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ORQUIECTOMIA E CELIOTOMIA EM GRANDES ANIMAIS

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22/05/18
ORQUIECTOMIA EM GRANDES ANIMAIS
A origem embriológica das gônadas, são formadas no na região de mesodermo, próximo ao polo caudal do rim. Há a descida dos testículos até a bolsa escrotal durante a gestação por estímulos hormonais e pelo ligamento gubernáculo. O potro deve nascer com os dois testículos na bolsa.
O peritôneo (folheto visceral e parietal) durante a descida do testículo, ele passa pelo anel inguinal e junto ele leva o peritôneo, formando a túnica vaginal.
Os potros são castrados para ficarem mais calmos, são mais fáceis de domar, quando não tem fins reprodutivos, o ideal é castra-lo antes da puberdade ou até 2 anos de idade.
Temos a bolsa escrotal (pele), na parte interna temos a túnica dartus que fica colada a pele, depois teme a túnica vaginal (folheto parietal e visceral) e por último a túnica albugínea até chega ao testículo. Como a túnica vaginal é composta pelo peritôneo, pode ter a presença de líquido peritoneal quando fazemos a incisão, o que nos indica que já incisamos até a túnica vaginal. Depois da abertura de todas as túnicas observamos os túbulos seminíferos, epidídimo, plexo pampiniforme e ducto deferente.
Técnica aberta:
Abertura da bolsa escrotal e de todas as túnicas, fazer a divulsão de todos os tecidos e antes da ressecção fazemos a hemostasia (transfixação e ligadura ou emasculador), não é necessário fechar as túnicas e nem a bolsa. Como o anel inguinal tem comunicação com a cavidade abdominal, pode ocorrer infecção e adentrando a cavidade abdominal, isso ocorre se não há antissepsia no pós-operatório, pode causar evisceração também em casos que o animal faz muita força para levantar, por exemplo. As vantagens são um foco de infecção diminuido, pois só foi utilizado um fio para fazer a ligadura e não há pontos de sutura na pele que podem infeccionar, por ficar aberto sendo fechada por segunda intenção, aumentamos a área que será drenada e saída de coágulos, facilitando a higienização e é mais rápida de ser feita.
Técnica fechada:
Fazemos a incisão de pele, mas não realizamos a incisão de nenhuma túnica, expõe o testículo com todas as túnicas nele, fazer a transfixação e ligadura ou o emasculador, fazemos a ressecção dos testículos sem olhar para ele, pois está envolto por todas as túnicas. Tem vantagem de ser rápida, mas se há alguma afecção como orquites e epididimites, não conseguimos saber. É mais comum de ser utilizada em ruminantes.
Técnica semi-fechada:
Fazemos a incisão da bolsa escrotal e das túnicas, expõe o testículo, identificar as estruturas e antes da ressecção dele, referendar as túnicas colocando duas pinças hemostáticas para serem suturadas, fazemos a ressecção dos testículos (transfixação e ligadura ou emasculador), suturar as túnicas e a bolsa não. Conseguimos evitar infecções ascendentes e eviscerações, porém utilizamos mais fio que pode virar um foco de infecção, é mais demorada de ser feita.
As técnicas podem ser feitas em estação ou em decúbito lateral, porém quando é feito com o animal deitado devemos seda-lo, deve ser monitorado e quando vai levantar pode aumentar as chances de evisceração.
De exames pré-operatórios podemos fazer um exame físico geral, palpação dos testículos, certificar-se que os dois testículos estão na bolsa, verificar se há aumento de volume, presença de líquido, se o anel inguinal é grande, pois isso pode aumentar as chances de evisceração, alterando a técnica escolhida.
Quando vamos fazer a incisão, isolamos um dos testículos por palpação, fazemos uma incisão para cada testículo, identificamos a rafe mediana e a incisão será feita paralela a ela de 5 a 7cm, fazemos uma incisão, referenciamos as túnicas com pinças, aumentamos a incisão, exteriorizamos o testículo, ressecção do ligamento mosórquio e por fim a retirada do testículo, se for usado o emasculador devemos esperar de 5 a 7 minutos, já a ligadura não é necessário esperar para fazer a ressecção, podemos fazer a ligadura de todo o conjunto ou do cordão espermático, túnicas e músculo cremaster isoladamente. Os fios utilizados devem ser absorvíveis.
Criptorquidismo:
Quando o testículo não tem sua descida total para a bolsa escrotal, normalmente é unilateral, diagnosticado por palpação, são animais muito agitados. Podemos tentar descobrir onde esse testículo está por palpação da bolsa, transretal e do anel inguinal, a parada frequente é no anel inguinal ou abdominal, US do anel inguinal e transretal. O testículo ectópico pode ser funcional, mas diferentemente do cão, não há relatos que predispõe a tumores testiculares, pode ter etiologia hereditária. Podemos fazer prova hormonal, palpação, US e exame físico para identificar, normalmente ele não tem o mesmo tamanho que um testículo normal, não produz sêmen, mas pode ter função hormonal preservada.
Normalmente a posição de parada é a inguinal, o acesso nesse caso é inguinal, não sendo necessário adentrar a cavidade abdominal, se o testículo estiver parado no anel inguinal externo, consideramos esse caso. Já quando tem parada no anel inguinal interno, consideramos que ele já está na cavidade abdominal, sendo um criptorquida abdominal, pois o anel interno tem comunicação com a cavidade, podemos fazer um acesso inguinal e mediano. O outro testículo que se encontra na bolsa, fazemos a orquiectomia normal.
Podemos fazer por laparoscopia (videoscopia), trabalhamos em triangulação.
LAPAROTOMIA EM GRANDES ANIMAIS:
A celiotomia é a abertura da cavidade abdominal, não importa o acesso que será feito, já a laparotomia é a abertura abdominal pelo flanco.
Antes de realizar uma cirurgia, devemos estabilizar o animal; reestabelecer equilíbrio hidroeletrolítico (fluidoterapia), se for um choque hemorrágico, fazemos transfusão sanguínea, em choque hipovolêmico usamos corticoides ou hiperosmóticos; descompressão como sondagem nasogástrica, tiflocêntese (controle da dor); diagnóstico (acesso cirúrgico); limpeza dos cascos e boca.
Realizar sempre a proteção dos cascos, sondagem uretral e fechamento do prepúcio, uma boa tricotomia sendo a máquina de tosa melhor do que tricotomo, ele causa micro lesões na pele e antissepsia. Sempre colocar sonda nasogástrica e acesso venoso em jugular, é a melhor via, pode ser administrado grandes volumes e é uma via de administração com efeito rápido.
Animais em choque com mucosas cianóticas ou congestas não devem ser anestesiados nesse estado, devemos estabiliza-los o suficiente para que ele aguente uma anestesia e manipulação. Antes do centro cirúrgico, a tricotomia já foi feita e a antissepsia com água e sabão, dentro do centro podemos melhorar a tricotomia e melhorar a antissepsia com produtos antissépticos como clorexidine degermante com clorexidine alcoolíco (mais agressivo a pele) e PVP degermante associado a ácool 70% (não pode com clorex).
Em equinos o tamanho da incisão interfere na cicatrização, quanto maior ela é mais chances de evisceração tem, pois quando o animal fica de pé todas as vísceras ficam apoiadas no abdômen do animal, é um foco maior de infecção, então o tamanho da incisão está diretamente proporcional ao tempo de cicatrização. 
Através da linha alba podemos fazer uma incisão mediana ventral pré-umbilical, retro-umbilical ou pré-retro-umbilical, quando o animal já tem uma cicatriz na linha mediana, podemos fazer uma incisão paramediana, próxima a linha alba, é mais comum em ruminantes ou também temos o acesso inguinal. Em ruminantes temos também pelo flanco sendo perpendicular, oblíqua ou paracostal e a paramamária sendo dorsal a veia mamária.
Quando realizamos a incisão na linha alba, como em algumas afecções as alças estão distendidas com gás, normalmente ficam muito próximas ao local que vamos incisar para adentrar a cavida, então fazemos uma incisão pequena e depois aprofundamos com uma tesoura romba ou cabo do bisturi, passamos o dedo por dentro para verificar se tem alguma aderência, formação de abcessos ou se a alça está muito perto, depois disso fazemos a incisão, rompemos o peritôneo e temos acesso a cavidade. Devemos sempre sabero que conseguimos exteriorizar ou não. O ceco podemos expor o ápice e o corpo, porém não a base, em flexura pélvica, cólon dorsal e ventral inteiros conseguimos, o jejuno praticamente inteiro, cólon menor apenas uma porção, já a base do ceco, porção distal de íleo e cólon dorsal, cólon transverso e estômago não conseguimos.
Celiorrafia:
Sutura da cavidade abdominal realizada depois da correção cirúrgica, fazemos a sutura da musculatura (fio 1 ou 2) com fio prolene, vicryl, caprole, de preferência padrões tensionados (sutan, simples interrompido) e interrompido. Subcutâneo deve ser suturado com fio absorvível e a pele com fio inabsorvível como o nylon.
Das complicações podemos observar:
Infecção da ferida cirúrgica;
Peritonite;
Aderência intra-abdominal;
Hérnia incisional;
Laminite.

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