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iniciativa popular

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 O que é Iniciativa Popular ?
 é um instrumento da democracia direta ou democracia semidireta que torna possível à população apresentar projetos de lei.
 É um mecanismo simples, que permite a qualquer um propor mudanças no funcionamento da estrutura sócio-política do país.
 
A Iniciativa Popular foi vislumbrada como instrumento de relevância para a ordem política pátria. Entretanto, com o fim do Militar, que
 veio como advento do Golpe de 1964, onde a livre expressão da vontade popular fora suprimida por um regime ditatorial de quase duas décadas, buscou-se criar instrumentos para o aperfeiçoamento do sistema político garantindo maior participação popular nas decisões da nação. Conforme Carlos Michiles (1989, p.37) “ a característica mais marcante da Constituição de 1988 será certamente o nível de participação da sociedade na sua elaboração”.
Como Funciona ?
Este instrumento pode ser aplicado na esfera federal, estadual e municipal e permite apresentação de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano com projetos de lei subscritos por um número mínimo de cidadãos.
Tem-se a possibilidade direta de manifestação do eleitorado nas propostas legislativas. Trata-se de alternativa constitucional cuja efetividade não vem ocorrendo como deveria. Deve-se ressaltar, no entanto, que os projetos assinados por essa via possuem uma legitimidade extremamente expressiva.
 
A organização dos cidadãos em torno de determinado tema, caracteriza um poderoso instrumento no exercício da cidadania, porque é capaz de criar direitos que poderão se transformar em lei.
Iniciativa Popular no Brasil 
Surgiu a partir do século XX 
contribuiu com a valorização do regime representativo e a difusão da participação popular no poder legislativo, fato este que foi iniciado durante a elaboração do projeto da atual Carta Magna e, mais recentemente, na feitura da lei nº 9.840, de 29 de setembro de 1999, considerada um marco na história do instituto da iniciativa popular, no Brasil, 
é caracterizado como um direito constitucional que permite o acesso de um grupo de cidadãos, apresentar projeto de lei, submetendo-o à apreciação do Poder Legislativo, para emendar a constituição ou para tratar de interesse específico da sociedade, desde que cumprido os pressupostos legais.
Iniciativa Popular 
DIFICULDADES 
Burocratização no processo da Iniciativa PoPular.
Projetos de Lei de Iniciativa Popular 
 
Já foram aprovados quatro projetos e se transformaram em leis no Brasil.
Lei 8.930, de 7 de setembro de 1994 , tipificando novos crimes hediondos como homicídio, campanha gerada pela comoção nacional gerada peloCaso Daniela Perez.
Projeto Ficha Limpa, ocorrido em 2010. 
Apesar de inúmeras outras mobilizações terem acontecido, os projetos encaminhados pela iniciativa popular em geral são adotados por um parlamentar ou pelas comissões, que garante sua tramitação no Congresso Nacional, assumindo assim a autoria do projeto.
 Ponto positivo 
 
Foi assim que nasceu, por exemplo, o famoso projeto da Ficha Limpa, uma iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral; eles conceberam a ideia de impedir que políticos envolvidos com a Justiça pudessem alimentar futuras candidaturas. Seus membros percorreram o caminho que todos os interessados em fomentar uma transformação nas engrenagens normativas devem palmilhar.
Alguns Países 
Nos Estados Unidos da América a iniciativa popular é um instrumento político reconhecido no âmbito dos estados e no distrito federal, o Distrito de Columbia.
Na Alemanha iniciativas populares são possíveis no âmbito dos Estados da Alemanha.
A Suíça se considera oficialmente uma "democracia semidireta",com o sistema representativo e de referendos e plebiscitos coexistindo; somente no cantão deGlarus e no semicantão Appenzell Innerrhoden a democracia é praticamente direta, com o Povo se reunindo ao ar livre no vilarejo para tomar decisões.Mais da metade dos referendos realizados a nível nacional entre 1900 e 1993 – 52% tiveram lugar na Suíça.
Leis 
1 - Lei nº 8.930/1994
Essa lei veio dar nova redação ao art. 1º da Lei nº 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos, acrescentando como crime desta natureza o "homicídio qualificado (art. 121, §2º, I, II, III, IV e V)".Na época houve grande repercussão na mídia, pois teria sido criada por iniciativa popular, encabeçada pela autora de novelas Glória Perez, depois do assassinato de sua filha, a atriz Daniella Perez, dois anos antes (28/12/1992). 
"Cabe alertar, contudo, que, na prática, esse projeto foi encaminhado pelo Presidente da República, pela Mensagem nº 571, de 08/09/1993 [...]. No site da Câmara dos Deputados, o projeto aparece como sendo de coautoria do Executivo e da Iniciativa Popular. No site do Senado Federal, contudo, na tramitação legislativa aparecer como sendo somente do Executivo" (LENZA, 2011, p. 501).
2-Lei nº 11.124/2005
Essa lei dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS. É mais conhecida como Fundo Nacional para Moradia Popular.
"Trata-se do primeiro projeto de iniciativa popular da história brasileira apresentado à Câmara dos Deputados (...) - PL nº 2.710/1992-CD, que tramitou por mais e treze anos" (LENZA, 2011, p. 502)
Leis 
 3 - Lei Complementar nº 135/2010:
 Essa lei é a chamada "Lei da Ficha Limpa". Ela veio alterar a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o §9º do art. 14 da CF/88, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determinar outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato.
"Muito embora tenha sido projeto originário do Executivo (PLP 168/93), o Projeto de Lei Complementar nº 518/2009 (Câmara dos Deputados) foi encaminhado por diversos Deputados Federais, apoiado por um milhão e setecentas mil assinaturas, com o objetivo de tramitar como projeto de iniciativa popular. Assim, puramente, não foi um projeto exclusivamente de iniciativa popular, mas, sim, teve ampla aceitação da sociedade" (LENZA, 2011, p. 503).
Leis 
 4 - Lei nº 9.840/1999
 Essa lei veio modificar a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) e o Código Eleitoral (Lei nº 
 4.737/1965), para dar mais condições para que a Justiça Eleitoral possa coibir com maior eficiência o crime de compra de votos de eleitores. 
À Lei das Eleições acrescentou-se o art. 41-A: "Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990".
 Além disso, modificou-se o §5º do art. 73, que passou a dispor que "nos casos de descumprimento do disposto nos incisos I, II, III, IV e VI do caput, sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma."
No Código Eleitoral alterou-se o inciso IV do art. 262, para dizer que o recurso contra expedição de diploma caberá também contra "concessão ou denegação do diploma em manifesta contradição com a prova dos autos, nas hipóteses do art. 222 desta Lei, e do art. 41-A da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997".
"Até 10/08/1999 tinha sido subscrito o projeto de iniciativa popular por 952.314 eleitores, sendo entregue ao Presidente
da Câmara dos Deputados. O tempo era muito curto, pois se queria aprovar a nova regra para já ser aplicada nas eleições do ano 2000 e, ainda, faltavam votos para alcançar o percentual constitucional (à época, correspondente a 1 milhão e 60 mil assinaturas). Diante dessa situação, faltando assinaturas e existindo o real risco de eventual questionamento de sua validação técnica, o projeto foi subscrito pelo Deputado Albérico Cordeiro e outros 59 parlamentares, sendo aprovado em tempo recorde e passando as suas regras a ser aplicadas já a partir das eleições do ano 2000 (o Presidente da República sancionou a lei em 28/09/1999, que foi publicada no DOU de 29/09/1999, portanto um dia antes do prazo fatal para a sua aplicação no pleito de 1º de outubro de 2000 - vide art. 16 da CF/88)" (LENZA, 2011, p. 501).

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