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INTOLERANCIA SOCIAL NA SOCIEDADE DE CONSUMO; REFLEÇÃO SOBRE POSSIVEL CHAVES DE COMPRENSÃO

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1 
 
A (IN)TOLERÂNCIA SOCIAL NA SOCIEDADE DE CONSUMO: REFLEXÕES 
SOBRE POSSÍVEL CHAVES DE COMPREENSÃO 
Ivan Dias da Motta1 
 
 
 
 
 
RESUMO: Este ensaio procura realizar um exercício conceitual sobre a 
tolerância social como característica da consciência/personalidade nos 
relacionamentos humanos, realizando um paralelo mesmo que superficial com 
a tolerância social no âmbito da política e do direito. Esta reflexão é 
contextualizada no âmbito da sociedade do consumo e no campo teórico da 
sociedade do espetáculo, embora inicie o exercício no mundo clássico, para 
um resgate do conceito de identidade e de pertencimento. Como recurso 
metodológico, utilizou-se três metáforas relacionadas à hospitalidade. 
 
PALAVRAS-CHAVE: INTOLERÂNCIA. SOCIEDADE DO ESPETÁCULO. 
DIREITO. HOSPITALIDADE. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A Tolerância segundo o léxico (HOUAISS, 2009) pode ser compreendida como: 
Significado de Tolerância. n.f. 
1. Ação ou resultado de tolerar; 
2. Ação de consentir sem manifestar uma oposição ou agressividade; 
 
1
 Pós-doutor em Direito. Docente Permanente do Programa Mestrado em Ciências Jurídicas e do Curso 
de Direito do Unicesumar – Centro Universitário de Maringá. Pesquisador do Instituto Cesumar de 
Ciência, Tecnologia e Inovação. http://lattes.cnpq.br/1508111127815799. 2018. 
2 
 
3. Postura de quem permite que outras pessoas manifestem 
diferentes opiniões e pensamentos, por vezes divergentes dos 
seus, e ajam em função dos mesmos; consentimento ou aceitação; 
respeito pela opinião das outras pessoas; 
4. Vontade ou inclinação para desculpar lapsos e falhas dos outros; 
complacência ou condescendimento; 
5. Anuência, aprovação ou autorização; 
6. (Medicina) Referente ao decréscimo do efeito de um fármaco utilizado 
durante um longo período de tempo; 
7. (Medicina) Diminuição ou desaparecimento da resposta normal a 
determinado fármaco ou a uma substância que, normalmente, instiga 
certa resposta no organismo; 
8. Referente à margem de erro que pode ocorrer entre o valor padrão ou 
especulado e o valor alcançado. 
(Etm. do latim: tolerantĭa) 
 
Dos diversos sentidos possíveis para o tema da Tolerância, aqui vamos 
abordar o sentido da Tolerância Social, identificada como uma postura 
essencial para a convivência em sociedade. O exercício desta reflexão será 
realizado a partir do campo do pensamento jurídico, que é minha prática e nela 
que me expresso no mundo. Mas, obviamente, pretendo fazer as devidas 
interfaces com outros campos do saber, que informam a minha visão sobre os 
objetos da vida. 
Para ilustrar o sentido que adotado, tem-se que a Editora Objetiva e o Instituto 
Antônio Houaiss tiveram que responder uma ação civil pública promovida pelo 
Ministério Público Federal (MPF) em 2012, para a retirada de circulação das 
edições do Dicionário Houaiss, sob a alegação de que a publicação é 
discriminatória e preconceituosa em relação à etnia cigana. A palavra cigano 
tem no dicionário como um de seus significados “que ou aquele que trapaceia; 
velhaco, burlador” e “que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao 
dinheiro; agiota, sovina”. A forma pejorativa e depreciativa do termo leva à 
intolerância para com a etnia cigana. O dicionário talvez expressasse de 
maneira sintética os sentidos de uma história de discriminação contra a etnia 
cigana (ANDRADE JUNIOR, 2013) 
Este exercício de reflexão sobre o traço característico da tolerância na 
consciência/personalidade humana será realizado a partir de duas metáforas: 
a) O canibal convida você para jantar; b) Uma voz do call center me convidou 
3 
 
para um número 1 no MacDonalds... e eu aceitei! ; c) Salmo 23, 5 – “Preparas 
uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos (...)”. 
 
2. O CANIBAL CONVIDA VOCÊ PARA O JANTAR! 
 
Houve um tempo no processo civilizatório (ELIAS, 1990) da humanidade em 
que o relacionamento com o outro (TODOROV, 2010) se dava por um choque 
de identidades coletivas: o seu povo contra o meu povo. Estes indivíduos 
pertenciam a um povo e esse pertencimento estabelecia, no momento do 
relacionamento, um estranhamento entre duas identidades bem definidas. 
Em geral, por necessidades de sobrevivência do coletivo ou mesmo pelo 
impulso primário de dominação, a busca de recursos para além das fronteiras 
provocava o contato com novas identidades. A guerra é a expressão mais 
essencial deste cenário de confronto natural, porque nascimento, vida e morte 
são elementos dessa natureza primária (HOMERO, 2013). 
A violência como elemento natural foi explicada pelo homem como uma 
decorrência da atuação metafísica dos Deuses, dentro da teofania grega 
(JAEGER, 2001). Mas a curiosidade ou mesmo a necessidade, faz o homem 
pensar em alternativas à guerra para humaniza-la ou dar-lhe um sentido 
inteligível. 
Na Ilíada de Homero temos a figura de Aquiles na guerra de Troia. Um 
guerreiro implacável que impunha a morte aos seus adversários, mas que 
humanizava a tragédia da guerra com um Código de Honra. A história contada 
em nossos dias, por filmes2, apresenta um Aquiles que vez em seu rei Menelau 
um homem desonroso e decide sair da batalha, mas diante da morte de seu 
próprio imediato por engano, vê-se obrigado pelo Código de Honra à vingança 
contra o Troiano Hector, e mais uma vez por honra suspende a Guerra para 
que o Rei de Paris de Troia possa enterrar seu filho Hector. 
 
2
 TROIA, 2004, direção de Wolfgang Petersen. Warner Bros. 
4 
 
Usando essas imagens do homem, gostaria de resgatar para nosso debate de 
sobre a tolerância ou intolerância, as raízes da aniquilação ou o estatuto da 
morte do outro. No mundo antigo, a morte ou aniquilação do outro encontrava 
um estatuto, que era partilhado por todos os homens. Mesmo no espaço da 
guerra, a morte do outro tem um significado e os rituais de passagem para o 
mundo dos Deuses devia ser respeitado. Veja a tragédia de Antígona, que traz 
o conceito de legitimidade em confronto com a legalidade. Na estória, Antígona 
quer honrar o irmão morto e enterra-lo, mesmo contra o decreto do Rei. Há um 
conflito entre Lealdade (aliança) e Norma de Conduta (Lei) (MOTTA E MOCHI, 
2009). 
Este é um mundo de homens que definiam sua identidade e pertencimento por 
suas crenças e deuses e o relacionamento com o outro/o estrangeiro pela 
guerra e dominação, reconhecendo o que lhe são comuns: nascimento, vida e 
morte. Havia uma lógica, por exemplo, na completa aniquilação da família real 
do outro, já que a sobrevivência poderia reacender a ideia de vingança, mas a 
escravização do povo como força produtiva necessária. 
O homem no mundo clássico, aqui utilizado apenas como categoria do 
pensamento, embora fosse aos olhos contemporâneos bárbaros e violentos e 
absolutamente intolerantes, encontravam na identidade e no pertencimento 
uma base comum de justificativa para aniquilação ou aliança com o outro. 
Neste universo do mundo antigo, o surgimento do cidadão em detrimento da 
figura do guerreiro, revela uma humanização do confronto nos relacionamentos 
sociais. As novas estratégias estimulavam o crescimento da produção e do 
comercio e prolongavam os tempos de paz. O casamento em diversas culturas 
foi um instrumento destas estratégias de aliança e tolerância entre os povos 
(COULANGES, 1999). 
O surgimento da polis grega “marca um começo, uma verdadeira invenção; por 
ela, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma nova, cuja 
originalidade será plenamente sentida pelos gregos” (VERNANT, 2002, p. 53). 
A vida na pólis necessita do surgimento de uma nova forma de manifestaçãode forças: a política. 
5 
 
Dois textos do poeta Hesíodo, Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, 
representam essa virada da vontade humana para novas de coexistência no 
mundo. Na Teogonia Hesíodo posiciona-se como aquele homem submisso à 
vontade dos deuses, que lhe concedem o ofício de poeta, já em Os Trabalhos 
ele é o protagonista na Guerra contra a terra com seu esforço para produzir e 
tomar dela o sustento do seu povo. (MOTTA e MOCHI, 2009). 
Essa declaração de independência do pensamento humano em relação ao 
sagrado e a afirmação da autonomia do agir sobre o mundo traz a 
responsabilidade para com o outro, enfim o campo da Ética e da Moral. No 
mundo antigo ou tradicional, a ideia de hospitalidade (MONTANDON, 2011) 
ligada ao processo civilizatório (ELIAS, 1990), torna-se mais que apenas regras 
de recepção do estrangeiro; acaba por se constituir no cenário da batalha 
racional pela conquista da sobrevivência ou da formação de alianças contra 
inimigos comuns. 
Neste ponto, posso formular minha hipótese de que a agressividade em estado 
de natureza no homem, impulsionou a humanidade tanto à guerra como à ética 
civilizatória da sociedade. O homem, portanto, é o único animal que consegue 
visualizar a existência de outra realidade, que não seja apresentada 
momentaneamente pela agressividade. O homem consegue dar uma 
significação intencional diante da morte individual ou coletiva e trazer valor à 
vida, construindo o campo da ética para orientar as possibilidades de 
sobrevivência e perpetuação de si e do outro. 
Assim, inserindo a TOLERÂNCIA, como traço da consciência/personalidade 
humana, dentro da racionalidade e da ética, é minha hipótese que: o homem 
tolerante possui fortemente sua identidade e senso de pertencimento. Aquele 
que tem identidade e pertencimento, diferencia-se do outro, bem como sabe 
dar sentido ao outro individual ou coletivo que se apresenta para o 
relacionamento. O homem tolerante, a partir de sua identidade e seu 
pertencimento, consegue dar significado à presença/ação do outro e lhe dar 
6 
 
significado de uma agressão/violência ou de uma convivência amistosa, 
mesmo que equivocadamente3. 
Afinal, o convite do canibal para jantar deve trazer para mim, que não sou 
canibal, alguns questionamentos: é uma ação hospitaleira? se não serei o prato 
principal, quem será servido? Devo recusar e isso será entendido como um ato 
de agressão/intolerância? Meu conjunto de valores permite a convivência com 
essa prática ou apenas se trata de uma preferência gastronômica tolerável? 
Uma identidade que em sua essência me aniquila ou atenta contra minha 
existência é intolerável? 
 
2. UMA VOZ DO CALL CENTER ME CONVIDOU PARA UM NÚMERO 1 
NO MACDONALDS... E EU ACEITEI! 
 
O projeto de modernidade depositou no impulso de dominação científica da 
natureza seu motor principal. A sociedade dos indivíduos (ELIAS, 1990) livres, 
iguais e fraternos vive os sonhos de autocontrole e identifica na 
física/matemática as possibilidades de regulação da organização do social. O 
estado liberal abandona as paixões das sociedades tradicionais e lança-se aos 
interesses dos indivíduos civilizados e eticamente comprometidos, não mais 
por amor a Deus, mas por solidariedade (HIRSCHMAN, 2002). 
Contudo, o projeto desencadeado nas luzes do século 18, surpreende-se com 
a devastação do século 20. TODOROV, 2012, p. 196, afirma na obra “Os 
inimigos íntimos da democracia”, no tópico “os inimigos em nós”: 
Nenhuma ilusão é mais difícil de expulsar do que aquela que nos faz 
acreditar que nosso modo de vida é preferível ao das pessoas que vivem 
em outros lugares ou que viveram outrora. Já não acreditamos na ideia 
de um progresso linear e contínuo, mas isso não nos impede de esperar 
avançar na direção certa; vimos que essa perspectiva era inerente ao 
 
3
 Para aprofundamento do autoengano no confronto entre povos, indico o texto de TZVETAN TODOROV, 
“A conquista da américa: a Questão do outro.” São Paulo: Martins Fontes. 2011, que explica como a 
cosmogonia INCA ajudou o povo espanhol na conquista do povo inca, pois eles aguardavam os Deuses 
que viriam conforme suas profecias. Em outras palavras, o pertencimento àquele conjunto de crenças 
não os ajudou a julgar a agressão e invasão espanhola. Ao menos, não nos primeiros contatos. Isto 
também traz a questão da sedução e da mentira como estratégia de conquista e, formas mais 
dissimuladas de violência e dominação. 
7 
 
projeto democrático. No entanto, a darmos crédito a certos 
observadores, nossa época, longe de ser marcada por um processo de 
civilização, ilustra um estado de brutalização crescente; como prova 
disso, o cruel século XX... 
O campo do direito não ficou alheio à essa devastação do século 20, propondo 
a superação do positivismo jurídico que deu suporte à justificação do nazismo, 
do fascismo e de outras ordens autoritárias no mundo contemporâneo, todos 
construídos sobre uma ética legalista, uma moralidade de acobertamento, do 
utilitarismo e pragmatismo de fins e meios sociais. Em outras palavras, todo o 
avanço da tecnologia e da ciência não garantiu a efetivação dos direitos 
humanos anunciados nas Constituições Nacionais, mas tem aperfeiçoado os 
meios de dominação e sofrimento das pessoas. 
SIQUEIRA JR, 2009 afirma no âmbito do direito brasileiro, sempre tardio em 
suas conquistas: 
“a modernidade foi representada pela conquista dos direitos humanos. O 
desafio da pós-modernidade é a concreta realização desses direitos. 
Estamos na era da efetivação dos direitos humanos e da Constituição. A 
República Federativa do Brasil foi construída com fundamento no valor 
fundamental da dignidade da pessoa humana, que embasa todos os 
direitos humanos consagrados na Constituição Federal de 1988. 
O contexto pós-moderno contrasta com o valor do ser humano, pois o 
efêmero, o volátil e o relativo são suas marcas preponderantes. O 
relativismo prega a inexistência de qualquer valor absoluto. E afirma 
certeza absoluta nessa assertiva. Que contradição! Os homens 
representam os valores absolutos do Universo. Estamos perdendo o 
sentido da humanidade? Nunca estivemos tão juntos e tão isolados. A 
tecnologia causa a sensação de unidade, mas ao mesmo tempo provoca 
o distanciamento social. 
Nesse cenário, os valores são tidos como relativos, sendo que o 
conceito de ética deve ser verificado em fatos sociais observáveis. Essa 
postura avalorativa nega a liberdade e a dignidade humana. Ao se 
rejeitar a responsabilidade moral e a justiça objetiva, nega-se a própria 
humanidade. 
Atualmente, o movimento pós-positivista tem suas bases em um direito que 
propõe tolerância, bom senso e cidadania (SIQUEIRA JR, 2009): 
“A tolerância deve ser a sequencia ética da diversidade. O bom senso é 
a atenuação da absolutização do dogma. A cidadania é fruto da 
exigência da participação nos assuntos coletivos. Essa visão reafirma a 
dignidade da pessoa humana.” 
8 
 
Esse movimento do direito pós-positivista, assume contornos de resistência à 
opressão da tecnociência, mas acaba por pressupor uma 
Consciência/Personalidade capaz de se opor. Contudo, MARCUSE, 2015, p. 
237, na obra “O homem unidimensional”, após extensa análise dos efeitos da 
sociedade de consumo sob a atuação da tecnociência, ainda na década de 60, 
já concluía que: 
A combinação de autoridade centralizada e democracia direta está 
sujeita a variações infinitas, segundo o grau de desenvolvimento. A 
autodeterminação será real na medida em que as massas forem 
dissolvidas em indivíduos liberados de toda propaganda, 
doutrinação e manipulação, capazes de conhecer e compreender os 
fatos e de avaliar as alternativas. Em outras palavras,a sociedade 
seria racional e livre na medida em que é organizada, mantida e 
reproduzida por um Sujeito histórico essencialmente novo. 
No presente estágio do desenvolvimento das sociedades industriais 
avançadas, o sistema material, tanto quanto o cultural, nega essa 
exigência. 
SENNET, 2005, na obra “A corrosão do caráter: as consequências pessoais do 
trabalho no novo capitalismo”, aborda as causas para o desaparecimento 
progressivo dessa personalidade autoconstante e responsável, a partir do 
questionamento: 
“Quem precisa de mim?” é uma questão de caráter que sofre um desafio 
radical no capitalismo moderno. O sistema irradia indiferença. Faz isso 
em termos dos resultados do esforço humano, como nos mercados em 
que o vencedor leva tudo, onde há pouca relação entre risco e 
recompensa. Irradia indiferença na organização da falta de confiança, 
onde não há motivo para se ser necessário. E também na reengenharia 
das instituições, em que as pessoas são tratadas como descartáveis. 
Essa práticas óbvias e brutalmente reduzem o senso de que contamos 
como pessoa, de que somos necessários aos outros. 
Por fim, ainda nesta construção conceitual do Homem Tolerante, vale citar a 
leitura precisa de STUART HALL, 2015, na obra “A identidade cultural na pós-
modernidade”, que identifica o fenômeno da descentração do sujeito 
cartesiano4. São cinco fenômenos para os quais HALL atribui os fundamentos: 
a) as tradições do pensamento marxista, agora reinterpretado pelo 
estruturalismo de Althusser, segundo o qual Marx teria deslocado dois 
 
4
 Aqui, no texto, o sujeito cartesiano é identificado com aquele idealizado pela modernidade liberal, 
sujeito libre, igual e fraterno, não mais submisso à metafísica religiosa, mas dado ao positivismo 
científico. 
9 
 
pontos fundamentais: i) qua há uma essência universal de homem; ii) 
que essa essência é o atributo de cada indivíduo singular, o que é seu 
sujeito real. Em outras palavras, o marxismo nesta leitura apresenta um 
anti-humanismo teórico, ou seja, um imanestismo histórico dialético de 
forças produtivas reproduzindo as formas de dominação; 
b) a teoria de Freud sobre o inconsciente, a releitura da “formação 
inconsciente do indivíduo” por pensadores pós-psicanalíticos como 
Lacan, traz a origem “contraditória da identidade”. A 
consciência/personalidade não é algo inato, mas um “processo de 
identificação”. Essas descentrações da psicanálise afetam diretamente a 
noção de um sujeito estável, racional e responsável; 
c) o trabalho linguístico estrutural de Ferdinand de Saussure, que 
argumentava que nós não somos, em nenhum sentido, os “autores” das 
afirmações que fazemos ou dos significados que expressamos na 
língua. A língua não é uma expressão precisa dos objetos da realidade 
em que se vive. Os significados são cambiantes em suas identidades e, 
portanto, relativos e mutáveis pela diferença; 
d) a teoria do poder disciplinar de Michel Foucault, que consiste na 
centralidade do poder como categoria que organiza os seres humanos 
como um corpo dócil e controlável em todas as suas necessidades e 
sonhos. Obviamente, esse cenário está adstrito à sociedade de 
consumo no capitalismo tardio/contemporâneo; 
e) o impacto do feminismo, como movimento social precursor das 
reinvindicações das minorias oprimidas/vitimizadas pela sociedade 
burguesa e religiosa do liberalismo clássico. Ele abriu para a 
contestação política, arenas inteiramente novas de vida social – a 
família, a sexualidade, o trabalho doméstico, a divisão domestica do 
trabalho, o cuidado e educação das crianças, a submissão dos filhos, as 
carreiras e escolhas profissionais, a cultura tradicional etc. Traz-se a 
politização da rebeldia, como luta por reconhecimento. 
Quero destacar uma característica destas causas da descentração do sujeito 
na contemporaneidade, que se trata de uma moral provisória desenvolvida a 
partir da idéia de espetáculo. DEBORD, 1997, p. 39, em obra seminal “A 
10 
 
sociedade do espetáculo”, analisa a sociedade como um grande palco, onde o 
show não pode parar e o espectador deve ser mantido preso em um tempo 
presente contínuo, submetido ao máximo controle e prazer: 
O movimento de banalização que, sob a diversão furta-cor do 
espetáculo, domina mundialmente a sociedade moderna, domina-a 
também em cada ponto em que o consumo desenvolvido das 
mercadorias multiplicou na aparência os papéis e os objetos a escolher. 
A sobrevivência da religião e da família – a qual continua sendo a 
principal forma da herança do poder de classe -, e, por isso, da 
repressão moral que elas garantem, pode combinar-se como uma só 
coisa com a afirmação redundante do gozo deste mundo, sendo este 
mundo produzido justamente apenas como pseudogozo que contém em 
si a repressão. À aceitação dócil do que existe pode juntar-se a revolta 
puramente espetacular: isso mostra que a própria insatisfação, tornou-se 
mercadoria, a partir do momento em que a abundância econômica foi 
capaz de estender sua produção até o tratamento dessa matéria-prima. 
A sociedade espetacular cria um mecanismo de banalização da vida, pois 
mesmo as heranças tradicionais são facilmente substituídas pelo gozo deste 
mundo espetacular. Não é raro encontrar o relato do isolamento dos membros 
da família vivendo sob o mesmo teto, ou mesmo o isolamento em uma mesa 
de restaurante na qual cada um está com seu próprio celular sem trocar sequer 
um olhar para o outro. Qualquer tentativa de romper com o espetáculo, traz 
uma reação de deboche ou bocejo, ou seja, uma reação violenta a qualquer 
tentativa de aproximação que aniquila o humano. Mas não para ai, até mesmo 
uma reação mais violenta pode ser apenas performática (espetacular), a fim de 
substituir a “vedete” da cena. 
Para exemplificar o extremo desta visão, remeto o leitor ao filme O Congresso 
Futurista, 2014, de Ari Folman, que conta a história de uma Atriz (Robin Wrigth) 
que vive o drama de vender sua personalidade virtualizando-se para um 
ambiente controlado pelo Estúdio Produtor. Indico para aprofundamento a 
palestra de Marilena Chaui, intitulada “A contração do tempo e o espaço do 
espetáculo”5. Nestas fontes poderemos verificar uma fenomenologia da 
percepção6 transformada pela alienação de si mesmo e intensificada pela 
tecnologia do ambiente virtual. A possibilidade da atopia, da anomia e da 
 
5
 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=1uxcFHTDOjw. 
6
 MERLAU-PONTY, Maurice. A fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes. 1996. 
11 
 
acronia caracteriza o presente continuo cativante do espetáculo, embora 
oposta pela extrema solidão do real. 
A construção da sociedade orientada para o espetáculo oferece ao homem 
espectador/ator um prazer individual vertiginoso, absolutamente asséptico e 
controlável podendo em um “click” eliminar-se ou equilibrar as agressões ou 
incursões indesejáveis. A tolerância social para um Outro real pessoal passa a 
ser obsoleta em relação à etiqueta/tolerância do ambiente asséptico e imune 
do virtual. 
Após essa construção, posso formular minha hipótese para a questão do 
homem tolerante no momento em que vivemos: o homem da sociedade do alto 
consumo tem condições para ser exercer tolerância social? Se o homem 
descentrado da sociedade do consumo não possui uma identidade e um 
pertencimento estável, a tolerância neste cenário seria apenas performática 
(espetacular) e não ética? Se o comportamento tolerante deixou de ser ético, 
para ser apenas performático (espetacular), sob o rótulo de ser inclusivo, seria 
também um passaporte para a indeferenciação (mais um corpo na cena:o 
atual ex-BBB em destaque) ? 
Assim, voltamos à metáfora da máxima indiferenciação: seria possível imaginar 
um grau de tolerância social na qual minha solidão fosse rompida por uma voz 
de call center que me convidaria para um encontro no repasto universal 
(MacDonalds) para comer um alimento universal chamado número 1? Veja que 
não se trata de um relacionamento virtual com uma personagem da Nitendo 
(Rinko, Loveplus7), mas apenas uma voz? Como tolerar a solidão, entendida 
como a perda da capacidade de estar só em reflexão ou contemplação? 
 
3. SALMO 23, 5 – “PREPARAS UMA MESA PERANTE MIM NA PRESENÇA 
DOS MEUS INIMIGOS (...)” 
 
 
7
 Japonês se casa com personagem de videogame em cerimônia no mundo real. Conhecido como 
'sal9000', jovem já namorava Nene Anegasaki em game. Noiva integra simulador de namoro chamado 
‘Love plus’, do Nintendo DS. http://g1.globo.com/Noticias/Games/0,,MUL1392691-9666,00-
JAPONES+SE+CASA+COM+PERSONAGEM+DE+VIDEOGAME+EM+CERIMONIA+NO+MUNDO+REAL.html 
12 
 
Vou começar esta última etapa da reflexão, com a provocação de DEBORD, 
1997, p. 185: 
Esta democracia tão perfeita fabrica seu inconcebível inimigo, o 
terrorismo. De fato, ela prefere ser julgada a partir de seus inimigos e 
não a partir de seus resultados. A história do terrorismo foi escrita pelo 
Estado; logo, é educativa. As populações espectadoras não podem 
saber tudo a respeito do terrorismo, mas podem saber o suficiente para 
ficar convencidas de que, em relação a esse terrorismo, tudo mais deve 
lhes parecer aceitável, ou no mínimo, mais racional e mais democrático. 
A provocação aqui está na possibilidade do Terror/Intolerante Extremo fazer 
parte do planejamento do espetáculo, ou seja, de um clímax que ameaça uma 
posição confortável, utilizada apenas para se saber que tudo retornará à 
normalidade. O terror no âmbito político e a intolerância nas relações pessoais 
exercem assim uma função específica, científica e precisa como reforço 
educativo e legitimação do padrão de performace. 
Mas existem externalidades8, que interferem ou mostram-se resistentes como 
ecos da realidade física tópica, temporal e normativa, portanto suja e 
contaminada. BAUMAN citado por HALL, 2015, p.55 nos apresenta brechas, 
contradições, resistências e esperanças que não se conformam com os 
algoritmos: 
O “ressurgimento da etnia” ... traz para a linha de frente o florescimento 
não antecipado de lealdade étnicas no interior das minorias nacionais. 
Da mesma forma, ele coloca em questão aquilo que parece ser a causa 
profunda do fenômeno: a crescente separação entre o pertencimento ao 
corpo político e o pertencimento étnico (ou mais geralmente, a 
conformidade cultural) que elimina grande parte da atração original do 
programa de assimilação cultural... A etnia tem-se tornado uma das 
muitas categorias, símbolos ou totens, em torno dos quais comunidades 
flexíveis e livres de sanção são formadas e em relação às quais 
identidades individuais são construídas e afirmadas. Existe agora, 
portanto, um número [muito] menor daquelas forças centrífugas que uma 
poderosa demanda por uma distintividade étnica pronunciada (embora 
simbólica) e não por uma distintividade étnica institucionalizada. 
Essa diferença entre distintividade étnica pronunciada e não institucionalizada, 
faz surgir a distinção entre símbolo e signo. Símbolo como imagem carregada 
 
8
 Carlos Alberto. Longo oferece a seguinte definição: “Uma externalidade é uma imposição de um efeito 
externo causado a terceiros, gerada em uma relação de produção, consumo ou troca”. Esse conceito 
trazido da economia permite entender a linguagem dessa interferência ou elemento não contemplado 
no algoritmo planejado do espetáculo. 
13 
 
de valor (a bandeira de uma Nação), que enche de sentido a identidade e o 
pertencimento do homem em si mesmo; e o Signo como um objeto a ser 
apropriado e significado pelos valores predefinido pelo fetiche (marca). 
Esse influxo da etnia e, também, da religião como contracultura e resistência à 
banalização da sociedade do espetáculo e consumo, foi analisada por MATOS, 
2015 no texto “Antes da Chuva: a metamorfose do circulo” que se resume em: 
Este ensaio procura mostrar de que maneira a modernidade tecnológica 
produz em permanência comportamentos arcaicos, preservados no 
interior da civilização que se pretende lógica e científica. Da 
pseudoformação escolar aos particularismos políticos, do fim do espaço 
público às legislações submetidas a lobbies, passa-se da ideia de polis – 
a cidade como destino comum de uma coletividade que partilha os 
mesmos valores – à thyase – organização de grupos na forma de seitas 
– religiosas ou políticas. Mostra-se, assim, o modo de produção do mal-
estar e da violência no mundo contemporâneo, só podendo ser 
superados rompendo-se com os particularismos ressentidos e com a 
política que opõe amigo e inimigo. Neste sentido, assim como o futuro é 
contingente, o passado também o é, podendo ser reaberto em suas 
esperanças de paz e felicidade não cumpridas e que podem fazer advir 
o presente. 
Segundo essa autora, o tempo não é um círculo fechado (presente contínuo), 
mas a arte e a religiosidade significam a utopia do possível. Esses campos do 
saber e da vida humana trazem novas leituras sobre a realidade opressora e 
esperanças de novos horizontes. O romance “o fundamentalista relutante” de 
MOHSIN HAMID e a análise de EDWARD W. SAID em “Orientalismo: o oriente 
como invenção do ocidente” revelam as contradições ou nuances que o 
OUTRO possui, mas que o Sujeito Intolerante satisfeito com o Signo do Outro 
não foi condicionado a perceber. 
Para o contexto do nosso tema, essas chaves de compreensão revelam que na 
sociedade do espetáculo a primeira reação da vítima diante da 
agressão/intolerância pode ser condicionada ou espetacular. A reação e a 
agressão podem ser preconcebidas, como signos apropriados sem 
intermediação da consciência/personalidade, mas apenas consumidas e 
reproduzidas. 
No mundo real, em geral, as traições e as frustrações ocorrem entre pessoas 
que se relacionam e, portanto, entre pessoas que nutrem expectativas e 
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idealizações umas sobre as outras em ambientes de sociabilidade. 
Consciências/personalidades seguras de suas identidades e pertencimento são 
capazes de superar as frustrações e seguirem suas vidas e, mesmo, perdoar 
ou perdoar-se quando sofremos ou causamos sofrimentos, buscando 
alternativas ao impulso de aniquilação do Outro (agressor/vítima). 
Assim, posso formular minha hipótese final nesta reflexão, a partir da metáfora 
do Salmo 23, do Rei Davi, “4. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da 
morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu 
cajado me consolam; 5. Preparas uma mesa perante mim na presença dos 
meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” 
Davi tem sua identidade e seu pertencimento definidos pela aliança com o 
Deus de seus ancestrais (tradição) e, mesmo diante da morte/intolerância, Davi 
tem seus valores/princípios/símbolos, que o faz querer sentar-se à mesa com 
seus inimigos sem pretender eliminá-los. 
 
REFLEXÕES E CHAVES DE COMPREENSÃO 
 
As chaves para reflexão e compreensão que proponho neste ensaio podem ser 
sistematizados a partir das seguintes assertivas: 
1. A metáfora “O Canibal convida você para o Jantar” faz alusão ao 
relacionamento com um Outro com o qual não de pode estabelecer 
qualquer relacionamento amistoso, logo a intolerância está na essencial 
das identidades e dos pertencimentos. A sociedade tradicional, antiga ou 
medieval, produziu uma consciência/personalidadecapaz de 
compreender a identidade do Outro que em sua essência promoveria 
sua aniquilação; 
2. A metáfora “Uma voz do call center me convidou para um número 1 no 
macdonalds... e eu aceitei!” traz a indeterminação do sujeito na 
sociedade do consumo que orienta seu funcionamento pelo conceito de 
Espetáculo. Essa sociedade pós-moderna (contemporânea), não só 
descentrou o homem (sem identidade e sem pertencimento) em um 
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presente contínuo de prazer cientificamente controlado pelos diversos 
centros de poder (estado, mídia, empresa, propaganda, etc). Essas 
características do homem condicionado por signos predefinidos no 
prazer do consumo, faz questionar a capacidade da tolerância ao não 
prazer espetacular muitas vezes personificado no Outro (tolerante ou 
intolerante); 
3. A metáfora “Salmo 23, 5 – Preparas uma mesa perante mim na 
presença de meus inimigos,...” faz alusão ao ressurgimento das etnias, 
das artes e da religiosidade como refugio da banalização, da 
massificação e da solidão da vida de consumo abundante. Esses 
campos do saber reabrem o passado, a tradição, para o homem 
contemporâneo sem capaz de imaginar um futuro naquilo que foi o 
melhor do passado de seus ancestrais. Para tanto, preciso identificar-me 
e estabelecer meu pertencimento a valores e princípios capazes de 
atribuir sentido existencial. Esse ressurgimento da necessidade de 
identificação e de pertencimento simbólico traz uma brecha para a 
construção da capacidade conviver com o Outro (suas positividades e 
negatividades) e, principalmente, comigo mesmo (minhas positividades 
e negatividades) com maturidade. 
 
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