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AULA 9- CIVIL 2 ESTRUTURA DO CONTEÚDO • Adimplemento das Obrigações • Pagamento: generalidades – Quem deve pagar – A quem se deve pagar – Objeto do pagamento – Prova do pagamento – Pagamento feito por terceiro: interessado e não interessado – Lugar do pagamento – Tempo do pagamento • O modo mais típico e perfeito de extinção das obrigações é o pagamento. • Pagamento ou solutio corresponde ao cumprimento/ adimplemento da obrigação. • Pagamento não significa solução em dinheiro de alguma dívida, mas sim a execução voluntária de qualquer espécie de obrigação. • Princípios aplicáveis: a) Boa fé: as partes devem se comportar de forma correta durante tratativas, formação e execução do contrato b) Pontualidade: exige-se que a prestação seja cumprida no tempo aprazado, de forma integral, no lugar e modo devidos • Houve pagamento quando o devedor realiza espontaneamente a prestação devida como quando voluntariamente a efetua após interpelação, notificação ou condenação em processo de conhecimento, mesmo no curso da execução (quando o devedor satisfaz a obrigação). Não houve pagamento quando a cumprimento da prestação se dá pela prestação ou pelo equivalente obtidos coercitivamente na execução. • Para que o pagamento produza seu principal efeito de extinguir a obrigação, devem estar presentes seus requisitos de validade: a) Existência de vínculo obrigacional ( débito) b) Intenção de solvê-lo ( animus solvendi) c) Cumprimento da prestação d) pessoa que efetua o pagamento ( solvens) e) Pessoa que recebe o pagamento (accipiens) De quem deve pagar • Art 304 Além do devedor podem efetuar o pagamento (solvens): a) Os herdeiros do devedor b) Os representantes ( legal ou convencional) do devedor c) O que assume a dívida ( art 299 e ss) d) O terceiro interessado É aquele que não é devedor, mas que pode vir a ser responsável pelo pagamento da prestação devida, isto é, pode ter seu patrimônio agredido pela execução. ( art 346,III) ex: fiador, avalista, garantidor OBS1: como o terceiro interessado tem legitimidade para efetuar o pagamento, visto que pode ser constrangido pelo credor a fazê-lo, caso este se recuse a receber o pagamento, o terceiro interessado pode valer-se do pagamento em consignação • OBS2: um dos efeitos do pagamento realizado por terceiro interessado sé o dele se sub-rogar nos direitos do credor em relação ao devedor ( art. 346, III). Esta sub-rogação decorre de lei e transfere-se para o terceiro interessado não somente o crédito com sua exigibilidade mas todos os demais direitos que competiam ao credor originário e) Terceiro não interessado É aquele que não é devedor, nem pode vir a ser constrangido pelo credor a efetuar o pagamento, mas, apesar disso, deseja pagar Ex: pai que paga dívida do filho, aquele que paga dívida do amigo, homem que paga para a mulher amada e.1) em nome e conta do devedor: recibo de quitação sai no nome do devedor - Pode valer-se do depósito judicial em caso de recusa do credor - Entende-se que o terceiro fez uma liberalidade então não pode pedir reembolso do que pagou nem se sub-roga nos direitos do credor e.2) em nome próprio: recibo de quitação sai em nome do terceiro não interessado ( art 305) - NÃO pode valer-se do depósito judicial em caso de recusa do credor - Pode pedir reembolso do que pagou mas NÃO se sub-roga nos direitos do credor - Só pode pedir reembolso após vencimento da dívida • Art 306 - Primeira hipótese - desconhecimento: gestor de negócios alheios - Segunda hipótese- oposição: terceiro não interessado que paga contra a vontade do devedor a) Devedor tem dever de reembolsar, mas não há sub-rogação nos direitos do credor originário b) Devedor não terá dever de reembolsar se provar que tinha meios para ilidir a ação de cobrança ( prescrição, nulidade do negócio celebrado, compensação com o credor) OBS: como não tinha a obrigação de pagar, não poderia ser constrangido a fazê-lo e portanto, aquele que pagou com seu desconhecimento ou oposição, o fez por sua conta e risco • Art 307 • Caput: o solvens deve ser proprietário da coisa que se pretende alienar em pagamento e em segundo lugar o bem a ser alienado deve ser alienável. • Parágrafo único: prestígio à boa fé do credor. O dono da coisa poderá pedir perdas e danos do solvens. Daqueles a quem se deve pagar • Art 308 Além do credor pode receber o pagamento (accipiens): a) Representante legal ou convencional do credor b) Herdeiros do credor c) Cessionário do crédito ( arts. 286 a 298) d) Aquele que tem a posse da quitação ( art 311) • Art 309 Credor putativo é o que diante dos olhos do devedor e de qualquer pessoa de diligência normal aparenta ser o verdadeiro credor ( herdeiro aparente, cessionário do crédito, portador do título de crédito) O pagamento é válido e desobriga o devedor de boa fé. O credor verdadeiro deverá cobrar do credor putativo o que ele indevidamente recebeu. • Art 310 -o pagamento para ser válido e extinguir a obrigação precisa ser feito para quem tenha capacidade de fato. O ato será nulo ou anulável dependendo se a incapacidade foi absoluta ou relativa. O devedor deve pagar ao tutor ou curador do incapaz para que o pagamento tenha validade, salvo se provar que o pagamento reverteu em benefício do incapaz. OBS: O pagamento será válido se devedor desconhecer esta circunstância e pagar de boa fé ( art 180) • Art 312 – Efeitos do pagamento ao credor de crédito penhorado a) O devedor paga ao credor originário antes de ser notificado da penhora: o pagamento é válido e o exonera b) O devedor que paga ao credor originário depois de notificado da penhora: o pagamento não valerá em relação aos que penhoraram o crédito e o devedor poderá ser constrangido a pagar novamente. O devedor poderá demandar o credor para recobrar do credor originário o que lhe foi pago indevidamente. Do Objeto do Pagamento e sua Prova • Art 317 – Teoria da Imprevisão: quando as circunstâncias presentes no momento da celebração do contrato se alterarem substancialmente e por motivo imprevisível, tornando no momento da execução do contrato a prestação desproporcinal, o juiz poderá intervir no contrato para estabelecer um patamar razoável diante da nova realidade • Art 318 – nulidade de convenção para pagamento em ouro ou moeda estrangeira • Art 319 – o devedor que paga tem direito à quitação, podendo reter o pagamento até que lhe seja dada • Art 320 – requisitos do instrumento de quitação ( recibo) • Art 321 – Débitos cuja quitação consiste na devolução de título, em caso de perda, poderá se exigir declaração do credor inutilizando a validade do título • Art 322 – Presunção de pagamento na hipótese de cotas periódicas. (P. Iuris tantum= relativa) • Art 324 – Presunção de pagamento – Entrega do título (P. Iuris tantum= relativa) DO LUGAR DO PAGAMENTO • Obrigação quesível: Conceito:é aquela em que o lugar do pagamento é o domicílio do devedor. Efeito Jurídico: enquanto o credor não for buscar a prestação no domicílio do devedor, este não é constituído em mora. • Obrigação portável: Conceito: é aquela em que o lugar do pagamento é o domicílio do credor Efeitos jurídicos: na data do vencimento o devedor deverá procurar o credor em seu domicílio para efetuar o pagamento sob pena de estar em mora. • Art 327: em regra a obrigação é quesível OBS: quando houver mais de um lugar para o pagamento, a escolha cabe ao credor • Art 328: pagamento que consiste em bem imóvel, dá-se no lugar da situação do bem • Art 329 : o lugar do pagamento pode ser alterado ocorrendo motivo grave ( fortuito ou força maior) • Art 330: Presunção relativa de renúncia do credor relativamenteao local de pagamento previsto no contrato dada pela aceitação reiterada de pagamento em local diverso do estipulado contratualmente OBS: Venire contra factum próprio = contradição com a própria conduta TEMPO DO PAGAMENTO • ART 331: exigibilidade das obrigações puras OBS: as obrigações são exigíveis na data de seu vencimento • Art 332: nas obrigações condicionais a exigibilidade se dá com o implemento da condição dando-se ciência ao devedor. • Art 333: Hipóteses de exigibilidade do pagamento antes do dia do vencimento: ( caderno)
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