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Fatos Jurídicos: Classificação e Tipos

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Direito Civil
Fato jurídico (lato sensu): todo fato que produz efeitos jurídicos.
Fato não jurídico ou fato material: irrelevante para o Direito, por não acarretar consequências jurídicas.
Dos fatos jurídicos:
Quanto à função 
Constitutivos: criam uma relação jurídica.
Extintivos: põe fim à relação jurídica.
Modificativos: alteram uma relação jurídica já existente.
Quanto à natureza
Fato da natureza: o fato jurídico natural ou fato jurídico em sentido estrito (stricto sensu) é todo evento capaz de provocar consequências jurídicas que independem da vontade humana. São divididos em:
Ordinário: fato comum da vida que é relevante para o Direito, por ex: a concepção e o nascimento, que determinam o início da personalidade jurídica; a morte, que põe fim à mesma; a maioridade, que confere à pessoa capacidade civil plena. Prescrição e decadência também são exemplos de fatos ordinários, já que o simples decurso produz consequências jurídicas. A prescrição extingue a pretensão, e a decadência extingue o direito.
Extraordinário: fatos incomuns da vida, são eles: caso fortuito e força maior. Ambos são excludentes da responsabilidade civil.
Caso fortuito: pode ser decorrente de um ato humano (ex: acidente de carro), o que faz extrapolar os limites do fato jurídico stricto sensu. – IMPREVISIBILIDADE.
Força maior: em regra, é decorrente de um fato natural, por ex: tsunamis, terremotos etc. – INEVITABILIDADE.
Fato jurídico humano: é toda conduta – comissiva (ato de realizar algo indevido) ou omissiva (não realização de algo devido) – que gera consequências jurídicas. Caracterizado pela vontade humana. Divide-se em: fato jurídico humano ilícito e lícito.
Fato jurídico humano ilícito: comportamento humano contrário ao ordenamento jurídico: lei, moral, ordem pública e bons costumes. Ex: abuso de direito.
Art. 186 do CC- “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Fato jurídico humano lícito ou ato jurídico em sentido amplo (lato sensu): é toda ação humana (manifestação de vontade), que estando de acordo com o ordenamento, é capaz de produzir efeitos jurídicos. É dividido em três espécies: ato jurídico stricto sensu, ato-fato jurídico e negócio jurídico.
Ato jurídico stricto sensu: todo comportamento humano lícito capaz de gerar consequências jurídicas impostas por lei. No ato jurídico stricto sensu, a vontade humana não tem o condão de determinar ou modificar os efeitos previsto na lei, daí a afirmação de que sua eficácia é ex lege (por força da lei). Ex: pagamento, achados de tesouro, ocupação, intimação etc.
Ato-fato jurídico: espécie de fato jurídico qualificado pela conduta humana sem se levar em consideração a vontade de praticar o ato ou não. No ato-fato jurídico, não importa a intenção da pessoa que realizou o ato, tendo relevância apenas os efeitos que o ato produziu. Ex: compra e venda feita por crianças, caça, achado de tesouro etc.
Negócio jurídico: gera consequências jurídicas permitidas por lei e desejadas pela pessoa. Tanto o conteúdo do negócio como os seus efeitos são determinados pela vontade das partes, sendo, portanto, de eficácia ex voluntate. Ex: contratos, testamento etc. Possui várias classificações:
Quanto à manifestação de vontade
Unilaterais: manifestação de vontade de apenas uma parte.
Bilaterais: há duas manifestações de vontade.
Plurilaterais: mais de duas partes com interesses coincidentes.
Quanto às vantagens patrimoniais
Gratuitos: atos que outorgam vantagens, sem exigir uma contraprestação. Ex: contrato de doação pura, comodato etc.
Onerosos: envolve sacrifícios e vantagens para todos os envolvidos. Ex: contrato de compra e venda, de locação etc.
Bifrontes: de acordo com a vontade das partes, podem ser gratuitos ou onerosos. Ex: contrato de depósito etc.
Neutros: nem gratuitos nem onerosos, caracteriza-se pela ausência de atribuição patrimonial. 
Quanto ao momento da produção de efeitos
Inter vivos: produz efeitos estando as partes em vida. Ex: contratos de seguro de vida.
Causa mortis: produz efeitos após a morte. Ex: testamento.
Quanto à forma
Formais ou solenes: exigem, para sua validade, a observância da forma prevista na lei. Ex: casamento.
Informais ou não solenes: têm forma livre, sem interferência legal. Ex: doação de bem móvel.
Quanto à autonomia
Principais: existem por si mesmos. Ex: locação, compra e venda.
Acessórios: a existência pressupõe a do principal. Ex: a cláusula penal e os contratos de fiança, penhor etc.
Quanto às pessoas
Pessoais ou intuitu personae: o negócio sempre leva em consideração a vontade do negociante. Não se presume.
Impessoais: independe de qualidades pessoais.
Quanto à causa determinante
Causais ou materiais: o motivo consta expressamente. Ex: divórcio.
Abstratos ou formais: a razão não está inserida no conteúdo. Ex: termo de transmissão de propriedade.
Quanto ao momento da eficácia
Consensuais: formados a partir do momento em que há acordo de vontades. Ex: compra e venda pura.
Reais: somente se aperfeiçoam após a entrega do objeto. Ex: contrato de comodato etc.
Quanto à extensão dos efeitos
Constitutivos: geram efeitos ex nunc (não retroage), a partir da sua celebração para o futuro. Ex: contratos.
Declarativos: produzem efeitos ex tunc (retroage), a partir do momento em que ocorreu o fato que constitui seu objeto. Ex: partilha de bens na sucessão de uma pessoa, que retroage ao momento da morte.
Elementos constitutivos do negócio jurídico
Elementos essenciais: requisitos indispensáveis à existência e a validade do negócio celebrado.
Elementos naturais: regras comuns a determinados negócios jurídicos, sem que seja necessária sua previsão expressa no contrato.
Elementos acidentais: são as cláusulas inseridas num negócio jurídico com o objetivo de modificar uma ou algumas de suas consequências.
Planos do negócio jurídico
Condição: cláusula que é inserida no contrato pela vontade das partes e que subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Divide-se em:
Quanto à certeza
Condição incerta: é aquela em que as partes não sabem se o evento ocorrerá nem quando poderá ocorrer.
Condição certa: é aquela em que não se sabe se o evento ocorrerá, mas, se ocorrer, deverá ser em um momento determinado. Ex: maioridade, não se sabe se o menor estará vivo até o dia do seu aniversário de dezoito anos.
Quanto aos efeitos
Condição suspensiva: suspende o exercício e a aquisição do direito até seu implemento.
Condição resolutiva: é aquela que, quando verificada, põe fim aos efeitos do negócio.
Quanto à licitude
Condição lícita: está de acordo com o ordenamento jurídico (lei, norma, ordem pública e bons costumes) e com os valores do ordenamento (dignidade da pessoa humana, liberdade, igualdade etc).
Condição ilícita: contrária ao ordenamento jurídico, gera a nulidade do negócio.
Quanto à possibilidade
Condição possível: condição que pode ser cumprida tanto do ponto de vista físico como do jurídico. 
Condição impossível: pode ser impossível fisicamente (se nenhuma pessoa puder cumprir a condição) ou juridicamente (se a conduta atentar contra o ordenamento jurídico). Se a condição impossível for suspensiva, o negócio será nulo, se for resolutiva, a condição será inexistente, e o negócio, válido.
Quanto à natureza ou fonte
Condição casual: condição que fundamenta em um evento alheio à vontade das partes.
Condição potestativa: depende da vontade de um dos contratantes, que pode provocar ou impedir o seu implemento. Divide-se em:
Meramente potestativa: condição cujo implemento depende da vontade intercalada de duas pessoas – uma das partes impõe a condição e a outra deve cumpri-la.
Puramente potestativa: subordina a eficácia do negócio jurídico ao arbítrio de uma das partes. O implemento da condição depende da vontade da própria pessoa que a impôs. É considerada ilícita, gerando a nulidade.
Condição mista: condição que depende, ao mesmo tempo, da conduta (vontade)de uma das partes e de um ato que não depende da vontade das partes (depende do acaso ou da vontade de um terceiro).
Termo: é a cláusula que subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e certo. É classificado em:
Quanto aos efeitos
Termo suspensivo ou termo inicial: é aquele que, quando verificado, determina o início dos efeitos negociais. O termo suspensivo suspende o exercício, mas não a aquisição do direito, gerando direito adquirido. O termo pode ser introduzido no negócio pelas partes (termo convencional) ou pode ser estipulado pela lei (termo legal ou termo de direito).
Termo resolutivo ou termo final: é aquele que, quando verificado, põe fim aos efeitos do negócio jurídico.
Quanto à certeza
Termo certo: é o termo certo que ocorrerá e se sabe quando ocorrerá.
Termo incerto: termo certo que ocorrerá, mas não se sabe quando.
Prazo: é o lapso temporal existente entre um termo inicial e um termo final. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, a contagem do prazo deve ser feita com a exclusão do dia do começo, e com a inclusão do dia do vencimento.
Modo ou encargo: cláusula que impõe uma obrigação a quem é beneficiado por uma liberalidade.
Defeitos nos negócios jurídicos
Quando o problema é interno (na formação da vontade), fala-se em vício da vontade ou defeito do consentimento, existindo cinco espécies: erro ou ignorância, dolo, coação, estado de perigo e lesão. Quando o problema é externo (declaração da vontade), fala-se em vício social, sendo exemplo deste a fraude contra credores. No vício da vontade o prejudicado é sempre um dos contratantes.
Erro ou ignorância: o erro é a falsa percepção sobre um elemento determinante na realização de um negócio jurídico. Já a ignorância é o completo desconhecimento da realidade. A pessoa se engana sozinha.
Quanto à determinação
Erro substancial (error in substantia): recai sobre um aspecto relevante do negócio, incidindo sobre o núcleo essencial da declaração. Se a pessoa tivesse conhecimento da realidade, o negócio não seria celebrado. O negócio é anulável. Pode ser classificado em:
Erro sobre a natureza do negócio (error in negotio): uma das partes manifesta sua vontade, pretendendo e supondo celebrar determinado negócio jurídico, mas realiza outro diferente. Ex: quer alugar e escreve vender.
Erro sobre o objeto principal da declaração (error in corpore): a manifestação de vontade recai sobre objeto diverso daquele que o agente tinha em mente. Ex: pessoa que adquire um quadro de um aprendiz, supondo tratar-se de tela de um pintor famoso.
Erro sobre algumas das qualidades a ele essenciais do objeto principal (error in substantis ou error in qualitate): suposição de que o objeto possui determinada qualidade que, posteriormente, verifica-se inexistir. Ex: a pessoa compra um relógio de latão, achando que é de ouro.
Erro quanto à identidade ou à qualidade da pessoa (error in persona): concerne aos negócios jurídicos intuitu personae. Pode referir-se tanto à identidade quanto às qualidades da pessoa. Exige-se no entanto, para ser invalidante, que tenha influído na declaração de vontade “de modo relevante”. Ex: doação à pessoa que o doador supõe, equivocadamente, ser seu filho natural. Essa modalidade de erro tem importância no casamento e nas liberalidades, como na doação e no testamento.
Erro de direito (error juris): falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma jurídica aplicável a uma situação concreta e não implicando recusa à aplicação da lei. Ex: pessoa que contrata a importação de determinada mercadoria ignorando existir lei que proíba tal importação.
Dolo: artifício, engano promovido por uma pessoa, com a intenção de induzir outrem à prática de um ato jurídico, em prejuízo deste e proveito de outrem. O dolo no âmbito civil não se confunde com aquele previsto no âmbito penal, onde o agente atua com a vontade predestinada a causar o delito. É classificado em:
Dolo positivo: praticado por meio de ação.
Dolo negativo: omissão dolosa.
Dolo x Erro
O erro é sempre espontâneo, ou seja, a vítima se engana sozinha, enquanto no dolo o “equívoco” é provocado por outro.
Coação: ameaça ou pressão exercida sobre a pessoa para obriga-la, contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio jurídico. Divide-se em:
Coação física: não há manifestação livre da vontade e o ato é inexistente. Ex: Tomar a mão do declarante para assinar o ato contra sua vontade.
Coação psicológica: ameaça séria e idônea de algum dano ao declarante e o negócio é anulável. Ex: ameaça de revelar segredos pessoas ou profissionais.
Estado de perigo: refere-se a perigo de vida ou à integridade física de uma pessoa. Ocorre no momento em que se declara a vontade assumindo obrigação excessivamente onerosa, por conta da necessidade de salvar a si ou alguém a quem se liga por vínculo afetivo. Não aniquila a vontade por completo, mas limita a liberdade da manifestação. O prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio é de quatro anos, contado do dia em que se realizou o negocio jurídico. Ex: pagar 10 mil num táxi para levar um parente ao hospital.
Lesão: refere-se ao risco à iminência aos danos patrimoniais, é fruto de premente necessidade ou de inexperiência de uma das partes. Ex: evitar a falência etc.
Responsabilidade civil: compensação financeira, caráter punitivo e caráter pedagógico.
Elementos da responsabilidade civil
- Ação ou omissão do agente (conduta): o autor poderá responder quando for autor direto do fato etc.
- Dolo ou culpa do agente: o dolo demonstra a intenção do agente em causar o dano. Enquanto a culpa opera com a conduta não diligente, pouco cuidadosa, que por sua imprudência, negligência ou imperícia culmina dano a outrem.
- Nexo causal: relação existente entre a causa (conduta do agente) e o efeito (dano a ser reparado). Demonstra quem deu causa ao dano, ao prejuízo sofrido injustamente, o qual deverá indenizar a vítima. São excludentes da ilicitude do ato, por romperem o nexo de causalidade: culpa exclusiva da vítima, caso fortuito e força maior.
- Dano (material ou moral): deverá haver prova de dano efetivo, seja patrimonial (material) ou extrapatrimonial (moral).
Responsabilidade subjetiva e objetiva: a responsabilidade subjetiva é aquela que busca a prova da culpa do agente a fim de com ela lhe imputar o dever de indenizar a vítima. São excludentes da responsabilidade subjetiva: legítima defesa, estado de necessidade, o exercício regular de um direito, o estrito cumprimento do dever legal, caso fortuito e força maior. A responsabilidade objetiva não exige que se prove a culpa do agente; basta provar a existência do dano e do nexo causal.

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