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EDGAR NUNES CORRÊA UM DISCURSO SOBRE AS CIÊNCIAS Boaventura de Sousa Santos Este trabalho é um resumo de: “Um discurso sobre as Ciências Sociais”, da disciplina: As Ciências Sociais como campo de Conhecimento, ministrada pelo professor Paulo Maia. FIEI/REUNI – Formação Intercultural para Educadores Indígenas, Licenciatura Ciências Sociais e Humanas, FAE/UFMG módulo março de 2012. BELO HORIZONTE 2012 Introdução “Um discurso sobre as Ciências é uma versão ampliada da Oração de Sapiência proferida na abertura solene das aulas na Universidade de Coimbra, no ano lectivo de 1985/86” (SANTOS, Boa ventura de Sousa 2000:8). O autor faz uma profunda discussão sobre as Ciências Naturais á respeito dos seus métodos, no que ele chama de “o paradigma dominante” bem como a crise desse paradigma. Nesse confronto entre as Ciências o autor propõe e dar á luz a um novo método, outra forma de pensar, de se fazer ciência o “paradigma emergente” que é uma critica a ciência moderna ao positivismo e os métodos mecanicistas, trazendo uma epistemologia com perspectiva diferente para as Ciências - Sociais/naturais. Os discursos, as ideias postas no livro são desenvolvidas em debates e confrontos entre as Ciências Naturais e Sociais, dentro de uma lógica antipositivista em que se chamou de Ciência pós-moderna. Os seguidores pós-modernos são alvos de acusações, por acreditar em uma reformulação de uma nova Ciência, ou seja, um novo paradigma, que propõe reflexões e novos rumos dos paradigmas Científicos e suas objetividades. Certamente Rousseau (entre outros autores) é um dos cientistas que faz um profundo debate e criticas aos paradigmas dominantes. Por assim dizer em seu discurso (Discours sur les Sciences et les Arts, 1750 In. Santos, 2000:15), no qual as Ciências modernas pode ter um caráter negativo para a sociedade, sendo que ela própria contribui para a dominação de poucos ou mesmo a desmoralização do homem, por estar em jogo interesses diversos. Sendo assim são colocados em questão (quais) os limites dos conhecimentos científicos. Boa Ventura traz três pontos centrais nessa discussão: o primeiro é deixar de fazer distinção entre ciências naturais e ciências sociais, tendo em vista os atuais debates entre natureza/sociedade ou natureza/cultura, sendo que uma esta ligada a outra, ou seja, os debates posto entre as Ciências esbarram nas questões sociais. Segundo ponto é o discurso, o rumo em que uma dialoga com a outra, tendo como ponto central as ciências sociais. O terceiro ponto é crucial nas discursões, pois é este que viabiliza os rumos de um novo paradigma das ciências sociais, no qual se emergem um novo método, gerando o desaparecimento das distinções “hierárquica entre conhecimento científico e conhecimento vulgar” (Santos, 2000:20). “O paradigma dominante” é nesse sentindo um conjunto de métodos mecanicista, na ideia de que o homem pode controlar mudar, viver em um (meio) ambiente dominável. Esse método é por excelência das ciências naturais, que tem como seu lugar central a matemática. Por assim dizer são métodos objetivamente quantitativos, sendo essa objetividade uma neutralidade das ciências naturais, ou seja, são deixados valores sociais que um cientista carrega, mantendo certa distancia de seu objeto de pesquisa, visando somente à funcionalidade das coisas, independente de qual o agente/sujeito. Já as ciências sociais não se baseiam em leis universais, exatamente por estar condicionada á sua objetividade metodológica o empirismo social, ou seja, tem como método a observação participante num mergulho profundo entre as relações sociais do sujeito, que por sua vez está em constante transformação. Se as ciências naturais carregam consigo paradigmas que são aceitos pela comunidade científica, por outro lado as ciências sociais não possui tal consenso, esse é um dos desafios posto as ciências sociais. Tendo em vista há uma “crise do paradigma dominante” (Santos, 2000:40) por diversos fatores complexos de dicotomias sociais/teóricos e sujeito/objeto, sendo que estes não estão separados umas das outras. A crise desses paradigmas traz reflexões de um novo caminho a se seguir no que diz respeito ao conhecimento científico, que por sua vez é uma forma de pensar um novo paradigma, chamado de “o paradigma emergente” (santos, 2000:59), ou seja, uma nova configuração de métodos, que está de certa forma ligada ao paradigma em crise, mas seguindo o seu próprio, chamado de “o paradigma de uma vida descente” que propõe novas estruturas paradigmáticas cientifico/social. Deixando as distinções mecanicistas, levando em conta o senso comum, passando assim por novas perspectivas científicas transdisciplinares, que visa uma pluralidade de métodos.
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