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SEMINÁRIOS II 2º BIMESTRE

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SEMINÁRIOS II 2º BIMESTRE
ÉTICA E DIREITO –CHAIM PERELMAN
1. Justiça e seus problemas
Justiça como uma valor universal, que é invocado para proteger a ordem estabelecida, ou entao justificar reviravoltas revolucionarias. 
A sede pela justiça incita os homens,fornece uma motivação para um mundo melhor, como também para varrer sem piedade tudo que se faz de obstaculo.
Os tribunais de justiça e toda administração da justiça são os escudos que protegem a ordem estabelecida, e os guardiões são os juízes que possuem o papel de aplicar a lei e punir quem as transgridem. Para alguns conservadores o fato de não violar a lei e de se amoldar a ação é a manifestação do sentimento de justiça. 
Quando se tem um conflito uma situação paradoxal, cada parte afirma estar com a justiça, reclamam a vitória da justa causa, sendo assim necessário uma voz neutra que pleteia o fim do conflito, graças a uma decisão justa ninguém acusará de parcialidade,pois cada qual está convencido de que a justiça irá triunfar em sua própria causa. Os campos opostos não possuem a mesma concepção de justiça. Portanto, a justiça apesar de ser um a valor universal é também uma noção confusa. 
Dupreél, nega a existência de uma única e verdadeira justiça, ele apresenta uma visão convencionalista, em que cada qual seria livre para definir a justiça como lhe convém, daí surgia a confusão da noção. 
A justiça assume rostos diversos,adaptados todas as vezes às teses dos adversários confrontados. Assim os antagonistas declaram e se empenham em provar que a justiça está ao seu lado, recorrendo assim aos juízes e árbitros.
A primeira tarefa que se impõe é analisar cientificamente o conceito de justiça que permita observar as variações do conceito. Aristotéles apresentou uma análise afirmando que a noção do justo corresponde às noções de legal e de igual, e a noção de injustiça de ilegal e desigual. As leis para o filosofo visam o interesse comum, chama de justo aquilo que produz e conserva a felicidade para a comunidade politica, será justo aquele que faz o que a lei ordena e evitando o mal que ela veda. A justiça é a virtude em sua integridade. Uma virtude especifica,definível pela sua função de igualdade, racionalidade na ação. A justiça no sentido lato, pode ser dita como ser justo é ser caridoso e injusto ser cruel, mas já no sentido estrito a justiça coincide com a crueldade e a caridade com a injustiça. Assim, se o ato justo é aquele que reserva um tratamento igual a todos, e injusto aquele que favorece ou desfavorece um deles, pode se dizer que o tratamento de um diretor que trata com a mesma dureza todos os alunos é justo, porém o juiz que favorece o réu culpado está agindo injustamente,ainda que seja caridoso. 
A sociedade justa pode ser identificada como a sociedade ideal.Assim, cada sociedade deve estabelecer metas e programas que buscam o bem comum, a justiça não passa do nome do comum. 
Rawls afirma que insiste que a justiça não passa de uma das numerosas virtudes das instituições politicas e sociais, já que uma instituição pode ser ultrapassada,ineficaz,degradante,mas sem ser injusta. A justiça é uma das características de uma sociedade ideal, já que podem ser amoráveis, eficazes, prósperas,boas, assim como justas,mas podem ser justas sem se distingui por essas outras qualidades. E deve ser definida por meio de critérios puramente racionais,exigindo assim uma virtude especifica e não uma qualidade global de toda sociedade ideal que as diversas ideologias e utopias poderiam se apresentar. 
Porém, se afirmamos que é justo tudo aquilo que está de acordo com a lei, basta um ato arbitário do legislador para criar normas de uma conduta justa.
A lei tira sua autoridade da fonte de que a emana. A fonte menos contestada das normas morais e jurídicas é o costume. A conduta habitual costumeira conforme à expectativa dos membros do grupo não necessita ser justificada: espontaneamente será reconhecida como justa,como conforme ao que deve ser. O fato presume o direito. A regra pode ser emanada de uma fonte sagrada, as convenções devem ser respeitadas (contrato social que derivam da autoridade da lei da autonomia individual prévia). 
As fontes podem ser: o costume, a vontade divina,a vontade dos indivíduos ou da nação, constituem assim 4 fontes da legitimidade das normas e dos mandamentos. 
Para os racionalistas, a justiça é uma relação objetiva independente da vontade divina. Porém, se Deus existe só pode ser justo, e os homens deveriam toma-lo como modelo de sua conduta: devem obedecer a voz de Deus, que seria a voz da consciência. 
Já para os partidários do direito natural, a razão é pois uma faculdade capaz de nos fazer conhecer não só o que é objetivamente verdadeiro ou falso mas também o que é justo e injusto. 
2. Regra de justiça e equidade
 Dentre as virtudes racionais que devem guiar a conduta destacamos duas: a prudência e a justiça. A prudencia é a virtude que faz escolher os meios mais seguros e menos onerosos de alcançar os fins,quando se trata apenas do nosso interesse, fazer com que os atos sejam os mais úteis possíveis, apresentassem o máximo de vantagens e o minimo de inconvenientes. Porém a prudencia não nos diz até onde podemos ir,quais são nossos direitos, obrigações , e como agir para que nossa conduta seja não só eficaz mas também seja justa. Quando se submete uma conduta ao crivo da razão, cabe recorrer ao conceito de justiça, sendo que esta é que á a virtude característica do homem razoável. Uma ação justa deve dar uma racionalidade que faltaria ao ato que fosse apenas caridoso. 
A regra da razão, segundo Leinbniz, exige que proporcionemos o bem que queremos propiciar a todos com as necessidades e com os méritos de cada qual.
Um comportamento ou juízo humano só pode ser qualificado de justo quando puder ser submetido a regras ou a critérios. Para a justiça apenas a pesagem conta, não deixara se impressionar por outras considerações, se preocupando com a imparcialidade. O comportamento justo é regular, uma analise da relação de igualdade decerto projetará alguma luz sobre a ideia de justiça. 
Desde Aristóteles, a ideia de justiça foi se aproximando a ideia de igualdade. É justo tratar da mesma forma seres iguais,porém nada justifica seu tratamento desigual. Assim, a primeira regra de justiça estabelece a exigência do tratamento igual de seres iguais. Essa regra é indiscutível,porém possui restrições, já que não existem dois seres extremamente idênticos, ou dois seres cujas as propriedade sejam extremamente iguais.Se não há seres idênticos, a regra de justiça só tem interesse se nos diz como tratar seres que não são idênticos. 
As pessoas podem se queixar de uma injustiça,por que não receberam o mesmo tratamento que o vizinho, irão buscar por elementos que citem expressamente as diferenças: uma é mais rica,mais influente, que é parente ou amigo de tal funcionário. Queixam-se persuadidas de que essas diferenças não deveriam ter influenciado a decisão. Ou ainda pode acontecer que de queixarem de um tratamento igual, quando deveriam ter um tratamento preferencial. 
Quem se crê injustiçado, apensa pretende certos elementos pertinentes no caso, que deveriam ter influenciado a conclusão. É injusto desprezar esses elementos, como também é injusto levar em conta elementos irrelevantes alheios a situação. 
Caso de aplicação da regra de justiça,medida que é concebida para se aplicar a seres que não são idênticos,exige não o tratamento igual de seres idênticos,mas um tratamento igual de seres essencialmente semelhantes (aqueles que não existem diferenças essenciais,ou seja,diferenças que importam e que cabe levar em conta no caso). A regra justiça assim é definida como regra formal por que não precisa quando dois seres são essencialmente semelhantes nem como se deve trata-los para ser justo. 
No caso concreto deve ser observadas essas duas situações,quando a lei positiva fornece critérios para a sua aplicação por exemplo. A ação conforme a regra de direito é justa, por que aplica corretamente a lei. A importânciade se ater a uma regra de justiça formal é que ela concentra em exigir que se seja em sua ação, fiel a uma linha de conduta regular, uma justiça estática, por que caracteriza pela conformidade com a regra estabelecida,ou como precedente reconhecido, sejam eles quais forem. É justo quando casos forem parecidos tratar como precedentes. A regra de justiça apresenta como normal a repetição de um mesmo modo de agir, conduzindo a uma segurança jurídica, e ainda prescreve ao juiz o silogismo judiciário: tratar cada membro de uma categoria como devem ser tratados todos os membros da mesma categoria. 
Um juiz imparcial é justo pois trata da mesma forma todos aqueles que a mesma regra é aplicável, a regra é a igualdade perante a lei, o juiz não tem enquanto juiz de questionar a lei.
A regra de justiça porém não diz quando os seres devem ser considerados essencialmente semelhantes , ou ainda não diz como se deve trata-los. E assim, graças a regra de justiça é que um juízo subjetivo pode transformar-se em uma norma de moral. 
A regra de justiça exige uma uniformidade conduzindo a previsibilidade e a segurança, permitindo um funcionamento estável de uma ordem jurídica. Mas isso não é suficiente para a necessidade de justiça. A equidade,mesmo sendo justa, não se resume a justiça que esta em conformidade com a lei,mas é antes um corretivo a justiça legal. É legitimo na medida em que a disposição tomada pelo Estado a disposição tomada pelo legislador é insuficiente e errônea trazer um corretivo. Assim funciona a justificativa de Aristóteles ao trazer a equidade, como uma muleta de justiça. 
A equidade é um recurso usado pelo juiz para ir contra a lei, apela-se ao senso de equidade quando a lei aplicada rigorosamente e em conformidade a regra de justiça conduzem consequências iníquas.
A equidade pode ser aplicada nas tais circunstancias: obrigação de aplicar a lei em um caso em que o legislador não pensara, quando houver condições externas e ainda quando tiver evolução no sentimento moral. Nem as leis nem os precedentes são aplicáveis mecanicamente ,obrigado a julgar em todos os casos que entram em sua competência, o juiz dispõe para o tanto do poder de interpretação. O juiz deve dizer o direito, ainda que não possa motivar sua decisão pela invocação de uma lei indiscutida e cujos termos são todos eles claros.
O papel da equidade ensina que um ato é formalmente justo se trata um membro de uma determinada categoria de um modo conforme a maneira pela qual devem ser tratados todos os membros dessa categoria. 
A equidade pode ainda prevalecer sobre a segurança, e o desejo do evitar consequência iníquas pode levar o juiz dar nova interpretação à lei, a modificar as condições de sua aplicação. O juiz pode em alguns casos não se contentar com a interpretação tradicional e com a aplicação correta da lei em conformidade em regra de justiça. Porem para evitar a arbitrariedade o juiz terá de motivar especialmente as decisões que se afastam da jurisprudência habitual.
3. Da justiça das regras
A regra da justiça assegura uma regularidade,segurança e imparcialidade na administração da justiça. Mas é incapaz de julgar as próprias regras. É contra a arbitrariedade e a injustiça das leis que se insurgem aqueles que pretendem modificar ou revisar a ordem estabelecida. Porem não indica quais são as distinções que se devem ou não levar em conta no estabelecimentos das categorias de seres essencialmente semelhantes, nem de maneira convém tratar esses seres, e assim os críticos dirão que as distinções que a lei estabelece e os tratamentos são arbitrários e injustificados. 
Cumprir então justificar a diferença mostrando que ela não é arbitária mas que os vencimentos de um e de outro são proporcionais a um elemento suscetível de apreciação tal como por ex os serviços prestados por um e pelo outro a comunidade. 
Quando se trata de justiça ou injustiça formal de aplicação correta ou não da regra de justiça comparam-se os tratamentos reservador aos membros da mesma categoria essencial,mas não se dispõe de nenhum meio para comparar os seres que pertencem a categorias diferentes e para julgar os tratamentos que lhes concernem. Para refutar a primeira crítica deve mostrar a importância da classificação estabelecida pela legislação em questão. E a segunda critica é mostrar que os tratamentos previstos trata-se de recompensas ou de punições , não são arbitrários, mas conformes a princípios gerais que permitem sua sistematização racional, e isso é graças a grande variações que existem em nossas sociedades. 
Rawls, define a justiça como uma virtude especifica que aplicada exige a eliminação das distinções arbitrárias e os estabelecimento de um equilíbrio apropriado entre as pretensões opostas, convenientes e justas, e as diferenças de tratamento não seriam arbitrárias.A justiça aplicada a praticas definidas por regras.Baseia-se nos princípios: toda pessoa tem direitos igual a maias ampla liberdade,compatível com a mesma liberdade para todos; desigualdades definidas ou favorecidas pela estrutura institucional são arbitrárias, a não ser que estejam motivadas e uteis a cada qual e contanto que as funções e as situações de que resultam sejam acessíveis a todos.
Não cabe justificar todas as diferenças que o sistema estabelece,mas unicamente as distinções na atribuição das funções e das situações de que resultam direta ou indiretamente, desigualdades na distribuição das vantagens e ônus. 
Rawls pretende elaborar seu sistema em que seres racionais,capazes de prever as consequências de sus atos elaborarão regras que igualitárias no inicio funcionarão de modo que se mantenha essa igualdade indefinidamente. Porem a no o caso concreto mostra que os procedimentos que se queria igualitário podem levar a consequências que com o tempo podem mostrar iníquas. 
As regras de uma sociedade constituída as pessoas que nela exercem os direitos políticos bem como suas respectivas situações,seus direitos e suas obrigações são em sua maioria produtos de um passado histórico. Para reconstruir uma sociedade perfeitamente justa seria preciso que seus membros reconhecessem com evidencia que é justo renunciar as vantagens que a situação histórica lhes proporcionou que logrem encontrar regras evidentes que justificarão as desigualdades sociais assim como aqueles a que terão de amoldar-se para encontrar uma solução justa para os conflitos que os opõem.
Professor Rawls aparenta ser partidário da concepção liberal, ou seja, deixa a igualdade de lado, pois só gostaria de limitar a liberdade individual na medida em que essa limitação se justificar por vantagens que propocionara a cada qual e não ao maior numero. 
As regras morais e jurídicas regem de um modo complementar as relações dos membros de uma sociedade, muitas vezes, elas interagem podendo os sentimentos morais desempenhar um papel considerável na adoção e na interpretação das leis,podendo a promulgação das leis modificar por sua vez, os sentimentos morais.
Se os princípios propostos pelo professor Rawls para eliminar a arbitrariedade das instituições sociais e politicas fossem de uma evidencia que se imporia a todos pela racionalidade,o direito e a moral deveriam coincidir em questão de justiça. Não teria sido útil organizar um poder legislativo nem um poder judiciário, e não se teria a menor necessidade de coagir para que se amoldem ao que é justo todos os membros razoáveis da sociedade. 
4. Justiça e justificação
Os diferentes ideais que se concebem a uma sociedade perfeita se apresentam como arbitrários, na medida em que nem a experiencia nem o calculo eram capazes de fundamenta-los; nem a experiencia , e a indução que ela autoriza nem a dedução rigorosa podem de fato garantir a passagem do que é dado, do fato objetivo,do que é verdadeiro, para o ideal que queremos realizar,para os valores que ele promove e para as regras que justifica. Assim,a justificação das regras para delas eliminar a arbitraridade deveria deter-se em princípios injustificados e não-evidentes em posicionamentos e valorescontroversos. Porém é utópico querer que os homens concordassem sobre o mesmo ideal de uma sociedade justa,pois as diversas aspirações dos homens diversamente hierarquizadas correspondem diversa concepções da cidade ideal.
Se alguém considerasse uma regra injusta pois dividia os seres de forma diferente ao que lhe parece certo não havia uma forma de justificar,encontrar critérios objetivos que permitiam mostrar superioridade. No interior do sistema que se põe em discussão os principio fundamental que lhe serve de base a justiça terá um sentindo bem definido, ode evitar toda arbitrariedade nas regras toda irregularidade na ação. Levado a distinguir três elementos na justiça: valor que a fundamenta, a regra que a enuncia, e o ato que a realiza. Esses dois últimos que podem submeter a exigências racionais. Pode se exigir do ato que seja regular que trate da mesma forma seres que fazem parte da mesma categoria essencial, podendo postular que a regra seja justificada que decorra logicamente dos sistema normativo adotado. Quanto ao valor não podemos submete-lo a nenhum critério racional, ele é arbitrário e logicamente indeterminado. 
Qualificado de arbitrário e de logicamente indeterminado todo valor que fundamenta um sistema normativo,assim não podendo resultar de uma experiencia nem ser deduzido de princípios incontestáveis. Convém se de que não existe logica especifica atinente aos valores mas existem as mesmas técnicas de raciocínio que utilizamos para criticar e para justificar opiniões escolhas, pretensões e decisões enunciados que qualificamos habitualmente de juízos de valor.E por conta disso que o uso pratico da razão não pode ser compreendido sem o integrar em uma teoria geral da argumentação. Na falta de uma argumentação, ao menosprezar os meios discursivos de obter adesão que não se baseassem no cálculo da experiência era inevitavelmente conduzido à conclusão de que os valores eram logicamente arbitrários e desprovidos de justificação racional.
O objeto da justificação é de uma ordem prática: justifica-se um ato, um comportamento,uma disposição a agir, uma pretensão,uma escolha, uma decisão. A justificação de uma agente consiste no fato de justificar sua conduta, as vezes tbm de dissocia-lo inteira ou parcialmente, de um ato ou de uma decisão que lhe é imputado.
Por outro lado, justificar uma proposição ou uma regra é justificar o fato de aderir a ela ou de enunciar num dado momento,justificar um comportamento. As particularidades do raciocínio justificativo se impõe à mente, constitui antes a justificação de uma ação,a prova da validade de um conhecimento. 
Admitir a possibilidade de uma justificação racionar é reconhecer o uso prático da razão. Não limita-la a um uso teórico,à capacidade de descobrir a verdade ou o erro. É reconhecer que raciocinar não é somente verificar e demonstrar,é também deliberar,criticar e justificar,é apresentar razões pró e razões contra,é argumentar. 
A justificação consiste quer na refutação de uma determinada crítica quer na indicação de que uma proposição lhe escapa inteiramente ou,pelo menos,em maior medida do que as alternativas cogitadas. A justificação só concerne,ao que é discutível e mesmo,normalmente ao que é criticado por determinadas razões. 
Para toda sociedade e para toda mente existem atos,agentes, crenças e valores que em certos momentos são aprovados sem hesitações que não são discutidos e que portanto,não cabe justificar. Essas crenças, esses valores fornecem precedentes,modelos ,convicções e normas que permitirão a elaboração de critérios que servem para criticar e para justificar os comportamentos, as disposições e posições. 
O absolutismo consiste na afirmação de que atos agentes convicções e valores servirão eterna e universalmente de modelos para o estabelecimentos de critérios que eles terão de fundamentar. É uma visão absolutista que se prende a ideia clássica de justificação,como busca de uma fundamento absoluto,irrefragável e universalmente válido. 
Portanto ao recusarmos a visão absolutista, e admitimos que os precedentes,valores,modelos etc. são relativos a determinados meio e disciplina e podem variar no tempo e no espaço,a crítica e a justificação já não se apresenta com intemporais nem como universalmente válidas. Torna-se assim essencial saber que é competente ou qualificado para criticar e julgar,quais são as modalidades criticas e da justificação .
Os juristas tem a função de manter e fazer funcionar uma ordem social estável,buscando resolver pacificamente os conflitos. Quando faltam critérios objetivos e universalmente aceitos é necessário adotar critérios pessoais e conceder a alguns a autoridade de legislar e de governar a competência de julgar. E esse poder devera se justificar pela confiança inspirada por aqueles que exercem naqueles em cujo nome é exercido e pela autoridade que lhes é reconhecida. 
Os legisladores,os governantes,os juízes, eleitos ou nomeado por que que tem confiança do povo devem exerce seus mandatos em conformidade com as aspirações da comunidade que os designou para isso. 
O papel do legislador deve ser de elaborar uma ordem jurídica à qual a grande massa dos cidadãos se submeterá espontaneamente ,por que a considera justa. 
As leis,os costumes e os regulamentos de uma comunidade pelo próprio fato de estarem em vigor serão presumidos justos e não caberá justifica-los enquanto nenhuma crítica se manisfestar a respeito deles.Se a autoridade descumpre de uma forma intolerável a vontade do povo corre o risco de ser objeto de uma desaprovação que pode redundar em derrubar o governo em decorrência de eleições perdida e de um golpe de Estado ou de uma revolução. 
Relativização da noção da justiça politica. As leis e regulamentos politicamente justos são os que não são arbritrários,por que correspondem as crenças e as aspirações do povo, e se a força de coerção de que dispõe um poder legitimo se exerce consoante os votos da comunidade as decisões são justas. 
5. Justiça e razão
Os juízes e legisladores que dispõem de sanção e da coerção para garantir o respeito às leis e a execução dos julgamentos, tem de exercer suas funções dentro do que lhes foram conferidos: elaborar leis justas (conforme as aspirações da sociedade que são representantes), devem aplica-las no espirito da equidade. Mas o filosofo não é como juiz, a ele cabe ser porta voz da razão, defensor dos valores universais que se supõem validos para todos os homens. O filosofo deve procurar critérios e princípios,formular valores e normas que possam obter a adesão de todos os seres razoáveis. 
A experiencia entre regras e vontade mostra uma regra puramente subjetiva e que nunca se tem a certeza de encontrar uma regra objetiva e universalmente válida. O que se constata é uma universalização progressiva de princípios morais que permite elaborar progressivamente para toda humanidade, princípios de ação razoáveis.A função especifica do filosofo é então propor a humanidade princípios objetivos,válidos para a vontade de todo ser razoável. Na medida de que o filosofo fundamenta suas decisões em regras que devem valer para toda a humanidade ele não pode subscrever a princípios e valores que não seriam universalizáveis e não poderiam ser aceitos pelo auditório universal, aquele a que se dirige. 
O discurso, orador e o auditório constituem técnicas da retórica clássica. E seja qual for o auditório, o discurso do orador deve se adaptar a ele. 
Perelman afirma que o apelo a razão é apenas uma tentativa de convencer, mediante o discurso,os membros desse auditório,composto daquilo que o senso comum chamaria homens razoáveis e informados. É ao auditório universal que o filosofo se dirige , é a ele que quer convencer,o filosofo deve se amparar em uma argumentação racional. 
E assim para que as teses do filosofo sejam aprovadas ela devem ser submetidos à aprovação efetiva dos membros do auditório,podem assim contestar as convicções e as aspirações que o filósofo lhes atribui.
Um ato é injusto se não é conforme a regra de justiça a não ser quese justifique o desvio em relação a essa regra com considerações a equidade.
Uma regra é injusta quando é arbitrária quando constitui um desvio injustiçado em relação aos costumes e aos precedentes quando introduz distinções arbitrárias. 
Uma distinção é arbitrária quando não é justificada racionalmente.Os critérios e os valores utilizados no processo de justificação serão irracionais se manifestarem um posicionamento parcial, se constituem uma defesa de interesses particulares inaceitável para o auditório universal. 
Atividade 1:
1- Por que conceito é controverso? Quais são as fontes mais comuns? Existe alguma forma de aplicar a justiça de forma consistente?
O conceito de justiça é controverso pois ela se adapta a interesses pessoais e momentos históricos. Para alguns, é uma virtude e para outros não passa do nome do bem comum. As fontes de justiça podem ser a vontade divina,a vontade dos indivíduos ou da nação e o direito positivo, porém vemos que em alguns casos o direito positivo é falho, tendo assim que se apoiar no costume como fonte de justiça, mas não apenas a cultura social, mas sim a jurisprudência. Perelmen concorda com Kelsen quando se trata da segurança jurídica e devemos usa la sempre que possível,porém coloca como falha, sendo necessária supri-la com a jurisprudência, costumes,ou seja a equidade. Para que ela seja aplicada de forma consistente é necessário que se encontrem regras razoáveis e proporcionais às relações humanas,conduzindo as partes ao uso da boa-fá para que se possa cumprir a função construtiva na conduta dos indivíduos da sociedade e apresentar as relações entre justiça e razão. 
2- Em quais circunstâncias as regras formais de justiça e a segurança jurídica podem dar espaço á aplicação da equidade? 
 Primeiramente devem se identificar como as regras estão sendo aplicadas e aplicadas no caso concreto imparcialmente, porem existem situação em que elas se contradizem causando situações iníquas como afirma Perelman, fazendo necessário o afastamento da segurança jurídica e aplicação da equidade. São tais circunstancias: casos muito específicos (peculiar; Bélgica incorporando o código civil francês), quando há uma omissão legislativa ( que por mais que há critérios, esses critérios não se aplicam ao caso; caso do dólar e quebra de contrato) e ao desenvolvimento moral da sociedade (muda cenário de aplicação da regra, união homoafetiva). A equidade é um remendo da justiça, é a ultima opção para definir um caso concreto,portanto não é uma forma de justiça perfeita.
3- Quais são os critérios aceitáveis para definição da justiça das regras?
Primeiro, tem um caso a ser resolvido deve procurar a reposta nos precedentes,costumes, e jurisprudência, uma vez que se encontra a resposta os critérios devem ser aplicados de uma forma imparcial,racional. Uma regra contém duas parte, A e B, para A tem um direito Y e para B dever X, e assim deve identificar se a pessoa está no grupo A ou B, não podendo mudar a posição das pessoas, correndo risco de ser arbitrário. Segundo, em casos que se devem fugir da aplicação dessa regra, a regra deve ser mudada por possuir circunstancias de equidade e terceiro construir uma nova regra de forma imparcial,supondo que se tenha que fazer um juízo de equidade, possui três hipóteses: repensar o fundamento da regra e manter o enunciado,ou alterar parcialmente o resultado da regra ou deve simplesmente substituir essa regra por outra. 
4- Quais as características de uma decisão arbitrária? Como identificá-la? 
Decisão arbitrária pode ser quando eu tenho um precedente a ser seguido e eu acabo desviando desse precedente sem ter uma motivação, quando estou diante a uma situação de aplicação de equidade que me obriga a desviar do precedente,mas acabo insistindo nesse precedente. Ou ainda, estou na situação da equidade, e invés de aplicar uma regra de justiça que favorece a todos, insisto em aplicar uma regra que vai favorecer apenas uma categoria.
5-Qual o papel do auditório universal na escolha dos critérios e das regras de justiça? Qual a importância da justificação pública dessas decisões?
Auditório universal é qualquer local que se dispõe a discutir sobre qualquer problema relacionado a equidade com pessoas que tenham um mínimo de conhecimento sobre o que se trata.O auditório universal, não é para a humanidade inteira, já que é impossível, trata-se de uma maneira de modulação de pensamento. Toda vez que for argumentar uma regra de justiça ela deve conter não apenas seu ponto de vista,mas também a visão da pessoa que irá atingir.
ATIVIDADE 2:
1) Uma regra com força jurídica não precisa ser necessariamente positivada,para identificar uma regra de direito basta ser qualquer comando geral e abstrato que tenha força normativa e publicidade, que ocorra uma sanção física,patrimonial,ou seja uma sanção real para o caso de descumprimento dessa regra. Esse costume, vem sendo aplicado de forma consistente e se ela não se defender, ela não vai se livrar da sanção. O costume é justo, tudo que é pré existente segundo Perelman, é justo. E ônus argumentativo de mostrar que o costume é injusto cabe a mulher. Os argumentos que ela pode usar para desviar da regra da justiça, ela pode invocar uma das três formas de equidade:caso de catástrofe, caso de mudança moral da sociedade ou ainda omissão de lei ao caso específico. Nesse caso ela terá que se alinhar ao argumento de mudança moral da sociedade, e ela terá que mostrar que possui um argumento ainda mais imparcial que o do homem,podendo assim “fugir” do costume. E como não se esta falando em estado democrático,não existe igualdade na lei entre homens e mulheres, e é isso que o argumento da mulher deve focar. O argumento para Perelman é sempre direcionado a um auditório universal, a uma cultura, a pessoas específicas. Um dos argumentos: quando ela sai na rua sem o véu não causa danos ao homens, e o que se está discutindo realmente é o fato da mulher poder integrar a vida politica da sociedade, portanto deve mostrar os fatos importantes para tal atitude.

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