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Módulo 1 Exercício 1: Segundo Feijoo (2011), Para a fenomenologia de Husserl, o psiquismo não possui nenhuma determinação prévia, nem mesmo um eu substancial. A consciência é, para este filósofo, transcendente, nunca se retém em si mesma, mas se vê projetada por seus próprios ato s para o campo dos objetos correlatos. (p.31) A concepção de “eu” de Husserl é de natureza filosófica, mas pode, com muitos cuidados, ser transportada para o context o de prática do psicólogo. Seguindo tal concepção, está correto afirmar que uma Psicologia fundamentada na fenomenolo gia de Husserl: I – Concebe as experiências do paciente/cliente como intencionais, isto é, que a motivação determina os significados exp erienciados. II – Busca no paciente/cliente os aspectos essenciais de sua experiência, isto é, a consciência reduzida. A redução fenome nológica possibilita a descrição direta, sem hipóteses, da personalidade do paciente/cliente, pois esta (a personalidade) é o aspecto imutável que permanece além da multiplicidade de experiências. III – Compreende que os relatos do paciente/cliente referentes às coisas e aos outros ao seu redor revelam como ele os e xperiencia, pois a consciência é intencional. IV – Assume o “eu” como um fluxo de vivências intencionais. Estão corretos somente: C) III e IV. Exercício 2: Husserl (1859 – 1938) é o fundador da Fenomenologia, movimento filosófico mais importante do século XX. Após uma bre ve incursão pela Matemática, o filósofo assume como tarefa tornar a filosofia uma ciência rigorosa, o que o leva a questio nar os postulados científicos e filosóficos da época. Sobre esse contexto histórico está correto afirmar: (Feijoo, 2011) I – A Fenomenologia questiona a pretensão de cientificidade plena das ciências naturais, que falham na compreensão do s er humano. Ao postular a objetividade exterior independente do sujeito, a ciência mina suas próprias bases. II – Hipóteses, inferências e deduções são necessários quando se pressupõe a impossibilidade de acesso ao que se quer c onhecer. Já a epoché suspende a cisão entre sujeito que conhece e objeto conhecido, tomando- os como uma unidade, de modo que para a Fenomenologia as teorias são prescindíveis. III – Husserl é enfático na crítica à Psicologia da época. A atribuição de uma natureza psicofísica à consciência torna todo c onhecimento relativo, pois fundado em acontecimentos fisiológicos. IV – Com o conceito de intencionalidade, Husserl mostra que não é possível conhecer a realidade exterior. A consciência s ó acessa os conteúdos imanentes, isto é, as representações internas da realidade externa. Estão corretas somente as afirmações: D) I, II e III. Exercício 3: O fenomenólogo André Dartigues (1992), comenta a respeito da concepção de consciência de Husserl que ela contém mu ito mais que a si própria. Para a fenomenologia, a consciência: C) refere-se ao ato de consciência, que sempre visa um objeto. Exercício 4: Escreve a fenomenóloga FEIJOÓ (2011): “Husserl considera desde as suas primeiras obras o caráter intencional dos fenômenos psíquicos. Ele se refere claramente às relações imanentes da subjetividade ou da consciência pura, ou seja, fenomenologicamente reduzidas, diferenciando- as, assim, dos fenômenos materiais em jogo em uma consciência empírica, na qual se pressupõe que essa seja constituída por propriedades e por uma essencialidade específica” (p.30) A Fenomenologia desconstrói a formulação teórica de uma consciência pura separada do objeto, representada pelo esqu ema S – O, através da formulação husserliana da consciência intencional, representada pelo esquema S → O. São aspectos que compõem o conceito de consciência intencional: I – Considera um eu interior independente do mundo. II – Não considera como a priori do homem ter um psiquismo. III – Atos da consciência nunca estão separados dos objetos destes atos. IV – A consciência não é em si mesma. Está sempre projetada, em direção ao objeto. V – Pela consciência intencional, podemos ter acesso à verdade objetiva dos objetos. Estão corretas somente: A) II, III, e IV. Exercício 5: O filósofo Stegmüller (1997) resume a concepção de consciência da fenomenologia de Husserl da seguinte maneira: [...] a consciência como o entrelaçamento das vivências psíquicas empiricamente verificáveis numa unidade de fluxo de vivência; como a percepção interna dessas próprias vivências e como designação que resume todas as vivências intencionais. (Steg müller, 1997). Sobre essa concepção de consciência, peculiar à Fenomenologia, está correto afirmar: I - A consciência não é uma substância (alma), mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, volição, pa ixão etc.) com os quais se visa a algo. II - O traço essencial da consciência é a intencionalidade: toda consciência é consciência de algo. III - Consciência é sempre de algum objeto e os objetos só têm sentido para uma consciência. IV- A intencionalidade representa o fato de que sempre há um interesse organizador da percepção, regulando o fenômen o de figura e fundo. Estão corretas apenas: C) I, II e III. Exercício 6: Segundo a fenomenóloga Feijoó (2011), “Husserl propõe que, frente ao fenômeno, possamos assumir uma atitude antina tural própria à fenomenologia.” (p.29) A psicóloga se baseia na distinção efetuada por Edmund Husserl no livro A Idéia da Fenomenologia (1907). Nesse livro, o filósofo afirma que na atitude natural, “na percepção, por exemplo, está obviament e diante dos nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas, portanto n o meio de um mundo que, em parte, como as coisas singulares, cai sob a percepção... (p.39) Sobre as atitudes natural e fenomenológica é verdadeiro afirmar que: I – A atitude natural é o modo como cotidianamente encontramos as coisas no mundo, existindo por si mesmos. II – Passa- se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito. III – A atitude fenomenológica refere- se a um passo metodológico pelo qual a consciência suspende a crença na realidade em si dos objetos do mundo. É a cha mada epoché. Surgem, então, os fenômenos. IV – Embora Husserl não se preocupasse com a prática psicológica, a atitude fenomenológica foi assumida pela Psicologia como uma possibilidade. Tal atitude acontece na prática psicológica como esforço do psicólogo de deixar que o outro rev ele os significados de sua experiência tal como a experiencia. V – A atitude fenomenológica implica um novo modo de conceber a consciência e o Eu. A consciência é apenas uma parce la do receptáculo de estímulos externos que compõe o Eu. Estão corretas apenas as afirmações: C) I, III e IV. Exercício 7: No livro A Ideia da Fenomenologia (1907/1990), Husserl distingue a atitude natural da atitude fenomenológica. Na atitude natural, afirma que “na percepção, por exemplo, está obviamente diante dos nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas, portanto no meio de um mundo que, em parte, como as coisas sing ulares, cai sob a percepção... (p.39) [Referência bibliográfica: Husserl, E. A Ideia da Fenomenologia. Trad.: Artur Morão. 1a ed. 1907. Lisboa: Edições 70, 1990 .] Sobre as atitudes natural e fenomenológica está correto afirmar: I – A atitude natural é o modo como encontramos as coisas no mundo, existindo por si mesmos. II – Passa- se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito. III – A atitude fenomenológica refere- se a um passo metodológico pelo qual a consciênciasuspende a crença na realidade em si do mundo externo. IV – Pela atitude fenomenológica, a consciência revela-se condição de aparição do mundo, isto é, mundo revela- se fenômeno. Estão corretas: C) I, III e IV, apenas. Exercício 8: O lema da Fenomenologia de Husserl é “voltar às coisas mesmas”. Segundo o estudioso Tommy GOTO (2008), “A fórmula inicial da fenomenologia não tem a pretensão de negar o conhecimento construído na ciência e na filosofia, apenas reque r para si o direito de excluir qualquer perspectiva teórica sobre as coisas para que se possa ir espontânea e livremente até elas, i.e., ‘deixar aparecer a coisa mesma’.” (Introdução à Psicologia Fenomenológica. São Paulo: Paulus, p.74) As afirmações que explicam esta ideia são: I – As “coisas mesmas” são os fenômenos no seu aparecer na correlação intencional. II – As “coisas mesmas” são as os significados que cada consciência atribui aos objetos externos. Estes (os objetos extern os) existem antes de qualquer significação. III – Só se chega às coisas mesmas através do método fenomenológico de suspensão (epoché). IV – Deixar aparecer a coisa mesma significa conseguir utilizar um método para conhecer a verdade essencial das coisas, escondida por trás de sua aparência física. V – As “coisas mesmas” são as coisas tal como e apenas enquanto se manifestam na correlação noético-noemática. Estão corretas: D) I, III e V, apenas. Módulo 2 Exercício 1: A personagem Mafalda, do cartunista argentino Quino, exprime uma máxima da fenomenologia da existência de Heidegg er, que fundamenta a clínica daseinsanalítica. São eles: I – Segundo Heidegger, Dasein se relaciona com o ser, se compreende em seu ser e é aberto para ser. Isso significa que to da existência ‘tem’ alguma compreensão de seu ser. II – Mafalda exprime a radical singularidade de cada existência. Nenhum outro pode existir por mim. III – A fala de Mafalda revela a sensação de um peso de existir. Esse peso só aparece quando a existência fica restrita, pois , em sua essência, a existência é livre para fazer escolhas e isso é ‘leve’, não ‘pesado’. “Justo a mim me coube ser eu” signi fica que posso ser como eu quiser, livre de determinações. V – Mesmo sendo criança, Mafalda descobriu que vai morrer. Essa é uma máxima da fenomenologia existencial: já que va mos morrer, devemos viver a vida mais leve e prazerosa possível. No caso de uma criança, como Mafalda, isso significa po der se dedicar a brincar, ao invés de ficar se angustiando com a mortalidade. Estão corretas somente: A) I e II. Exercício 2: Segundo a psicóloga fenomenóloga Bilê Sapienza, “As proposições heideggeriana implicam alterações radicais em nosso p ensar impregnado pela metafísica tradicional e subverte a costumeira ordem que havia em nossa aceitação tácita (...)” (2 025, p.37, grifo meu) Por metafísica Heidegger se refere: I – À crença numa realidade externa objetiva independente do sujeito (interior), tal como na fenomenologia de Husserl,.. II – Ao fato de que Dasein é ser-no-mundo-com-os- outros, o que significa que a existência está sempre além (meta) de seu corpo (física). III – Às concepções de homem (interno) e mundo (externo) que fundamentam a Psicologia moderna. IV – À exigência de um método objetivo para se conhecer a realidade. Estão corretas somente: E) I, III e IV. Exercício 3: Segundo a psicóloga fenomenológica Ida Cardinalli (2012), “Na obra Ser e Tempo, o fio condutor do pensamento de Heide gger é o esclarecimento do sentido do ser como tal”. (CARDINALLI, 2012, Daseinsanalyse e esquizofrenia, São Paulo, Escu ta, 2012, pag. 53.) Em relação às ideias de Heidegger acerca do existir humano como Dasein, pode-se afirmar que: I – O Da (aí) do Dasein (seraí) é a abertura essencial do existir humano, o que significa dizer que ele é esse estar aberto pa ra perceber, compreender, entender e conhecer o que é encontrado no mundo; II – A essência do Dasein é a própria existência; III – O Dasein nunca é um objeto simplesmente presente; IV – As características que constituem o Dasein podem ser consideradas como categorias ou atributos porque a singularid ade deve ser o ponto de partida para o conhecimento dos modos de ser do humano. Das afirmativas acima, estão corretas apenas: D) I, II e III Exercício 4: A noção de Dasein (ser- aí), delineada por Heidegger em Ser e Tempo, é o primeiro passo na direção de elaboração de uma ‘psicologia’ fenomenol ógico- existencial. Uma primeira apresentação da ‘definição’ de Dasein está no §9 do livro Ser e Tempo, onde o filósofo indica qu e 1) “a ‘essência’ deste ente [nós mesmos] está em ter de ser” e 2) “O ser, que está em jogo no ser deste ente, é sempre meu.” (Heidegger, 1927/1998, p.78) Que nossa existência é Dasein (ser-aí) significa: I – O ser-aí é sempre uma possibilidade de ser si- mesmo. Isso significa que o Dasein é as possibilidades existenciais que realiza. II – Existir significa compreender ser, tanto de si mesmo quanto dos outros e das coisas. III – A essência do homem (ser-aí) configura-se a partir do primeiro momento em que aparece no mundo, tornando- se, então, “ser-no-mundo”. IV – Para Heidegger, a existência não tem uma essência quididativa (o que é); isto é, Dasein é atravessado pelo Nada, que é a indeterminação ontológica enquanto tarefa de ter-que-ser. V – O sentido da existência do Dasein é “tornar- se o que realmente é”, que é o conjunto de potencialidades inatas que a existência pode amadurecer e desenvolver ao lo ngo da vida. Estão corretas: D) I, II e IV apenas. Exercício 5: Leia o trecho abaixo, extraído da Carta Sobre o Humanismo, de Martin Heidegger. Do mesmo modo com ‘animal’, zõon [animal], já se pro- pôs uma interpretação da ‘vida’ que repousa necessariamente sobre uma interpretação do ente como zoé [vida] e physis [ energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo. Além disto e antes de qualquer outra coisa, resta, enfim, perguntar se a essência do homem como tal, originalmente – e com isso decidindo previamente tudo – realmente se funda da dimensão d a animalitas [animalidade]. Estamos nós no caminho certo para essência do homem, quando distinguimos o homem e enq uanto o distinguimos, como ser vivo entre outros, da planta, do animal e de Deus? Pode-se proceder assim, pode- se situar, desta maneira, o homem em meio ao ente, como um ente entre outros. Com isso se poderá afirmar, constantem ente, coisas acertadas sobre o homem. É preciso, porém, ter bem claramente presente que o homem permanece assim rel egado definitivamente para o âmbito essencial da animalitas; é o que acontecerá, mesmo que não seja equiparado ao ani mal e se lhe atribuir uma diferença específica. (...) Um tal pôr é o modo próprio da Metafísica. Mas com isso a essência do homem é minimizada e não é pensada em sua origem. (...) A Metafísica pensa o homem a partir da animalitas; ela não pe nsa em direção de sua humanitas [humanidade]. (p.352) Considere as afirmações abaixo sobre a essência do homem para a fenomenologia-existencial: I – Segundo Heidegger a essência do homem não pode ser pensada a partir da animalidade (animalitas). Com isso ele crit ica o conceito de animal racional, propondo que o homem deva ser pensado a partir de sua irracionalidade. II – Pensar o homem a partir da animalitas não é exclusividade da Metafísica. Nós, cotidianamente, pensamos o homem ( e nós mesmos) a partir da animalitas a todo momento em que nos compreendemos como um organismo vivo (zoé). III – A essência do homem para a Daseinsanalyse não está em sua constituição física, nem psíquica, nem social. A essência do homem é ser-aí (Dasein). IV – Conceber o homem como bio-psico- social permanece preso à interpretação “do ente como zoé [vida] ephysis [energia], em meio à qual se manifesta o ser viv o.” Portanto, não nos aproxima mais da essência do humano. Estão corretas as afirmações: D) II, III e IV, apenas. Exercício 6: O livro Ser e Tempo de Heidegger (1927) traz como epígrafe a citação de Platão, transcrita abaixo: ... pois é evidente que de há muito sabeis o que propriamente quereis designar quando empregais a expressão ‘ente’. Out rora, também nós julgávamos saber, agora, porém, caímos em aporia. [aporia = “caminho inexpugnável, sem saída”, “difi culdade”] Essa epígrafe está articulada com o projeto de Heidegger nesse livro. Considere as afirmações abaixo, indicando as corret as. I – Heidegger visa resgatar a questão sobre o sentido do ser, que ele considera que foi esquecida pela filosofia. II – Heidegger propõe-se a responder o que significa ‘ser’, encerrando esse debate filosófico. III – No desenvolvimento da questão do ser, Heidegger se depara com vários ‘tipos’ de ser: o ser racional, ser irracional, s er existente, ser afetivo. IV – Para recolocar a questão do ser, Heidegger precisa desvelar o ser do ente para quem perguntar é uma possibilidade. V – As considerações de Heidegger em Ser e Tempo influenciam as psicologias de Binswanger e Boss, que fundam a Dasei nsanalyse. Estão corretas: C) I, IV e V, apenas. Exercício 7: Em Ser e Tempo, Heidegger afirma que a ‘essência’ do homem reside em sua existência. Para indicar o ser do homem usa o termo Dasein (ser-aí). I – O ser-aí é sempre uma possibilidade de ser si-mesmo. II – Existir significa compreender ser, tanto de si mesmo (Dasein) quanto dos outros e das coisas. III – A essência do homem (ser-aí) configura-se a partir do primeiro momento em que aparece no mundo físico, tornando- se, então, “ser-no-mundo”. IV – Do ponto de vista ôntico, ser-aí é ser-no-mundo-com-os-outros. V – O termo Dasein descreve o aparelho psíquico da existência. Estão corretas as afirmações: C) I, II e IV, apenas. Exercício 8: Heidegger, em Ser e Tempo (1927), desenvolve uma Analítica do Dasein que servirá de fundamento para a prática terapêu tica Daseinsanalítica desenvolvida por Binswanger e Medard Boss. À luz desse contexto teórico, considere as afirmações a baixo e indique as corretas. I – Heidegger preocupa- se com a questão sobre o sentido do ser e com isso identifica um modo de pensar ocidental que ele denomina por pensa mento metafísico, um modo de pensar que objetiva, substancializa o ser dos entes. II – O pensamento metafísico caracteriza-se por pensar o ser como abertura de possibilidades. III – Heidegger, preocupado com a questão sobre o sentido do ser, refere- se ao homem com o termo Dasein, ressaltando que o “da” do “dasein” (o “aí” do ser-aí) é o âmbito onde o ser se dá. IV – Heidegger entende que a questão sobre o ser e seu sentido ficou esquecida pelo pensamento metafísico. V – Heidegger deu continuidade às preocupações de Husserl em relação a busca das essências, ou seja, a uma fenomenol ogia eidética, visando as evidências apodíticas (demonstráveis) Estão corretas somente: C) I, III e IV Módulo 3 Exercício 1: A experiência da angústia tem destaque na fenomenologia de Heidegger, pois ela possibilita uma visão clara da condição existencial. A respeito dessa experiência no contexto fenomenológico-existencial está correto afirmar: I – Na angústia, o ente intramundano desaba, não sendo mais relevante e significante. II – A angústia é precisamente a experiência do ser-no-mundo enquanto tal, do próprio mundo. III – Temor e angústia são diferentes, pois a angústia é “de” alguma coisa e o temor, é temor diante do nada. Apresenta(m) corretamente as ideias de Heidegger acerca do modo de ser da angústia somente as afirmativas: D) I e II. Exercício 2: Sapienza destaca a importância da obra Ser e tempo de Martin Heidegger para a fundamentação da Daseinsanalyse. A prá tica clínica fundada no pensamento do filósofo alemão propõe uma postura e um olhar novo do terapeuta frente ao seu p aciente e à prática clínica. Com base na postura do terapeuta daseinsanalista, assinale a alternativa correta: I – Fenomenologia requer que estejamos abertos para acolher aquilo que um dado fenomênico conta de si mesmo, em se u mostrar e se ocultar. II – Para atender em Daseinsanalyse, é necessário estar inteiro no atendimento e sustentar o próprio desamparo como te rapeuta, isto é, a insegurança, desabrigo por não contar com uma teoria que “diz o que fazer”. III – Suspender teorias significa que na prática clínica fenomenológica não se preocupa com rigor, mas importa apenas aq uilo que o terapeuta pensa sobre o paciente. C) Apenas I e II estão CORRETAS Exercício 3: Muitas pessoas procuram psicoterapia em razão de decisões que precisam tomar em suas vidas. As decisões articulam- se com futuro, pois, decidir- se é escolher um futuro possível e abdicar de todos os demais. Entretanto, Heidegger descreve em Ser e tempo que a mai oria das vezes a existência não se assume assim, entregando a responsabilidade de seu existir a “a gente”. À luz desse con texto teórico-filosófico está correto afirmar: I – A fenomenologia-existencial compreende a existência como indeterminada, como poder-ser. Existir é tarefa. II – Cotidianamente, existimos abrindo mão de nosso ser- aí, deixando de perceber a singularidade das situações que vivenciamos e de nossa própria existência. III – Na relação psicoterapêutica fenomenológico- existencial, o terapeuta indica para o paciente quais são e como deve tomar as decisões importantes de sua vida. Estão corretas: D) I e II, apenas. Exercício 4: Em seu texto, Sapienza (2015) apresenta os caracteres existenciais, descritos por Heidegger em Ser e tempo, da abertura constitutiva do Dasein do compreender, disposição e discurso. Com base nesses existenciais, assinale a alternativa correta: I – O compreender constitui o poder-ser e é sempre disposto, isto é, determinado por uma disposição. II – A disposição diz respeito o modo como o existir já se encontra no mundo, ao modo como já foi lançado. III – A abertura existencial do Dasein significa o caminho aberto que o existir deve seguir para ser si mesmo, isto é, para al cançar a felicidade. C) Apenas I e II estão CORRETAS Exercício 5: Leia o seguinte poema e a seguir responda a questão: Amadurecer e crescer também significa ir, de olhos abertos, em direção à morte. Nós só somos maduros o tanto quanto estejamos dispostos a aceitar nossa própria mortalidade. A morte nos torna sábios para a vida. Eu me nego, por isto, À fuga ilusória para a superficialidade tentadora e para ocultar o doloroso. Eu quero visualizar conscientemente que a qualquer momento será o meu último dia. E por meio disto estar mais desperto, mais vivo, realizado, sábio e mais grato por cada dia, por cada momento. Em meio à plena paixão pela vida, sou mortal. Um dia virá a ser meu último. Saber disto me faz amadurecer. (ULRICH SCHAFFER, Crescer, Amadurecer) Fazendo uma aproximação do poema com a compreensão heideggeriana acerca do ser-para-a- morte, podemos afirmar corretamente que: D)Neste poema, o poeta expressa uma relação própria/autêntica com a morte, uma vez que a traz para o acontecimento presente e, com isso, abre a possibilidade de ver a si mesmo como um poder-ser. Exercício 6: O pensar fenomenológico não considera o homem e os demais entes da natureza da mesma maneira. Enquanto no home m seu ser está em suas diversas possibilidades de se ser-no- mundo, os elementos da natureza e os entes que não são humanos não têm possibilidade de virem-a- ser elesmesmos. No contexto fenomenológico-existencial, I - O homem é um tempo que se esgota, um intervalo entre o nascimento e a morte, que se emprega, que se empenha, q ue se reserva, que se omite, enquanto vive; II - Ao homem cabe desenvolver o conhecimento para garantir sua sobrevivência por meio do controle da natureza; III) Sendo a.existência possibilidade, cada qual tem que transformar esta possibilidade no seu acontecimento. A partir da fenomenologia de Heidegger, estão corretas: E) Apenas I e III. Exercício 7: Juvenal está em psicoterapia há 6 meses. Nunca falta às sessões. Começou o processo alegando dificuldades na relação c om seu chefe, mas estas logo cederam espaço a dificuldades de relacionamento com seu pai quando ele ainda estava vivo . O pai de Juvenal faleceu há 10 meses. O psicólogo que o atende é daseinsanalista e enfatiza em supervisão que o pacient e raramente fala a respeito de si mesmo, pois fala do chefe, do pai, da esposa, do filho, sempre como se os outros fossem os causadores de seu sofrimento. Como o psicólogo é daseinsanalista, ele fundamenta sua compreensão em: I – Juvenal é ek- sistência, que significa que ele é por condição jogado no mundo, aí ‘fora’. Assim, chefe, pai, familiares são mundo de Juve nal e, ao falar deles, fala de seu ser-no-mundo. II – De acordo com a noção heideggeriana de existência, Juvenal é ser-com- outros. Isso significa que ele é suas relações com chefe, pai, esposa, filho, etc. e deve- se buscar com ele uma compreensão de quem e como ele é nessas relações. III – A existência pode ser própria ou imprópria. Ao falar o tempo todo dos outros, Juvenal não está se apropriando de sua existência. Pelo contrário, está sendo impróprio, pois só fala dos outros. IV – A existência de Juvenal pode ser descrita fenomenologicamente como antecipar- se a si mesmo, já no mundo em meio aos entes intramundanos que vêm ao encontro. Estão corretas somente: D) I, II e IV. Módulo 4 Exercício 1: Edna procura um psicólogo fenomenológico- existencial. Relata que está em crise no seu casamento. Ela e João "não se entendem mais." Procurou finalmente a psicot erapia devido a uma briga que tiveram na semana passada. Ela preparou um jantar para os dois, mas ele jantou rápido e f oi assistir futebol na TV. "Nem elogiou minha comida! Quando eu falei isso para ele, ele explodiu e saiu de casa. Acho que foi ver o jogo num bar lá perto. Voltou de madrugada." Com base nas reflexões de Critelli (2012), o psicólogo investiga com Edna o que ela esperava (quais eram as intenções) no momento da briga com João. Ele faz isso, pois: (Assinale a alternativa correta) A)Os atos de Edna não são autossignificantes. O significado deles aparece nas relações com os outros. Pensando na especi ficidade da relação com João, o significado das ações de Edna depende de como elas repercutem nele. Exercício 2: Ana procura um psicólogo fenomenológico- existencial em estado de grande sofrimento. Seu marido faleceu recentemente num acidente de carro. Para ela, essa exp eriência a fez “perder o chão”. Critelli (2012) mostra, com base no pensamento de Hannah Arendt, que os seres humanos precisam de sentido para viver. Está correto afirmar sobre Ana, fundamentando-se em Critelli (2012) que: I – Os fatos da vida de Ana precisam ser costurados por um fio de sentido. Sua incompreensão em à morte de João indica que esse fato não está ainda tecido aos nexos de seu existir. II – Acontecimentos inusitados provocam uma ruptura com o senso comum. III – Ana sofre com a perda de seu marido, pois essa situação instala Dasein num processo de luto. Esse processo pode ser descrito quanto às fases evolutivas que o compõem em direção à reestruturação da vida cotidiana. Estão corretas somente: C) I e II. Exercício 3: Ana procura um psicólogo fenomenológico- existencial. Ele recorre à concepção de Historiobiografia de Critelli (2012) para buscar com ela uma compreensão de sua h istória. Isso significa que: I – Na narrativa dessa história pessoal e na sua interpretação, é possível redescobrir os nexos através dos quais se ligam o s acontecimentos da existência de Ana e o sentido de ser já realizado. II – O sentido do processo psicoterapêutico como Historiobiografia é tornar o próprio destino disponível para ação e autor ia. III – O método fenomenológico exige que Ana suspenda (epoché) as crenças e explicações que tem sobre sua história e se u comportamento. IV – Historietas que Ana retome são indicativas de seu perfil, seus sonhos e temperamento e orientam seu posicionament o nas situações de sua vida. Estão de acordo com a Historiobriografia (Critelli, 2012) apenas as afirmações: E) I, II e IV. Exercício 4: Critelli (2012) afirma: “A intenção da Historiobiografia é descobrir a personagem que um indivíduo realiza desdobrada no tempo e nas circunstâ ncias da sua existência. Trata- se do desvelamento de um destino já realizado em nome de um destino em realização. É um processo que favorece aos in divíduos aquisição de lucidez e os prepara para a autoria consciente e responsável na existência.” Podemos dizer, a partir dessas reflexões de Critelli, que a Historiobiografia nos dá pistas para a formulação de uma atitud e clínica fenomenológica existencial. São aspectos dessa atitude: I – A importância de refletir sobre as motivações e os significados, tais como o próprio sujeito o compreende. II – A consideração pelos desdobramentos da ação, para além das intenções e dos significados percebidos pelo sujeito, inv estigando as repercussões de seus atos junto aos outros e ao mundo. II – O realce dado aos comportamentos do cliente, bem como à busca de novos comportamentos e sua modificação. IV – O relevo dado ao papel pedagógico do terapeuta, que compartilha reflexões sobre a condição humana com o cliente. Estão corretas apenas as afirmações: B) I e II. Exercício 5: A Historiobriografia (Critelli, 2012) é uma “abordagem terapêutico- pedagógica que tem por intenção a redescoberta do sentido da vida através da compreensão da história pessoal.” (p.12) Embora não tenha sido elaborada por uma psicóloga (Critelli é filósofa) nem seja prerrogativa do psicólogo, trata- se de uma abordagem que fornece elementos importantes para a formulação de uma atitude clínica fenomenológica exis tencial. São aspectos dessa atitude: I – A importância de perguntar ao agente do ato sua intenção. No contexto clínico, isso significa refletir sobre as motivaçõ es para ação realizada. II – A consideração de que o sentido de um ato está “no mundo”, isto é, nos desdobramentos iniciados pela ação. Assim, a atitude clínica considera os testemunhos dos atos. Isso pode acontecer na forma de investigar junto ao “autor” as conse quências que ele percebeu e/ou ouvindo dos demais envolvidos como interpretaram esses atos. III – A ênfase dada à ação. Num contexto clínico, o psicólogo fica atento às ações realizadas por quem o procura, assim co mo estimula o cliente a agir de outros modos. IV – A ênfase no aspecto terapêutico- pedagógico, isto é, nos ensinamentos (pedagogia) sobre a condição humana que propiciam mudanças existências (terapia ). Estão corretas apenas as afirmações: A) I e II. Exercício 6: Um dos conceitos mais importantes da Psicologia é “consciência”. Entretanto, as várias psicologias discordam quanto a qu e se refere esse termo. A filósofa Hannah Arendt tece reflexões sobre a “consciência”, apontando- a como um aspecto próprio da condição humana. Na Historiobiografia de Dulce Critelli (2012), consciência é a condição in dicada por Platão de sermos dois-em-um. Isso significa: I – que nosso pensamento pode se desdobrar em dois, tornando-me expectador e avaliador dos meus próprios atos. II –que é da condição humana ser outro de si mesmo. Funda- se na consciência a possibilidade do diálogo (dia – logos) silencioso consigo mesmo. III – que na relação com outros, o dois-em-um se unifica, silenciando- se, possibilitando aparecer ao outro como indivíduo (não dividido). IV – que a consciência é capacidade da existência de compreender seus atos. As intenções, entretanto, escapam- lhe, ficando veladas pela história silenciosa e oculta que cada um é. Estão corretas apenas as afirmações: E) I, II e III. Exercício 7: Leitoras da Revista CLAUDIA escrevem o que, para elas, é o mais importante na vida: (Fonte: http://claudia.abril.com.br/materia/felicidade-e-2143?p=comportamentoreflexoes) Felicidade é... "Estar perto de quem eu amo me deixa nas nuvens. Aconteceu recentemente, na minha formatura. As pessoas mais impo rtantes da minha vida estavam lá, foi um momento único" A lista de ingredientes de anônimos e famosos que já experime ntaram o sabor da felicidade é variada, bem temperada e afetiva" - Maristela Ramos, 25 anos, designer gráfica, de Curitib a "Felicidade é se dar conta dos momentos maravilhosos que a vida oferece. Tive dois inesquecíveis: os dias em que meus fi lhos nasceram" - Sandra Helena Ramos, 32 anos, analista financeira, de Joinville (SC) "Minha maior alegria é fazer compras. Outro dia adquiri uma jóia e fiquei radiante" - Josiane Bassoto de Lima, 30 anos, an alista de sistemas, de São Paulo "Dar um mergulho, ficar na areia tomando sol e depois ainda comer frutos do mar! Como moro perto de praias lindas, sig o essa receita todo fim de semana. Aprendi que felicidade é deixar de lado o stress do dia e simplesmente curtir o melhor da vida" - Ana Paula Ramos, 26 anos, designer, de Joinville (SC) As afirmações dessas leitoras estão imersas no senso comum (Critelli, 2012), que é nossa realidade compartilhada. Sobre i sso está correto afirmar: I – O senso comum é resultante de renovados acordos que os indivíduos tácita ou explicitamente fazem entre si. II – Na perspectiva fenomenológica existencial de Critelli (2012), fundamentada em Hannah Arendt, o senso comum preci sa ser suspendido para que uma verdade apareça. III – O senso comum é formado pelas respostas que coletivamente damos às perguntas essenciais: Quem sou eu? Qual é o sentido da vida? Que sentido eu faço nela? IV – As leitoras Josiane Bassoto de Lima e Ana Paula Ramos apresentam o senso comum, pois para elas a felicidade está a ssociada ao consumo e aos prazeres efêmeros, enquanto Maristela Ramos e Sandra Helena Ramos compreendem a felicid ade como algo mais profundo, sendo mais autênticas e estando, portanto, além do senso comum. Estão corretas apenas as afirmações: D) I e III. Exercício 8: Leia o trecho da notícia abaixo, retirado do canal de notícias R7 (http://noticias.r7.com/), sobre os desabamentos em Petr ópolis (RJ) em 2011. Psicólogos dizem que vítimas da tragédia precisam reconstruir identidades Perdas inesperadas de parentes e bens pessoais causam transtornos e traumas Monique Cardone, do R7, e Gabriela Pacheco, do R7, em Petrópolis | 22/01/2011 às 06h00 “Qualquer barulho lembra aquela noite”. Essa é a sensação do pedreiro Luiz Cláudio Ramos Fonseca, que perdeu a casa o nde morava na região conhecida como Buraco do Sapo, em Itaipava, distrito de Petrópolis, uma das cidades da região serr ana do Rio de Janeiro mais atingidas pelo temporal do último dia 11. De acordo com os psicólogos, esse tipo de trauma é c omum após experiências em situações de desastre, como os deslizamentos e enchentes na serra, que deixaram centenas d e mortos e milhares de desabrigados e desalojados. Segundo o psicólogo Othon Vieira Neto, especialista em emergência e crise, as pessoas que sobreviveram a tragédias com o essas têm perdas rápidas e inesperadas de familiares e bens pessoais. - Cada amigo, parente e até objetos fazem parte da história das pessoas. Quando elas perdem tudo, é como se tivessem p erdido a identidade. De acordo com Neto, em relação aos pertences, não são os objetos caros que fazem mais falta. - As pessoas se emocionavam mais com a perda dos álbuns de fotos do que qualquer outra coisa simples. E isso não dá par a recuperar e nem comprar de novo, como uma televisão ou um sofá. (...) Para a psicóloga Patrícia Adnet, o maior desafio dos profissionais de saúde que vão trabalhar junto com as vítimas é mostr ar o sentido de viver novamente após o trauma. - O psicólogo vai ter que ouvir o desabafo, o choro e acolher esses moradores. Eles vão intervir no sentido de ajudar a cons truir uma nova identidade porque muitos não querem mais viver porque eles até entendem que podem recuperar a casa, mas não a família que morreu. Fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/psicologos-dizem-que-vitimas-da-tragedia-precisam-reconstruir- identidades-20110122.html Critelli (2012) se refere à importância da capacidade de narrar os acontecimentos, pois essa narrativa forma o senso com um, suporte da sensação de realidade. Para a autora, se a realidade for caótica, torna- se insuportável e a reação mais comum é de recusá- la. “Um mundo que não puder ser narrado não pode ser habitado.” (p.33) As tragédias são um modo possível de abalar a sensação de realidade. Nesse contexto, está correto afirmar: I – Os eventos da vida precisam ser arranjados numa história para lidarmos com eles. Os nexos que os articulam fundam s ua compreensibilidade, ao mesmo tempo em que indicam a ‘identidade’ daquele para quem esses eventos são significativ os. II – A matéria apresenta a situação de pessoas que perderam a noção da realidade, por estarem incapazes de articular o o corrido num nexo de sentido. III – Segundo a psicóloga Patrícia Adnet, o maior desafio dos psicólogos é “mostrar o sentido de viver após o trauma”. Ou seja, é acompanhar as pessoas cuja realidade ruiu no desvelamento de sentido para esse acontecimento em suas biografi as, abrindo-se para o futuro possível, que é condição humana. IV – A psicologia fenomenológica existencial, por compreender que desastres abalam a existência das pessoas, pode expli car a elas que essa situação logo passará e que, como a existência é abertura para o futuro, em breve retomarão suas vida s. Estão corretas apenas: D) I, II e III. Módulo 5 Exercício 1: Analise as duas afirmações abaixo e indique a alternativa correta. I. A nostridade constitui uma unidade originária que possibilita todo si mesmo e toda ipseidade. II. Binswanger compartilha com Freud o entendimento de que a libido é o fundamento do amor e, portanto, da nostridad e. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda uma proposição falsa. Exercício 2: O psiquiatra Binswanger recorre às fenomenologias de Husserl e Heidegger para “corrigir” a falta de bases epistemológica s da psiquiatria de sua época. Uma das características principais de sua Daseinsanalyse é: A) A compreensão de que a existência global do paciente está comprometida na assim chamada psicopatologia. Exercício 3: Ana foi internada por seu marido ontem na clínica psiquiátrica Santa Maria, onde você é psicólogo. Desde que chegou, An a está sentada encolhida no canto do quarto que lhe foi destinado. Segundo o marido, ela estava assim em casa também. Está escondida por sob seus braços, mas de vez em quando “arrisca” olhar ao redor; quando seu olhar se cruza com o de qualquer pessoa, esconde- se novamente. Para compreender a experiência de Ana à luz da Daseinsanalyse de Binswanger é mister: I – Considerar a espacialização de Ana, isto é, como seu mundo se lhe abre espacialmente. Seu recuo ao canto é indicativo dessa espacialidade. II – Considerar a afinação (tonalidade afetiva) de seumundo. Sua “fuga” das trocas de olhares é indicativo disso. III – Considerar como Ana se relaciona com os outros. Como ela está encolhida no canto, ela não está se relacionando. Estão corretas somente: A) I e II. Exercício 4: Wellington foi encaminhado ao psicólogo após atendimento no pronto socorro geral. Procurou o hospital com queixa de que seu coração estava muito apertado, seu braço esquerdo formigando e certo de que estava prestes a ter um ataque cardíaco. Os exames no hospital revelaram funcionamento cardíaco normal e sugeriram que ele procurasse um psicólogo para lidar com “seu stress”. O psicólogo que o recebe é fenomenológico-existencial e entende sua queixa à luz das ideias de L. Binswanger. Isso significa que: I – Ouve o aperto no coração de Wellington como indicativo de uma modificação no seu espaço afinado. II – Reconhece que a queixa de Wellington não se refere ao corpo-organismo e, sim, ao seu ser-no-mundo. III – Entende que o coração é o símbolo para o afeto, de modo que seu “corpo fala” que ele não está bem afetivamente. Estão corretas somente: A) I e II. Exercício 5: Segundo DASTUR & CABESTAN (2015), É na crítica ao psicologismo à qual se dedica Husserl no primeiro tomo de suas Investigações Lógicas, publicadas em 1900, e em sua definição da consciência em termos de intencionalidade e de sentido, que ele encontrou pela primeira vez os m otivos de se opor ao naturalismo e ao biologismo de Freud.” (p.64) Verifica-se a intencionalidade na Daseinsanalyse de Binswanger nas seguintes concepções: I – Binswanger assume a existência como ser-no-mundo, isto é, existência e mundo como uma unidade indissociável. II – Nas análises fenomenológicas de Binswanger, buscam os símbolos e significados ocultos por trás dos fenômenos patol ógicos manifestos. III – Nas análises do mundo do melancólico, do maníaco, etc., pois objeto (mundo) e consciência (existência) se constitue m concomitantemente. Estão corretas somente: C) I e III. Exercício 6: Jaime procura terapia e é recebido por um daseinsanalista. O paciente conta: Desde que minha esposa me largou, nunca mais consegui ser feliz. Nem no trabalho, que eu gostava tanto, me realizo mai s. Eu trabalhava bastante e estava indo bem; tinha sido promovido a gerente de negócios em todo o estado. Com isso tive um ótimo aumento, de modo que ia conseguir quitar o financiamento de nossa casa. Mas aí, de repente, ela aparece e diz que sou um acomodado, que não faço nada para nós dois, que só penso em trabalhar. E me larga. Meus amigos tentam m e levar para happy hours, mas nunca mais conseguirei me relacionar com ninguém. Sinto saudades da minha esposa. Compreendendo a narrativa de Jaime à luz da fenomenologia-existencial (Binswanger) está correto afirmar: I – Jaime está passando por um episódio depressivo. A falta de prazer no trabalho é sintoma de sua depressão, motivada pelo abandono da esposa. II – As frases “nunca mais consegui ser feliz” e “nem sei mais como chegar numa mulher” são reveladores da infiltração de momentos retentivos na protenções, isto é, de uma experiência de um futuro já acontecido. III – Quando deixa- o, a esposa de Jaime produz um abala em seu cotidiano, rompendo com o nexo que reunia os acontecimentos, abalando a pressuposição de que tudo continuará sendo como sempre foi (base da experiência da realidade, segundo Binswanger). Estão corretas somente: B) II e III. Exercício 7: A psiquiatra italiana Maria Teresa Ferla defende como especificidade de uma psiquiatria humana que: É possível conduzir uma terapia adequada somente se nascer, entre quem cuida e quem é cuidado, entre quem assiste e quem é assistido, uma relação nutrida pela confiança e humildade, escuta e diálogo, mesmo quando no silêncio. Se quem cuida tem a percepção de que no transtorno-loucura existem significados e valores a serem reconhecidos, respeitados e acolhidos, então quem é cuidado pode ter esperança enquanto espera a cura. (FERLA, O homem da morte impossível e outras histórias, Belo Horizonte: ArteSã, 2011. Pg. 17) Nessa afirmação da psiquiatra está contida a proposta de L. Binswanger na psiquiatria, que recorre às fenomenologias de Husserl e Heidegger para compreender o sofrimento humano chamado de psicopatologia. São características dessa abordagem: I – Parte-se da compreensão da existência do paciente como Dasein e/ou consciência intencional, o que significa que homem e mundo são indissociáveis e que a patologia é modo de ser no mundo. II – Busca a compreensão da constituição do mundo do paciente. III – Busca identificar as causas da psicopatologia, buscando na história vivida da existência os episódios que levaram ao estado atual. Estão corretas somente: A) I e II. Exercício 8: Ana busca psicoterapia por indicação de seu psiquiatra. Esforça-se para comparecer à sessão, pois sente “um peso enorme puxando seu corpo para o chão”, segundo ela. Repete algumas vezes nesse primeiro encontro: “não consigo me erguer. Minhas pernas estão pesadas, minha cabeça. Estou lutando para não permanecer no chão. Minha vida está afundando.” Essas palavras de Ana são interpretadas pelo psicoterapeuta fenomenológico-existencial que a atende à luz das considerações de Binswanger. Portanto, I – Ele interpreta a fala de Ana como uma metáfora para seu sofrimento. II – Ele interpreta que ela não está realmente com o corpo pesado. Isso é sintoma da psicopatologia, que deve ser descoberta e tratada pelo psiquiatra. III – Ele interpreta a fala de Ana como descritiva de sua experiência vivida. Ela está sendo puxada para baixo, sua vida afundando. Estão corretas somente: E) III. Módulo 6 Exercício 1: Édson, comerciante de 49 anos, procurou psicoterapia no começo do ano. Logo no início da primeira sessão conta que tem dúvidas quanto a permanecer casado. Considera que se casou jovem, quando não tinha tanta experiência, e que se pudesse voltar no tempo teria esperado mais para tomar essa decisão. Está casado há 30 anos e tem 3 filhos (João, 27, Édson Jr., 24 e Juliana, 16). Perdeu o emprego há 10 anos e começou um negócio própria de venda de cosméticos, mas desde então vivencia dificuldades financeiras. Conta que a esposa, que ”tem um salário muito bom”, ajuda nas finanças. Sente que ela o cobra e critica constantemente. Não fez a faculdade de administração que queria ter feito, o que contribui para a sua sensação de ser um fracassado. Conta que quando fica em casa é desleixado, às vezes nem faz a barba. Conversa muito pouco com sua esposa e quando faz, frequentemente acabam discutindo. Conta que não têm relações sexuais há muitos anos. Conta que antes de se casar saía com muitas mulheres. Essa atitude não mudou desde que casou, pois frequentemente sai com mulheres sem que sua esposa saiba. Às vezes os relacionamentos extraconjugais ficam mais sérios, como o que vivencia atualmente. Está se relacionando com Joana há 2 anos. Sente-se cobrado por Joana, que mais uma vez ameaçou terminar o relacionamento com ele caso ele não se divorcie para ficar ela. Nos últimos meses, não sente “tanto tesão por ela”, explicando que “não tem suportado ficar deitado junto com ela por muito tempo. Temos discutido muito.” Está muito aflito neste momento também porque sua filha descobriu o caso com Joana. Édson está confiante de que sua filha não contará nada à mãe, mas sabe que ela não concorda com a situação, pois ela deixou de falar com o pai desde que descobriu. Conta por fim que procurou a terapia, pois já teve que ir ao hospital duas vezes por fortes dores no peito e sensação de que ia morrer, mas chegando lá os médicos não diagnosticaram nenhum problema cardíaco e recomendaram a visita a um psiquiatra. Não sabe o que fazer e se senteimpotente par agir. Veio pedir ajuda ao psicólogo para tomar uma decisão. Considera-se numa situação difícil, pois não quer magoar ninguém. Descreve-se como doente. Sendo daseinsanalítico, o psicólogo que atende Édson: I – ouve a fala dele como reveladora de sua realidade. Conhecer Édson significa compreender seu modo de ser-no- mundo, isto é, sua situação enquanto modo como está sendo possível existir neste momento. II – para conhecer Édson, precisará conhecer as pessoas de sua convivência, assim desvelar mais claramente os fenômenos referentes à vida conjugal. Para isso o psicólogo precisa convidar a esposa dele para pelo menos uma sessão. III –entende que Édson está distante de si mesmo, pois se enxerga a partir das relações que vivencia. Seu bem-estar está condicionado aos relacionamentos. Para a daseinsanalyse, o dasein é singular e precisa cuidar de sua existência a partir de si mesmo, tornando-se independente. IV –ouve as falas de Édson sobre sua esposa, sua amante e sua filha como descritivas de seus modos de ser-com-os- outros. A existência é sua situação, é suas relações. Nestas relações Édson é ser-no-mundo-com-os-outros e esses outros desvelam-se para ele tal como ele os descreve. Estão corretas: E) I e IV, apenas. Exercício 2: Segundo a daseinsanalista Ida Cardinalli, “O método fenomenológico heideggeriano exige o passo de volta para trás do fenômeno, no sentido vulgar, para o âmbito em que o fenômeno é, antes, aquilo que se oculta” (Daseinsanalyse e Esquizofrenia, 2004, p. 62). Assim a autora retoma a idéia de fenômeno, que constitui a busca metodológica da fenomenologia. Podemos dizer que, no contexto daseinsanalítico, a definição de fenômeno indica: I – Explicitar os fundamentos do modo de ser do Homem. II – Não ver o Homem como objeto da Natureza, possível de estudo e mensuração igual aos demais objetos da Natureza. III – O método não pode visar determinação causal, mensurabilidade, objetificação. IV – Deve ser precisa e conseguir determinar suas conclusões baseadas em uma estrutura teórica bem definida. V – Conseguir qualificar e classificar os fenômenos estudados, sem deixar a subjetividade alheia atrapalhar. Estão corretas apenas: A) I, II, e III. Exercício 3: A daseinsanalista Cardinalli afirma que “a compreensão do homem, em cada caso particular, também precisa estar orientada pela explicitação do existir como Dasein, para superar a concepção de homem presente nas diversas teorias das Ciências Humanas” ((Daseinsanalyse e Esquizofrenia, 2004, p. 75). Isso significa dizer que: A) Os fenômenos humanos devem ser compreendidos a partir do modo pelo qual correspondemos a algo, ou seja, a partir do modo como nossa relação com o mundo é definida. Exercício 4: Evangelista (2015) apresenta a Daseinsanalyse de Medard Boss e suas contribuições para uma prática clínica fundamentada no pensamento heideggeriano. Para Boss, a psicopatologia daseinsanalítica não se baseia nos manuais de psiquiatria e ganha nova dimensão, quando pautada no existir humano como Dasein. Considere as afirmações abaixo e indique a alternativa correta: I – A descrição do fenômeno patológico supõe o esclarecimento entre a realidade e a experiência do paciente, que não se adequa à realidade vivida pelo paciente sadio. II – Os sintomas corporais patológicos e os chamados psíquicos são sempre privações e podem ser compreendidos como reduções de possibilidades de compreensão do mundo e de si mesmo. III – A Daseinsanalyse se ocupa com trazer à luz o que se mostra do próprio fenômeno e tornar visível o fenômeno patológico. Estão corretas somente: B) II e III. Exercício 5: O psicopatologista francês Tatossian fundamenta suas pesquisas e sua prática clínica na fenomenologia existencial, dialogando constantemente com a Daseinsanalyse de Boss e Binswanger. Para ele, no contexto fenomenológico- existencial, a psicopatologia adquire nova significação. Ele afirma: A especificidade psicopatológica não é fornecida pelas modificações de comportamento, mas pelas modificações do vivido que compreendem as diversas formas de delírio, o distúrbio do humor melancólico ou maníaco e uma grande parte dos distúrbios da percepção e do pensamento da psicopatologia clássica. Mas essas modificações do vivido que se apresentam na pessoa global, e não são redutíveis aos distúrbios das funções parciais do psiquismo, estão escondidas sob o que se mostra imediatamente ao psiquiatra e não podem ser apreendidas, a não ser indiretamente, pela observação psiquiátrica, em que os dados resultam do comportamento material. Essas são as modificações do vivido, que se pode chamar, por exemplo, de ‘estruturas’, para distingui-los dos sintomas, que são as modificações do comportamento que carregam todo o peso da especificidade psiquiátrica. (2006, p.41) Considerando que Tatossian se aproxima da Daseinsanalyse, é correto afirmar: D) Para a fenomenologia o delírio, os distúrbios do humor e os da percepção e do pensamento devem ser pensados como modos possíveis de ser e estar no mundo com os outros. Exercício 6: Segundo Evangelista (2015), nos Seminários de Zollikon Heidegger apresenta aos médicos psiquiatras convidados de Medard Boss indicações para a elaboração de uma nova ciência do homem que leve em conta a condição humana, chamada por ele de Dasein (ser-aí). Em relação à nova ciência do homem, está correto afirmar que: I – é necessário ter uma explicação clara dos modos de ser do homem; II – os conceitos que se referem aos modos de ser do homem são investigados a partir da abstração do contexto social em que a existência acontece; III – após encontrar uma pluralidade de significados para o fenômeno estudado, faz-se necessário a escolha de apenas uma definição/conceito; IV - o homem não deve ser representado como objeto da natureza. Estão corretas somente: E) I e IV Exercício 7: Juarez (66 anos, aposentado) é trazido à psicoterapia por sua filha. Na entrevista inicial, ele entra sozinho e explica que caiu no banheiro e quebrou o fêmur há 3 meses. Fez cirurgia, inserindo uma prótese de quadril. Desde então, sua mobilidade restringiu-se. Frequentava um clube perto de sua casa, onde encontrava velhos amigos para jogar dominó e conversar, mas não consegue mais caminhar até lá. Diz: “fiquei dependente da boa vontade de meus filhos, mas não quero atrapalhar a vida deles.” Não vê motivo para ir ao psicólogo, pois “meu problema é ortopédico”. Medard Boss, fundador da Daseinsanalyse, “critica a medicina científico-natural por não compreender o sentido do adoecer humano, focalizando apenas os mecanismos que explicam o processo biológico. Critica-a também por cindir a existência humana em aspectos biológicos e psicológicos, relegando os psicológicos a outro profissional.” (EVANGELISTA, 2015, p.147-8) Considere as afirmações abaixo a respeito da Daseinsanalyse de Medard Boss e indique a alternativa correta. I – Para a compreensão existencial (daseinsanalítica) do sofrimento de Juarez, o psicólogo deve considerar quais as possibilidades de ser no mundo que estão atualmente restritas. Como ele informa dificuldades para encontrar amigos, a fratura no fêmur é “fratura” desse modo de ser. II – Por enquanto, Juarez não demanda para psicoterapia, pois o motivo do seu sofrimento já é conhecido e explicável fisiologicamente: quebrou o fêmur e, de fato, a recuperação da mobilidade leva tempo e depende de fisioterapia. III – Com dificuldades para encontrar seus amigos no clube, Juarez está com esse modo de ser-com-outros restrito. Estão corretas somente: C) I e II. Exercício 8: Evangelista (2015) apresenta a Daseinsanalyse de Medard Boss como uma nova ciência da saúde humana, que conjuga aspectos da Psicanálise de Freud coma filosofia de Martin Heidegger. Por meio dessa articulação, Boss entra na discussão da “Psicossomática”, disciplina que explica a relação entre o “psíquico” e o “somático”. Considerando essa disciplina é correto afirmar: I – Quanto à Psicanálise e Freud, Boss é crítico somente da Metapsicologia, isto é, o modelo hipotético que explica o funcionamento mental. A prática investigativa de sentido formulada por Freud – a psicoterapia – é seguida por ele, mas fundamentada na fenomenologia existencial de Heidegger. II – Boss é crítico da Psicossomática psicanalítica, pois, para a Daseinsanalyse, as causas dos sintomas psicossomáticos devem ser buscadas nos sentimentos de culpa e angústia do Dasein. III – Na Daseinsanalyse, o termo “Psico-Somática” é inadequado, pois a existência é um todo não divisível em psique e corpo. IV – A Daseinsanalyse não compreende as histerias de conversão como manifestação corpórea de mecanismos psíquicos. Tratam-se, outrossim, de modos de realizar, sem assumi-las clara e abertamente, determinadas possibilidades existenciais. Estão corretas somente: B) I, III e IV. Módulo 7 Exercício 1: Eduardo procura um psicólogo, afirmando que está infeliz no trabalho e no casamento. Quando o psicólogo pede para ele detalhar seu sofrimento, Eduardo não expõe nada muito claro. Não encontra nada específico que sinta que lhe faz mal no trabalho nem no casamento. Dá-se conta, enquanto fala, que não entende por que se sente infeliz, embora sinta-se assim. Ele opta por iniciar um processo psicoterapêutico. O psicólogo que o atende é fenomenológico-existencial (daseinsanalítico), fundamentando sua atitude de acordo com as descrições de Jardim (2015) em Ação e Compreensão na clínica fenomenológico-existencial. Sobre o processo psicoterapêutico neste contexto está correto afirmar: I – A ação clínica do psicólogo daseinsanalítico tem como sentido a identificação dos modos de ser da esposa de Eduardo que contribuem para que ele esteja tão infeliz com ela. II – O daseinsanalista terá como fio-condutor de seus esforços compreender os modos de ser de Eduardo no mundo e assim desvelar para ele a origem das suas dificuldades de relacionamento. III – O daseinsanalista cultivará uma relação com Eduardo na qual ele possa se aprofundar nos temas trazidos, articulando diferentes dimensões existenciais. IV – O daseinsanalista se comunicará com uma linguagem poiética, que significa que recorrerá a músicas, poemas e outros recursos expressivos para compreender com ele sua experiência. V – O objetivo da psicoterapia daseinsanalítica de Eduardo é propiciar ao paciente uma atitude de responsabilidade com a própria vida. Estão corretas: D) III e V, apenas. Exercício 2: Alvina perdeu seu filho a dez anos. Ele era usuário de drogas, vindo a falecer, segundo ela, em decorrência do uso de crack. Na sessão ela relata que ele a fez sofrer muito, passando noites desaparecido. Mas quando o reencontrava, não conseguia brigar com ele por causa de “amor de mãe”. Chora muito dizendo que não sabe em que errou. Faz acompanhamento com psiquiatras a bastante tempo, sendo medicada com antidepressivos, mas isso não faz com que suma sua vontade de “ir ficar com ele”. Diz que nunca pensou em se matar, pois é religiosa, mas sente muitas saudades de seu filho e quer voltar a cuidar dele. Também relata sofrer com dores de cabeça fortes e dores na coluna, que a impedem de trabalhar. Vive de aposentadoria por invalidez. Pede que o psicólogo a ajude a não se sentir mais assim, pois não suporta mais tanto sofrimento. Considerando esse relato, indique a alternativa incorreta sobre compreensão fenomenológico-existencial do sofrimento psicológico de Alvina. E) Alvina repete comportamentos que a tornam pouco eficaz nos relacionamentos sociais. A ausência de uma rede de apoio e de estímulos positivos gera empobrecimento de sua existência. Exercício 3: João Augusto Pompeia recorre ao conceito de Heidegger de Era da Técnica para se referir à nossa contemporaneidade. Considere as afirmações abaixo sobre Mundo da Era da Técnica e assinale a alternativa correta: I – No mundo da técnica, um mundo que quem manda é quem controla as situações é necessário controlar a si mesmo, é necessário ter autodomínio, controlar inclusive o corpo (emagrecer, vontades, desejos, impulsos, dores, emoções, fantasias, etc.), e o psicólogo fenomenológico-existencial (daseinsanalítico) tenta fugir dessa necessidade. II – Mesmo no mundo da técnica o psicólogo fenomenológico-existencial (daseinsanalítico) entende que o ser-aí é chamado a ser o poder ser que ele é, que ele não se limita a corresponder às solicitações feitas pela técnica e, portanto esse poder-ser abre-se para muito além disso. III – Que o psicólogo fenomenológico-existencial (daseinsanalítico) entende que para dominar as emoções e os comportamentos é necessário ouvir o que eles estão dizendo, é olhar para o que está aparecendo e com isso abandonar um jeito conhecido de ser para vir-a-ser de outro jeito ou aprender a ficar com o jeito velho de ser enquanto o novo jeito não chegar. IV – Que o psicólogo fenomenológico-existencial (daseinsanalítico) acredita que o modo de ser temporal do Dasein é sempre calculado, medido, quantificado. Que tempo perdido para ele é prejuízo e que o Dasein por ser um ser-aí vive preso no tempo linear (relógio, calendário, etc...). Estão corretas somente as afirmações: B) I, II e III. Exercício 4: BARRETO & MORATO (2010) pensam a ação clínica do psicólogo fundamentadas na psicologia fenomenológico- existencial, de acordo com a concepção de Jardim (2015). Afirmam elas: “Esse novo olhar, ao desalojar o homem da sua habitual relação com o mundo e a consciência, abre um espaço que só aparece quando o habitual é desconstruído e o homem(Dasein) se descobre entregue à tarefa inexorável de “ter-que- ser”. Essa quebra do habitual pode vir a acontecer quando o homem começa a ceder ao apelo dos traços fundantes e constitutivos (ontológicos) do nosso modo de ser.” (p.50). Este trecho nos apresenta uma reflexão sobreo novo olhar que surge a partir da ação clínica na Fenomenologia. Considere as afirmações abaixo a respeito de ação clínica e indique a alternativa correta. I – A ação clínica pode ser pensada como um espaço que abre para novas formas de existir. II – A ação clínica busca reestabelecer o equilíbrio do existir diário que havia antes da crise. III – Espaço de reflexão de quebra do estabelecido IV – Trata-se de um espaço onde se pode perceber os erros e acertos da vida. V – Espaço de acolhimento da constituição originária do homem. Estão corretas somente as afirmações: A) I, III e V. Exercício 5: Segundo JARDIM (2015), Por um lado, na familiaridade da queda (Verfallen) o fazer repetitivo é constitutivo e indispensável para o existir, tornando desnecessário que as atitudes sejam pensadas e percebidas a todo o momento; por outro, essa mesma repetição pode se tornar um aprisionamento quando restringe a possibilidade de surgimento de um novo modo de ser, isto é, de uma ação propriamente dita que abra outros caminhos para lidar com os questionamentos próprios de cada um. (p.69-70) Na terapia daseinsanalítica isso implica em: I – O terapeuta deve retirar o paciente da familiaridade da queda. II – Não se pode falar de ‘neurose’ na Daseinsanalyse, mas, sim, de modos repetitivos de ser. Assim o Dasein pode ter uma estrutura repetitiva, isto é, uma essência que tende a repetir. Cabe ao terapeuta descrever essa estrutura e o paciente assumi-la como sua. III – O sofrimento existencial está relacionado a uma queda no fazer repetitivo que fecha para novos modos de ser. IV – O sentido da ação clínica é resgatar a condiçãode agente, isto é, iniciante na própria vida, recuperando a liberdade para projetar-se adiante. Estão corretas somente: C) III e IV. Exercício 6: Ao refletir a respeito da ação clínica como modo específico de agir do psicólogo fenomenológico-existencial, BARRETO E MORATO (2009) afirmam que: “Cada ser humano é único e singular; exige do profissional de Psicologia abertura ao inusitado, à reinvenção da sua forma de trabalhar, à revisitação da teoria psicológica e da concepção de subjetividade que sustenta sua proposta de intervenção clínica.” (p.50). [Referência bibliográfica: BARRETO, C. & MORATO, H. T. P. “A ação clínica e a perspectiva fenomenológica existencial” In: MORATO, H. T. P. et al. Aconselhamento Psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial, p.41 – 51.] Sobre a ação clínica como modo de agir do psicólogo fenomenológico-existencial está correto afirmar: C) Possibilitar que o ato terapêutico se manifeste em um ato criativo numa busca a dois, numa procura paciente de descrever, compreender e analisar a realidade como vem ao encontro do paciente. Exercício 7: POMPÉIA (2012) afirma: “A existência é acompanhada por transformações constantes, muitas das quais nós mal percebemos, porque vêm aos poucos; outras são repentinas, inesperadas. Tudo em nós é sujeito a mudanças: nosso corpo, nossas relações com os outros, nossas condições de vida em geral. São mudanças que tanto podem ser aquelas que representam um desenvolvimento, quanto aquelas que significam perda. Poder sofrer perdas pertence à condição da existência, que se caracteriza pela fragilidade, pelo poder ser atingida por acontecimentos de todos os tipos.” (p. 93). Sobre as alterações que afetam diretamente o corpo, como por exemplo, amputações, perda de funções, de habilidades, entre outras, analise as afirmações abaixo e indique a alternativa correta: I – Uma perspectiva fenomenológico-existencial compreende que alterações drásticas no corpo de uma pessoa implicam em alterações drásticas em seu modo de ser-no-mundo. II – Uma perspectiva fenomenológico-existencial compreende que a amputação de uma perna, por exemplo, implicará em mudanças nas relações da pessoa consigo mesma, com os outros e com as coisas. Isso porque, certas mudanças corporais podem inviabilizar ou restringir a execução de algumas atitudes que dizem respeito à realização daquilo que faz parte do caminho da pessoa em direção ao que dá sentido à sua vida. III – Uma perspectiva fenomenológico-existencial compreende que perdas de funções corporais podem afetar a existência de uma pessoa, pois, por serem corpo e psique dois opostos que se encontram em intrínseca relação, a alteração em um interfere diretamente no funcionamento do outro. Estão corretas somente: C) II e III. Exercício 8: Segundo Jardim (2015), “[...] é o sentido que pode se revelar no aí compartilhado da terapia para o terapeuta e para o paciente, com base no qual se articula o modo de ser deste último. [...] O sentido desvela as próprias relações de mundo do paciente e como ele as compreende” (p.56). Com base nos fundamentos da prática da Daseinsanalyse, está correto afirmar que: I – O desvelamento e a compreensão dos modos de ser do paciente são um convite para a possibilidade de ele se aproximar de si mesmo. II – O terapeuta caminha lado a lado com o paciente. No entanto, não cabe ao primeiro decidir em nome do paciente. III – O desvelamento do sentido permite que o terapeuta se atente para indicar outro sentido a seguir, corrigindo o que não está bem. Estão corretas somente: C) I e II. Módulo 8 Exercício 1: QUESTÃO ADAPTADA DO ENADE 2013 A psicologia como ciência caracteriza-se pela tensão entre recortes epistemológicos e pressupostos ontológicos sobre seu objeto, criando, ao longo de sua história, uma diversidade de abordagens, tal como o cognitivismo e a psicologia fenomenológica. Em relação à concepção da psicologia fenomenológica como ciência, são feitas as seguintes afirmativas: I. A Psicologia Fenomenológica, inspirada nas filosofias de Husserl e Heidegger, preconiza uma visão de ciência centrada na concepção de descrição precisa dos dados da experiência. II. A Psicologia Fenomenológica é contrária à ciência e ao conhecimento científico, pois nega a possibilidade de qualquer conhecimento verdadeiro. Para ela há apenas opiniões e perspectivas; “cada cabeça, uma sentença.” III. Para a psicologia fenomenológica, a experiência é irredutível a uma análise descontextualizada do mundo do existente; portanto, os métodos experimentais não são adequados. IV. A Psicologia Fenomenológica reúne um grupo amplo e diverso de abordagens divergentes entre si, que compartilham a crença na natureza boa do indivíduo e sua capacidade inata de desenvolvimento e complexificação. Estão CORRETAS somente as afirmativas B) I e III. Exercício 2: Segundo Feijoó (2011), “Husserl propõe que, frente ao fenômeno, possamos assumir uma atitude antinatural própria à fenomenologia.” (p.29) A psicóloga se baseia na distinção efetuada por Edmund Husserl no livro A Idéia da Fenomenologia (1907). Diz ele que na atitude natural, “na percepção, por exemplo, está obviamente diante dos nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas, portanto no meio de um mundo que, em parte, como as coisas singulares, cai sob a percepção... (p.39) Sobre as atitudes natural e fenomenológica é verdadeiro afirmar que: I – A atitude natural é o modo como cotidianamente encontramos as coisas no mundo, existindo por si mesmos. II – Passa-se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito (isto é, o fenômeno). III – A atitude fenomenológica refere-se a um passo metodológico pelo qual a consciência suspende a crença na realidade em si dos objetos do mundo. É a chamada epoché. Surgem, então, os fenômenos. IV – Embora Husserl não se preocupasse com a prática psicológica, a atitude fenomenológica foi assumida pela Psicologia como uma possibilidade. Tal atitude acontece na prática psicológica como esforço do psicólogo de deixar que o outro revele os significados de sua experiência tal como a experiência. Estão CORRETAS apenas as afirmativas: A) I, III e IV. Exercício 3: “Fenomenologia diz então: αποφα?νεσθαι τα φαιν?μενα – deixar e fazer ver por si mesmo aquilo que se mostra, tal como se mostra a partir de si mesmo. É este o sentido formal da pesquisa que traz o nome de fenomenologia. Com isso, porém, não se faz outra coisa do que exprimir a máxima formulada anteriormente – ‘para as coisas mesmas!’” (p.65) (Heidegger, M. Ser e Tempo. São Paulo: Ed. Vozes, 1998) I – A Fenomenologia é antes de tudo um método de acesso ao sentido de cada fenômeno. Fenomenologicamente compreendido, o fenômeno já é um modo privilegiado de encontro. II – A fenomenologia é um acesso ingênuo ao mundo, isto é, uma busca daquilo que é imediato na aparição. III – Fenômeno e manifestação são, de um ponto de vista fenomenológico, o mesmo. Ambos são o mostrar-se de algo que não se mostra, uma coisa em si. IV – A fenomenologia enquanto método é uma reaprendizagem do olhar. É o esforço incessante de apreender a linguagem das próprias coisas. V – Dizer que a fenomenologia é um método significa reconhecer que ela se pergunta pelo como, o modo de acesso privilegiado às coisas. Nesse sentido é que ela é a ciência dos fenômenos. Das afirmações acima, estão CORRETAS somente: D) I, IV e V. Exercício 4: Feijoo cita um trecho do relato de caso da paciente sra. K, analisada por Boss, cuja primeira análise fora motivada por sintomas histéricos e, posteriormente, sintomas ginecológicos(corrimento vaginal) e transtornos alimentares (grande oscilação de apetite e peso). Após quatro anos de análise, a paciente relata o seguinte sonho: Entra um homem, um professor, com uma aparência expressiva, inteligente. O analista o apresenta à paciente. O professor sai com ela sem dar maior importância ao analista. Vão, ambos, a uma grande festa. Ei-los na varanda contemplando a noite. Eles sabem estar unidos por todos os seus pensamentos e todos os seus sentimentos. Nenhum apetite sexual. Naturalmente, eles se casarão e conhecerão, então, a união carnal. Mas sabem esperar. Na casa, o baile terminou. Eles não conseguem parar de contemplar as estrelas. A partir daí é o céu que começa a mandar na festa. As estrelas se juntam até formar um gigantesco pinheiro de Natal. Poderosos órgãos cósmicos tocam a melodia da paz na Terra. A paciente, no seu sonho, cai, então, em sono profundo. Ela acorda tarde na manhã seguinte, porém feliz. (BOSS, 1959 apud FEIJOO, 2011, p.80) Sobre o sonho da sra K. e o sonhar na psicoterapia daseinsanalítica (Feijoo, 2011; Evangelista, 2015), está correto afirmar: A) Os sonhos revelam possibilidades existenciais que uma existência singular está incapaz de se apropriar na vida desperta. Cabe ao daseinsanalista considerar com o paciente a quais fenômenos a existência do sonhador está aberta. Exercício 5: Trecho extraído da Carta Sobre o Humanismo, de Martin Heidegger. Do mesmo modo com ‘animal’, zõon [animal], já se pro-pôs uma interpretação da ‘vida’ que repousa necessariamente sobre uma interpretação do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo. Além disto e antes de qualquer outra coisa, resta, enfim, perguntar se a essência do homem como tal, originalmente – e com isso decidindo previamente tudo – realmente se funda da dimensão da animalitas [animalidade]. Estamos nós no caminho certo para essência do homem, quando distinguimos o homem e enquanto o distinguimos, como ser vivo entre outros, da planta, do animal e de Deus? Pode-se proceder assim, pode-se situar, desta maneira, o homem em meio ao ente, como um ente entre outros. Com isso se poderá afirmar, constantemente, coisas acertadas sobre o homem. É preciso, porém, ter bem claramente presente que o homem permanece assim relegado definitivamente para o âmbito essencial da animalitas; é o que acontecerá, mesmo que não seja equiparado ao animal e se lhe atribuir uma diferença específica. (...) Um tal pôr é o modo próprio da Metafísica. Mas com isso a essência do homem é minimizada e não é pensada em sua origem. (...) A Metafísica pensa o homem a partir da animalitas; ela não pensa em direção de sua humanitas [humanidade]. (p.352) (HEIDEGGER, M. Conferências e Escritos Filosóficos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973) Considere as afirmativas abaixo sobre a “essência” do homem para a fenomenologia-existencial: I – Segundo Heidegger a essência do homem não pode ser pensada a partir da animalidade (animalitas). Com isso ele critica o conceito de animal racional, propondo que o homem deva ser pensado a partir de sua irracionalidade. II – Pensar o homem a partir da animalitas não é exclusividade da Metafísica. Nós, cotidianamente, pensamos o homem (e nós mesmos) a partir da animalitas a todo o momento em que nos compreendemos como um organismo vivo (zoé). III – A essência do homem para a Daseinsanalyse não está em sua constituição física, nem psíquica, nem social. A essência do homem é ser-aí (Dasein). IV – Conceber o homem como bio-psico-social permanece preso à interpretação “do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo.” Portanto, não nos aproxima mais da essência do humano. Estão CORRETAS somente as afirmativas: D) II, III e IV. Exercício 6: Segundo Feijoó (2011), é necessário retomar a noção de Dasein (ser-aí) delineada por Heidegger em Ser e Tempo para a elaboração de uma ‘psicologia’ fenomenológico-existencial. Uma primeira apresentação da ‘definição’ de Dasein está no §9 do livro filósofo, onde ele indica que 1) “a ‘essência’ deste ente [nós mesmos] está em ter de ser” e 2) “O ser, que está em jogo no ser deste ente, é sempre meu.” (Heidegger, 1927/1998, p.78) Que nossa existência é dasein (ser-aí) significa: I – O ser-aí é sempre uma possibilidade de ser si-mesmo. Isso significa que a existência é as possibilidades existenciais que realiza. II – Existir significa compreender ser, tanto de si mesmo quanto dos outros e das coisas. Há vários modos de ser. III – A “essência” do homem (ser-aí) configura-se a partir do primeiro momento em que surge no mundo (nascimento), tornando-se, então, “ser-no-mundo”. IV – Para Heidegger, a existência não tem uma essência quididativa; isto é, Dasein é atravessado pelo Nada, que é a indeterminação ontológica enquanto tarefa de ter-que-ser. Estão CORRETAS somente as afirmativas: D) I, II e IV. Exercício 7: Leia o trecho abaixo, extraído de um livro do analista existencial norteamericano Rollo May: “A maioria dos que leem trabalhos referentes à analise existencial [daseinsanalyse] como manuais de técnica se desapontam. Eles não encontram métodos práticos especificamente desenvolvidos. Grande parte dos analistas existenciais não se mostra muito interessada em assuntos técnicos. O motivo principal de não estarem interessados em formular técnicas, sem nenhum constrangimento por isso, é que a análise existencial é uma forma de compreensão da existência humana, ao contrário de um sistema de ‘explicações’.” (p.166) (MAY, R. A descoberta do Ser, Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1993) I. De acordo com o texto acima a própria ideia de compreensão da existência humana é contrária aos assuntos técnicos, de modo que eles devem ser excluídos em uma daseinsanálise. II. De acordo com o texto, a maioria dos daseinsanalistas não se debruça sobre assuntos técnicos, pois o que constitui o cerne da compreensão da existência humana não é um sistema de explicações. III. O texto não nega em momento algum a possibilidade de o daseinsanalista fazer uso de técnicas especificas. Ele apenas aponta o fato de que a preocupação primeira desses analistas é a compreensão da existência humana. IV. O texto fala do desapontamento de não encontramos dados suficientes nas obras de análise existencial, de modo que sempre permanecem dependentes de outros manuais de técnica. V. De acordo com o texto há uma distinção importante entre uma compreensão da existência humana e um sistema de explicações, sendo que a primeira é sempre o objetivo principal dos daseinsanalistas. Das afirmações acima estão CORRETAS apenas: A) II, III e V. Exercício 8: QUESTÃO ADAPTADA DO ENADE 2013 Uma paciente de 20 anos de idade, em uma entrevista inicial, relata um quadro diagnosticado como Transtorno de Pânico Sem Agorafobia (DSM IV 300.01): “Doutora, não sei o que eu tenho... estava na minha casa sozinha. Quando fui à cozinha, comecei a sentir mal! Senti como se algo horrível fosse acontecer. Senti como se estivesse morrendo... Minhas mãos começaram a formigar. Meu coração disparou, mal conseguia respirar. Nada estava acontecendo e eu não sabia o que me acontecia. Achei que meu coração ia parar! Comecei a chorar! O médico me disse que eu não tinha nada. Me receitou um ansiolítico e me mandou para casa. Isso foi há um ano. Isso ocorreu mais de uma vez e sempre de repente! Às vezes, quando menos espero. Eu estou apavorada! Não sei o que acontece, nem quando vai acontecer! Tenho medo de enlouquecer ou de ter um ataque cardíaco! E eu sou atleta! Sei que não tem nada a ver! Nunca tive nada disso! Nunca usei drogas! E o médico me disse que minha saúde está bem. Meus pais estão bem! Minha relação com eles é boa! Tenho namorado! Agora não consigo nem ir à aula na faculdade sem ter
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