. No Brasil, toda corrente político-ideológica deve agrupar-se em um partido político, ou seja, não se admitem candidaturas avulsas ou independentes.
Com a Constituição de 1988, os partidos passaram a possuir a natureza de pessoas jurídicas de direito privado; em seu artigo 17, § 2º, estabelece que “os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral”. A Lei n. 9.096/95 esclarece em seu artigo 1º a natureza jurídica de pessoa jurídica de direito privado dessas entidades.
O atual texto constitucional adota dois grandes princípios em matéria de organização partidária: a ampla liberdade partidária e a autonomia partidária. O primeiro princípio é garantido pela Constituição na qual também assegura a ampla liberdade de criação, de fusão, de incorporação e extinção dos partidos políticos. Sendo que essa liberdade não é absoluta, uma vez que são impostas algumas restrições, como, no estatuo deve estar presentes os seguintes princípios: a soberania popular; o regime democrático; o pluripartidarismo; e os direitos fundamentais da pessoa humana; ainda, existem os seguintes preceitos: caráter nacional; proibição de recebimento de recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros ou subordinação a estes; prestação de contas à Justiça Eleitoral; funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Já, no artigo 17, § 1º do texto constitucional, assegura aos próprios partidos a autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento. Sendo que, cada partido estabelece seus próprios órgãos internos, o sistema de escolha de representação e os requisitos e permanência na entidade política. No entanto, as obrigatórias são: a previsão de normas de fidelidade e disciplina partidária, ou seja, respeito ao programa do partido político e às decisões dos seus órgãos dirigentes. Também, a nossa Lei Maior veda expressamente a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar, uma vez que não podem organizar-se de forma análoga às Forças Armadas.
Existem três grandes modelos de organização partidária, quais sejam o unipartidarismo, em que há um único partido político, sendo esse próprio de regimes autoritários; o bipartidarismo, sendo um sistema de grandes partidos que se alteram no poder, com programas mais ou menos definidos, existindo na Inglaterra e nos Estados Unidos da América; por fim, o multipartidarismo ou pluripartidarismo, em que há diversos partidos políticos representativos de todas as correntes de opinião da sociedade, sendo esse o sistema adotado no Brasil.
Os partidos políticos têm como função a divulgação de ideias e a conquista do poder político. Assim, há os partidos de situação, que além de propagar e implantar as ideias constantes do estatuto do partido, dar sustentação política ao governo no Parlamento, aprovando seus projetos. Também, os partidos de oposição que além da propagação de ideias e da luta pela conquista do poder político, compete a fiscalização dos atos do governo, bem como a formulação de políticas alternativas.
No que diz respeito à infidelidade partidária, pelo princípio da fidelidade, o parlamentar eleito deve observar o programa ideológico do partido em que se inscreveu e as diretrizes dos órgãos de direção partidária. O Supremo Tribunal Federal considerou a mudança de partido após a obtenção do mandato, como uma verdadeira fraude à vontade popular e ao sistema eleitoral proporcional, a dificultar o exercício da oposição política, em razão da súbita redução numérica. É considerada justa causa para mudança de partido: incorporação ou fusão do partido; criação de um novo partido político; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave discriminação pessoal. 
Assim, acolhendo a tese de que o mandato pertence ao partido, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que a fidelidade partidária também se aplica aos cargos eleitos pelo sistema majoritário, como os de Presidente, Governadores, Prefeitos, Senadores e respectivos vices e suplentes. 
Em 2011, o STF entendeu que a vaga decorrente do licenciamento de titulares de mandato parlamentar, no caso para assumir cargos de secretarias de Estado, deve ser ocupada pelos suplentes das coligações, e não pelos dos partidos. Ao se coligarem , os partidos políticos aquiescem com a possibilidade de distribuição e rodízio de exercício do poder buscando em conjunto no processo eleitoral.
Os candidatos com “ficha suja”: segundo a AMB (Associação de Magistrados Brasileiros), a justiça eleitoral deveria reconhecer a inelegibilidade pelo simples fato de haver ação judicial proposta em face do candidato a demonstrar atitude ímproba e imoral. Todavia, o STF negou o pedido da AMB. O STF reconheceu que será a lei complementar que disciplinara as hipóteses de inelegibilidade. A mera “ficha suja”, o mero apontamento e desenvolvimento de uma ação judicial, sem o transito em julgado, não era suficiente, portanto, para caracterizar a inelegibilidade.
A Lei Complementar 135/2010 tornou inelegível aquele que for condenado, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da justiça eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma.
Por fim, em 2010, o TSE confirmou a aplicação da lei da ficha limpa, de forma imediata, e a possibilidade de retroagir, aplicando-se a candidatos condenados por órgãos colegiados antes de sua vigência.

Outros materiais