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Questão 3 Theodor Reik baseou-se na teoria freudiana do crime de culpa e desenvolveu uma teoria psicanalítica que explica a pena como um mecanismo dotado de dupla função na sociedade (repressiva e preventiva do crime). Essa teoria foi fundamentada em duas perspectivas sobre a pena, na primeira a pena é vista como um mecanismo que atua de forma a satisfazer uma necessidade inconsciente de punição que nos impele a uma ação proibida - todos somos criminosos latentes (possuímos potenciais criminosos por natureza), entretanto, não damos vazão a esse impulso - portanto, a pena seria a maneira reversa de satisfazermos essa criminalidade latente, é a partir dessa perspectiva que se justifica a aplicação da pena sobre o sujeito como forma de retribuição através da repressão do Estado. Já na segunda perspectiva a pena exerce o efeito de prevenção, pois ela satisfaz também a necessidade de punição da sociedade, isto é, através da sua inconsciente identidade do delinquente, quando o delinquente pratica crimes e é punido nós (inconscientemente) nos identificamos como delinquentes e inibimos nossa vontade criminosa. Essa teoria afronta a ideologia de defesa social na medida em que questiona alguns de seus os princípios, como o da culpabilidade, que parte da ideia de que todos somos iguais e que, portanto, o crime é praticado através do livre arbítrio (para a teoria psicanalítica, a decisão de cometer crimes não é algo livre!) e que todos possuímos a capacidade de culpabilidade. Questiona também o princípio da legitimidade, uma vez que as penas não são consideradas legítimas (do ponto de vista psicanalítico), mas vistas como uma forma de satisfazer nossa criminalidade latente, ou seja, a pena é um instrumento de vazão da nossa criminalidade latente, ou seja, é uma racionalização de instintos primitivos ou fenômenos inconscientes da psique humana (a vontade de praticar crimes).
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