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Ementa • Conceitos fundamentais • Nomenclatura de polímeros • Classificação de polímeros • Estrutura molecular dos polímeros • Síntese de polímeros • Massas molares e sua distribuição em polímeros • Comportamento térmico dos polímeros • Comportamento mecânico de polímeros • Relação estrutura-propriedade • Processamento de polímeros Histórico • Antiguidade, materiais resinosos para carimbar, colar documentos e vedar vasilhames • Século XVI, espanhóis e portugueses, tiveram contato com a borracha • 1839, Goodyear, vulcanização • 1846, químico alemão tratou algodão com ácido nítrico, nitrocelulose • 1912, 1° polímero sintético, fenol+formaldeído=resina fenólica, baquelite • 1920-Staudinger, cientista alemão, propõe a teoria de macromolécula, prêmio Nobel de Química em 1953. • 1929-DuPont formaliza as reações de condensação que geraram as poliamidas, NYLON Conceito • Poli(muitos) e mero (unidade de repetição) • Macromolécula composta por dezenas de milhares de meros (unidade de repetição), ligados por ligação covalente. • A matéria-prima é o monômero, molécula com uma unidade de repetição. • Pesos moleculares da ordem de 103 a 106 • Dividem-se em 3 grandes classes em relação ao comportamento mecânico: Plásticos, Borrachas e Fibras Etileno • Mas qualquer composto de baixa massa molecular pode gerar um polímero? • Não! Para que ocorra a reação de polimerização é necessário que cada monômero (pequena molécula) se combine com pelo menos 2 outros monômeros. Para isso, o monômero precisa ter dois pontos reativos na molécula Funcionalidade • É o número de pontos reativos presentes em uma molécula. • Exigência para uma molécula ser considerada monômero, deve ter pelo menos funcionalidade 2. • A bifuncionalidade pode ser obtida com a presença de grupos funcionais reativos e/ou duplas ligações reativas Os polímeros estão em toda a parte. O DNA é um polímero, assim como as proteínas e o amido que ingerimos nos alimentos. Todos os dias usamos roupas feitas de polímeros, naturais ou sintéticos, além de inúmeros objectos As borrachas sintéticas (como os pneus) são polímeros assim como a celulose das plantas. • Características gerais: • Baixa densidade • Baixo ponto de amolecimento e fusão. • Grande deformabilidade (termoplásticos) • Baixa resistência mecânica • Baixa dureza • Isolantes térmicos • Resistem bem a degradação por produtos inorgânicos e pouco a produtos orgânicos Terminologia Exemplos: ceras parafínicas, ácidos graxos e seus derivados Fósforo Starch=amido Wool=lã Silk=seda Pitch=piche Silk worm= bicho da seda Nomenclatura Simbologia para reciclagem Classificação Cadeias Ramificadas São polímeros originários de monômeros de hidrocarboneto alifático insaturado contendo uma dupla ligação carbono-carbono reativa Quanto ao comportamento mecânico 1. Plásticos 2. Elastômeros: a T amb, podem deformar-se no mínimo 2 x o seu comprimento inicial, retornando ao comprimento original rapidamente após retirada de esforço 3. Fibras: termoplástico orientado , condição geométrica de L/D=100. Nylons, PET Quanto ao comportamento mecânico 1. Plásticos: polímero sólido a T ambiente. Pode ser: Quanto ao desempenho mecânico 1. Termoplásticos convencionais (commodities), baixo custo, baixo nível de exigência mecânica, alta produção, PP, PS, PVC 2. Termoplásticos especiais, EVA, SAN, PTFE 3. Termoplásticos de engenharia, para a confecção de peças de bom desempenho mecânico, engrenagens, que tb pedem estabilidade dimensional, Nylon, PET, PBT, POM, PC, ABS 4. Termoplásticos de engenharia especiais, onde alta T é a maior exigência, PPS, PEEK Estrutura molecular • Amorfo • Semi-Cristalino Estrutura molecular 1. Ligações Moleculares Primárias ou Intramolecular a) Iônica, grupos carboxílicos ionizáveis( –CO2H) b) Metálica, ocorre quando íons metálicos são incorporados ao polímero c) Covalente 2. Ligações Moleculares Secundárias ou Intermoleculares a) Forças de Van der Waals b) Pontes de Hidrogênio Interação entre dois dipolos permanentes da poliacrilonitrila PAN Ligação de Hidrogênio formada entre a carbonila e o grupo NH de uma poliamida Ligações covalentes comuns em polímeros Sofre Hidrólise fácil em contato com a água Instáveis responsáveis pelo envelhecimento da borracha Funcionalidade • É o número de pontos reativos presentes em uma molécula. • Exigência para uma molécula ser considerada monômero, deve ter pelo menos funcionalidade 2. • A bifuncionalidade pode ser obtida com a presença de grupos funcionais reativos e/ou duplas ligações reativas • Moléculas polifuncionais f≥3 produzem rede tridimensional (termorrígido) Polímero em Rede Vulcanização da borracha Polímero com ligações cruzadas Características moleculares, estrutura • A) polímeros lineares: As unidades mero são unidas ponta a ponta em cadeias únicas. Grande quantidade de ligações de Van der waals entre as cadeias. Ex: polietileno, PVC, poliestireno, polimetilmetacrilato poliamidas (Nylon) • B) Polímeros ramificados: Cadeias de ramificações laterais encontram-se conectadas às cadeias principais. Diminuição da densidade do polímero. Ex: mesmos acima mas com baixa densidade. • C) Polímeros com ligações cruzadas: As cadeias lineares estão unidas umas as outras em várias posições através de ligações covalentes. Ex: Borrachas vulcanizadas onde as ligações cruzadas são causadas pelo aditivo (“S”). • D) Polímeros de rede: Possuem 3 ligações covalentes ativas formando redes tridimensionais: Ex: polímeros termofixos – Baquelite, resina epoxi, etc • Quando todas as unidades básicas repetidas (meros) são iguais = homopolímero • Se duas ou mais unidades mero diferentes participam das moléculas = copolímero Características moleculares, química (composição dos meros) Conformação das cadeias Características moleculares, forma Helicoidal, presença de GL, distorcem zig-zag Termodinamicamente e espacialmente preferencial Configuração de cadeias poliméricas 9/9 Configuração de cadeias poliméricas: Taticidade, regularidade espacial com que grupos laterais são alocados na cadeia PS Configuração de cadeias poliméricas: isomeria geométrica Na configuração Cis a cadeia cresce do mesmo lado, na trans em lados opostos Estrutura molecular no estado sólido • Como as cadeias moleculares estão empacotadas. • Pode ser desordenado, formando a fase amorfa, ou, pode ser ordenado, regular e repetitivo, definindo a fase cristalina Cristalinidade dos polímeros • Diferente dos metais e cerâmicos, é um empacotamento de cadeias moleculares. • Em geral são parcialmente cristalinos • Parte cristalina –com ordem • Parte amorfa – sem ordem Figura 10.16 Dois arranjos cristalinos para materiais termoplásticos parcialmente cristalinos: (a) Modelo de franjas-micelas e (b) modelo de cadeia dobrada. (Direito de cópia de 1982 de F. Rodriguez, “Principles of Polymer Systems”, 2. ed., p. 42. Reproduzido com permissão de Routledge/Taylos & Francis Group, LLC.) a) 1928. Miscela franjada: os polímeros semi-cristalinos são formados por 2 fases distintas, cristalitos (Segmentos de cadeias alinhadas paralelamente), dispersos numa matriz amorfa Teoria de miscela franjada • À medida que a morfologia polimérica foi sendo estudada nas décadas posteriores, essa teoria foi sendo abandonada, pois não explicava algumas evidências de dobramentode cadeia e a existência de agregados cristalinos maiores (os esferulitos) • Utilizado para descrever a morfologia de polímeros que cristalizam em níveis muito baixos. (Extraído de R.L. Boysen, “Olefin Polymers (High-pressure Polyethelene)”, in “Kirk-Othmer Encyclopedia of Chemical Technology”, vol. 16, Wiley, 1981, p. 405. Reimpresso com permissão de John Wiley & Sons, Inc.) Figura 10.17 Estrutura esquemática de cadeia dobrada de uma lamela de polietileno de baixa densidade. Estrutura obtida em monocristais poliméricos, crescidos a partir do resfriamento de soluções diluídas. b) 1957. Teoria das cadeias dobradas: cada molécula dobra de maneira regular, formando cristais que são chamados de lamelas Estrutura esferulítica, morfologia do polímero cristalizado a partir do estado fundido Figura 10.18 Estrutura esferulítica de filme fundido de um polietileno de baixa densidade, 0,92 g/cm³. (Extraído de R.L. Boysen, “Olefin Polymers (High-pressure Polyethelene)”, in “Kirk-Othmer Encyclopedia of Chemical Technology”, vol. 16, Wiley, 1981, p. 406. Reimpresso com permissão de John Wiley & Sons, Inc.) A cristalização se inicia em núcleos individuais e se desenvolve radialmente • Polímeros cristalizáveis típicos são os que possuem cadeias lineares, se tiverem ramificações ou grupos laterais, este são pequenos ou dispostos simetricamente. • Quanto maior a cristalinidade, mais elevadas são as propriedades de densidade, rigidez, resistência química, T fusão, T transição vítrea, mas diminuem resistência ao impacto, alongamento na ruptura e a claridade ótica. • Quanto mais simples a cadeia maior a cristalinidade. • Maior a cristalinidade – maior a densidade • Maior a cristalinidade – maior a resistência mecânica • Maior a cristalinidade – maior a resistência ao calor (ao amolecimento) • Maior a cristalinidade – maior a resistência à degradação. Fatores que alteram a cristalinidade 1. Linearidade da cadeia, facilitam empacotamento favorecendo a cristalinidade 2. Taticidade, ex.: PPi (polipropileno isotático) apresenta uma ordem na disposição do grupo lateral, tendo regularidade, tem 50 – 80% de cristalinidade. Já PP atático é amorfo, aspecto pastoso. 3. Grupo lateral, sua presença dificulta um empacotamento regular das cadeias, reduzindo a capacidade de cristalização. Comparando a % de cristalização com o efeito do volume: PE (grupo lateral H) 90%; PVC (Cl) 15%; PS (fenila) amorfo Fatores que alteram a cristalinidade 4. Configuração em torno de duplas ligações, config. cis, arranjo irregular (conformação do tipo enrodilhada); trans, arranjo regular próximo à zig-zag planar. • O que é cristalização sob tração? • Quando pode ocorrer? • É desejável? Fatores que alteram a cristalinidade 5. Polaridade, ser polar não é obrigatório para ser cristalino, mas pode aumentar forças intermoleculares, gerando cristalinidade, Nylon 6. Rigidez/flexibilidade da cadeia principal, cadeias rígidas facilitam o empacotamento pois tendem a manter suas cadeias paralelas entre si. 7. Copolimerização, dois meros diferentes na cadeia principal, com isso tenderá a ter dificuldade de empacotamento. Porque a borracha EPDM que contem 2 meros que individualmente produz homopolímeros semicristalinos (PE e PP) é amorfa? Fatores que alteram a cristalinidade: Polaridade Ligação de Hidrogênio formada entre a carbonila e o grupo NH de uma poliamida PEA (amorfo), Cadeia flexível PET e PBT (semi-cristalinos), Cadeias rígidas PE + PP Meros de etileno e propileno = EPDM, amorfo Copolímero aleatório O mero etileno quando homopolimerizado resulta em PE semicristalino O mero propileno quando homopolimerizado resulta em PP semicristalino Fatores que alteram a cristalinidade 8. Aditivos: plastificantes, dificultam o empacotamento; nucleantes, facilitam a cristalização. 9. Taxa de resfriamento de processamento, no resfriamento lento, o número de cadeias que tem tempo para se ordenar é maior, consequentemente, maior será a cristalinidade Técnicas para determinação experimental do grau de cristalinidade dos polímeros • Calorimetria por DSC • DRX Síntese Polimerização é a reação química ou conjunto de reações na qual moléculas simples reagem entre si, formando uma macromolécula de alta massa molecular POLIMERIZAÇÃO O crescimento em cadeia, ou polimerização por adição, envolve uma reação rápida entre cadeias de monômeros quimicamente ativos. Exemplo: PE, PS, PVC são polímeros de adição comuns. São obtidos “adicionando-se” alcenos simples, como o etileno (CH2=CH2) , o estireno (C6H5CH=CH2) e o cloreto de vinila (CH2=CHCl). O crescimento em estágio, etapas, ou polimerização de condensação envolve reações químicas individuais entre pares de monômeros reativos, e é um processo muito mais lento. Polimerização por adição Os polietilenos sob várias pressões e condições catalíticas apresentam propriedades diferentes, que resultam de estruturas moleculares diferentes a) Para obter cadeias lineares: Óxido de cromo usado como catalisador b) Para obter cadeias ramificadas: Processo a 230°C sob alta pressão Polímeros de condensação Características: eliminação de moléculas de baixa massa molecular como subprodutos como H2O, HCl, NH3 O número de pontos reativos por molécula é chamado funcionalidade. O monômero deve ter, pelo menos, funcionalidade 2. Como os grupos funcionais são reativos entre si, não há a necessidade de adição de iniciadores. +H2O Polímeros de condensação diácido diamina O radical ativo (OH) ataca a dupla ligação de um monômero, neste caso, o etileno, transferindo o centro ativo e dando início a polimerização Polimerização por adição Desaparecimento do centro ativo Radical livre MECANISMO DA REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO DE ADIÇÃO A reação de polimerização em adição pode ser de vários tipos: Radical livre Aniônica Catiônica Reações de polimerização em adição que ocorrem em etapas dependentes uma da outra Iniciação Propagação Terminação Radical livre Polimerização iônica • O carbono do centro ativo tem falta de elétrons, com isso, é gerada uma carga positiva, carbocátion, e a reação é dita polimerização catiônica • O carbono do centro ativo tem excesso de elétrons, gerando uma carga negativa, carboanion e a reação é dita polimerização aniônica Formação do carbocátion e iniciação O próton (H+) ataca a dupla ligação do monômero, formando uma ligação simples através do uso do par de elétrons da dupla ligação C=C, e transferindo a carga positiva (falta de dois elétrons) para o carbono cabeça Formação do carboânion e iniciação Métodos de polimerização • Em massa • Em solução • Em suspensão • Em emulsão Métodos de polimerização • Em massa: monômero é adicionado ao iniciador. A reação se inicia com o aquecimento, podendo ser verificada pelo aumento da viscosidade do meio. Vantagem é a qualidade do produto final, que é livre de qualquer impureza. Por outro lado, sua desvantagem é a dificuldade de se controlar a temperatura (reação exotérmica) Métodos de polimerização • Em solução: melhora a transferência de calor e homogeneização da temperatura, para isso um líquido é adicionado ao meio reacional. Esse líquido pode ser um solvente, e a polimerização então é dita em solução. Métodos de polimerização • Em suspensão, Como o uso de solventes é economicamente desinteressante, desenvolveu-se uma terceira técnica de polimerização, onde se emprega a água como meio de transferência de calor. O iniciador é previamente dissolvido no monômero e esta mistura adicionada à água. Métodos de polimerização• Em emulsão, Uma outra maneira de manter um líquido orgânico (monômero) disperso em água ocorre com o uso de um agente emulsificante (sabão). Adiciona-se um sabão à água e promove-se uma forte agitação. As moléculas de sabão vão formar miscelas com as pontas hidrófobas viradas para dentro e as pontas hidrófilas para fora. • Ao se adicionar o monômero, parte dele fica na forma de gotas, mas parte irá penetrar nas miscelas (região hidrófoba). Adicionando-se um iniciador solúvel em água, a polimerização nas gotas é evitada, mas esta vai ocorrer nas miscelas. Com a formação de polímero nas miscelas e conseqüente redução da concentração de monômero, aparecerá uma pressão osmótica forçando mais monômero a sair das gotas e imigrar para as miscelas, dando continuidade a polimerização. • O produto final é um pó fino Métodos de polimerização • Em emulsão, Pressão osmótica=Pressão hidrostática= ρgh Comportamento térmico • Temperaturas de transições características em polímeros: 1. Temperatura de transição vítrea ou Tg 2. Temperatura de fusão cristalina ou Tm 3. Temperatura de cristalização Comportamento térmico Temperatura de transição vítrea ou Tg, valor médio da faixa de T que durante o aquecimento, faz com que as cadeias da fase AMORFA adquiram mobilidade. Possui energia interna suficiente para permitir o deslocamento de uma cadeia em relação a outra. Comportamento térmico Temperatura de fusão cristalina ou Tm, valor médio da faixa de T que durante o aquecimento, desaparecem as regiões cristalinas com a fusão dos cristalitos, ou seja, mudança de fase. Comportamento térmico Temperatura de cristalização ou Tc, durante o resfriamento de um polímero semicristalino a partir de seu estado fundido, ao atingir esta T as cadeias se organizam de forma regular, formando a estrutura cristalina. Termograma de calorimetria diferencial de varredura, DSC -Uma descontinuidade na curva caracteriza uma transição de 2ª ordem (Tg) -A presença de picos caracteriza transições de primeira ordem (Tm e Tc). A grande variação nos valores de Tg e Tm apresentados pelos polímeros é dependente de fatores estruturais particulares. Os mais importantes são listados, comentados e exemplificados a seguir. Como estas duas temperaturas de transição servem para vencer forças secundárias e dar mobilidade à cadeia polimérica, todo e qualquer fator que resulte em um aumento nas forças intermoleculares secundárias e na rigidez da cadeia aumentará ambos, Tg e Tm. Influência da estrutura química sobre Tg e Tm 1.Rigidez/flexibilidade da cadeia principal A presença de grupamentos rígidos dentro da cadeia principal vai promover rigidez à mesma, tendendo a aumentar Tm. 1.Rigidez/flexibilidade da cadeia principal Tm 2.Polaridade A existência de grupos polares nas macromoléculas poliméricas tende a aproximar mais fortemente as cadeias entre si, aumentando as forças secundárias. Assim, a presença de polaridade aumenta Tg e Tm, este aumento sendo tanto maior quanto maior for a polaridade Em relação a polaridade do grupo funcional: menor o seu efeito de atração, quanto maior o número de CH2 3. Efeito do volume do grupo lateral A presença de um grupo lateral volumoso tende a ancorar a cadeia polimérica, exigindo maiores níveis de energia para que a cadeia adquira mobilidade, isto é, aumentando o Tg e o Tm do polímero proporcionalmente ao seu volume. Por outro lado, a dificuldade de empacotamento gerada por este grupo volumoso dificulta a cristalização (reduzindo os valores da fração cristalina) podendo até impedi-la completamente. 3. Efeito do volume do grupo lateral 4. Simetria. A presença de grupos laterais pode não aumentar tanto Tg e Tm se estes forem dispostos de uma maneira simétrica com relação ao eixo da cadeia principal. Isso permite movimentos mais equilibrados da molécula, não exigindo altos níveis de energia para que o estado de mobilidade seja atingido. Este efeito é confirmado pelos valores das temperaturas de transição do policloreto de vinilideno PVDC, que são inferiores aos do policloreto de vinila, apesar de este polímero apresentar o dobro de átomos de cloro do que o PVC (e, portanto, um volume do grupo lateral duas vezes maior), mas estes estão dispostos de uma maneira simétrica, permanecendo um átomo de cada lado da cadeia polimérica, como visto na Tabela 7.1. 5. Isomeria: isomeria trans, reduz a mobilidade da cadeia, acrescendo sua rigidez e, por conseguinte, aumentando ambos Tg e Tm. 6.Copolimerização • Muitas vezes a Tg se situa entre valores dos Tg’s dos homopolímeros individuais e geralmente inibe a cristalização, produzindo copolímeros amorfos. 7. Massa molar • Novamente, por Tg se tratar da temperatura em que o nível energético para a movimentação da cadeia é atingido, o aumento da massa molar da cadeia polimérica (isto é, aumento do comprimento da molécula a ser movimentada) tende a reduzir o volume livre e, portanto, aumentar o Tg. 8. Ramificações • A presença de ramificações implica um aumento de pontas de cadeia, gerando um aumento do volume livre. Isso facilita a movimentação das cadeias, reduzindo o nível energético para se atingir mobilidade da cadeia e, portanto, reduzindo T g 9. Influência de fatores externos • O fator externo que mais altera os valores de Tg e Tm é a presença de plastificantes na forma liquida, ou sólidos de baixa massa molar, intencionalmente adicionados ou naturalmente absorvidos pelo polímero. Estas moléculas normalmente são pequenas, se alojando entre as cadeias poliméricas, afastando-as umas das outras. Este afastamento reduz as forças de atração intermolecular secundária, aumentando a mobilidade das cadeias, ou seja, lubrificando-as. Esta lubrificação molecular reduz o nível energético necessário para dar mobilidade à cadeia toda, por conseguinte, reduzindo a temperatura de transição vítrea do polímero. Comportamento mecânico • Deformação Elástica: variação no ângulo e distância de ligações entre átomos da cadeia polimérica • Deformação Plástica: atrito e escoamento entre as moléculas poliméricas • Viscoelasticidade de polímeros, fenômeno pelo qual o polímero apresenta característica de um fluido (responsável pela fração plástica) e de um sólido elástico (responsável pela fração elástica) ao mesmo tempo Deformação elástica e plástica nos polímeros Analisando-se o comportamento físico - mecânico de um polímero semi-cristalino em relação à temperatura, ele pode ser classificado como: • Vítreo, acontece em T abaixo da Tg. Nesse baixo nível energético, as cadeias não têm mobilidade, o polímero é rígido e frágil; • Borrachoso, acontece entre Tg e Tm. A fase amorfa possui mobilidade, a flexibilidade depende desta mobilidade e é restringida pela rigidez da fase cristalina. • Viscosos, acima de Tm. É neste estado que os polímeros são processados. Todas as cadeias estão altamente móveis, contribuindo para a deformação plástica. • Porque o termo fundido não é usual para polímeros, mas sim o termo viscoso? • Pois, o termo fundido (a fusão está relacionada à fusão cristalina) é restrito a polímeros semicristalinos e não aos amorfos e, por isso, não é usado de modo geral. Modelos de viscoelasticidade linear • Fração elástica da deformação é representada por uma mola, pois possui comportamento Hookeano, a deformação sofrida é diretamente proporcional a tensão aplicada (+ comum: força e deslocamento: F=Kx). O coeficiente de proporcionalidade é o módulo de elasticidade E. σ=E.ε • Fração plástica, representada por um amortecedor (pistão com fluido) que segue um comportamento Newtoniano, a tensão é diretamenteproporcional a taxa (variação) da deformação. O coeficiente de proporcionalidade é a viscosidade η. σ= η.dε/dt • dε/dt indica a influência do tempo Como avaliar a dependência das propriedades mecânicas dos polímeros com o tempo? • Com ensaio de fluência, onde a amostra é submetida a uma tensão constante (uma carga constante sob tração, compressão ou flexão) e a deformação é registrada com o tempo. • E também com o ensaio de relaxação de tensão, onde a amostra e submetida instantaneamente a uma deformação, que é mantida constante durante o todo o tempo do ensaio. Para relaxar a tensão, as moléculas escoam umas sobre as outras. Tensão constante deformação constante Propriedades mecânicas, mesmos parâmetros usados para os metais • Curva A: polímeros frágeis termofixos (polimetilmetacrilato- acrílico) (fenolformaldeído- baquelite) • Curva B: polímeros plásticos: polietileno ptfe teflon pvc pp etc (termoplásticos) • Curva C: polímeros altamente elásticos (elastômeros -borrachas) Elasticidade da borracha • A flexibilidade das moléculas elastoméricas e a restrição à deformação plástica das ligações cruzadas proporcionam as borrachas um comportamento único que é a sua elasticidade. As borrachas, mesmo quando deformadas acima do dobro de seu comprimento inicial, ou seja, com deformações cima de 100%, retornam instantaneamente à dimensão inicial quando aliviadas da tensão e não proporcionam qualquer deformação permanente. Deformação plástica Determinação da tensão de escoamento e da resistência a tração em polímeros termoplásticos Resistência a tração na ruptura, deformação na ruptura Tensão de tração no escoamento, deformação no escoamento Influência da temperatura em um polímero. Mudança de vitreo para borrachoso Impacto • Alguns materiais que podem ser considerados dúcteis em testes onde a taxa de deformação é baixa ou moderada, quando têm um agente concentrador de tensão, devido a defeitos ou design da peça, apresentam fratura frágil • Energia no Impacto Para os testes com o pêndulo (Charpy e Izod) a energia potencial da elevação do martelo se transforma em energia cinética na descida. Parte desta energia é transferida para o corpo de prova, provocando sua ruptura. A energia residual eleva o martelo no movimento de oscilação do pêndulo. A diferença entre a altura de queda e a altura de retorno representa a energia para quebrar o corpo de prova. Os valores podem ser analiticamente calculados para um pêndulo típico. Eabs=W*R*(cos - cos ) Teste Charpy O corpo de prova é fixado num suporte, na base da máquina. O martelo do pêndulo - com uma borda de aço endurecido de raio específico - é liberado de uma altura pré- definida, causando a ruptura do corpo de prova pelo efeito da carga instantânea. A altura de elevação do martelo após o impacto dá a medida da energia absorvida pelo corpo de prova. O teste pode ser conduzido em temperatura ambiente ou em temperaturas mais baixas para testar a fragilização do material por efeito de baixa temperatura. No ensaio Charpy o corpo de prova é bi- apoiado como uma viga simples , com um entalhe central. O corpo de prova é posicionado de forma que o entalhe fique na face oposta à face de impacto. O posicionamento do entalhe é tal que o impacto ocorre na região de maior tensão - a seção transversal média do corpo de prova. Parâmetros que influenciam no comportamento mecânico dos polímeros • 1) Estrutura Química • Se a temperatura ambiente estiver abaixo da Tg, é esperado que o polímero tenha um módulo elástico na faixa entre 1 a 10 GPa. • Se a temperatura ambiente estiver acima da Tg: – Se o polímero for amorfo, este se comportará como uma borracha, com módulo elástico na faixa de 1 a 10 MPa. – Para polímeros parcialmente cristalinos, nos quais a temperatura ambiente se situa entre Tg e Tm, o grau de rigidez é intermediário a estes valores. Tudo que aproxima as cadeias, aumentando as forças secundárias, ou as torna rígidas faz aumentar Tg pois será necessário fornecer mais energia para mover as cadeias. Aumentando Tg, aumenta-se a rigidez do polímero Parâmetros que influenciam no comportamento mecânico dos polímeros • 2) Cristalinidade • À medida que o grau de cristalinidade de um polímero cresce, o módulo elástico, a resistência ao escoamento e a dureza também aumentam. Pois nas regiões cristalinas, onde as cadeias se encontram densamente compactadas em um arranjo ordenado, existe uma grande quantidade de ligações intermoleculares. • Aumento do grau de cristalinidade, pode ser visto pelo aumento da densidade 3.Massa molecular • O limite de resistência à tração aumenta em função de um aumento de massa molecular, devido ao aumento de número de embaraços e entrelaces na cadeia com o aumento da massa molecular. Não tem efeito apreciável sobre o módulo de elasticidade. 4. Plastificante, água e/ou monômero residual • Adição de plastificante, separo as cadeias, diminuindo as forças intermoleculares, diminuindo Tg, diminuindo módulo de elasticidade. • Polímeros como poliamida (C=O), poliuretano (C=O) e à bases de celulose (OH): as carbonilas e hidroxilas absorvem H2O, através da formação de pontes de H com o O. A água atuará como plastificante. • Monômero residual também age como o plastificante 5.Copolimerização • pode-se ter uma ideia do comportamento mecânico de copolímeros ao acaso, observando-se a variação da temperatura de transição vítrea (Tg) como função da concentração dos comonômeros adicionados. • Se Tg aumenta, módulo de elasticidade aumenta. 6.Fibras para reforçamento • Compósito: matriz polimérica com a segunda fase dispersa na matriz (fibras) • Adicionar 2°fase cujo módulo de elasticidade é maior que a matriz, consegue-se um aumento no E, resistência ao escoamento ou ruptura. 7. Elastômeros para tenacificação • incorporação de um elastômero (borracha) na forma de uma segunda fase dispersa. Ex.: HIPS, matriz de PS com uma segunda fase dispersa de Polibutadieno
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