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Resenha I Economia Amazônica

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Alcimar Martins Júnior
Amazônia
O Capital contra a natureza e o homem
A bacia Amazônica contem 20% da água doce do mundo, distribuídas em vários rios, entre eles o Rio Amazonas o qual sua bacia hidrográfica percorre 7 países, entre eles o Brasil, o qual 61% do seu território corresponde a Amazônia Legal.
A região amazônica possui um valor inestimável, tamanho patrimônio de riquezas acaba despertando interesses de outros países, porém a mesma ainda é pobre e subdesenvolvida, o que é um reflexo de políticas adotadas para a região que visavam e ainda visão o interesse do grande capital, o qual continua degradando a região em busca do lucro. 
Nos primeiros séculos após dos portugueses no Brasil não havia interesse dos mesmos pela Amazônia, a qual pertencia a Espanha. Com a intenção de combater as incursões inglesas e holandesas foi fundada a cidade de Belém em 1616 tendo até o século XVIII uma base produtiva extrativista sustentada pela mão de obra escrava indígena, os quais sofreram muito com genocídios, entre as drogas do sertão o cacau era o principal produto comercializado pela região. Atividade essa, que foi intensificada com a vinda do Marquês de Pombal, o qual adotou estratégias e medidas visando modernizar a estrutura produtiva da região e com o intuito de gerar mais riquezas para a metrópole, entre elas a criação da companhia do Grão Pará e Maranhão, que teve seu fim com a subida de Dona Maria I ao trono. Porém, tais medidas não eliminaram a fragilidade econômica da região, levando no início do século XIX a uma revolução popular a “Cabanagem” devido a insatisfação das classes baixas contra os portugueses que detinha o poder econômico, os cabanos assumiram o poder por algum tempo, mas não resistiram muito, esse movimento revolucionário durou de 1835 até 1840.
 A partir da segundo metade do século XIX, a dinâmica regional interna voltou-se para a crescente atividade de extração do látex para a produção da borracha, que se dava devido a demanda internacional impulsionada pela produção automobilística. Essa atividade tinha como característica, intensa quantidade de mão de obra, o que “deslocava” trabalhadores de outras atividades para ela e de outras regiões. Assim e essa atividade teve seu ponto alto de 1890 a 1910, o que levou a uma grande acumulo de riqueza levando ao surgimento de grandes centros na região e pouco ou nenhum interesse político em desenvolver a região. Porém, com o surgimento dos seringais britânicos no sudeste asiático caiu a demanda pela borracha e a economia da região entrou em crise, que se manteve até a segunda guerra mundial quando a região teve nova demanda pela borracha devido o tratado de Washington, mas que não permaneceu após a guerra. 
Em 1946 foi aprovada a Lei 1806, e em 1953 através dessa Lei foi criada a SPVEA (Superintendência de Planejamento e Valorização Econômica Amazônica) a qual tinha como objetivo a implantação de um plano de desenvolvimento da região, Ela tinha como propostas, o desenvolvimento da agricultura e a industrialização da região via substituição de importações, mas aparentemente sem interesse pela burguesia nacional. Nesse sentido, foram feitas ações referentes ao plano de metas a partir da SPVEA, como a construção da rodovia Belém-Brasília para promover a integração da região ao restante do país com o objetivo de consolidar um novo padrão de financiamento para o país.
Após o golpe militar de 1964, surge o discurso de que havia uma ameaça a soberania nacional na qual a Amazônia era vista como um “espaço vazio”, para isso seria preciso acelerar o processo de integração e ocupação da região gerando vários conflitos até hoje. Em 1966, atendendo também a reclamações de empresários e políticos locais, elaborou-se com a “Operação Amazônia”, um conjunto de ações de desenvolvimento regional as quais se baseavam nas políticas de incentivos fiscais voltadas para projetos industriais e agropecuários com extinção e criação de instituições federais como (extinção da ESPVEA e criação da SUDAM e SUFRAMA), o que possibilitou a inserção da região ao mercado interno. Foi criado também o PIN (Plano de Integração Nacional) cujo objetivo principal era assegurar a construção da Rodovia Transamazônica, sendo elaborado no ano posterior, o Programa de Redistribuição de Terras e de Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste o PROTERRA, o qual utilizou políticas de colonização e estímulo à agroindústria. Mesmo com esses programas a questão agrária ainda era segundo plano.
A partir de 1972, vieram o 1º PND (Plano de Desenvolvimento Nacional) e o 1º PDA (Plano de Desenvolvimento da Amazônia) cujos objetivos eram ligar o eixo Rio-São Paulo a outras regiões fornecedoras de matérias primas e promover o desenvolvimento de novas áreas e a ocupação dos “espaços vazios”. Com a crise do petróleo, em 1975 foi lançado o 2º PND e 2º PDA, os quais tinham como objetivo manter as taxas de crescimento do PIB, superar a crise. A nível regional a estratégia seria de desenvolver a região com o intuito de a mesma contribuir para a manutenção do crescimento da economia nacional via exportações e abastecimento do sudeste do país.
A crise do petróleo proporcionou a instalação dos grandes projetos na Amazônia, visto a demanda por locais onde se produza produtos intensivos em energia, integrando a região ao resto do país e do mundo visto tamanha dimensão dos mesmos, o que consolidava para região a face da nova divisão internacional do trabalho.
No fim da década de 1980 e início da década de 1990, os governos Collor e Fernando Henrique Cardoso abriram as portas do país para o capital internacional e mostraram a eles nossas riquezas. Ruim, pois isso despertou ainda mais a cobiça por nossas riquezas que foram e ainda são entregues a preços de banana ao capital internacional, mas bom pelo lado de a população passar a ter maior acesso a novas tecnologias e ao crédito. A Amazônia foi uma das que mais sofreu e ainda sofre, principalmente com a privatização da Vale do Rio Doce, a qual foi vendida a uma preço simbólico e até hoje é beneficiada pela Lei Kandir. A região é devastada e saqueada pelo grande capital e é protegida pela Lei de patentes e Kandir. Os Governos Lula e Dilma seguiu e até então continua seguindo a cartilha do grande capital sem fazer nada para mudar a realidade da região Amazônica.
A Amazônia continua sendo usada como um almoxarifado, mas agora não só do Sul e Sudeste do país também como do mundo.

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