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* * * AGENTES TÓXICOS NATURALMENTE PRESENTES EM ALIMENTOS ANTINUTRIENTES * * * AGENTES TÓXICOS DOS ALIMENTOS Artificialmente Tóxicos - extrínsecos Naturalmente Tóxicos - intrínsecos * * * * * * Substâncias xenobióticas daninhas presentes nos alimentos Agente tóxico – qualquer subst. xenobiotica capaz de produzir anormalidade fisiológica e/ou anatômica a curto prazo – toxicidade aguda ou subaguda - reversível Antinutriente – substs presentes no alim que reagem ou interferem no nutriente diminuindo sua disponibildiade e a longo prazo – toxicidade crônica - produzir anormalidade fisiológica e/ou anatômica - irreversível * * * 3 – Quelantes ou sequestrantes de minerais: substâncias que afetam a utilização minerais (fitatos, oxalatos, glicosinolatos, etc) 4 – Variados: alcalóides, saponinas, nitratos, etc. Os antinutrientes podem ser divididos em: 1 – Antienzimas: substâncias que afetam a utilização de enzimas digestivas (inibidores de protease, taninos e lecitinas) 2 – Antivitaminas: substâncias que diminuem os requerimentos de vitaminas (avidina, antivitamina K, etc) * * * SUBSTÂNCIAS INTRÍNSECAS – ANTINUTRIENTES São componentes naturais Sintetizados pelos vegetais ou animais Quando ingeridos pelo homem causam toxidez Certos peixes (gênero Tetrodon) Mariscos (tiramina e outras aminas) Cogumelos (Amanitas) Antinutrientes Gossipol (semente de algodão) Linamarina (mandioca) Ácido oxálico (vegetais) Inibidor de tripsina (soja) * * * Alguns alimentos contêm natural/te agentes tóxicos – componentes integrantes - muitas vezes ocasionando riscos à população – ação tóxica - países subdesenvolvidos. Os vegetais sintetizam vários componentes químicos capazes de originar reações tóxicas ou interferir na absorção de nutrientes: ácido fítico, inibidores de proteases, fitoestrógenos, ligninas, saponinas, compostos fenólicos, inibidores de amilase, lectinas. Antinutrientes: substâncias presentes no alimento que tem capacidade de interferir na biodisponibilidade e/ou absorção de algum nutriente. * * * 1) Glicosídeos cianogênicos Compostos orgânicos com uma porção açúcar e outra não açúcar (aglicona) Termo Glicosídeo = glicose como constituinte Galactose = Galactosídeo, Aldose = Aldosídeo Cetose = Cetosídeo Muito distribuídos entre as plantas superiores * * * Glicosídeos cianogêncios já identificados em vegetais comestíveis AMIGADALINA amêndoas pêra, maçã, damasco sementes pêssego, cereja, DURRINA - forragem e sorgo (sementes jovens) LINAMARINA - mandioca LOTAUSTRALINBA- feijão Estima-se cerca de 200 espécies, 110 famílias são cianogênicas, interesse as utilizadas na alimentação * * * O glicosídeo não é tóxico por si, mas pelo CN- gerado pela hidrolise CN- age na citocromo oxidase, potente inibidor da cadeia respiratória * * * Hidrólise do glicosídeo = glicosidases (presentes na mesma planta em diferentes sítios celulares) * * * CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS Facilidade de hidrólise TOXICIDADE Plantas com mais de 20mg cianeto/100g = alto risco Mais altas concentrações = Folhas, raízes, sementes e outros (toda a planta) Tecidos jovens (brotos) = concentrações mais elevadas Formação do ácido cianídrico dá-se pela degradação destes glicosídeos pelo processamento (moídas, amassadas, etc) * * * CIANOGÊNESE (HIDRÓLISE) Enzimas endógenas da planta (injúria) glicosidases Meio ácido (pH estômago) * * * BIOSSÍNTESE Aminoácidos Glicosídeos Valina e Isoleucina – linamarina e lotaustralina Fenilalanina – prunasina, sambunigrina, amigdalina Tirosina – durrina Pseudocianogênicos – cicasina * * * COMPARTIMENTALIZAÇÃO Liberação de HCN após tecido do dilacerado Glicosídeo + Enzima ( glicosidase) = HCN Mandioca linamarina e lotaustralina – vacúolos linamarase e HCN – parede celular * * * Plantas comestíveis e seus glicosídeos cianogênicos Cultura Nome cientifico Glicosídeo Trigo Triticum aestivum durrina, linamarina, lotrauslina, espilotautralina Aveia Avena sativa linamarina Mandioca Manihot esculenta linamarina e lostrulina ( 93:7) Feijões P. vulgaris linamarina e lostraulina Maçã Malus pumila hybrids amigdalina prunasina * * * O tiocianato formado pode causar problemas de bócio * * * Tratamento da intoxicação por CN_ O aumento na concentração de tiocianato favorecerá a eliminação de CN, antídoto apesar de bociogênico (Committee on Food Protection, 1966). Vitamina B12 Melhoria genética Secagem * * * INATIVAÇÃO – CALOR Adição de água quente, cozimento Exposição ao ar, fritura * * * AÇÃO TÓXICA – ÁCIDO CIANÍDRICO OU ÍON CIANETO Possui grande afinidade pelo ferro, reage com a citocromo oxidase ou citocromo a3 da cadeia respiratória - Inibe o metabolismo oxidativo e da fosforilação (bloqueio do O2, sangue venoso fica oxigenado e muito vermelho) Causa asfixia (ligação ao ferro da hemoglobina e citocromos inibindo o transporte de gases e de e-) Cefaléia, convulsões, bócio, morte por bloqueio respiratório * * * BRASIL Formas de preparo da mandioca são seguras para alimentação ÁFRICA CENTRAL Alimentação com glicosídeos residuais da mandioca foram associados com doenças crônicas (bócio, cretinismo, neuropatia tropica e diabete tropical) em países pobres (Congo 64% bases alimentar é a mandioca e derivados), no entanto, não comprovados experimentalmente. Recentemente relacionadas com desequilíbrio nutricional e não com a ingestão constante de mandioca. * * * Literatura Séc XVII – relatos de intoxicações c/ amêndoas amargas e óleos – agente de suicídios (OKE, 1979; OKE, 1980) Estima-se q/ 0,5 a 3,5mg de HCN por kg corpóreo leve à morte em poucos minutos 100g de amêndoas amargas (Prunus amygdalus) = 25mg de HCN – 250g deste vegetal´seria suficiente p7 causar intoxicação aguda (MONTGOMERY, 1980) Ingestão de mandioca amarga (mandioca brava), cerca de 245g já seria altamente tóxico se ingerida crua Intoxicações muito freqüentes em regiões onde é ampla/te utilizada na alimentação. Infelizmente se dispõe de poucas informações de tal incidência * * * Intoxicações Crônicas (Nigéria e Tanzânia), envolve o sistema nervoso (neuropatia atáxica tropical – TAN), síndrome representada por atrofia óptica, surdez, psicoses e demência Consumo de mandioca leva ao bócio (principal/te em regiões onde há consumo de I2) * * * Fatores que influem na concentração dos glicosídeos cianogênicos Genéticos Ambientais (umidade e temperatura) Idade Nutricionais Fertilizantes, etc * * * 2) Glicoalcalóides ou Alcalóides glicosídicos São metabólicos secundários encontrados nas diversas variedades de batatas (Solanum tuberosum L.). Destacam-se: esteróis, -solanina, -chaconina São compostos derivados biossintéticos do colesterol Encontrados em batatas, berinjelas, tomates e outros * * * Constituição = aglicona solanidina + 3 resíduos de açúcar * * * Literatura são encontradas em batatas verdes, brotadas e danificadas. A ingestão de batatas de 38 a 45mg de solanina podem causar intoxicações fatais em humanos. Sintomas gastrintestinais, neurológicos e outros. (MORGAN e COXON, 1987)* * * Intoxicações Causam sintomas gastrointestinais e neurológicos Associados a efeitos teratogênicos (camundongos) Malformações em humanos (ruptura de membranas) Desde 1972, a ingestão de batatas danificadas têm sido relacionada a incidência de malformações em humanos (anencefalia e espinha bívida) * * * 3) Ácido Oxálico Reduz absorção de Ca, interferindo no seu metabolismo. Presentes em alimentos vegetais como ácido oxálico, oxalatos solúveis e insolúveis (Ca). Presentes no ruibarbo, espinafre, beterraba, cenoura, feijão, alface, amendoim, cacau, chá. Cozimento reduz grande parte dos oxalatos solúveis e os insolúveis permanecem. * * * Absorção pelo trato gastrointestinal 2 a 6% dos oxalatos são absorvidos e não são metabolizados Depois de 24h de absorvidos, são excretados na urina e o restante é eliminado pelas fezes ou degradado pela microflora * * * pH intestinal forma oxalatos com íons Ca, o que diminui a disponibilidade deste na dieta Nocivos quando ingeridos em excesso ou em dietas pouco variadas, podendo levar a hipocalcemia e ao raquitismo Sintomas irritação gástrica náuseas, contração muscular vômitos * * * 4) Inibidores de Tripsina São proteínas encontradas em vegetais (legumes e grãos de cereais) que são capazes de formar um complexo ENZIMA – SUBSTRATO Têm a capacidade de inativar proteases Inibem proteases predadores de plantas (MO e insetos) Localização: em maior concentração nas sementes * * * Nutricionalmente Formam um complexo com a tripsina pancreática Diminuem o valor nutritivo das proteínas, pois estas não sofrem hidrólise Causam hipertrofia pancreática (secreção, induzindo à síntese aumentada das proteases) Retardo no crescimento pela diminuição do PER Inativação - calor * * * Fervura por 3 min inativa cerca de 90% do inibidor da soja e cocção em vegetais (Bainter, 1981; Collins y Beaty, 1980; A maioria dos inibidores são inativados pelo calor – inativação há incremento da qualidade nutritiva Importancia controle tempo x temperatura = diminuição qualidade nutritiva (Saini, 1989; Van der Pool, 1990). * * * 7) SAPONINAS Comumente encontrados em legumes (soja, feijão, amendoim, especiarias, alfafa e ervas) - Efeitos tóxicos e benéficos Vegetais - Presentes em caules, folhas, talos, flores, raízes. Animais – venenos de certas serpentes e estrela do mar São glicosídeos amargos c/ diferentes estruturas químicas e capacidade de produzir espumas Efeitos tóxicos – lisar eritrócitos (deficiência no sangue em carregar O2), afetam absorção de nutrientes, no ganho de peso, gosto amargo * * * Saponinas São glicosídeos amargos que podem causar hemólise em eritrócitos. São extremamente tóxicos para animais de “sangue frio” (anfíbios e peixes) por sua propriedade de baixar a tensão superficial. Glicosídeo aglicona (sapogenina) + glicona (açúcar) Propriedade de produzir espuma Anfifílicos (parte polar e outra não polar) (polar - pentoses, pentose ou ácidos urônicos e não polar - sapogenina) * * * Saponinas Propriedades: 1. sabor amargo 2. potentes surfactantes 3. hemólise em eritrócitos Dentro das plantas comestíveis que contêm essa substância : - soja, alfafa, espinafre, etc. – sapogeninas triterpenóides * * * Tem-se investigado suas propriedades tóxicas e também suas qualidades tecnológicas e medicinais (Birk and Peri, 1980; Oakenfull, 1981). A atividade hemolítica no plasma sanguíneo tem-se relacionado como efeitos benéficos sobre o colesterol. Há dúvidas de seus efeitos tóxicos “in vivo”. Há várias evidencias da ingestão oral não causar problemas (Committee on Food Protection, 1966). Estudos com aves demonstram uma variabilidade no modo de ação das saponinas, já em animais monogástricos pouco se conhece. Alguns países permitem extractos de plantas como la zarzaparrilla o de Quillaja saponiria como aditivo, já em outros como na Alemania, Espanha e Marrocos é proibido o uso destes extratos, devido a consideravel variação na sua toxicidade das saponinas. * * * Efeitos fisiológicos associados as saponinas Diminuição do nível de colesterol no sangre, devidos a indução na absorção dos ácidos biliares sobre a fibra dietética, incrementando a excreção destes e consequente/te a diminuição do nível de colesterol ( Oakenfull, 1981; Ruiz et al, 1993). Algunas saponinas podem ser utilizadas em bebidas carbonatadas, extinguindo mofos e leveduras. A partir de las saponinas de Dioscorea ssp., pode-se sintetizar hormonios (progesterona). Exercem ação antimicótica e bacteriostática. Algumas vezes apresentam efeitos protetores de coloides durante o processo de secagem por aspersão.
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