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PERIODONTIA PRÉ-CLÍNICA JANDERSON FALCONETTE ESTRUTURAS DE SUPORTE DO DENTE Ligamento periodontal (LP): É uma estrutura de tecido conjuntivo circunda a raiz e a liga ao osso. É continuo ao tecido conjuntivo gengival e comunica-se com os espaços medulares através de canais vasculares no osso. Fibras periodontais: os elementos mais importantes do L.P são as fibras principais, que são de colágeno tipo 1, estão dispostos individualmente e organizadas em forma de rede anastomosadas contínua, entre o dente e o osso; seus feixes tem curso ondulado (em corte longitudinais). As fibras de Sharpey são as porções terminais, das fibras principais, que se inserem no cemento e no osso. O colágeno é uma proteína de vários aminoácidos, cujos mais importantes são glicina, prolina, hidroxilisina, hidroxiprolina (seu conteúdo determina a porção colágena de um tecido). Sua biossíntese ocorre no interior de fibroblastos, produzindo moléculas de tropocolagenos, que agregam-se em microfibrilas que se agrupam e formam fibrilas, estas apresentam estrias transversais devido a sobreposição de toproglicanas. Colágeno tipo 1 e 3 associam-se formando fibras; colágeno 4, as fibras se agrupam em feixes. Os vários tipos de colágenos São todos identificados pela composição, distribuição, função e morfologia. O colágeno proporcional tecido então uma flexibilidade e resistência própria que é devido a sua configuração molecular Distribuição das fibras principais do ligamento periodontal: Grupos transeptais: estendem-se interproximalmente sobre a crista alveolar e se inserem no cemento do dente adjacente. Podem ser reconstruídas mesmo com destruição óssea pela doença periodontal. Tais fibras podem ser consideradas da gengiva por não apresentar em inserção óssea. Grupos de da Crista alveolar: estendem-se obliquamente do cemento, imediatamente abaixo do epitélio juncional até a crista alveolar, e também desde o cemento sobre a crista alveolar até a camada fibrosa do periósteo. Previne extrusão do dente e dá resistência aos movimentos laterais, e mesmo que sejam incisionadas não aumentam muito o grau de mobilidade. Grupos horizontais: vão do cemento ao osso alveolar, formando um ângulo de 90 graus com o longo eixo do dente. Grupo oblíquo: apresenta trajeto oblíquo em direção coronal (do cemento ao osso é o maior grupo de ligamento periodontal, suporta o impacto vertical das forças mastigatórias, transformando as forças em tensão para o osso. Grupo apical: vão do cemento ao osso no fundo do alvéolo. Inexistem em raízes não totalmente formadas. Fibras interradiculares: se estendem em formato de leque do cemento ao dente em área de furca nos dentes multirradiculados. Outros feixes de fibras bem definidos interdigitam-se em ângulos retos ou se espalham ao redor e por entre os feixes de fibras regularmente disposta. As fibras colágenas menos regulares estão entre os grupos de fibras principais, e nesse tecido conjuntivo intersticial contém vasos sanguíneos linfáticos e nervos. As fibras oxitalânicas são elastinas imaturas (oxitolam e eluanina), que correm paralelamente e vertical ao dente para região cervical; regulam o fluxo vascular. As fibras oxitalâmicas se regeneram junto com ligamento periodontal. As células dos ligamentos periodontais pode levar a remodelação das fibras principais para adaptar-se fisiologicamente e para responderem aos estímulos. O plexo de fibras indiferentes é um conjunto de fibras colágenas, orientadas em todas as direções que estão associadas às fibras principais. Elementos celulares - células tecido conjuntivo; restos epiteliais; de defesa e células associadas com elementos neurovasculares. Células do tecido conjuntivo: 1. Fibroblastos: são os mais frequentes; de forma ovoide ou alongada; orientado ao longo de fibras principais, apresenta processos semelhantes a pseudópodos. Essas células sintetizam colágeno e também fagocitam e destroem colágeno velho por hidrólise enzimática. Em indivíduos adultos pode haver fibroblastos funcionalmente diferentes, que secretam colágeno de diferentes tipos ou produzem colagenase. 2. Osteoblastos e cementoblastos: assim como osteoclastos e odontoblastos observado na superfície do cemento e óssea do ligamento periodontal. 3. restos epiteliais de malassez: são provenientes da bainha epitelial de Hertwig, desintegrada durante o desenvolvimento radicular. Formam redes entrelaçadas no ligamento periodontal e dependendo do plano de secção podem ser observadas como filamentos entrelaçados ou como grupos isolados. Estão distribuídos próximos ao cimento, em toda a extensão do ligamento da maioria dos dentes, principalmente na região cervical e apical. Diminuem com a idade por degeneração se calcificando (formando-se cementículos) ou desaparecendo. Podem ser estimulados e se multiplicarem levando à formação de cisto periapical ou cistos radiculares laterais. 4. Células de defesa macrófagos mastócitos e eosinófilos. Substância Fundamental: Está em grande quantidade preenchendo os espaços, é constituído de 70% de água e glicosaminoglicanas (ác. hialurônico e proteoglicanas) e glicoproteínas (laminina e fibronectina). O ligamento periodontal também pode ter restos epiteliais calcificados (cementículos), que são aderidas ou destacados da superfície radicular. Funções físicas do Ligamento Periodontal: 1. Invólucro de tecidos moles que protegem vasos e Nervos de injúrias causadas por forças mecânicas 2. Transmitir forças mecânicas para o osso 2.1 Quando aplica-se uma força axial autêntico observa-se uma tendência ao deslocamento da raiz no alvéolo as fibras oblíquas deixam de ser onduladas e fracas e tomam seu comprimento total em forças oblíquas ou horizontais o movimento do dente é em duas fases uma confinada ao ligamento periodontal e a segunda desloca tábuas ósseas vestibular e lingual. 2.2 A porção radicular movimenta-se em direção contrária à Coronel nas áreas de tensão as fibras se esticam e nas áreas de pressão as fibras são comprimidas então o dente é deslocado e a uma distorção óssea onde há movimento radicular. 2.3 Em dentes unirradiculares o eixo de rotação é o terço apical e o médio da Raiz e nos dentes multirradiculares o eixo de rotação se localiza no osso entre as raízes. 3. Fixar o dente ao osso 4. Manter os tecidos gengivais em suas relações adequadas aos dentes 5. Resistir à força dos impactos oclusais (absorve choques). Existem duas teorias pra explicar: 5.1 Teoria Tensional (do suporte do dente): diz que as fibras principais tem responsabilidade de suporte do dente pela transmissão das forças aplicadas à coroa, onde estas se desdobram e estirão e transmitem forças para o osso alveolar, levando a uma deformação elástica ao osso alveolar até que atinja seu limite e seja transmitido ao osso basal. 5.2 Teoria do sistema viscoelástico: diz que é a dinamicidade dos fluidos, o principal fator de deslocamento do dente, e não as fibras. Nesta teoria acredita-se que quando o dente recebe a força mastigatória o fluido extravasa para os espaços medulares pelas foraminas da placa cribiforme, com isso há uma absorção de fluidos pelos feixes e estes contraem, depois há um aumento do calibre vascular (baloneamento) o que leva a passagem de ultra filtrado sanguíneo para os tecidos, repondo os fluidos tissulares. Função formadora e remodeladora: As células do ligamento periodontal são responsáveis pela formação e reabsorção de cemento e osso durante a movimentação fisiológica do dente, na acomodação do periodonto às forças oclusais, e na reparação de injúrias. É rara a formação de cartilagem no ligamento periodontal, mas pode representar um fenômeno metaplásico na reparação do ligamento. Função nutricional e sensorial: Os vasos sanguíneos presentes nos ligamentos periodontais nutri a gengiva, o osso e o cemento. Os ligamentos periodontais também são responsáveis pela drenagem linfática. Alguns Ramos do trigêmeo se dividemem feixes nervosos que penetram a região periapical pelos canais do osso alveolar (seguem os vasos sanguíneos) que leva a sensação tátil pressão e dolorosa. As fibras são mielinizados, mas terminam desmielinizados e com terminações livres (sensação de dor). Mecanorreceptores semelhantes a Corpúsculos de Ruffini (em região apical) e Corpúsculos de Meissner (mecanorreceptores de região média da raiz), e terminações de pressão e vibração, mas localizadas, na maioria, no ápice. Cemento: Tecido mesenquimal calcificado que forma a camada externa da raiz anatômica. Há o cemento acelular (primário) e o cemento celular (secundário), ambos constituídos de matriz interfibrilar calcificada e fibrilas colágenas vindas das fibras de Sharpey, e as fibras da Matriz do cemento produzida pelo cementoblasto. Cemento acelular: é o primeiro a ser formado e recobre o terço cervical ou aproximadamente metade da raiz, se forma antes do dente alcançar o plano oclusal. As fibras de Sharpey constituem a maior parte do cemento acelular que age suportando o dente. As fibras de Sharpey, com exceção de uma área próximo a junção cementodentinária (parcialmente calcificada), são completamente calcificadas. As porções periféricas tendem a ser mais calcificadas que as mais internas. Existem outras fibrilas colágenas calcificadas dispostas de maneira irregular ou paralelas à superfície. Cemento celular: Deus é formado após o dente alcançar o plano oclusal, é mais irregular, e contém cementócitos em espaços individuais, que se comunicam através de canalículos que se anastomosam. É menos calcificado e as fibras de Sharpey ocupam menor porção do cemento celular e são separadas pelas outras fibras. Tanto o cemento celular quanto o celular são dispostos em lamelas, separados por linhas incrementais paralelas ao longo eixo estas representam períodos de descanso na síntese do cemento e são mais mineralizados que os cementos adjacentes. Classificação do Cemento por SCHROEDER: Cemento celular afibrilar: não contém células nem fibras colágenas, apenas substância fundamental mineralizada. É produzido pelo cementoblastos, e encontrado como o cemento coronário. Cemento acelular com fibras extrinsecas: não apresenta células, é composto quase que integralmente por feixes de fibras de Sharpey produzidos por fibroblastos ou cementoblastos, é encontrado principalmente no terço cervical podendo estender-se apicalmente. Cemento celular misto estratificado: composto de fibras extrínsecas (de Sharpey) e intrínsecas, e pode conter células. É coproduto de fibroblastos e cementoblastos e encontra-se principalmente no terço apical, ápice e áreas de furca. Cemento celular de fibras intrínsecas: tem células mas não fibras colágenas, é formado pelos cementoblastos, e preenche lacunas de reabsorção. Cemento intermediário: constitui uma área mal definida próximo a junção cemento dentina parece conter restos epiteliais da bainha de Hertwig aprisionados numa substância fundamental e calcificada. O conteúdo mineral do cemento é 45% a 50% de hidroxiapatita, menor que o osso (65%), a dentina (70%) e o esmalte (97%). Tanto o cemento celular quanto a celular são bastantes permeáveis que permitem difusão da polpa como da superfície externa da raiz. Esta permeabilidade do cemento diminui. Junção amelocementária: 60 a 65% o cemento sobrepõe-se ao esmalte; 30% a união é topo a topo e; 5 a 10% não há união entre cemento e esmalte. Caso haja retração nesse último caso, haverá hipersensibilidade. Espessura do cemento: o cemento se depõe gradativamente e sua velocidade varia durante a vida. A formação do cemento na região apical é mais rápida o que compensa a erupção dental causada pela atrição. Na metade coronária da raiz o cemento tem uma espessura de um fio de cabelo, já no terço apical em região de furca mede de 150 a 200 micrômetros. É mais espesso na região distal, devido à mesialização ao longo do tempo. A hipercementose (hiperplasia cementária) é um proeminente espessamento do cemento com aumento nodular do terço apical da raiz. Pode localizar-se em um dente ou afetar toda a dentição. Devido às variações do espessamento fisiológico e patológico é difícil distinguir entre hipercementose e espessamento fisiológicos do cemento. A hipercementose: é o espessamento generalizado do cemento com aumento do terço apical (pode acontecer em tentativa de impedir a erupção de dente sem antagonista; ou para compensar a destruição da inserção fibrosa do dente), ou na forma de espicula de cemento que é a união de cementículos que aderem a raiz pela classificação das fibras periodontais nos locais de inserção do cemento (causado, devido tensão excessiva na movimentação ortodôntica ou por forças oclusais). Em pacientes com doença de Paget pode aparecer hipercementose e em todos os dentes. Reabsorção e reparação do cemento: As raízes de Dentes permanentes não sofrem reabsorção como as dos decíduos, mas o cemento radicular dos permanentes estão sujeitos a reabsorção principalmente do ápice, terço médio e cervical, respectivamente, e não envolvem dentina. Suas causas são as mais diversas como: trauma de oclusão, movimentação ortodôntica, pressão de dentes em erupção e mal posicionados, cistos, tumores, dentes sem antagonista funcional, dentes inclusos, transplantados e reimplantados, com doença periapical e periodontal, etc. Outras causas são: deficiência de cálcio, hipertireoidismo, distrofia óssea hereditária, doença de Piaget. O cemento quando reabsorvido apresenta-se côncavo com células gigantes multinucleadas ao seu redor e grandes macrófagos, vários sítios podem coalescer e formar uma grande área de destruição. A reabsorção não necessariamente é contínua e pode dar lugar a reposição de cemento como também pode seguir a dentina e polpa sem causar dor. A linha reversa é o novo cemento recém-formado, que é irregular e fortemente corado, que delineia a borda da reabsorção prévia. Não há reparação do cemento se o epitélio proliferar e não deixar tecido conjuntivo viável. A reposição pode acontecer em dentes vitais e desvitalizados. Anquilose: anquilose é a fusão do dente ao osso com obliteração do ligamento. Ocorre em dentes cujo cemento absorveu (sugere um tipo de anormal de reparação) e pode acontecer após a inflamação periapical crônica, reimplante dentário, trauma oclusal e dentes inclusos. A anquilose resulta numa reabsorção radicular com substituição por osso em dentes reimplantados que anquilosam, podem ser completamente reabsorvidas e esfoliados em até 5 anos. Nos implantes dentais de titânio há uma espécie de anquilose, pois o osso fica justaposto ao implante, sem conjuntivo interposto, mantendo o implante e com isso não há chance de formar bolsa periodontal pois não há conjuntivo. Exposição do cemento ao meio ambiente bucal: A exposição cementária por recessão ou perca de inserção, com formação de bolsa, permite a penetração de íons orgânicos e inorgânicos e bactérias causam cárie de cemento. Processo alveolar: É a porção da maxila e mandíbula que suportam os alvéolos dentários, forma-se com a erupção do dente para que o ligamento se insira no osso, e quando o dente é perdido desaparece gradualmente. Consiste em: osso cortical externo + osso alveolar propriamente dito (fina compacta óssea, vista na radiografia como lâmina dura; contém aberturas- lâmina cribriforme -onde um feixe neurovascular conecta o ligamento periodontal com osso esponjoso) + trabéculas medulares (camada compacta), o septo interdental é osso medular circundado por uma borda compacta. Células e matriz celular: Os osteoblastos são células diferenciadas que produzem a matriz orgânica do osso. O osso alveolar forma-se durante o crescimento fetal por ossificação intramembranosa, e é uma matriz calcificada com osteócitos aprisionados em lacunas. Os osteócitos estendem prolongamentos através de canalículos que se anastomosam levando oxigênio e nutrientes paraos osteócitos através do sangue. Os vasos sanguíneos ramificam-se e passam através do periósteo. O endósteo está adjacente aos vasos medulares, o crescimento ósseo acontece por aposição de matriz orgânicas depositadas por osteoblastos. Os sistemas haversianos formam o mecanismo de suprimento vascular para ossos grossos demais, esses são encontrados primariamente nas placas corticais externas e no osso alveolar propriamente dito. O osso é 2/3 de matéria inorgânica (cálcio, fosfato, hidroxilas, carbonatos e citratos) em forma de cristais de hidroxiapatita. O outro terço, orgânico, é formado por colágeno tipo 1 e outras proteínas não colágenas. Embora o tecido ósseo se renove constantemente sua forma é mantida desde a infância. A remodelação é a principal forma de alteração na forma óssea, resistência aos esforços, reparo de feridas e homeostasia de cálcio e fosfato no organismo. O hormônio PTH estimula a liberação de interleucina 1 e 6 pelos osteoblastos que, fazem migrar monócitos para área do osso. Os monócitos se transformam em osteoclastos pela liberação do fator de inibição de leucina, então reabsorve o osso e libera cálcio para o sangue normalizando os níveis. Um mecanismo de retroalimentação dos níveis normais de cálcio desativa a secreção de PTH, neste meio tempo há reabsorção de matriz orgânica e hidroxiapatita. A quebra do colágeno libera vários substratos osteogênicos o que estimula a diferenciação dos osteoblastos, que depositam o osso. Coupling (interdependência entre osteoclastos e blastos na remodelação). Segundo Ten Cate a reabsorção acontece: 1. Osteoclastos aderem a área mineralizada do osso; 2. Criação de um ambiente acidificado que desmineraliza o osso e expõe a matriz orgânica; 3. Degradação da Matriz orgânica e seus aminoácidos por enzimas como fosfatases ácidas e catepsinas; 4. Sequestro de íons minerais e aminoácidos nos osteoclastos. Parede do alvéolo: Consiste num osso lamelar denso, parte disposto em um sistema harvesiano e osso fasciculado (aquele adjacente ao ligamento periodontal com grande número de células de Sharpey). Caracterizado por finas lamelares entremeadas por linhas de aposição. O osso fasciculado encontra-se dentro de um osso alveolar propriamente dito e as células de Sharpay são completamente calcificadas, menos na porção central. A porção medular do osso alveolar são trabéculas com espaços medulares em formato regular recoberto por uma camada de células do endósteo fina e achatadas. O osso medular é encontrado principalmente nos espaços interdentais interradiculares. Em adultos há mais osso medular na maxila. Medula óssea: A medula óssea vermelha é menos comum nos ossos adultos. Nos maxilares são geralmente acompanhados por reabsorção das trabéculas ósseas localizados comumente na tuberosidade da maxila, região de molares e pré-molares, sínfise e em ângulo de mandíbula, vistos radiograficamente como radioluscência. Periósteo e endósteo: O periósteo é um tecido conjuntivo que recobre a superfície externa do osso e composto de células capazes de se diferenciar em osteoblastos, vasos sanguíneos e nervos. Feixes de fibras colágenas do periósteo penetram no tecido ósseo ligando-os. O endóstio é um tecido conjuntivo localizado nas superfícies internas composto por uma única camada de osteoblasto, e algumas vezes uma pequena quantidade de tecido conjuntivo. A camada interna é a camada osteogênica e a camada fibrosa é a externa. Septo interdental: Consiste em osso medular circundado pelas placas cribriformes das paredes do alveólo (lâmina dura ou osso alveolar propriamente dito) dos dentes adjacentes e pelas corticais vestibular e lingual. Se o espaço interdental é estreito o septo pode ser composto apenas por lâmina dura, se as regiões estão próximas, uma “janela” irregular pode ser observada no osso entre as raízes adjacentes. O grau de erupção, a posição do dente no arco e, a convexidade da coroa dos dentes adjacentes determinam a forma do septo interdental. Topografia óssea: O contorno ósseo normalmente acompanha proeminência das raízes com depressões verticais que se estreitam para a margem. A altura e a espessura das corticais vestibulares e linguais são afetadas pelo alinhamento dos dentes, pela angulação das raízes nos ossos e pelas forças oclusais. As fenestrações são áreas isoladas da raiz desnudas de osso e recobertas apenas pelo periósteo e gengiva. Neste caso o osso marginal está intacto. Quando essas áreas desnudas estendem-se até o osso marginal o defeito é chamado de deiscência. Acontece mais na vestibular que na lingual e, mais nos anteriores geralmente bilaterais. Fenestração e deiscência são importantes já que podem comprometer resultado da cirurgia periodontal. Remodelamento do osso alveolar alveolar: Está em constante modificação por isso é considerado o tecido periodontal menos estável, essa remodelação é devido à formação e reabsorção que é regulada por fatores locais, como as necessidades funcionais do dente e a alteração das células ósseas; como fatores sistêmicos no caso do paratormônio, calcitonina e vitamina D3. O remodelamento do osso alveolar afeta sua altura, contorno e densidade. Desenvolvimento do sistema de inserção Cemento: Cementoide é um pré-cimento não calcificado. Os cementócitos são cementoblasto circundadas por cementoide não classificado. O osso alveolar: Cresce ao redor do folículo dentário na odontogênese. Caso o dente deciduo fique impactado o osso alveolar é reabsorvido, nesse caso o permanente sucessor desenvolve seu próprio osso alveolar a partir do seu próprio folículo e se movimenta para seu lugar à medida que o dente erupciona e que a raiz é formada. O osso alveolar cresce e se funde ao osso basal formando um osso continuo. O osso basal da mandíbula inicia sua mineralização na saída do nervo mentoniano e o osso basal maxilar inicia-se na saída do nervo infra-orbital. Migração fisiológica: Ao longo do tempo as regiões de contato interproximais se achatam e os dentes sofrem migração fisiológica mesial. O osso é reconstruído acompanhando o sentido da migração. Nas áreas de maior pressão ao longo da superfícies mesiais há mais reabsorção, e nas áreas de maior tensão nas superfícies distais a mais formação óssea. Forças oclusais e periodonto: O periodonto tem um propósito de suportar os dentes durante função e depende de estímulos que recebe para preservação de sua estrutura. O osso alveolar sofre constante remodelação fisiológica em resposta a forças oclusais. O osso é removido de áreas onde não é mais necessário e é depositado em áreas onde a novas necessidades surgem. Osteoblastos e osteóides neoformados recobrem o alvéolo em áreas de tensão; osteoclastos e reabsorção óssea ocorrem em áreas de pressão. As trabéculas ósseas são alinhadas com as forças de tensão e tração proporcionando máxima resistência às forças oclusais com o mínimo de substância óssea. O ligamento periodontal pode acomodar aumentos de função através de seu alargamento espessamento dos feixes de fibras e aumento no diâmetro e número de fibras de Sharpey. Forças excedentes produzem trauma de oclusão. Quando as forças oclusais são reduzidas o número e a espessura das trabéculas também são reduzidos. O ligamento periodontal também atrofia aparecendo mais fino e as fibras são reduzidas em número e densidade, além de perderem a orientação. Essa condição é denominada de desuso ou atrofia por falta de função, nesta condição o cemento pode não ser afetado ou pode ser expressado e a junção amelocementária à crista óssea alveolar é aumentada. Vascularização das estruturas de suporte: Drenagem venosa do ligamento acompanha o suprimento vascular, uma rede de vênulas e arteríolas anastomosados principalmente no terço apical e intrarradiculares, recebem o sangue venoso. O suprimento linfático ajuda na drenagem venosa. Os que drenam abaixo do epitélio juncional atravessam ligamento, acompanham os vasos sanguíneos,atravessam o osso alveolar até o canal dentário inferior da mandíbula, ou até o canal infraorbitário da maxila, e então dirigem-se aos linfonodos submandibulares.
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