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Petição Caso ANA REVENDEDORA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL REGIONAL DE ____________
ANA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade n° xxxxxxx, incrita no CPF sob o n° xxxxxx, residente e domiciliada xxxxxxx, CEP xxx, vêm, respeitosamente, na presença de Vossa Excelência, através de sua advogada que esta subscreve, com fulcro nos Arts. 81 e 83 do Código de Defesa do Consumidor, apresentar a presente
AÇÃO INDÉBITO C/C TUTELA DE URGÊNCIA, E DECLARÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
em face de GRANDE EMPRESA DE PRODUTO DE BELEZA., pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob o nº xxx, localizada na xxx CEP xxx, pelos fatos e fundamento que passa a expor.
I - DOS FATOS
	A autora é revendedora dos produtos fornecidos pela empresa ré, conforme prova acostada , contudo, se equipara a consumidor, com base no CDC.
	Ocorre que, a autora realizou os seus pedidos como de costume com a ré, porém a mercadoria não foi entregue na data prevista. Ao procurar saber o que poderia ter acontecido a autora foi informada que o caminhão da transportadora havia sofrido um roubo e, assim inviabilizou a entrega dos produtos.
	Registra-se que, a requerente a fim de cumprir com as suas cliente realizou novamente o mesmo pedido, no entanto, foi surpreendida com o valor da conta em relação a carga roubada.
	Logo após, a entrega da conta de cobrança da mercadoria extraviada, a revendedora foi surpreendida com a negativação de seu CPF, incluindo assim, no cadastro de restrições de crédito.
	
II - DO DIREITO
A) DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO
É indiscutível a caracterização de relação de consumo entre as partes, sendo a empresa no polo passivo da presente ação prestadora de serviços e, portanto, fornecedora nos termos do art. 3º do CDC, e os autores como consumidores, de acordo com o conceito previsto no art. 2º do mesmo diploma. Assim descrevem os artigos acima mencionados:
Lei. 8.078/90 - Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Lei. 8.078/90 - Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
B) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão do ônus da prova ante a verossimilhança das alegações, conforme disposto no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, seguindo as regras ordinárias de expectativas.
Desse modo, cabe ao requerido demonstrar provas em contrário ao que foi exposto pelos autores. Assim, as provas que se acharem necessárias para resolução da lide, deverão ser observadas o exposto na citação acima, pois se trata de princípios básicos do consumidor.
C) DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
Declaratória c/c indenização por danos morais Indevida inclusão indevida em cadastros de restrição ao crédito, por dívida de cartão de crédito não reconhecida pelo autor, objeto de cessão ao réu pelo Banco cedente Réu não comprovou a licitude da anotação Aplicação da inversão do ônus da prova em favor do consumidor (art. 6º, VIII, do CDC), por cuidar-se de relação de consumo (art. 2º e 3º da Lei nº 8.078/90 e súmula 297 do STJ) Inexigibilidade do débito reconhecida Sentença mantida. Recurso negado.
	
D) DO DANO MORAL
A demora excessiva na manutenção do eletrodoméstico impossibilitou o autor de utilizar um bem que é seu por 73 dias, sendo certo que tal fato não pode ser enquadrado no que a doutrina classifica como mero aborrecimento, uma vez que ocasionou danos à Autora que devem ser reparados.
Sucessivas ligações, visitas da assistência técnica, somado a tudo isso a frustração de não conseguir a requerente o reparo de seu bem configura, certamente, dano moral.
Lamentavelmente a autora da ação sofreu grande desgosto, humilhação, sentiu-se desamparada, foi extremamente prejudicado, conforme já demonstrado. Nesse sentido, é merecedora de indenização por danos morais. Maria Helena Diniz explica que dano moral “é a dor, angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo que sofre a vítima de evento danoso, pois estes estados de espírito constituem o conteúdo, ou melhor, a consequência do dano”. Mais adiante: “o direito não repara qualquer padecimento, dor ou aflição, mas aqueles que forem decorrentes da privação de um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente” (Curso de Direito Civil – Reponsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 18ª ed., 7ºv., c.3.1, p.92).
Assim, é inegável a responsabilidade dos fornecedores, pois os danos morais são também aplicados como forma coercitiva, ou melhor, de modo a reprimir a conduta praticada pelos réus, que de fato prejudicou a autora da ação.
E) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Para fixar o valor indenizatório do dano moral, deve o juiz observar as funções ressarcitórias e putativas da indenização, bem como a repercussão do dano, a possibilidade econômica do ofensor e o princípio de que o dano não pode servir de fonte de lucro. Nesse sentido, esclarece Sérgio Cavalieri Filho que:
“(...) o juiz, ao valor do dano moral, deve arbitrar uma quantia que, de acordo com seu prudente arbítrio, seja compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido, e outras circunstâncias mais que se fizerem presentes”.
III - DOS PEDIDOS
Diante do exposto acima requer:
Citação dos réus para que, querendo, apresente contestação no prazo legal, bem como provas que achar pertinente para presente caso, sob pena de revelia;
Reconhecimento da relação de consumo e inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;
Declaração de inexistência de débito junto ao CPF da autora, com as devidos ofícios aos órgão competente;
A condenação dos réus ao pagamento de danos morais no montante justo de R$ 15.000,00 (quinze mil reais); 
Condenação dos réus ao pagamento das custas e honorários;
A fixação dos honorários advocatícios;
Em provas protesta por todos os meios de prova admitidos em direito, tais como documental e depoimento pessoal da representante legal da ré.
Nestes termos, dá-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais)).
Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 20 de maio de 2018.
Nome do advogado
advogado
OAB nº xxx

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