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condicionamento clássico e instrumental

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Resumo aula 14- Principais abordagens teóricas em aprendizagem: condicionamento clássico (I. P. Pavlov e J. B. Watson) e instrumental (B. F. Skinner)
Desde a Antiguidade, os povos têm se preocupado com o aprendizado no sentido de manter sua cultura, preservar valores e orientação religiosa. Na Idade Média, nos países do Ocidente, ensino e aprendizagem estavam sob o controle da religião católica e seus respectivos dogmas. Somente no final deste período, começa a separação entre aprendizagem e ensino.
A CONTRIBUIÇÃO PAVLOVIANA: DECIFRANDO A APRENDIZAGEM
Na época, a explicação do processo digestivo era a de que atividades como mastigar, engolir e as contrações do estômago seriam regidas por mecanismos mecânicos e sucessivos. Pavlov formula a teoria de que existiam processos neurais, responsáveis pela integração do processo da digestão.
Sua hipótese de que este princípio estava ligado à associação entre condições ambientais e o alimento foi sendo confirmada, assim como o estabelecimento das melhores “condições”, para que a associação ocorresse. Daí a denominação “condicionamento” à sua teoria de aprendizagem.
Pavlov percebeu que criara uma estratégia que lhe dava acesso a como tais associações – verdadeiros reflexos corticais – podiam se formar.
Ele usou, para explicá-los, a mesma terminologia dos reflexos inatos, usando termos, tais como:
estímulo limiar absoluto: a menor intensidade perceptível;
estímulo limiar diferencial: a menor diferença entre estímulos, para serem percebidos como diferentes;
latência: intervalo de tempo entre o estímulo e a resposta;
magnitude: para especificar a intensidade da resposta.
Uma vez descoberto o processo da aprendizagem por associações, Pavlov demonstrou que, para que uma associação ocorresse, era necessário que se observassem certas condições: o estímulo a ser associado ao estímulo reforçador deveria preceder o estímulo que eliciava a resposta reflexa em cerca de 3 a 5 segundos. Dessa forma, ocorreria mais facilmente o condicionamento e, praticamente, qualquer estímulo poderia ser associado à comida.
A TEORIA PAVLOVIANA DA ATIVIDADE NERVOSA SUPERIOR
Pavlov infere que deveriam existir regiões, no córtex cerebral, para onde iriam as sensações gustativas, auditivas, visuais etc., denominando-as “analisadores corticais”.
No cérebro, existiria um provável local onde o organismo percebe e tem consciência dos estímulos do ambiente.
OUTRAS LEIS DA APRENDIZAGEM
a lei da generalização explica por que os indivíduos dão respostas semelhantes a estímulos semelhantes.
a lei da discriminação, ou seja, a capacidade de dar respostas diferentes a estímulos semelhantes segue outra dinâmica.
Tais processos fizeram com que Pavlov testasse os limites da discriminação em cães, chegando a criar o que ele denominou “neurose experimental”. Para isso, ele apresentava um círculo ao cão e o alimentava. Depois apresentava uma elipse e não o alimentava. Após os animais aprenderem que círculo era sinal de comida (trazia-lhes a “ideia” de comida e salivavam, mesmo sem ela), gradativamente foi aproximando os dois eixos da elipse. Até que, entre os dois estímulos, as pessoas não percebiam diferença, mas os cães continuavam acertando o que era círculo e o que era elipse.
A teoria da aprendizagem por condicionamento foi a mais difundida nas áreas da Psicologia e da Pedagogia. O mesmo não aconteceu com a teoria pavloviana da atividade nervosa superior, cuja importância era semelhante.
Para o fisiólogo russo, a atividade do cérebro seria regida por dois processos: excitação e inibição, os quais explicariam, respectivamente, a formação e a extinção de um reflexo condicionado.
A generalidade postulada acerca de que qualquer estímulo externo pode, quando associado a um reflexo inato, transformar-se em um sinal para um novo reflexo, foi contestada por etólogos. Eles demonstraram que nascemos:
pré-programados para associar determinados estímulos com facilidade;
não programados para outra gama de estímulos, que demandarão maior número de associações;
e contraprogramados para associar determinados estímulos, que pertençam a outro repertório adaptativo.
BEHAVIORISMO CLÁSSICO OU WATSONIANO
Em seu artigo, Watson apresenta a Psicologia como um ramo objetivo e experimental das ciências naturais, cuja finalidade seria a previsão e o controle do comportamento dos indivíduos. O behaviorismo defendia a necessidade de que se abandonasse o estudo dos processos mentais, como pensamento ou sentimentos, para o estudo do comportamento observável.
Para o Behaviorismo Clássico, um comportamento é sempre uma resposta a um estímulo específico.
ALÉM DO BEHAVIORISMO CLÁSSICO
Vários comportamentos não puderam ser aprendidos desta maneira. Em resposta, vários psicólogos propuseram modelos behavioristas diferentes, tentando complementar o Behaviorismo Watsoniano. Destes, podemos destacar, na década de 1930, cientistas como Edwin R. Guthrie, Clark L. Hull e Edward C. Tolman.
Na teoria da contiguidade, recompensa ou punição não tem papel significante na aprendizagem, uma vez que elas ocorrem após a associação entre os estímulos.
UM NOVO BEHAVIORISTA: A CAMINHO DA COGNIÇÃO
Edward C. Tolman desenvolveu o que foi denominado Neobehaviorismo Mediacional.
Seu novo modelo apresentava um esquema S-O-R (estímulo-organismo-resposta).
As respostas, portanto, não eram apenas determinadas pelos estímulos, mas dependiam destes e das variáveis intervenientes, que seriam eventos mediacionais dos processos internos.
Sua teoria do processo de aprendizagem sustenta-se no conceito de que as relações estímulo-estímulo, formadas nos cérebros dos organismos, formam mapas cognitivos.
CONDICIONAMENTO INSTRUMENTAL – A LEI DO EFEITO
Depois da descoberta da conexão entre manipular o instrumento (virar o trinco) e a recompensa (sair da gaiola), Thorndike passou a estudar o processo que levava à aprendizagem, formulando a famosa
Lei do Efeito. Essa lei diz que as respostas que produzem consequências mais satisfatórias, ou seja, aquelas que foram “escolhidas” pela experiência, aumentam de frequência, enquanto os comportamentos que não levam a consequências agradáveis vão sendo extintos.
Alguns anos depois, com a observação de crianças em salas de aula, Thorndike eliminou a segunda parte da lei do efeito, pois os comportamentos que não levavam a algo agradável não eram extintos: apenas eram reprimidos.
O CONDICIONAMENTO OPERANTE – A CONTRIBUIÇÃO DE B. F. SKINNER
Ele baseia sua teoria na lei do efeito de Thorndike, apenas colocando-a em termos mais precisos.
SKINNER: REFORÇAMENTO POSITIVO, REFORÇAMENTO NEGATIVO E PUNIÇÃO
Uma resposta pode ter uma alta frequência, não somente quando ela fizer aparecer um estímulo reforçador positivo; também podemos apresentar comportamentos que visam evitar estímulos aversivos.
A definição de estímulo reforçador, na abordagem skinneriana, corresponde ao estímulo que aumenta a frequência de uma resposta:
que o busca, ou o provoca (= reforçamento positivo);
ou que o evita (= reforçamento negativo).
A INOVAÇÃO DA ABORDAGEM SKINNERIANA: OS ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO
Ele descobriu que, conforme o esquema de reforçamento anterior, tanto ratos quanto os humanos tenderão a apresentar respostas condicionadas mais fortemente instaladas, ou mais fáceis de serem extintas.
Se usarmos um esquema de reforçamento contínuo em que, a cada resposta, o reforço é liberado, quando este é suspenso, a extinção ocorre mais rapidamente do que no caso de o reforço ser descontínuo ou intermitente.
Os esquemas de reforçamento intermitentes são de dois tipos: entre os reforços pode existir um intervalo de tempo (fixo ou variável) ou um número de respostas sem reforço.
Pesquisas posteriores, principalmente de etólogos, verificaram que nem todo comportamento podia ser controlado por reforçamento, pois humanos e não humanos possuem diferentes repertórios ligados a predisposições genéticas.
Muitos outros fatores influenciam o processo de aprender, tais como:
a motivação, os estágios do desenvolvimento ontogenético,
os estímulos e incemtivos utilizados e o processo de aprendizagem.
Para os associacionistas, o conceito de aprendizagem “refere-se a uma mudança relativamente durável do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemática, que pode ser adquirida pela experiência, pela observação e pela prática”.

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