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Fichamento Respiração e criação cênica

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Respiração e criação cênica – A Respiração no Trabalho do Ator. (PP. 170 - 179) 
Sandra Parra
“A respiração é a primeira de nossas necessidades vitais que aprendemos a suprir por nós mesmos – desde o primeiro segundo de vida! – e a única feita de maneira totalmente independente. A partir do momento em que deixamos o útero de nossa mãe, ninguém mais pode respirar por nós: nascemos, inspiramos, estamos vivos”. (p.170)
“Podemos ficar semanas ou meses sem comer, dias sem beber água, mas não mais do que poucos minutos sem respirar”. (p.170)
“Acreditamos que a respiração pode ser um elemento de grande eficácia n que diz respeito o trabalho de criação do ator, auxiliando-o a acessar e deixar fluir para a consciência o seu ‘inconsciente criador’”. (p.170)
“Eugênio Barba distingue, na prática do ator, o trabalho pré-expressivo (“modo de canalizar e modelar a energia do ator”) do trabalho expressivo (produção de significados)”. (p.170)
“Deparamos em nossa pesquisa com a absoluta escassez de referência á respiração nos livros escritos pelos mestres do teatro ocidental sobre seus métodos de trabalho”. (p.171)
“Para Iben Naguel, a respiração é elemento fundamental para o surgimento de um estado de criativo do ator”. (p.171)
“Na prática do trabalho de cunho stanislavskiano – em geral ligado à estética realista – é voz corrente a importância da respiração na criação e na interpretação de um papel (a ponto de os atores da época áurea do teatro realista no Brasil afirmarem que “atuar é respirar”)”. (p.172)
“No entanto, em seus escritos, as referências à respiração feitas por Stanislasvski são pouquíssimas, e muitas vezes podemos mais adivinhá-las do que encontrá-las citadas de maneira concreta. 
O trabalho não propõe a criação de trilhos “métodos”, receitas de como manipular tecnicamente a respiração para que se atinja tal ou qual fim, com “melhor resultado”. A intenção é a de chamar a atenção para um aspecto fundamental do trabalho criativo: a respiração e apontar suas possibilidades não apenas como instrumento mecânico, mas principalmente como porta, ou caminho para que o artista criador possa acessar os recessos e as infinitudes criadoras”. (p.172)
“No entanto, em seus escritos, as referências à respiração feitas por Stanislavski são pouquíssimas, e muitas vezes podemos mais adivinhá-las do que encontrá-las citadas de maneira concreta”. (p.172)
“A partir deste trabalho, propor a criação de trilhos, “métodos”, receitas de como manipular tecnicamente a respiração para que se atinja tal ou qual fim, com “melhor resultado”. Nossa intenção aqui é a de chamar a atenção para um aspecto fundamental do trabalho criativo: a respiração, e apontar suas possibilidades não apenas como instrumento mecânico, mas principalmente como porta, ou caminho, para que o artista criador possa acessar os recessos e as infinitudes criadoras – aquilo que o próprio Stanislavski chamou, com tanta felicidade, de ‘inconsciente criador’”. (p.173)
“Em “O Treinamento do Ator (1959-1962)”, ao dizer que em seu trabalho “não há exercícios respiratórios”, o próprio Grotowski nos remete ao capítulo “A Técnica do Ator”, dizendo explicar lá seus motivos para tal postura. Nesse artigo, percebe-se que o que Grotowski chama de “exercícios respiratórios” são condicionamentos formalizados da respiração, “modos” de se respirar “corretamente”. Realmente, por tudo o que já temos dito neste artigo, condicionar a respiração a uma determinada fôrma só poderá limitar não só o desempenho físico/vocal do ator, como também sua intuição criativa”. (p.174)
“Em relação à respiração, o aprendizado teatral ministrado em escolas, cursos e nos livros, seja no âmbito da expressão corporal, seja no âmbito do trabalho vocal, está sempre preocupado com a inspiração do ar. Nos são ensinadas técnicas e truques para ampliar o fôlego, para “abrir” as costelas, para introduzir a maior quantidade de ar possível nos pulmões e liberar esse ar de maneira muito controlada, quase “avara”, para que o preciosíssimo “fôlego” não nos falte nunca. No entanto, o estudo da fisiologia da respiração nos mostra que, sem uma expiração eficiente, não há inspiração eficiente. É o esvaziamento adequado dos pulmões que gera o reflexo da inspiração”. (p.175)
“Antonin Artaud terá sido, talvez, dos pensadores do teatro ocidental, aquele que mais se dedicou ao estudo da importância e do poder da respiração na criação cênica”. (p.176)
“A leitura de seus textos não traz respostas concretas, não fornece pontos de apoio, mas abre portas e lança em espaços”. (p.176)
“Não há dúvida que a cada sentimento, a cada movimento do espírito, a cada alteração da afetividade humana corresponde uma respiração própria. (…) O que a respiração voluntária provoca é uma reaparição espontânea da vida. (…) pela acuidade aguçada da respiração o ator cava sua personalidade.” (p.177)
“Ele não só creditava à respiração potencialidade criativa, mas também acreditava ser possível criar um caminho, um método de trabalho baseado na respiração”. (p.177)
“A partir do estudo da respiração podemos também pensar toda uma nova maneira de trabalharmos a conexão com o público (a partir da identificação respiratória, conceito que extraímos dos trabalhos do Dr. Gaiarsa) e o entendimento da própria encenação, pensando a respiração como uma metáfora para a cena. Essas idéias serão desenvolvidas de maneira mais aprofundada em artigo próximo”. (p.177)
Conscientização corporal – Sensibilidade e consciência no mundo contemporâneo
Maria Helena Imbassaí
“Corpo não é apenas uma forma em movimento correndo, nadando ou dançando. É, menos ainda, uma vitrine de marcas e logotipos. Instrumento do homem no mundo, o corpo é possibilidade de invenção de novas possibilidades e a disposição para vivê-las.” (p. 47)
“O corpo é o nosso referencial mais imediato e concreto. Operar um computador, dirigir carro, jogar futebol, dançar, fazer amor, enfim toda e qualquer iniciativa em toda e qualquer direção, parte invariavelmente, do próprio corpo.” (p. 48)
“Instrumento de comunicação do homem no mundo é por intermédio do corpo que recebemos e emitimos informações, de fora e de dentro de nós. Entretanto, o que comumente ocorre é o impedimento desse intercambio devido ao acúmulo de tensões que enrijecem os músculos, bloqueiam as articulações, afetam a respiração, restringem os movimentos e comprometem o psiquismo, contribuindo para estressar e dessensibilizar o organismo humano”. (p. 48)
“A dessensibilização – perda gradual da capacidade de sentir, de ter sensações – é um fenômeno que vem atingindo de forma significativa o indivíduo nas sociedades contemporâneas urbanas.” (p. 49)
“Embalado pela engrenagem da produção, tragado pelo ritmo trepidante das grandes cidades, pressionado por uma mídia – publicidade – que o paz transformar o lazer em obrigação, sem tempo para o cultivo das amizades – vivência, construção e troca de afetos – na maioria das vezes sedentário, o brasileiro médio contemporâneo acaba por sucumbir ao estresse, com manifestações de: dores de cabeça, ansiedade, insônia, fadiga crônica, agressividade, pânico, depressão, fazendo uso indiscriminado de cigarros, álcool, drogas e automedicando-se com analgésicos e tranqulizantes”. (p. 49)
“Pressionado por resultados imediatos durante um terço de sua vida, ele acaba por banalizá-la assim como o prazer, tornando-o descartável. Confunde atordoamento com alegria. Porém, continuamente insatisfeito, sente-se frustrado, vazio e interiormente só”. (p. 50)
“A conscientização corporal acredita poder contribuir para a reversão desse fenômeno por meio de um aprofundamento da consciência de si, enquanto unidade somatopisíquica”. (p. 50)
“Conscientização corporal não é psicologia, doutrina religiosa ou fisioterapia”. (p. 50)
“O princípio da conscientização corporal é a atenção para com as sensações, dinâmica, a postura, a tonicidade o equilíbrio do corpo”. (p. 51)
“Um dos elementos mais importantes no trabalho de conscientização corporal é a pele”. (p. 53)
“A pele é o nosso revestimento. Suafunção é de proteção”. (p. 53)
“Outra função importante da pele é o estímulo ao prazer”. (p. 54)
“Segundo os princípios da conscientização corporal, qualquer atividade pode ser mais que uma simples tarefa a ser cumprida”. “Uma aparentemente prosaico fazer cotidiano pode se constituir um interessante exercício de criatividade, num jogo contínuo dos sentidos”. (p. 55) 
“A conscientização corporal fundamenta-se no Método Angel Vianna de Consciência do Movimento”. (p. 57)

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