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ROTEIRO PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

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ROTEIRO PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
A psicologia do trânsito é uma área de conhecimento que tem a finalidade de estudar o comportamento humano no contexto do trânsito, a partir de uma investigação dos processos externos e internos, e os fenômenos conscientes e inconscientes que ocorrem nesse contexto.
A área da Psicologia da Trânsito estuda os comportamentos de todos os intervenientes no trânsito, nomeadamente: os pedestres (peões), os motoristas, os motoqueiros, os ciclistas, os motoristas e passageiros de transportes de coletivos, incluindo inclusive os participantes do tráfego aéreo, marítimo, fluvial e ferroviário. Porém a Psicologia do Trânsito foca-se essencialmente nos comportamentos dos intervenientes no tráfego nas redes urbanas.
O comportamento no trânsito embora aparentemente se perceba como simples, este implica uma elevada complexidade. O comportamento no trânsito pode incluir processos de atenção e concentração, de detecção e diferenciação, de percepção, de tomada de decisão, memória a curto e a longo prazo, a aprendizagem e o conhecimento de normas e símbolos gerais e específicos, a motivação. Integra também uma série de automatismos perceptores-motores, de uma velocidade de resposta elevada pronta ao feedback e à previsão de situações em cruzamentos, curvas, lombas. Bem como também uma serie de atitudes, sentimentos e emoções face aos outros intervenientes, à autoridade, às normas de segurança, etc. Assim sendo é necessária uma análise aprofundada a fim de prever e evitar acidentes.
A Psicologia do Trânsito procura entender as atitudes e comportamentos pela observação e experimentação, do inter-relacionamento com outras ciências que estudam o trânsito e ajudar, por meio de métodos científicos e didáticos, na formação de comportamentos mais seguros e condizentes com o exercício de uma perfeita cidadania. A atuação do psicólogo nesse contexto está voltada para:
- Trabalhar com as fobias de pessoas que, apesar de possuírem a Carteira Nacional de Habilitação e terem carro na garagem não tem coragem de trafegar na via pública;
- Propor intervenções com alcoólicos, dado que eles frequentemente se envolvem em acidentes.
- Desenvolver atividades e estudos com viciados em drogas, estudando as influências das drogas sobre o ato de dirigir.
- Trabalhar nas comunidades de bairro, avaliando com a população quais as dificuldades enfrentadas em relação ao trânsito, de que forma ocorrem os acidentes, como é o serviço do transporte coletivo.
 - Promover, na área hospitalar, terapia de apoio para os acidentes de trânsito.
A avaliação psicológica
A avaliação psicológica no contexto do trânsito no Brasil surgiu antes da promulgação da profissão de psicólogo. Em 1953, essas avaliações passaram a ser consideradas obrigatórias para candidatos à profissão de motoristas e, em 1962, ano de regulamentação da profissão do psicólogo no Brasil, o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN estendeu a avaliação psicológica para todos os candidatos interessados na obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. Assim, é esperado de um psicólogo do trânsito que ele avalie as condições psicológicas de um (candidato/a) a motorista, conforme determina a Resolução 425/2012 - CONTRAN. Essa avaliação deve verificar se o candidato tem a capacidade de psicofisiológica para evoluir de um motorista incompetente para se torna um motorista competente e se a base psicológica como um todo do candidato a motorista é sã o suficiente para assegurar que ele ou ela continue sendo um motorista competente.
Na avaliação psicológica no trânsito, um dos processos psíquicos avaliados é o processamento de informação. Nesse processo, a informação disponibilizada pelo ambiente é processada através de uma série de sistemas de processamento (atenção, percepção, memória de curto prazo). Na categoria processamento de informação são avaliados os aspectos: orientação espacial e avaliação de distância, conhecimento cognitivo, Identificação significativa e o Julgamento ou juízo crítico.
A resolução n 425, de 27 de novembro de 2012, dispõe sobre o exame de aptidão física e mental e avaliação psicológica. Segundo essa resolução, na avaliação psicológica poderão ser utilizados as seguintes técnicas e instrumentos: entrevistas diretas e indiretas; testes psicológicos, que deverão estar de acordo com resoluções vigentes do Conselho Federal de Psicologia - CFP, que definem e regulamentam o uso de testes psicológicos; dinâmicas de grupo e escuta e intervenções verbais.
Elementos relacionados ao trânsito
As habilidades diretamente relacionadas à direção são guiadas por níveis mais altos de objetivos e motivos, e seu sucesso ou fracasso nesse nível superior afeta as habilidades nos níveis inferiores (estratégico, tático e operacional). A maioria dos modelos de comportamento de dirigir contém apenas quatro níveis diretamente relacionados ao ato de dirigir - os níveis estratégico, tático e operacional e o motivacional.
Muito antes de inventar a roda - mais ou menos 5000 anos a.c - os comerciantes do Oriente levavam seus produtos no lombo dos animais por longas jornadas, para efetuar trocas nas aldeias. Hoje, os homens se utilizam de carros, motos, ônibus para se locomoverem nas estradas. Nos dois casos, pode-se destacar que o homem, veículo e via os elementos essenciais no trânsito ou no transporte.
Os acidentes de trânsito são considerados um grave problema de saúde pública. Vários estudos têm sido desenvolvidos na área do trânsito, visando a minimização dos danos que vêm constantemente ameaçando a estrutura social, de saúde e econômica devido ao grande número com vítimas fatais e com sequelas. Como consequência temos:
- Um número representativo dos leitos hospitalares dos setores de ortopedia e traumatologia são ocupados por sobreviventes de acidentes de trânsito.
- A média de internação para sobreviventes de acidentes de trânsito é 20 dias, gerando um custo médio de 20 mil dólares por ano para o SUS. 
- A dimensão do prejuízo considerado psicológico é variável, podendo ser leve, com alterações reativas na dinâmica da personalidade ou na vida social, sexual, afetivo-emocional e profissional.
- Os acidentes de trânsito podem gerar consequências psicológicas mais graves com o aparecimento de episódios depressivos graves com sintomas psicóticos.
- Os acidentes podem gerar graves lesões que levam à incapacidade e dificuldades de readaptação a vida normal, principalmente do trabalho.
Marketing social e o trânsito
O aparecimento de instrumentos de marketing com a finalidade de mudar condutas sociais teve sua origem nas campanhas publicitárias que foram desenvolvidas ao longo do século XX. A publicidade social, primeira forma de marketing utilizada, apresentava uma série de problemas, pois muitas vezes a mensagem era inadequada, ou muitas pessoas não sabiam o que fazer depois de terem acesso à mensagem. Dessa forma, foi ampliado um pouco mais seu alcance, e a comunicação social ou marketing social substituiu a publicidade social. 
Os objetivos deste tipo de intervenção são ativar socialmente o desejo de segurança em segmentos de população bem definidos, identificar as práticas de risco e difundir práticas de segurança no sistema de trânsito. Análise profunda, prévia à intervenção, dos hábitos de público-alvo, das motivações que sustentam esses hábitos, das práticas e comportamentos de risco. As mensagens são abertas e a comunicação acontece a partir de formadores de opinião iguais ou próximos do público-alvo.
O marketing social no trânsito, tem como seu objetivo social evidente: a redução de acidentes de trânsito entre os jovens, porém as intervenções sociais neste âmbito devem incluir à necessária segmentação do público-alvo e da escolha de um emissor mais próximo e não contaminado. As atividades estão voltadas para: 
- Centrar a intervenção em criar uma consciência social a favor da segurança, trabalhando primeiramente pessoas responsáveis pela tomada de decisões e multiplicadores.
- Intensificar os motivos de segurançaque em maior ou menor grau podem estar presentes em todos os grupos sociais, minimizando seus custos psicológicos (tempo, esforço, perdas de liberdade e independência e custos econômicos).
- Intensificar a pressão social contra os comportamentos de risco.
- Manter análise permanente do grupo-alvo, com o objetivo de se adaptar às alterações deste grupo, principalmente em relação aos fatores que os sujeitos percebem como obstáculos na hora de evitar os comportamentos de risco.
 
- Promover uma avaliação pré-teste e pós-teste das intervenções, a fim de obter retroalimentação e adequar as ações aos objetivos desejados.
O psicólogo do transito e as políticas públicas
Historicamente, o papel do psicólogo do trânsito tem sido na sua grande maioria associada a avaliação psicológica de condutores. Porém, os últimos anos, tem exigido não só do psicólogo do trânsito, mas da categoria profissional em geral, uma ação mais ampla, dentro das questões sociais e das políticas públicas. Nesse contexto a contribuição do psicólogo poderá ser:
- Descrever atuais problemas de segurança no trânsito e avaliar sua importância para a ocorrência de fatalidades e lesões.
- Desenvolver metas de segurança no trânsito, bem como outros objetivos da política.
- Pesquisar políticas de segurança no trânsito potencialmente efetivas.
- Estimar os efeitos esperados de cada opção de política definida em quantidade de mortes ou lesões de usuários do trânsito.

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