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avaliação do cuidado domiciliar com a àgua de consumo humano

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AVALIAÇÃO DO CUIDADO DOMICILIAR COM A ÁGUA DE 
CONSUMO HUMANO E SEUS RISCOS PARA SÁUDE: CONCEPÇÕES 
DOS MORADORES DO MUNICÍPIO DE SURUBIM-PE 
Danila Ferreira de Sousa ARRUDA¹; Flávia Maria de ARAÚJO¹; Silvania Soares da SILVA¹; Suzana Marinho 
Souto LIMA²; 
1. Alunos do Curso de Licenciatura em Biologia da UVA/UNAVIDA. dan_kiss2006@hotmail.com, 
flavinha0528@hotmail.com, silvania201120@live.com 
2. Orientador. Biólogo. Professor de Biologia da UVA/UNAVIDA. limasuzana@uol.com.br 
 
 
RESUMO 
Este trabalho teve como objetivo avaliar os cuidados domiciliares com a água de consumo humano e seus riscos 
para saúde dos moradores do município de Surubim, PE. Para isso, aplicou-se um questionário estruturado com 
100 pessoas, escolhidas aleatoriamente em bairros distintos. Constatou-se que 45% dos entrevistados afirmaram 
que a qualidade da água do abastecimento público é boa, enquanto 34% e 21% ruim ou péssima, 
respectivamente, sendo que 97% dos entrevistados separam a água para beber daquela utilizada para outros fins. 
Possuem reservatório domiciliar (96%) e apenas 29% realizam limpeza regularmente. Quando perguntados sobre 
os tipos de tratamentos complementares 72% mencionaram a utilização de filtro domiciliar, 8% fervem, 3% 
coam e 17% outras opções. Sobre doenças relacionadas à agua contaminada 79% são conscientes. Diante dos 
dados, percebe-se que em algumas situações a população ainda é negligente, principalmente com a limpeza dos 
reservatórios utilizados para o armazenamento desta. Também se salienta a falta de confiança na qualidade da 
água distribuída no município, levando-os a realizar tratamentos complementares. Dessa forma, verifica-se a 
necessidade da realização de Campanhas informativas relacionadas à implementação de tecnologias no sistema 
de abastecimento, bem como sobre práticas educativas relacionadas à manutenção da qualidade da água. 
 
Palavras-Chave: Qualidade da Água; Reservatórios; Cuidados domiciliares; Saúde. 
 
 
ABSTRACT 
 
This study aimed to evaluate the home care with the water of human consumption and its risks to health of 
residents of the municipality of Surubim, PE. For this, it applied a structured questionnaire with 100 people 
randomly selected in different neighborhoods. It was found that 45% of respondents said that the public drinking 
water quality is good, while 34% and 21% poor or very poor, respectively, and 97% of respondents separate 
water to drink from that used for other purposes. They have household tank (96%) and only 29% perform 
cleaning regularly. When asked about the types of complementary treatments 72% reported the use of home 
filter, boil 8%, 3% and 17% strain out other options. On diseases related to contaminated water 79% are aware. 
Given the data, it is clear that in some situations the population is still lax, especially with cleaning the tanks 
used to store this. Also it stresses the lack of confidence in the quality of water distributed in the city, causing 
them to carry out complementary treatments. Thus, there is a need to carry out informative campaigns related to 
the implementation of technologies in the supply system as well as on educational practices related to the 
maintenance of water quality. 
Palavras-Chave: Water quality; Reservoirs; Home care; Cheers. 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Nordeste semiárido é formado por um conjunto de espaços que se caracterizam pelo 
balanço hídrico negativo, resultante das precipitações médias anuais inferiores a 800 mm, 
insolação média de 2800 h ano-1, temperaturas médias anuais de 23º a 27º C, evaporação de 
2.000 mm ano-1 e umidade relativa do ar média em torno de 50% (MOURA et al., 2015). 
Características que comprometem o acúmulo de água nessa região, tornando a população 
altamente dependente da água de chuva, de sua captação e de seu armazenamento, o qual 
deverá preservar rigorosamente a qualidade da água do sistema de abastecimento (BOM, 
2002). 
A maioria dos municípios brasileiros não possui uma política visando à fiscalização da 
qualidade da água “potável” oriunda de reservatórios domiciliares (caixa d’água) e, 
consequentemente, não se tem consciência dos graves problemas em que a água destes, 
quando não armazenada em condições adequadas pode trazer ao ser humano. As 
consequências estão relacionadas com a criação de focos de organismos patogênicos, vetores 
de transmissão de doenças, com sérios impactos na saúde da população (CARVALHO, 2015). 
A Portaria n° 2.914 dispõe sobre o controle e vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e assegura que toda água destinada ao 
consumo humano, distribuída coletivamente por meio de sistema ou solução alternativa 
coletiva de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e vigilância (BRASIL, 2011). 
Salienta-se que todo e qualquer cidadão tem o direito de receber enquanto consumidor as 
informações referente à qualidade da água que consome. Este direito está estabelecido no 
Decreto n° 5.440, de 4 de maio (BRASIL, 2005). 
Segundo a Agência Nacional de Águas – ANA (2010) 93% dos municípios de 
Pernambuco tem os serviços de abastecimento de água prestados pela Companhia 
Pernambucana de Saneamento (COMPESA) que atua em 326 localidades, abastecendo 5,7 
milhões de habitantes. Por mês, coleta 7.658 amostras Monitora 238 mananciais de superfície, 
200 poços profundos e 226 Estações de Tratamento de Água (COMPESA, 2014). O 
município é abastecido pelo reservatório Jucazinho, que está situado no Agreste de 
Pernambuco, localizado na cidade de Surubim. A barragem de Jucazinho encontra-se com 
capacidade de acumulação de 327.000.000 de m³ de água, segundo APAC (2015) em situação 
de colapso. 
Atualmente, o nível da barragem está em 7,8% de sua capacidade, o que corresponde a 
25.000.000 de m³ de água. No mesmo período do ano passado, o reservatório, estava com 
30%, ou seja, 100 milhões de m³. A falta de chuvas e a perspectiva de precipitações abaixo da 
média na região do Agreste pernambucano motivaram a Companhia Pernambucana de 
Saneamento (COMPESA) a alterar o calendário de abastecimento das 15 cidades abastecidas 
pelo Sistema Jucazinho, de acordo com o calendário de abastecimento a cidade de Surubim 
passará a ter 2 dias com água e 6 dias sem água (COMPESA, 2015), devido ao baixo volume 
de acumulação, consequência da estiagem prolongada, desencadeando a prática do 
armazenamento de água em recipientes, visando a complementação do abastecimento da 
população local, que muitas vezes negligencia cuidados básicos com tais recipientes, 
comprometendo a qualidade da água armazenada destinada para as suas atividades cotidianas. 
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os cuidados domiciliares com a água de 
consumo humano e seus riscos para saúde dos moradores do município de Surubim-PE. 
 
2. METODOLOGIA 
A pesquisa foi realizada no município de Surubim-PE, que se localiza no agreste 
setentrional de Pernambuco, fazendo parte da região do semiárido brasileiro. Segundo o IBGE 
(2014) este município tem cerca de 62.530 habitantes, apresentando uma área territorial de 
252,855 km². É cortado pelo rio Capibaribe, e apresenta um dos maiores reservatórios de água 
do estado, a Barragem de Jucazinho, que abastece uma população de aproximadamente 
600.000 habitantes residentes nas cidades Caruaru e mais 12 cidades do Agreste (LIMA, 
2010). 
Para a coleta de dados utilizou-se um questionário estruturado, aplicado a 100 pessoas 
escolhidas aleatoriamente nos bairros: Santo Antônio, São José, Lagoa queimada, Coqueiro e 
Cabaceira no município de Surubim-PE. 
Os dados foram analisados de forma quali-quantitativa por meio da estatística 
descritiva (porcentagem) e apresentada naforma de gráficos, utilizando os programas 
Word/2010 e Excel/2010. 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A ausência de conhecimento da população acerca da manutenção e limpeza do 
reservatório e outros hábitos domiciliares incorretos no manejo da água de consumo humano 
podem afetar a saúde dos usuários, que têm um papel importante na garantia da continuidade 
dessa qualidade no interior do domicílio. 
Quando questionados em relação à qualidade da água disponibilizada pela empresa 
responsável pelo abastecimento público do município, percebe-se que o maior percentual dos 
entrevistados (45%) mencionou que a água recebida em suas casas é de boa qualidade, no 
entanto 34% dizem que é ruim e os outros 21% afirmam ser péssima (Gráfico 1). 
Gráfico 1: Avaliação da qualidade da água de abastecimento público pelos moradores do município 
de Surubim – PE, 2015. 
 
Apesar da maioria dos entrevistados considerarem a água do abastecimento público de 
boa qualidade, os mesmos não a utilizam para beber, optam por comprar, água mineral ou de 
poços, como aquela proveniente do poço da Macambira, que está à venda de porta em porta 
no município. Salienta-se que nem sempre adquirir esta água é a atitude mais acertada, pois 
além de não se ter certeza da origem dela, aumenta os gastos da família. Esta questão também 
foi observada no trabalho realizado por Castro; Coswosk; Fraga (2014) em Colorado do 
Oeste, Rondônia, onde os moradores que afirmavam estarem satisfeitos com a qualidade da 
água, não a utilizarem para consumo in natura, buscando como alternativa a compra de água 
engarrafada ou a instalação de filtro na torneira. 
Segundo o Relatório anual publicado pela COMPESA, a água distribuída à população 
da Cidade de Surubim é submetida a todas as etapas do Processo de tratamento convencional 
(coagulação, clarificada, filtração e desinfecção) e ao longo do ano de 2014 vem se mantendo 
dentro dos padrões estabelecidos pela Portaria 2914/2011 (COMPESA, 2014). Dessa forma, o 
consumo de águas dentro dos padrões de potabilidade adequados é uma questão relevante de 
saúde pública, pois se constitui uma ação eficaz na prevenção de doenças veiculadas pela 
água. 
A falta de informação pode implicar na falta de confiança na qualidade da água que 
consomem. Assim, como da mesma forma que é de grande importância o investimento 
realizado pelas companhias de saneamento para melhorar as tecnologias do sistema de 
abastecimento, é também importante à preocupação em levar essas informações à população, 
promovendo a confiança do sujeito no uso da água do sistema. Tal prática pode resultar em 
maior participação e apoio comunitário, bem como maior envolvimento do sujeito na gestão 
dos serviços de saneamento (SILVA, 2007). 
Ao questionar-se sobre a separação da água para os diversos fins, verifica-se no que a 
maioria dos entrevistados, representados por 97%, separa a água para consumo daquela 
utilizada para outros fins domésticos, enquanto apenas 3% não separam (Gráfico 2). 
Gráfico 2: Percentual dos entrevistados que separam água de beber daquela utilizada para outros usos 
domésticos, Surubim – PE, 2015. 
 
Separar água de beber daquela água para outras finalidades é um procedimento 
adequado e que exige certos cuidados com o reservatório utilizado para este fim. De acordo 
com a Coordenação de Vigilância e Saúde (COVISA) (2015) os utensílios domésticos devem 
ser exclusivos para esta finalidade e de materiais de fácil limpeza (de material liso, 
impermeável, lavável, de fácil higienização, resistente ao ataque de substâncias corrosivas e à 
ação mecânica) que possam entrar em contato com a água sem ocasionar alterações 
indesejáveis ou possíveis contaminações. Devem possuir tampas que permitam a completa 
vedação. Não devem estar em mal estado de conservação, com ranhuras, bordas quebradas, 
rachadas, tampas abauladas, com incrustações ou encardidos. 
De acordo com o Gráfico 3, verifica-se que 96% dos entrevistados tem reservatório 
domiciliar, sendo os mais comuns cisternas, caixas d’água, baldes, entre outros, enquanto 
apenas 4% não possuem nenhum tipo de reservatório. 
Gráfico 3: Percentual dos entrevistado que tem reservatório domiciliar, Surubim - PE, 2015. 
 
 O acumulo de água em reservatórios ou recipientes individuais é uma prática comum 
na região nordeste. Entreatanto, de acordo com Bevilacqua et al., (2008) essas soluções 
individuais devem receber atenção especial por parte da vigilância, pois esse tipo de 
abastecimento não objeto de nenhum controle de qualidade podendo representar risco 
potencial de ocorrência de agravos à saúde da população consumidora. 
Gois; Nogueira; Moraes (2013), verificam em um de seus estudos, que os riscos no 
consumo da água dentro do domicilio têm relação direta com a utilização de reservatórios ou 
instalações inadequadas ou em mau estado de conservação. Ainda de acordo com esses 
autores, a utilização de recipientes inadequados para preservação da água, a existência de 
tubulação danificadas, reservatórios desprotegidos, dentre outras situações, podem promover 
o comprometimento da qualidade da água e favorecer a prolifereção de microrganismos 
patogênicos, principalmente quando essa tubulação ou reservatório apresenta contato com 
alguma fonte potencial de contaminação, tais como os esgotos sanitários. 
Conforme Tavares (2009), os requisitos de qualidade estão diretamente relacionados 
ao uso que será dado à água. Quando a cisterna é destinada a usos domésticos, a água deve 
atender aos padrões de potabilidade, estabelecidos no Brasil pela Portaria N° 2914/11 do 
Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). 
Ao perguntar-se sobre a limpeza dos reservatórios domiciliares, 59% dos entrevistados 
fazem a limpeza regularmente, em intervalos semestrais. Entretanto, deste percentual muitos 
dos entrevistados relataram só fazerem a limpeza quando o reservatório encontra-se 
totalmente sem água, enquanto 29% sempre (mensalmente) limpam e 9% nunca fazem por 
não acharem necessário. 
 
Gráfico 4: Percentual da frequência de limpeza dos reservatórios domiciliares, de acordo com os 
entrevistados do município de Surubim – PE, 2015. 
 
Apesar de ser uma pequena porcentagem dos entrevistados que mencionam não fazer a 
limpeza, é importante ressaltar a necessidade periódica desse procedimento nos reservatórios, 
para que os mesmos mantenham a boa qualidade da água. De acordo com o Ministério da 
Saúde (2011) os recipientes utilizados para armazenamento de água devem ser 
periodicamente lavados com água filtrada (com filtro doméstico, coador de papel ou pano 
limpo) e sabão e passar por um posterior tratamento com hipoclorito; Misturar 2 colheres de 
sopa de hipoclorito de sódio (2,5%) ou água sanitária (2,0 a 2,5%) com 1 litro de água e jogar 
no recipiente.; Cobrir e agitar a solução para que entre em contato com toda a superfície 
interna; Deixar coberto por 15 minutos; Enxaguar com a água para consumo humano; Se for 
utilizar água sanitária, esta deve conter apenas hipoclorito de sódio (NaClO) e água (H2O). 
Campos; Faria; Farache Filho (2003), em um trabalho realizado sobre o uso de 
reservatórios domiciliares e conhecimento da população detectaram que a limpeza periódica 
dos reservatórios é realizada apenas por 59,5% dos entrevistados, em intervalo de seis meses a 
um ano (95,5%). Dos 40,5% dos moradores que afirmaram não fazer a limpeza periódica, 
40% justificaram que os reservatórios são de difícil acesso e 53,3% indicaram "outros 
motivos" sem especificá-los, o que caracterizou um desconhecimento da necessidade das 
limpezas. 
Sá et al. (2005), lembram que mesmo que a água seja encanada ou esteja em condições 
de consumo a manipulação inadequada dos vasilhamese a falta de higiene pessoal podem 
significar fator de risco para a transmissão de doenças. 
Quando perguntados sobre o tipo de tratamento realizado na água de consumo, 
observa-se que 72% dos entrevistados utilizam filtro domiciliar, 8% fervem, 3% coam e 17% 
responderam outras (Gráfico 5). 
Gráfico 5: Tratamentos complementares utilizados para a água de consumo pelos entrevistados do 
município de Surubim - PE, 2015. 
 
Percebe-se que o tratamento caseiro complementar mais comumente utilizado é a 
filtração. De acordo com Carvalho; Silva, 1997; Santos, 2007; Bellingieri, 2006 citado por 
Silva (2009) mesmo com o tratamento e monitoramento periódico das águas de consumo 
realizado pela companhia de abastecimento, este fator, entretanto, não determina que a água 
consumida não possua alguma contaminação, proveniente de fatores podemos como: 
acidentes na rede hidráulica pública, tubulações antigas com vazamentos que contribuem para 
o acúmulo de sujeira. Diante deste quadro, os filtros domésticos continuam sendo uma opção 
útil e necessária para a obtenção de uma água mais saudável. Apresenta inúmeras vantagens 
como: refresca a água de modo natural, sem gasto de energia elétrica; filtra e purifica a água 
com a eficácia da maioria dos purificadores (no caso dos filtros cuja vela possui carvão 
ativado revestido com prata coloidal); apresenta custo de manutenção baixíssimo, dentre os 
produtos para consumo doméstico de água; tem uma durabilidade praticamente ilimitada, 
sendo necessária apenas a troca das velas, a cada seis meses. 
Em um trabalho realizado por Julião (2003) os entrevistados referiram a importância 
da filtragem e fervura da água, principalmente daquela ingerida por crianças menores de 
quatro anos de idade, por acreditarem que água sem tratamento pode provocar doenças. 
De acordo com a Cartilha de Vigilância e Controle da Água (2006, p. 23), a água pode 
veicular um elevado número de enfermidades e essa transmissão pode se dar por diferentes 
mecanismos: Ingestão, por meio do qual um indivíduo sadio ingere água que contenha 
componente nocivo à saúde e a presença desse componente no organismo humano provoca o 
aparecimento de doenças. Um segundo mecanismo refere-se à quantidade insuficiente de 
água, gerando hábitos higiênicos insatisfatórios e daí doenças relacionadas à inadequada 
higiene – dos utensílios de cozinha, do corpo, do ambiente domiciliar. Outro mecanismo 
compreende a situação da água no ambiente físico, proporcionando condições propícias à vida 
e à reprodução de vetores ou reservatórios de doenças. 
Ainda foi mencionada a prática de coar, que para Razzolini; Günther (2008), o hábito 
de “coar” a água, presente em algumas comunidades, pode ser realizado com o uso de tecido, 
é passível de contaminação por bactérias patogênicas. No entanto, devido ao fato de reter os 
poluentes maiores, ou seja, que são visíveis ao olho nu, transmite a falsa impressão de 
eficiente. 
Quando perguntados sobre a associação de doenças com água contaminada, verifica-se 
79% responderam que sim, e 21% disseram não (Gráfico 6). 
 
Gráfico 6: Percentual dos entrevistados que acreditam que podem contrair alguma doença através da 
água, Surubim – PE, 2015. 
 
De acordo com os dados, percebe-se que a maioria dos que responderam sim, não 
associam que as doenças de veiculação hídrica são contraídas também por meio da ingestão 
da água contaminada, pois em conversas, os mesmos afirmaram que a única doença que 
poderiam contrair seria a dengue ou esquistossomose. De acordo com (OPS, 2000), citado por 
Silva e Araújo (2003) o consumo de água contaminada por agentes biológicos ou físico-
químicos tem sido associado a diversos problemas de saúde. Algumas epidemias de doenças 
gastrointestinais, por exemplo, têm como fonte de infecção a água contaminada. Essas 
infecções representam causas de elevada taxa de mortalidade em indivíduos com baixa 
resistência, atingindo especialmente idosos e crianças menores de cinco anos. 
 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao analisar a concepção da população do município da cidade de Surubim, PE, em 
relação aos cuidados com a água de consumo humano, percebe-se que em algumas situações a 
população ainda é negligente, principalmente com a limpeza dos reservatórios utilizados para 
o armazenamento desta. Também se salienta a falta de confiança na qualidade da água 
distribuída no município, levando-os a realizar tratamentos complementares, como a filtração, 
coação ou até mesmo a fervura. 
A grande parte dos entrevistados apesar do grau de conhecimento de que água 
enquanto contaminada passa a ser veiculadora de doenças, e que esta contaminação pode está 
acontecendo no interior de suas casas, muitos ainda desconhecem as principais causas de tais 
doenças, aumentando assim o risco de novas contaminações. 
 Dessa forma, verifica-se a necessidade da realização de Campanhas informativas 
relacionadas à implementação de tecnologias no sistema de abastecimento, bem como sobre 
práticas educativas relacionadas à manutenção da qualidade da água. Essa prática pode 
resultar em maior participação e apoio comunitário, bem como maior envolvimento do sujeito 
na gestão da qualidade da água. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
ANA – Agência Nacional de Águas. ATLAS BRASIL: abastecimento urbano de água. 
Disponível em: http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/Home.aspx. Acesso em: 04 Abr. 2015. 
 
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reservatórios, mar. 2015. Disponível em: 
http://www.apac.pe.gov.br/arquivos_portal/boletinsreservatorios/Boletim_Monitoramento_Re
servatorios_10_03_2015%20.pdf. Acesso em: 18 Abri. 2015. 
 
BEVILACQUA. P. D. et al. Programa Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde 
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no município de Viçosa-Minas Gerais. Relatório final de pesquisa. Viçosa. 2008. 
 
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Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html. Acesso em: 01 
Abr. 2015. 
 
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