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1- quais são os fatores que interferem na absorção de um fármaco? Ligados ao fármaco: lipossolubilidade, peso molecular, grau de ionização, concentração, pka do fármaco, forma farmacêutica, interações medicamentosas. Ligados ao organismo: vascularização do local, ph do compartimento, superfície de absorção, tempo de esvaziamento gástrico. 2- faça um quadro comparativo das vantagens e desvantagens de cada via de administração, destacando as vias com maior e menor biodisponibilidade. Via de administração Vantagens Desvantagens Oral Praticidade, economia, segurança Crianças/pacientes inconscientes, efeitos sistêmicos lentos, intoxicação(por automedicação) Retal Via alternativa para medicamentos que são irritantes gástricos e sensíveis a pH, pacientes inconscientes Incômoda, absorção irregular e incompleta Sublingual Via alternativa para medicamentos instáveis a pH gástrico, evita efeito de primeira passagem Substância irritante, sabor desagradável, sialorréia Intradérmica Evita efeito de primeira passagem Baixa absorção sistêmica, pequenos volumes Subcutânea Efeito sistêmico mais rápido que a administração oral, absorção contínua e segura Dolorosa, pequenos volumes Intramuscular Efeito sistêmico mais rápido que a administração oral, alternativa para substâncias que são inativas pelo suco gástrico, adequada para maiores volumes, ideal para suspensões aquosas ou oleosas Dor, lesões musculares, paralisia, inflamação por substâncias mal absorvidas Intravenosa Efeito rápido, grandes volumes, controle da dose Imprópria para substâncias insolúveis e oleosas, superdosagem/toxicida de Respiratória Efeito rápido, adequado para substâncias voláteis Dificuldades para regular a dose, irritação do epitélio pulmonar 4-Em termos quantitativos, a pKa de um fármaco representa o valor de pH em que metade do fármaco encontra-se em sua forma iônica. Se um fármaco fracamente ácido, com pKa =4, for administrado por via oral, no estomago com pH=1, em qual forma (protonada ou não protonada) estará em maior proporção? Aplique a fórmula de Henderson Hasselbalch. Ácidos fracos = Pka = Ph + log[Moléculas]/ [íons] 4 – 1 = log[Moléculas]/ [íons] 3 = log[Moléculas]/ [íons] [Moléculas]/ [íons]=103 [Moléculas]/ [íons] = 1000/1 Um fármaco ácido em meio ácido tende a permanecer em sua forma molecular, como pode ser analisado pela equação de Henderson Hasselbalch, para cada 1000 moléculas há 1 íon, comprovando que a quantidade de moléculas é superior a de íons. 5- comente como o pH e a existência da glicoproteína p podem interferir no processo de absorção ou distribuição de um fármaco. O fármaco será mais absorvido se ele estiver em um pH que mantenha sua forma molecular, como por exemplo, um ácido fraco será mais facilmente absorvido no estômago por apresentar um pH ácido, já bases fracas serão melhor absorvidas no intestino (apesar de a maior região de absorção de ambos ser no intestino!). No caso da glicoproteína P ela é uma bomba de efluxo que atua como um mecanismo de resistência do organismo para múltiplas drogas, afetando na farmacologia de alguns fármacos, eliminando- os mais rapidamente. Está bastante presente na barreira hematoencefálica. 6- O que é aprisionamento iônico. Explique O aprisionamento iônico ocorre quando há variação de pH entre algumas regiões do organismo, onde o fármaco irá passar de um meio em que ele se encontra na sua forma molecular para outro onde ele será ionizado e consequentemente não conseguirá retornar o meio anterior. Isso ocorre, por exemplo, durante a gravidez o sangue da mãe apresenta um pH ligeiramente mais básico do que o do bebê, logo, bases fracas ao ultrapassarem a barreira placentária irão se ionizar no pH do bebê, já que o deste está um pouco mais ácido, não conseguindo portanto, retornar ao sangue da mãe. 7- Um individuo com 70 Kg, com disfunção hepática ingeriu ampicilina por via oral. Calcule a biodisponibilidade F, sabendo que o fármaco tem extensão de absorção de 0,3. Sabe-se que o fluxo hepático é 90L/h para pessoa de 70 kg e o CL hepático é 60L/h/70kg. F = f x (1 –ER); ER=Cl fígado/Q F = f x (1 – ER) F = 0,3 x (1- 60/90) F = 0,1 –> biodisponibilidade = 10% Obs: apesar de haver disfunção hepática, o paciente tinha uma pequena extensão de absorção (30%), ou seja, apenas 30% havia sido absorvida, e como ainda sofreu metabolismo de primeira passagem, apenas 10% se tornou biodisponível. 8- Considerando que o leite materno é mais ácido que o plasma, os fármacos básicos ou ácidos ficarão mais ou menos concentrados neste líquido? Explique. Os fármacos ácidos estarão menos concentrados no leite materno, pois como eles estarão em sua forma molecular serão mais facilmente reabsorvidos para o plasma. Já os fármacos básicos estarão mais concentrados no leite, pois como eles estarão na sua forma ionizada no leite materno, não serão reabsorvido e consequentemente será excretados no leite. 9- Defina biodisponiblidade de um fármaco. Considerando a ingestão de um comprimido de 250 mg de paracetamol, se sua absorção interstinal for 80% e metabolismo 30%, quantos miligramas chegará na circulação sistêmica? Biodisponibilidade é a quantidade e velocidade na qual o princípio ativo é absorvido até atingir a circulação sanguínea. 250 mg x 0,8 = 200mg são absorvidos pelo intestino, desses 200mg, 30% sofrem metabolismo de primeira passagem: 200mg x 0,3 = 60 mg é metabolizado, logo chegará a circulação sanguínea: 200 mg – 60mg = 140mg. 10- Explique a diferença a importância do metabolismo para eliminação dos fármacos e a diferença entre as fases I e II do metabolismo (local, enzimas participativas, finalidades) O metabolismo de fármacos compreende o conjunto de reações enzimáticas que transformam fármacos em metabólitos de polaridade crescente, para que sejam excretados pela urina. O metabolismo desempenha, assim, um importante papel na eliminação de fármacos, e impede que estes compostos permaneçam por tempo indefinido no nosso organismo. Fase I: Reações de oxidação, redução e hidrólise. As reações envolvem enzimas associadas a membranas, que são expressas no retículo endoplasmático (RE) dos hepatócitos e, em menor grau, das células de outros tecidos. As enzimas que catalisam essas reações de fase I são tipicamente oxidases; essas enzimas são, em sua maioria, hemoproteínas monooxigenases da classe do citocromo P450. Essas enzimas estão envolvidas no metabolismo de cerca de 75% de todos os fármacos atualmente utilizados. (O termo P450 refere-se à característica de pico de absorção em 450 nm dessas hemoproteínas quando se ligam ao monóxido de carbono.) Fase II: Reações de conjugação; as enzimas de conjugação localizam-se tanto no citosol quanto no retículo endoplasmático dos hepatócitos (e de outros tecidos). Principais enzimas: Glutatione S-transferases, glicoronato transferases, N-acetiltransferases, N-acil aminoácido transferases e Sulfotransferases. Na maioria dos casos, o processo de conjugação torna o fármaco mais polar. Praticamente todos os produtos conjugados são farmacologicamente inativos, com algumas exceções importantes (por exemplo, glicuronídio de morfina).
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