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AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL Aula 14: Transtornos alimentares AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Temas/objetivos desta aula FOME; 1 PRÓXIMOS PASSOS ANOREXIA NERVOSA; 3 TRANSTORNOS ALIMENTARES; 2 BULIMIA NERVOSA. 4 AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Fome • O controle da ingestão alimentar e o balanço energético são influenciados por vários fatores que, se alterados, podem resultar em distúrbios alimentares; • A fome é uma sensação consciente regulada pelo hipotálamo. Existem grupos de neurônios no hipotálamo que regulam o apetite (centro da saciedade no hipotálamo medial e um centro da fome no hipotálamo lateral); • Estímulos periféricos associados com o odor, paladar, contrações no estômago, taxa metabólica e temperatura corporal também são importantes na regulação do apetite; • A utilização da glicose pelas células hipotalâmicas é um fator importante na regulação do apetite. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Transtornos alimentares Transtornos alimentares Desvios do comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento extremo (caquexia) ou à obesidade, entre outros problemas físicos e incapacidades. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Transtornos alimentares Os quadros de transtornos alimentares costumam apresentar um intercâmbio entre eles. Os principais são: • Anorexia Nervosa: Recusa a manter o peso corporal em um nível igual ou acima do mínimo normal adequado à idade e à altura; • Bulimia nervosa: Episódios recorrentes de compulsão periódica seguidos de comportamento compensatório; • Transtorno de compulsão alimentar periódica: Presença de compulsão alimentar com subsequente angústia devido à ausência de comportamentos compensatórios. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Critérios Diagnósticos (DSM – 5) A. Restrição da ingestão calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Peso significativamente baixo é definido como peso inferior ao mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado. APA, 2014, p. 171 AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Critérios Diagnósticos (DSM – 5) B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo. C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente, de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual. APA, 2014, p. 171 AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Critérios Diagnósticos (DSM – 5) Subtipos: • Tipo restritivo: Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo. Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo. • Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa. APA, 2014, p. 171 AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Os principais objetivos da TCC para a anorexia são: • Aceitação de um peso considerado normal; • Aumento da autoestima; • Treinamento de Habilidades Sociais; • Modificação de crenças associadas; • Diminuição da prática de exercícios. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Principais dificuldades para a adesão: • Intercorrências clínicas; • Tratamento após acentuada perda de peso; • Ausência de insight sobre o problema; • Distúrbio de imagem corporal associado; • Medo de voltar a comer e perder o controle sobre o peso; • Eliminação da única evidência de sucesso; • Ganhos com a AN (anorexia nervosa). AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Estratégias para aumentar a adesão: • Avaliação das vantagens e desvantagens de manter a AN; • Focalização inicial em aspectos associados (ansiedade, tristeza, culpa, dificuldades interpessoais, problemas familiares); • Possibilidade de internação (aliança para evitá-la – não deve assumir forma de ameaça). A internação é prevista para um IMC abaixo de 13,5 indicando perigo de vida. • Aliança com a família e os amigos (é importante saber avaliar quando a família deve ser retirada do tratamento); • Iniciar aos poucos uma linha de questionamento que possa introduzir dúvidas no sistema de crenças. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Programa de redução da restrição alimentar Estágio I • Manutenção de uma ingestão calórica mínima; • Estabelecimento de um padrão regular de alimentação (alimento = remédio); • Aumento gradual do número de refeições; • Pedir que use roupas largas e com elástico nas refeições. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Estágio II • Aumento gradual do valor calórico dos alimentos; • Ingestão de alimentos com teor calórico desconhecido; • Alimentação em situações variadas; • Ingestão de beliscos; • Desencorajar a alimentação excessiva (pois pode abrir um episódio de compulsão alimentar – ECA); • Pedir ao paciente que organize sua própria alimentação. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Anorexia nervosa Nos casos de AN normalmente faz-se a monitoração do peso da paciente (feita geralmente pela nutricionista) com os seguintes objetivos: • Correção das crenças disfuncionais; • Avaliação da melhora; • Aprender a lidar com as variações de peso; • A equipe possui normalmente uma determinação do ganho de peso semanal necessário que, em geral, não é revelado para a paciente; • Deve-se diferenciar o aumento de peso do fato de estar engordando; • No final do tratamento, elimina-se a pesagem podendo-se utilizar ainda algumas medidas indiretas (pregas de roupas; imagem corporal...). AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Bulimia nervosa Critérios Diagnósticos (DSM – 5) A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos: 1. Ingestão, em um período de tempo determinado (por exemplo, dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes; 2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (por exemplo, sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo). APA, 2014, p. 172 AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Bulimia nervosa Critérios Diagnósticos (DSM – 5) B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso. C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, emmédia, no mínimo uma vez por semana durante três meses. D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo pesos corporais. E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. APA, 2014, p. 173 AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Bulimia nervosa Os principais aspectos da TCC para a bulimia são: • Baseia-se na concepção cognitiva da manutenção da bulimia; • Visa mudar não apenas o comportamento mas, também, as atitudes quanto à forma e ao peso; • Usa uma combinação de procedimentos cognitivos e comportamentais no tratamento (as técnicas mais utilizadas são a reestruturação cognitiva, automonitoração, educação, medidas de autocontrole para estabelecer um padrão alimentar regular etc...). AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Bulimia nervosa Na bulimia em geral trabalha-se da seguinte forma: • Explicação do modelo de tratamento (psicoeducação); • Explicação da patologia (psicoeducação); • Explicação dos fatores mantenedores; • Encaminhamento, se necessário, para outros profissionais; AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Bulimia nervosa • Automonitoração da alimentação e do peso (algunss pacientes têm dificuldade em passar para uma medição de peso semanal, tendo em vista que podem chegar a se pesar 20 vezes por dia); • Discutir e esclarecer o conceito de ECA; • Estabelecer um padrão regular de alimentação; • Diminuir a exposição a alimentos; • Prevenção de recaídas. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Bulimia nervosa • O tratamento da bulimia é um processo ativo que envolve três estágios: • 1o – A visão cognitiva da bulimia é delineada e as técnicas comportamentais são utilizadas para ajudar o paciente a recuperar o controle sobre o consumo alimentar. • 2o – Ênfase no exame e na modificação, com a utilização das técnicas comportamentais para acabar com qualquer tendência a fazer regimes, e para modificar as preocupações com relação à forma e ao peso. • 3o – Enfoque na manutenção da mudança – normalmente se utiliza cerca de três entrevistas com periodicidade quinzenal para a realização deste passo. O objetivo é assegurar que o progresso se mantenha em seguida ao encerramento do tratamento. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Referências CABALLO, V. Manual para o tratamento cognitivo-comportamental dos transtornos psicológicos da atualidade. São Paulo: Ed. Santos, 2007. HAWTON, K. et al. Terapia Cognitivo-Comportamental para problemas psiquiátricos. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1997. KNAPP, P. e cols. Terapia Cognitivo-Comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004. RANGE, B. (org). Psicoterapias cognitivo comportamentais. Porto Alegre: Artmed, 2001. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Saiba mais DUCHESNE, Mônica; ALMEIDA, Paola Espósito de Moraes. Terapia cognitivo-comportamental dos transtornos alimentares. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 24, supl. 3, p. 49-53, dez. 2002 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15 16-44462002000700011&lng=pt&nrm=iso>. AULA 14: TRANSTORNOS ALIMENTARES Terapia cognitiva comportamental Assuntos da próxima aula: Dependência de Substâncias^; Tipos de Intervenção; Prevenção de Recaída. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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