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Sanção Penal defintivo

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Sanção Penal
Existem dois tipos de sanção penal: a pena e a medida de segurança.
Conceito de Pena. É uma restrição ou privação de um bem jurídico aplicada contra um indivíduo que tenha cometido ilícito penal, portanto, que tenha tido contra si sentença transitada em julgado proferida por um juiz regularmente nomeado, a fim de fazê-lo pagar pelos atos cometidos, reinseri-lo na sociedade e prevenir novas transgressões.
Finalidades da pena. Como dito acima, a pena possui três finalidades, as quais são explicadas por três teorias relativas à pena.
Teoria Absoluta ou da retribuição: à pena incumbe punir o autor da infração pelo ato praticado. Assim há a aplicação de um mal justo, a pena, para combater ou punir um mal injusto, o crime praticado.
Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção: a pena visa impedir o cometimento de novos delitos. Isso se dá de duas formas, em primeiro lugar segregando o indivíduo, separando-o da sociedade enquanto é, teoricamente, preparado para ressocialização; e, em segundo lugar, mostrar à sociedade que algo está sendo feito, assim gravando no imaginário social que, em caso de infração penal, haverá consequências. Chama-se à primeira espécie de prevenção de especial, pois se dá mais especificamente em relação ao indivíduo e às possíveis novas práticas criminosas deste caso não fosse privado do convívio social, e a segunda chama-se geral, pois visa à sociedade, promovendo o medo de ser punido. 
Teoria Mista, eclética, intermediária ou conciliatória: o criador dessa teoria era o jurista preguiçoso que pegou a primeira teoria, juntou a segunda e criou uma terceira teoria “nova”, segundo a qual, a propósito, a pena possui tanto a finalidade de punir o indivíduo quanto de prevenir novos delitos. 
Características da Pena. Dentre as penas, é possível observar certos aspectos comuns, ou que deveriam ser comuns a elas, são as chamadas características da pena. 
Legalidade: basicamente, pela legalidade, não existe pena sem prévia cominação legal, de sorte que, não havendo punição prevista em lei, não pode esta ser informada por ato administrativo ou legislação infralegal. (Cf, art.5º, inciso XXXIX)
Anterioridade: a pena já deve estar descrita antes de a infração ser cometida. Dessa forma, se um agente pratica uma certa conduta no dia X e dois dias depois entra em vigor uma lei criminalizando e punindo uma certa conduta, jamais poderá o agente ser punido pelo ato que tomou. ( CP, art. 1º e Cf., art. 5º, inciso XXXIX)
Personalidade: Jamais poderá uma pessoa vinculada ao acusado ser punida em seu lugar. Assim, se um homicida acaba com a vida do irmão de A, jamais se poderá considerar como punição legítima para A a morte do próprio irmão, que nada teve a ver com o crime praticado. Da mesma forma, a personalidade da pena envolve a punição na medida da responsabilidade de cada ato praticado por cada pessoa. Outro exemplo seria pena de multa. Falecendo o multado, sendo a pena ainda por ser executada, esta jamais poderá ser herdada pelo espólio. (Cf, art.5º inciso XLV)
Inderrogabilidade: a pena não poderá deixar de ser aplicada sob nenhuma hipótese. 
Proporcionalidade: a pena deve ser proporcional ao crime praticado. (Cf, art.5º, inciso XLVI e XLVII)
Humanidade: Não são admitidas penas de morte (CP, art.75)- exceto em estado de guerra declarado-, nem penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, de banimento e cruéis. 
Penas Privativas de liberdade (art.32 do CPP). Existem três tipos de penas privativas de liberdade, são eles a reclusão, a detenção e a prisão simples (para as contravenções penais).[1: Disciplinado também dos artigos 105 a 146 da LEP]
Existem diferenças algumas diferenças entre reclusão e detenção. Para começar, a primeira é mais grave, por isso pode ser cumprida em regime inicial fechado, semiaberto ou aberto. A detenção, por sua vez, é menos grave, devendo ser inicialmente cumprida ou em regime semiaberto ou aberto. Diz-se ainda que, justamente em função da diferença na severidade dos tipos de pena, a primeira, portanto, a reclusão é voltada aos crimes mais graves, como homicídio, estupro, lesão grave, furto, roubo estelionato e etc., enquanto a pena de detenção visa primeiramente crimes mais leves, por exemplo, calúnia, difamação, constrangimento ilegal, dentre outros.
Há ainda outras diferenças mais específicas. Caso o réu condenado possua filhos menores e contra eles pratique o crime, apenas no caso de reclusão poderá o juiz declarar o infrator incapaz de exercer o poder familiar. Na detenção isso não acontece.
Ademais, no caso de crime cometido por inimputável por doença mental, caso o regime inicial seja de reclusão, o tratamento inicial deverá ser feito a partir de internação do doente. No caso de regime de detenção, o tratamento poderá ser ambulatorial.
Regimes penitenciários. (art. 33 do CPP) Além dos tipos de pena, há os regimes nos quais elas devem ser cumpridas. Com base nisso, um detento pode cumprir a pena em regime fechado, em regime semiaberto ou aberto. No primeiro caso, o tempo de cárcere deve ser gasto em um presídio de segurança máxima ou média. No caso do regime semiaberto, o réu cumpre a pena em colônia agrícola ou colônia industrial ou estabelecimento similar. No último tipo de regime, o aberto, o réu poderá frequentar cursos em liberdade durante o dia, devendo, entretanto, recolher-se à Casa de Albergado ou estabelecimento similar à noite ou nos dias de folga.
Regimes Penitenciários da pena de reclusão (art.33,§2). O dispositivo determina em que condições o preso de deverá cumprir pena se for condenado por reclusão. Assim, dispõe que:[2: Essas regras só valem para os condenados não reincidentes. Se o réu for reincidente, cumprirá a pena inicialmente sempre em regime fechado. Entretanto, a súmula 269 expedida pelo STJ decreta que, em caso de reincidência, por crime cuja pena é menor 4 anos, o regime inicial poderá ser semiaberto se favoráveis as circunstâncias judiciais. Assim, cabe ao juiz em tais casos decidir qual o regime primário a ser cumprido pelo acusado com base na análise das circunstâncias jurídicas.]
Se a pena fixada for superior a oito anos, o réu deverá cumpri-la incialmente em regime fechado.
Se a pena for alguma coisa entre 4 e 8 anos, o condenado poderá cumpri-la em regime semiaberto ou aberto
Se a pena for igual ou inferior a 4 anos, o cumprimento será desde início aberto.
Se as circunstâncias do art. 59 do CP não forem favoráveis, o regime inicial será fechado. Mesmo assim, vale dizer que, caso a pena não seja superior a 8 anos, a qual, observando-se a alínea a deste dispositivo, é vinculada ao regime fechado, a opção do juiz por optar pelo regime inicia fechado em caso de ausência de condição jurídica favorecedora ao réu deve ser devidamente motivada.[3: O §3º do artigo 33 do CP prescreve que o Juiz deve determinar o regime inicial de acordo com a observância dos critérios previstos no artigo 59. Dessa forma, de acordo com a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente, os motivos, as circunstâncias e as consequências do crime, bem como o comportamento da vítima estabelecerá a pena conforme necessário para prevenção e reprovação do crime. ]
Regimes Penitenciários apenados com detenção. Como dito, o artigo 33 determina como serão os regimes iniciais de cumprimento das penas, além de fazer isso para os crimes apenas com reclusão, delimita também quais as condições para o regime inicial de detenção, que, como dito anteriormente, só pode ser cumprido em regime semiaberto ou aberto
Se a pena aplicada for superior a 4 anos, a pena só poderá ser cumprida no semiaberto
Se a pena for igual ou inferior a 4 anos, a pena inicia em regime aberto. 
Se for reincidente aplica-se o regime mais grave, no caso do regime mais grave para a pena de detenção, o semiaberto[4: Não existe regime inicial fechado no caso de detenção. Essa matéria já foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal, a única possiblidade de alguém apenado por detenção ser passar a cumprir regime fechadoé no caso de regressão. ]
Se as condições do artigo 59 forem desfavoráveis ao condenado, iniciará no semiaberto.
Regime Inicial na pena de prisão simples. A prisão simples é termo usado na lei de contravenções penais para se referir à prisão do praticante de contravenção. A priori se assemelha com a detenção, pois o contraventor jamais pode iniciar no regime fechado. A diferença entre a prisão simples e a detenção é que a lei não permite a passagem para o regime fechado nem mesmo em caso de regressão. Esta só existe do regime aberto para o semiaberto no caso das contravenções penais, mas jamais do semiaberto para o fechado. 
Comissão Técnica de Classificação (CTC): o artigo 34 do Código Penal prevê que “o condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para a individualização da execução”.
A art. 5º da Lei de execuções penais (LEP) reforça o 34 do CP, prescrevendo a classificação dos condenados segundo antecedentes e personalidade para orientar a individualização da pena. Aliás, a justificativa para essa necessidade de classificação de prisioneiros é o princípio da individualização da pena, exposto no art. 5, inciso LXVI da CF.
A LEP vai ainda além, no art. 6º fica estabelecido que “a classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório”. A individualização da pena, bem como a classificação do acusado servem, teoricamente, para ajudar a pena a cumprir sua função de recuperar o indivíduo. Com a individualização e classificação melhores são entendidas as necessidades de cada indivíduo e como fazer para ele retornar de forma sadia à sociedade.[5: Essa parte dos livros de direito fica junto com os livros do Harry Potter, Game of Thrones, Sr. Dos anéis, porque é muita fantasia, olha...]
Dito isso, percebe-se o importante trabalho a ser executado pela CTC, pois a partir dela tem-se ou dever-se-ia ter uma noção de como o e o quê o preso deveria fazer para se readaptar. À comissão não cabe acompanhar a execução da pena nem propor progressão ou regressão de regime, houve uma mudança na legislação que a proibiu disso, dessa forma limitam-se as atividades da CTC ao exame criminológico do acusado, traçar o perfil psicológico e classificá-lo de acordo com a personalidade. 
Ademais deve-se dizer que, segundo o parágrafo 6º, devem passar pelos exames tanto os condenados quanto os presos provisórios. 
Por fim, o exame utilizado para classificar o criminoso chama-se biotipologia. A partir da interpretação do artigo 8º e § único da LEP, o condenado ao regime fechado deve obrigatoriamente passar pelo teste, já o preso condenado ao semiaberto poderá ser submetido ao teste, ou seja, para os condenados ao semiaberto o teste não é obrigatório. Tal disposição conflita com a previsão do art. 35 do CP. Entretanto, por se tratar de norma específica em relação à norma geral, prevalece, jurisprudencialmente, a previsão contida no art. 8º da LEP.
Progressão de regime. Segundo Capez, a sentença penal, ao transitar em julgado, o faz com a cláusula rectus sic stantibus, isto é, a sentença permanece enquanto permanecerem intactos os fatos. Nesse sentido, cabe ao juiz de execuções penais adaptar a sentença primária a nova realidade sempre que os fatos mudarem. Por isso a progressão – bem como a regressão- de regime existe, para adequar a sentença aos novos fatos.
Os requisitos para progressão são:
Objetivo: tempo de cumprimento da pena no regime anterior(1/6). [6: A cada nova progressão exige-se cumprimento de 1/6 da pena. Assim, se uma pessoa é condenada a 6 anos de prisão, poderá progredir de regime após 1 anos. Para progredir novamente, deverá cumprir não mais um ano, mas sim 8 meses aproximadamente, que será o equivalente a um sexto do tempo restante de 5 anos. Além disso, nos casos em que a pena máxima for maior que trinta anos, dever-se-á contar o tempo máximo da pena. Assim, se uma pessoa for condenada a 120 anos de prisão, poderá progredir de regime após 20 anos. Entretanto, se for condenada a 300 anos, após 30 anos deverá ser liberada, pois o Código Penal veda pena maior do que 30 anos. ]
Subjetivo: a) bom comportamento: o termo bom comportamento foi dado pela nova redação do artigo – antes, lia-se mérito- e refere-se a uma série de fatores, tais quais autodisciplina, senso de responsabilidade, esforço voluntário e responsável em participar do conjunto das atividades destinadas a sua harmônica integração social. ; b) Anteriormente, a lei exigia parecer da CTC, atualmente, entretanto, ao invés dessa exigência, a nova redação acrescentou dois parágrafos, exigindo a motivação da decisão do juiz precedida de manifestação do MP e da Defensoria Pública. Entende-se ainda que o juiz ou o MP ainda pode(m) pedir a realização do exame criminológico (parecer do CTC), mas de forma facultativa e se achar(em) necessário.[7: Há decisão do STJ firmando que não são suficientes para gerar direito subjetivo do acusado o cumprimento de 1/6 da pena e o bom comportamento, podendo o juízo de execução indeferir o pedido de progressão caso as peculiaridades do caso assim demandem.]
Soma e unificação de penas para aplicação da regra do concurso de crimes. O regime de cumprimento de pena no caso de condenação por mais de um crime será dado a partir da pena total cominada ao universo de crimes cometidos, seja o resultado final obtido pela soma, no caso de concurso material ou formal imperfeito, seja por exasperação, no caso crime formal perfeito e crime continuado. 
O resto corre normalmente, se todas as penas forem de reclusão, o regime inicial será determinado de acordo com o art. 32 do CP. Se todas as penas forem de detenção, na pior das hipóteses o regime será semiaberto. 
No caso de superveniência de pena durante a execução de outra, soma-se a pena superveniente. Assim, se uma pessoa é condenada a 5 anos, cumpre três, mas quando faltam dois anos para sair é condenado em novo processo a mais 5 anos, os cinco anos da nova pena deverão ser somados aos dois anos restantes, resultando em mais 7 anos na cadeia.
Progressão nos crimes previstos na lei 8.072/90 (crimes hediondos) e equiparados. A lei de crimes hediondos, na sua primeira confecção, dizia que os condenados pelos crimes previstos na lei deveriam cumprir a pena integralmente no regime fechado. O STF, entretanto, manifestou decisão sobre o fato permitindo a progressão de regime, tal qual exige a LEP (1/6 + bom comportamento).[8: São crimes hediondos homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado; latrocínio; extorsão qualificada pela morte; extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; estupro; estupro de vulnerável; epidemia com resultado morte; falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais; favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. São crimes equiparados aos crimes hediondos o tráfico de drogas, a tortura e o terrorismo.]
Tal medida não foi bem aceita pelos juízes, que entenderam não ser vinculativa a decisão do STF. 
Anos mais tarde, nova lei 11.464/2007 deu nova redação a lei de crimes hediondos, definindo de vez a questão. Agora, é possível sim a progressão de regime, mas os parâmetros são diferentes dos exigidos pela LEP. Se o apenado for primário, poderá progredir após 2/5 da pena, portanto, 40%, se for reincidente, após cumprir 3/5, ou seja, 60%. Da mesma forma que para outros crimes, a progressão ou indeferimento da progressão deverá ser precedido de manifestação das partes e conter motivação.[9: Depois de tudo isso surge a dúvida. Como fica a situação jurídica dos condenados após a entrada em vigor da lei 8.072/90 com todas alterações que ela sofreu? É preciso ter 3 coisas em mente, as duas leis importantes (8.072 e 11.464) e a decisão do STF. Se entendermos,assim como Fernando Capez, que a decisão do STF não possui efeito vinculante, sobram duas leis. A de 8.072 reflete que a pena deveria ser cumprida inteiramente no regime fechado. A 11.464 prescreve a possibilidade de progressão do regime, adotando critérios mais severos do que a LEP exige para crimes comuns. Logo, como a lei penal pode retroagir em benefício do réu, entende-se que há retroação integral da lei 11.464, estendendo-se o benefício aos condenados ainda na vigência da primeira escrita da lei 8.072.]
Há de se lembrar ainda que, como previu o STF, a lei não proibiu o uso do exame biotipológico realizado pela CTC, pelo contrário, apenas o tornou facultativo. Exemplo maior para mostrar em que situações o exame é necessário não há, senão a progressão de regime dos condenados por crimes hediondos.
A atual situação dos crimes hediondos também serve para o crime de tortura (tortura não consta na lei 8.072/90, portanto, não é crime hediondo, era tratada por uma lei específica para ela). Inicialmente, os crimes hediondos, como mencionados, não permitiam progressão de regime, a tortura, embora a constituição a equipara-se com alguns crimes hediondos, da forma como foi tratada na lei, permitia a progressão do regime. Atualmente, como a lei de crimes hediondos teve a redação alterada pela lei 11.464/2007, a discussão perdeu força, pois embora a lei de tortura nada disponha sobre a progressão de regime, o regime inicial é fechado (inicial, a progressão é permitida), tal qual os crimes hediondos. Logo, frente ao silêncio da lei de tortura e a equiparação desse delito aos crimes hediondos, entende-se que vale a lei dos crimes hediondos para a lei de tortura também. Portanto, as condições para progressão de regime também se tornaram as mesmas.
O tráfico de drogas e o terrorismo (bem como a já mencionada tortura) seguem pela mesma regra. Regime inicial fechado, progressão com 2/5 do regime se o réu for primário e progressão com 3/5 do regime, se o réu for secundário.
Progressão nos crimes contra a administração pública. Nos crimes contra a administração pública, além do cumprimento de 1/6 da pena e do bom comportamento (regra geral do artigo 122 da LEP), a progressão está condicionada à reparação do dano ao erário público ou à devolução do produto do crime (art.33, §4). 
Progressão por salto. O salto ocorre(ia) quando o preso progride do regime fechado para o regime aberto, por exemplo. Segundo a LEP, isso estaria vedado. Far-se-ia necessário cumprir obrigatoriamente 1/6 da pena no fechado e 1/6 da pena no semiaberto para progredir para o aberto.
Há apenas um caso em que a jurisprudência admite progressão de regime, no caso em que uma pessoa cumpre 1/6 da pena no regime fechado e, por não haver vagas no semiaberto, permanece por mais 1/6 no fechado. Assim, após o cumprimento de 2/6 da pena no fechado, poderia saltar para o aberto. Note-se que 2/6 é diferente de cumprir 1/6 no fechado e 1/6 no semiaberto. Por exemplo, se alguém é condenado a 12 anos, para progredir de regime é necessário ficar 2 anos no fechado e bom comportamento. Se não puder progredir por falta de vagas no semiaberto, deverá cumprir mais 2 anos no fechado para poder conquistar o salto e ir para o fechado. Pelo menos essa é a decisão do STF, muito criticada pelos doutrinadores, os quais entendem a segundo 1/6 dever ser calculado a partir da pena restante.
Ausência de vagas no regime semiaberto. Por muito tempo se entendeu que o condenado ao regime inicial fechado, em caso de falta de vagas no semiaberto, deveria esperar a abertura de vaga no regime fechado. Hoje, entretanto, já se entende que o condenado não poderá ser mantido em regime mais gravoso por falta que não é sua, mas sim do Estado que não oferece nem vagas, nem condições dignas para os condenados, devendo ser colocado em regime aberto até que surja vaga no semiaberto.
Preso Provisório e progressão de regime. A temática era mais polêmica até a edição das súmulas 716 e 717 do STF. A saber “admite-se progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória” (súmula 716) e “Não impede a progressão do regime de execução de pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu encontrar-se em prisão especial”.
Além disso, o art. 2, parágrafo único da lei de execuções penais é bem direto ao colocar “esta lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária”.
Diante de tudo isso, entende-se que a progressão de regime do preso provisório é sim possível sob as seguintes condições, a sentença ter transitado em julgado para a acusação e o preso ter os requisitos expostos no artigo 112 da LEP.
A controvérsia acerca do tema é que a execução penal é sempre a materialização de uma sentença, é sempre colocar em prática uma sentença. Um preso provisório não teve sentença decretada contra si ainda. A progressão de regime, como visto acima, é uma adaptação da sentença à nova realidade, ou seja, ao novo comportamento e personalidade do réu, mas como é que se pode adaptar algo que nem existe ainda? Em termos teóricos, portanto, há essa observação, mas em termos práticos, o preso provisório tem sua liberdade tão cerceada quanto o preso definitivo, estando sujeito aos mesmo abusos e más condições, não havendo desse ponto de vista motivo para criar uma discrepância entre os dois.
Regras do Regime fechado. São as seguintes:
Exame Criminológico: é o exame feito pela CTC, obrigatório para condenados ao regime fechado.
Trabalho interno: “o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores ao condenado, desde que compatíveis com a execução da pena”. Há de se observar, entretanto, que: I) o trabalho é um direito social de todos (CF, art. 6º); II) o trabalho do condenado tem finalidade educativa e produtiva (art. 28 da LEP; III) é remunerado, não podendo tal remuneração ser inferior a 3/4 do salário mínimo (arts. 39 do CP e 29 da LEP); o preso tem direito aos benefícios da previdência social (arts. 39 do CP e 41, III da LEP); não se sujeita o trabalho do preso ao regime da CLT e à legislação trabalhista, uma vez que não decorre de contrato livremente firmado com o empregador, sujeitando-se ao regime de direito público (art. 28,§2 da LEP); o trabalho interno é dever do preso (arts. 31 e 39, V, da LEP); a recusa deste ao trabalho constitui falta grave (art. 50, VI da LEP); o preso provisório não está obrigado ao trabalho (art.31, parágrafo único da LEP); tampouco o preso político (art. 200 da LEP); na atribuição do trabalho, deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso (art. 32 da LEP), a jornada de trabalho não será inferior a 6 nem superior a 8 horas, com descanso nos domingos e feriados (art. 33 da LEP); serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal podem ter horário especial (art. 33, § único da LEP); a cada três dias de trabalho o preso tem direito a descontar um dia da pena – instituto da remição , art. 126 da LEP; a cada doze horas de frequência escolar – atividade de ensino fundamental, médio, superior ou profissionalizante, ou ainda de requalificação profissional- divididas, no mínimo, em três dias, desconta-se um dia de pena (art. 126,§1, inciso I), se já vinha trabalhando ou estudando e sofre acidente de trabalho e fica impossibilitado de prosseguir, continuará o preso a beneficiar-se da remição (art. 126,§4 da LEP); aplicada falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da falta da infração disciplinar (art. 127 da LEP); as atividades de estudo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados (art. 126,§ 2 da LEP); o tempo aremir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação (art. 126, § 5 da LEP); as atividades exercidas por distração ou acomodação não são consideradas trabalho, para fins de remição; a remição aplica-se a hipótese de prisão domiciliar (art. 126,§ 7 da LEP)
Trabalho externo: é admissível o trabalho externo fora do estabelecimento carcerário, em serviços ou obras públicas, desde que tomadas cautelas contra fuga e em favor da disciplina (arts. 34,§ 3 do CP e 36 da LEP). O limite máximo de presos corresponderá a 10% do total dos empregados da obra (art. 36,§1 da LEP); o trabalho externo confere os mesmos direitos que o trabalho interno; exige preenchimento dos seguintes requisitos: aptidão, disciplina, responsabilidade e cumprimento de 1/6 da pena; é indispensável o exame criminológico antes de autorizar o trabalho externo, pois não existe outro meio de avaliar se o condenado preenche os requisitos subjetivos para o benefício; o trabalho externo depende da autorização administrativa do direito do estabelecimento. 
Regime Diferenciado. O regime diferenciado é uma espécie de punição por uma falta grave cometida pelo preso, juridicamente está previsto no artigo 52 da LEP. As hipóteses para a decretação são prática de um crime doloso durante o cumprimento da pena que implique subversão da ordem ou disciplina internas (art. 52, CAPUT); apresentação de risco por parte do preso provisório ou condenado, nacional ou estrangeiro, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; preso provisório ou condenado sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.
No regime diferenciado tem duração máxima de 360 dias e deve ser decretado pelo juiz de execução, durante o regime o preso será mantido em cela individual, pode receber visitas semanais de duas pessoas com duração de duas horas, o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. Não há prejuízo de decretação de novo regime diferenciado para o preso que cometer nova infração até 1/6 da pena.
Regras do Regime Semiaberto. As regras do semiaberto são:
Exame criminológico: O CP o trata como obrigatório até para o semiaberto, a LEP o trata como facultativo, diante disso, pelo fato de a LEP ser a lei mais específica, entende-se o exame ser facultativo
Trabalho: segue as mesmas regras do regime externo, dando direito também à remissão. 
Autorizações de saída: são benefícios aplicados ao condenados aos regimes fechado ou semiaberto e subdividem-se em permissões de saída e saída temporária. I) Permissões de saída: os presos poderão deixar o estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fato: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente ou descendente; necessidade de tratamento médico.[10: A concessão da permissão de saída, segundo o art. 120, parágrafo único da LEP deve ser dada pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. Nada impede, entretanto, que o juiz da execução, frente à injustificada recusa do direito, a conceda. Justificativa para tal: art. 66, inciso VI]
II) Saída temporária: se aplica apenas aos condenados ao semiaberto, que poderão sair do estabelecimento sem vigilância direta nos seguintes casos: I) visita à família; II) frequência a curso supletivo ou profissionalizante; III) participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. Para receber o benefício da saída temporária, o preso deve preencher os seguintes requisitos: comportamento adequado, cumprimento de 1/6 da pena se o condenado for réu primário e 1/4 se for reincidente e compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. A competência para conceder saída temporária é do juiz de execução.[11: Discute-se se o benefício deve ser concedido ao preso do regime aberto e ao preso provisório. Do ponto de vista prático, não faz sentido conceder o benefício ao preso do regime aberto, pois ele já tem a liberdade, não precisa de uma autorização para tal. Do ponto de vista teórico, há essa necessidade, pois não faz sentido conceder um benefício para alguém apenado com o regime mais duro e não conceder para o condenado que demonstrou todas as condições para estar naquela condição de regime aberto. Quanto ao preso provisório, entende-se que não se beneficia de tais direitos, a prisão dele não é execução de pena, mas sim uma prisão de natureza cautelar. ][12: Se o preso tiver progredido do regime fechado, não precisará cumprir novamente esse tempo no semiaberto para usufruir do benefício]
A autorização será concedida por no máximo 7 dias por no máximo 4 vezes no ano. Entretanto, quando a permissão de saída pleiteada tiver o objetivo de frequentar o ensino médio, superior ou profissionalizante, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.
Conseguir a concessão, entretanto, só é possível mediante o compartilhamento das seguintes informações: fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; recolhimento à residência visitada durante o período noturno; proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. (art. 124, incisos I, II, III).
A revogação da autorização poderá ser dada ex officio pelo juiz, sem nem mesmo prévia consulta ao Ministério Público nos casos em que o preso praticar conduta definida como crime doloso, desobedecer as condições previstas nos incisos do art. 124, mostrar baixo rendimento no curso praticado ou for punido por falta grave.
A autorização de saída não impede a utilização de meio de monitoramento eletrônico do condenado caso o juiz da execução considere necessário. Outro momento em que esse tipo de fiscalização pode ser usada é na prisão domiciliar.
Regras do regime aberto. O regime aberto é o mais brando de todos, para progredir para tal faz-se necessário o preenchimento de alguns requisitos: autodisciplina e senso de responsabilidade (CP, art. 36), bem como estar trabalhando ou comprovar possibilidade de fazê-lo e apresentar indícios de que irá ajustar-se na sociedade em que vive (Arts. 113 e 114 da LEP).
Além dos requisitos, há condições que o condenado precisa aceitar para progredir no regime. Essas condições são dispostas no artigo 115 da LEP, são elas:[13: O mesmo dispositivo também prevê que, caso o juiz de execução entenda serem necessárias outras condições especiais, poderá determiná-las sem prejuízo do cumprimento das obrigações obrigatórias e gerais acima expostas.]
I) Permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga
II) Sair para o trabalho e retornar nos horários fixados
III) Não se ausentar da cidade onde reside sem autorização judicial
IV) Comparecer a juízo, para informar e justificar as suas atividades
O regime aberto é cumprindo em casa de albergado, sobre ele LEP arts. 93,94 e 95.
Em casos especiais, entretanto, a lei permite recolhimento do condenado à própria casa, na chamada prisão domiciliar, ou, como é menos conhecida, Prisão albergue domiciliar. Tal instituto aparece no artigo 117 da LEP e para que o condenado possa cumprir pena em tal regime, deverá cair em uma das quatro hipóteses:
I) Condenado maior de 70 anos
II) Condenado acometido de doença grave
III) Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental[14: Essa hipótese diz respeito também ao condenado do sexo masculino]
IV) Condenada gestante
Há de se observar que nada impede o monitoramento eletrônico do apenado durante a prisão domiciliar, como já explicado acima, embaso no artigo 146-B da LEP, o juiz poderá decidir sobre o monitoramento do acusado ao determinar a saída temporária no regime semiaberto e quando determinar a prisão domiciliar.
Um problema muito grande do regime semiaberto é a falta de casas doalbergado. Após a criação da LEP foi dado o prazo de 6 meses para que fossem providenciados estabelecimentos necessários para servir ao prisioneiros do regime aberto, entretanto, mais de 20 anos depois nada foi feito. Entendia-se anteriormente que, frente a ausência de casa do albergado e local para cumprir o regime aberto. Por muito tempo, frente a falta de vagas em casa de albergado colocavam-se os presos em cadeia pública ou presídio comum, já que a falta de vagas na casa do albergado não consta dentre as hipóteses do artigo 117 para permitir a prisão domiciliar e nem mesmo é caso semelhante, ou seja, propiciador da aplicação dessa norma por analogia. Contudo ultimamente o STJ tem entendido que, tal qual nos casos de progressão em salto do regime fechado para o aberto por falta de vaga no semiaberto, o condenado poderá cumprir pena domiciliar em regime aberto quando não houver casa de albergado na comarcar ou vagas disponíveis na casa de albergado na comarca, a justificativa para isso: o preso não pode ser prejudicado pela incúria do Estado.
Remição. Muito já foi dito aqui sobre a remição, isto é, o desconto dos dias da pena por uma certa quantidade de dias trabalhados ou horas dedicadas à educação. A matéria está disciplinada no art. 126 da LEP
Regressão. A regressão é o contrário da progressão, ou seja, ao invés de ser a passagem do regime mais duro para o regime mais brando, é a passagem do regime brando ao regime mais restrito em função do descumprimento de uma ou mais condições de permanência nesse regime. Há de se mencionar que, embora a lei não permita a progressão em salto, nada há contra regressão em salto.
As hipóteses de regressão são: 
I) Prática de fato definido como crime doloso: em se tratando de delito culposo ou contravenção, a regressão ficará a critério do juiz de execução.
II) Prática de falta grave: as faltas graves estão elencadas no artigo 50. As duas mais importantes são a fuga, quanto a qual o STJ já decidiu que pode haver regressão de regime do acusado sem que ele precise ser ouvido previamente, e a nova falta grave, uso do celular (“tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho eletrônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo”).[15: Segundo o artigo 127 da Lei de execuções penais, o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido caso o condenado cometa falta grave.]
III) Sofrer condenação por crime anterior cuja pena, somada ao restante, torne incabível o regime atual: Por exemplo, se uma pessoa condenada a reclusão por 6 anos cumpre um ano da pena e apresenta bom comportamento, poderá progredir de regime, entretanto, se no semiaberto for condenada por outro crime a novos 5 anos de prisão, somando os 5 restantes com os 5 novos, deverá retornar ao fechado, uma vez que o CP no artigo 32 determina que os presos condenados a mais de 8 de prisão deverão cumprir a pena em regime fechado.
IV) Frustrar os fins de execução, no caso de estar em regime aberto: isso quer dizer que a pessoa não pode impedir a pena de realizar sua função social. Portanto, se o condenado ao regime aberto deve ser capaz de autodisciplina e responsabilidade, bem como capacidade imediata de trabalho, se o preso deixa o trabalho, está desvirtuando a função social da pena, ou melhor, impedindo que a pena cumpra sua função social.
V) Não pagamento de multa cumulativa no caso de regime aberto: revogada
Direitos do preso. A doutrina é unânime ao afirmar que “ESSES PORRA NÂO TEMDIREITO NENHUM, TEM MAIS É QUE MORRER ESSES CARALHO!”. Mentira, o detento conserva todos os direitos não afetados pela condenação. A LEP dedica uma seção inteira para falar dos direitos dos presos do artigo 40 ao artigo 43.[16: Lista completa no livro do Capez, página 416]
Detração Penal. Detração penal é o desconto (cômputo) da pena total do tempo que o condenado à pena privativa de liberdade ou medida de segurança já passou preso provisoriamente no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo 41 da pena a qual o indivíduo foi condenado na sentença transitada em julgado.
Esse instituto é de suma importância para evitar o princípio do Bis in idem, isto é, a punição de um indivíduo duas vezes pelo mesmo fato e por mais do tempo do que realmente deve. Se uma pessoa é condenada a 5 anos, mas durante o curso do pcesso esteve mantida em prisão provisória, caso fosse cumprir os cinco anos sem descontar o tempo no qual ficou preso provisoriamente, certamente passaria mais tempo na prisão do que o tempo total previsto pelo juiz. Não se pode esquecer que mesmo provisoriamente o preso está com sua liberdade cerceada, mas não apenas isso, pelo fato de a prisão provisória não ser considerada execução, o preso provisório possui menos direitos que o preso comum, estando, portanto, em regime ainda pior do que o normal.[17: Sobre a detração discute-se muito a possibilidade de se descontar o tempo sob o qual o réu passou sob regime das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP (são medidas cautelares mais brandas que a exagerada prisão preventiva- também conhecida como prisão cautelar). Fernando Capez é taxativo ao dizer que não, pois o artigo 42 do CP, que fala sobre a detração, é claro ao dizer que podem ser computados os dias passados sob prisão preventiva, sem mencionar nenhuma outra forma de medida cautelar.]
A competência para realizar o cômputo dos dias de detração é do juízo de execução (art. 66, inciso III, alínea c da LEP)
Detração em penas restritivas de direitos. Embora a lei penal, no que tange a detração, refira-se apenas às penas privativas de liberdade, uma interpretação mais ampla permite estender o benefício da detração às penas restritivas de direitos também. Não faria sentido permitir tal instituto para agir junto ao regime mais duro e proibi-lo frente ao regime mais brando. 
Prisão provisória em outro processo. É possível descontar o tempo de prisão provisória de um processo, cuja sentença foi absolutória, em outro processo de decisão condenatória? 
Há três posições: 
a) sim, desde que o crime pelo qual o réu foi condenado tenha sido praticado antes da prisão no processo em que o réu foi absolvido, para evitar que o agente fique com um crédito para com a sociedade; 
b) sim, desde que o crime pelo qual houve condenação tenha sido anterior à absolvição no outro processo;
 c) sim, desde que haja conexão ou continência entre os crimes dos diferentes processos.
Penas restritivas de direitos. Penas restritivas de direito possuem uma história interessante. No 6º Congresso das Nações Unidas discutiu-se alternativas para as penas restritivas de liberdade. No 8º Congresso das Nações Unidas a proposta foi aprovada e as regras para a criação de medidas não privativas de liberdade passaram a ser conhecidas como regras de Tóquio.
Depreende-se, portanto, que o principal objetivo das penas restritivas de direitos é evitar a aplicação da pena privativa de liberdade em situações nas quais outras soluções podem levar calhar muito melhor.
Deve-se entender que medidas alternativas são quaisquer fenômenos e institutos jurídicos capazes de impedir a pena privativa de liberdade. Dentre eles cabe citar a reparação do dano extintiva da punibilidade, exigência de representação do ofendido para determinados crimes, transação penal, suspensão condicional do processo, composição civil caracterizadora da renúncia ao direito de queixa ou representação e etc. Não são penas mas institutos que impedem ou paralisam a persecução penal.
As medidas alternativas podem ser divididas em dois tipos, consensuais e não consensuais, sendo o ponto de diferença entre si obviamente a necessidade ou não de concordância do acusado. Como exemplo do primeiro tem-se a suspensão condicional do processo e a composição civil extintiva de punibilidade e da segunda, o sursis e o perdão judicial.
Penas alternativas. Diferentemente de medidas alternativas, que visam a paralisam ou impedem a persecução penal, as penasalternativas são efetivas punições, mas punições diferentes daquelas cerceadoras da liberdade do indivíduo.
As penas também podem ser consensuais ou não consensuais, dependendo da necessidade de concordância do acusado. As penas alternativas restritivas de direitos consensuais podem ser:
a) Diretas: a pena é direta quando a pena cominada para a um certo tipo já é a de pena. Isso ocorre, por exemplo, no Código de Trânsito Brasileiro, o qual comina a pena de multa para certas infrações. Assim, a própria lei já determina uma pena diferente daquela privativa de liberdade para a conduta praticada.
b) Substitutivas: são aquelas as quais os juiz, obedecendo os requisitos legais, “converte”, substitui a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos.
Existem 10 sanções penais alternativas previstas no Código Penal:[18: Trata-se de rol taxativo, o juiz não possui liberdade para criar penas alternativas.]
I) Prestação de serviços à comunidade
II) Limitação de fim de semana
III) cinco interdições temporárias: proibição de exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo; proibição do exercício profissão ou atividade; suspensão da habilitação para dirigir veículo; proibição de frequentar determinados lugares e proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos.
IV) Prestação pecuniária em favor da vítima
V) Prestação pecuniária inominada
VI) Perda de bens e valores
Excetuando-se as penas de prestação de serviços à comunidade, limitação de fim de semana, proibição de exercício de cargo ou função, proibição de exercício de profissão e suspensão de habilitação para dirigir veículo, as demais penas foram incluídas pela lei 9.714/98, cujo objetivo era tanto aproximar o Código Penal do art. 5º, inciso LXVI, que prevê a possibilidade de penas tais quais as criadas pela lei, bem como diminuir a superlotação dos presídios e reduzir os custos do sistema penitenciário; favorecer a ressocialização do autor do fato, evitando o deletério ambiento do cárcere e a estigmatização dele decorrente; reduzir a reincidência, uma vez que a pena privativa de liberdade, dentre todas, é a que possui maior índice de reincidência; por fim preservar os interesses da vítima.
Classificação das infrações penais segundo o grau de lesividade, para incidência do sistema alternativo. 
a) Infrações de lesividade insignificante: acarretam a atipicidade do fato, uma vez não é razoável que o tipo penal descreva como infração penal sem absolutamente nenhuma repercussão social.
b) Infrações de menor potencial ofensivo: são os crimes com pena máxima de até dois anos e todas as contravenções, os quais são beneficiados por todas as leis processuais despenalizadoras dos juizados especiais.
c) Infrações de médio potencial ofensivo: punidas com pena mínima não superior a um ano, admitem a suspensão condicional do processo, admitida na lei 9.099/95. São também os crimes culposos e os dolosos punidos com pena de até 4 anos, excluindo os crimes cometidos com violência e grave ameaça à pessoa, beneficiando-se com a aplicação de penas substitutas.
d) Infrações de grande potencial ofensivo: crimes graves, mas não os definidos como hediondos. 
e) Infrações hediondas: às quais se aplica a lei especial dos crimes hediondos.
Incidência no sistema penal alternativo. O sistema penal alternativo, isto é, a punição por meio de sanções alternativas tem como grupo alvo as infrações classificadas na categoria b e c acima. Isso, entretanto, não significa que não existam medidas alternativas para os grupos d e e, os quais, por exemplo, desfrutam do livramento condicional (art. 83, inciso V do CP).
Classificação das penas alternativas de direitos. Podem ser penas restritivas de direito ou pena de multa.
Classificação das penas restritivas de direitos. [19: Estão legisladas na LEP entre os artigos 147 e 155.]
a) Penas Restritivas de direitos em sentido estrito
b) Penas Restritivas de direitos pecuniárias
Penas restritivas de direito em sentido estrito. São, como o nome bem diz, restrições a qualquer exercício de uma prerrogativa de direito. São elas: 
a) prestação de serviços a comunidade
b) limitação de fim de semana
c) as cinco interdições temporárias de direitos (art. 43, inciso V, e art. 47 e incisos subsequentes)
Penas restritivas de direitos pecuniárias. Implicam uma diminuição no patrimônio do agente ou uma prestação inominada em favor da vítima ou seus herdeiros. [20: Cabe fazer a distinção entre a pena de multa e a pena restritiva pecuniária, pois ambas possuem caráter pecuniário. A multa não pode ser convertida em pena privativa de liberdade, sendo considerada, para fins de execução, dívida de valor (CP, artigo 51). As penas alternativas pecuniárias podem sofrer tal conversão.]
São elas: 
a) prestação pecuniária em favor da vítima
b) prestação pecuniária inominada
c) perda de bens e de valores
Requisitos para a substituição da pena privativa de liberdade por pena alternativa restritiva de direitos. 
Requisitos objetivos:
a) Quantidade da pena privativa de liberdade aplicada: deve ser igual ou inferior a quatro anos. No caso de crime culposo a substituição será possível independentemente da pena imputada (art. 44, inciso I do CP).[21: Discute-se o critério da “quantidade da pena” nos casos de concurso de crimes. Há dois tipos de concurso, o material e o formal. O material, segundo o parágrafo 69 do CP se traduz na prática de duas ou mais condutas que geram dois ou mais crimes idênticos ou não. Nesse caso as penas são somadas para obtenção da pena total. Se a hipótese for do concurso formal, entende-se, com vistas ao art. 70 do CP, existir uma conduta geradora de um ou mais crimes. Sendo assim, o acusado deverá ser apenado de acordo com a conduta mais grave aumentada de 1/6 até a metade (exceto no caso de a ação ou omissão ser dolosa e os crimes resultarem de desígnios autônomos, isto é, a pessoa com um ato tiver vontade de praticar os dois, nesse caso as pessoas são aplicadas cumulativamente.). Em relação a possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em penas restritivas de direito, essa será possível se a pena total atribuída pelo juiz às condutas praticadas em concurso for inferior a 4 anos.]
b) Natureza da infração penal: crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa. Novamente abre-se exceção para o crime culposo, esse, mesmo quando perpetrado com emprego de violência, admite a substituição da pena. Logo, crimes como homicídio culposo ou lesão corporal grave culposa podem ser convertidas em penas alternativas (art. 44, inciso I, segunda parte do CP).
Requisitos Subjetivos
a) Não ser o réu reincidente em crime doloso: o reincidente pode ser beneficiado pela substituição, a lei veda apenas a substituição para o reincidente em crime doloso (art.44, inciso II do CP).[22: A violência à que se refere o dispositivo é a violência praticada contra a pessoa e de forma doloso. Logo, a violência praticada contra objeto público ou privado não impede o benefício, bem como a violência praticada de forma culposa não impede.]
b) a culpabilidade, os antecedentes e a conduta ou a personalidade ou ainda os motivos e as circunstâncias recomendarem a substituição (art. 44, inciso III).
OBS: vale notar que certos crimes como lesão corporal leve, constrangimento ilegal, ameaça e contravenção de vias de fato, embora impliquem, teoricamente, o uso de violência ou grave ameaça, são crimes de menor potencial ofensivo e, por isso, são beneficiadas com medidas alternativas antes mesmo de instaurar o processo, não faz sentido não poderem ser beneficiadas também por penas alternativas. Nesses casos não se aplica a questão da violência ou da grave ameaça, sendo possível a aplicação de pena alternativa. 
Violência doméstica e familiar contra a mulher. Após a promulgação da lei Maria da Penha, dificultou-se a imposição da pena para os crimes praticados contra a mulher. Segundo o artigo 17 desse diploma “É vedada aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, depenas de cestas básicas ou outras de prestação pecuniária, bem como substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa”.
Crimes hediondos. Quando saiu a lei para os crimes hediondos, a previsão legal para eles era o cumprimento da pena integralmente em regime fechado. Essa teoria afastava a possibilidade de aplicação de pena alternativa para tais crimes. Porém, com a lei 11.464, que modificou o diploma no sentido de prescrever para tais crimes apenas o cumprimento da pena em regime fechado, a tese de que a aplicação de pena alternativa estaria afastada dos crimes hediondos caiu por terra.
Tráfico de drogas. A temática é semelhante a dos crimes hediondos. Na própria lei de drogas (11.343/2006) ficava vedada a aplicação de pena alternativa. Porém, o STF julgou a inconstitucionalidade no trecho em se mencionava a vedação à aplicação de pena alternativa à pena privativa de liberdade, possibilitando, também para o crime de tráfico de drogas, a possibilidade de pena alternativa.
Período depurador. Relembrando, as condições para aplicação das penas restritivas de direitos como alternativa para as penas privativas de liberdade são I- a pena aplicada não ser superior a quatro anos e crime não foi cometido com emprego de violência ou grave ameaça à pessoa ou se o crime for culposo; II- não ser reincidente em crime doloso; III- a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. Como se percebe, uma delas é a não reincidência em crime doloso. Porém, como estabelece o Código Penal, artigo 64, inciso I, “não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou da extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a cinco anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação”. Em outras palavras, se passados cinco anos do cumprimento da pena, o indivíduo voltar a delinquir, não haverá óbice legal, isto é, impedimento legal para aplicação de pena alternativa, uma vez que para efeitos de reincidência o crime deve ser cometido dentro desses cinco anos.[23: No caso dos reincidentes em crime culposo ou da pessoa que cometeu crime culposo e agora pratica o primeiro crime doloso, o benefício poderá ser concedido.]
A questão do §3, art. 44 do CP. Quando se olha o dispositivo mencionado “se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição desde que, em face da condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude de prática do mesmo crime” em comparação com o inciso II do art. 44 “o réu não for reincidente em crime doloso”, o qual representa uma condição para aplicação da pena alternativa, surge uma aparente contradição. Para Fernando Capez, a disposição do parágrafo terceiro não exclui a proibição expressa do inciso II, assim os reincidentes em crimes dolosos, como afirmado acima jamais poderiam receber o benefício, bem como os reincidentes específicos, isto é, os reincidentes no mesmo crime não poderiam desfrutar da pena alternativa. Sendo a reincidência válida apenas para os crimes dolosos. Outros doutrinadores como Luis Flávio Gomes aceitam que o §3 vem para abrandar a norma do inciso II, assim cabe ao juiz decidir, se for adequado à punição do delito, sobre a possibilidade de um reincidente em crime doloso ou crime doloso específico ter direito à cumprir pena alternativa. Em suma, essa questão é controversa na doutrina, depende do nível de garantismo do juiz.
Regras complementares. 
Art. 44, § 2: Na condenação a pena igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos, pouco importando se a infração é dolosa ou culposa. Nunca poderá haver, no entanto, aplicação cumulativa de pena e pena restritiva de direitos, sendo igual ou inferior a um ano. Caso a sanção imposta seja superior a um ano, a pena privativa de liberdade poderá ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas penas restritivas de direitos.[24: Esse dispositivo é discutido na doutrina por conflitar com o art. 60, §2 do Código Penal. Os dois preveem mais ou menos a mesma coisa, isto é, a possibilidade de substituição de pena privativa de liberdade em pena de multa. A questão é que o art. 60, §2, conhecido por dispositivo da multa vicariante, prevê tal possibilidade apenas para a substituição das penas privativas de liberdade de até 6 meses. O artigo 44, §2 prevê tal possibilidade para as penas privativas de liberdade de até um ano. Para a doutrina, portanto, quando se editou a lei 9.714/98, que criou o §2 do artigo 44, revogou-se, por consequência e de tabela, o artigo 60, §2.]
Art.44, §4: a pena restritiva de direitos converte-se privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitando o saldo mínimo de 30 dias de detenção ou reclusão. 
Art.44, §5: sobrevindo a condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplica-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Por exemplo: o condenado está pagando em parcelas uma pena de prestação pecuniária, quando vem a sofrer condenação a pena privativa de liberdade em regime fechado. Nada impede que, preso, continue a pagar a pena alternativa, sem necessidade de conversão.
Conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade. Como disposto no artigo 44, § 4, a pena privativa de direitos pode ser convertida em pena privativa de liberdade caso ocorra descumprimento injustificado da restrição imposta. Entretanto, o artigo 44, §5 prega que caso sobrevenha ao cumprimento da pena restritiva de direitos a pena privativa de liberdade, nada impede que a pena restritiva continue sendo cumprida ao mesmo tempo da pena privativa se for possível.[25: Vale-se observar que a pena de multa jamais poderá ser convertida em pena privativa de liberdade, ou melhor, o não pagamento da multa jamais poderá ser convertido em pena privativa de liberdade, pois a multa se configura como dívida de valor, sendo proibida até mesmo por tratados internacionais a prisão do devedor.]
Logo, quando ocorrerem as duas seguintes hipóteses, a conversão será possível:
a) durante o cumprimento da pena alternativa, sobrevier condenação a pena restritiva de liberdade. Trata-se, obrigatoriamente, de decisão transitada em julgado, por imperativo do princípio do estado de presunção de inocência
b) Nova condenação tornar impossível o cumprimento da pena alternativa
Além disso, também será possível conversão quando o condenado não for encontrado para ser intimado do início do cumprimento da pena e quando houver descumprimento injustificado da restrição imposta ou quando o condenado praticar falta grave.
Das Penas alternativas pecuniárias.
Prestação pecuniária. subentende o pagamento de uma quantia não inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos, à vista ou em parcela, à vítima, a seus descendentes ou à comunidade a entidade pública ou privada com destinação social.[26: A prestação pecuniária jamais pode ser confundida com a pena de multa. Em primeiro lugar, a pena de multa não é considerada pena restritiva de direitos. Além disso os beneficiários são diversos. No caso de pena de multa, o beneficiário é o Fundo Penitenciário, na prestação pecuniária o beneficiário pode ser a vítima, a família da vítima ou, na inexistência destes, uma instituição pública ou privada com destinação social. ]
O art. 45, §1 prevê ainda que o pagamento da prestação pecuniária será descontado do montante de eventual condenação de ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. Infere-se, portanto, que a aplicação da pena pecuniária não impede o ímpeto processual na esfera civil.Por outro lado, se os beneficiários não forem os mesmos, nenhum valor será descontado do montante da ação civil.
Deve-se notar ainda que o critério utilizado no §1 foi diferente do critério utilizado no §3. Naquela o legislador estabeleceu um teto de 360 salários mínimos e um piso de 1 salário mínimo, podendo o juiz atribuir qualquer valor dentro dessa janela que julgar suficiente para repreensão da conduta ilícita praticada. Já no parágrafo terceiro, “a perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior- o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime”. Dessa forma, como entende a doutrina, o legislador impediu que, no caso de perda de bens e valores, caso o crime praticado tenha se limitado a forma tentada, o valor do prejuízo não existiria e a pena seria ineficaz.
No caso dos crimes contra a mulher, aqueles abarcados pela lei Maria da Penha, qualquer prestação ou aplicação de pena alternativa está vedada segundo o disposto no artigo 17 de tal diploma legal.
Prestação inominada. No caso de aceitação do beneficiário a prestação pode ser paga de uma forma diferente, por exemplo, distribuição de cestas básicas a carentes. Essa pena só não pode consistir na prestação de pagamento em dinheiro ou na prestação de serviços à comunidade, pois estas duas hipóteses já estão cobertas em outros dispositivos do Código Penal.
Perda de bens ou valores. Trata-se da decretação da perda bens móveis ou imóveis pertencentes ao condenado. Como estabelece o artigo 45, §3, o teto, isto é, o máximo a ser pago deve ser o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, o maior dentre essas duas opções corresponderá ao total a ser pago. 
A doutrina discute, em relação a perda de bens ou valores do condenado, a possibilidade de a pena passar para os familiares do condenado. Dispõe o artigo 5 da Constituição Federal “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”.
Diante disso, alguns autores entendem que a perda de bens e valores, por ser PENA não pode ultrapassar a pessoa do condenado, mesmo sendo alternativa. Nesse caso, o perdimento de bens que poderia ser estendido aos familiares do condenado deveria ser qualquer um menos o perdimento de bens provocados pela aplicação da pena alternativa de perda de bens ou valores. Outros doutrinadores, ao discutirem o tema, manifestam-se pela possibilidade, segundo eles, claramente deixada pelo dispositivo da Constituição de os bens perdidos serem de familiares. Sendo essa a hipótese, a pena que não poderia extravasar a pessoa do acusado seria apenas a pena privativa de liberdade.
O comentário mais sensato nisso tudo é feito por Pedro Lenza. A fim de resolver tal questão basta que o juiz, ao proferir a sentença, determine quais são os bens a serem perdidos, pois, dessa forma, com o transito em julgado, não poderão mais ser reclamados como herança e não será possível “confiscar” um bem que não seja do acusado.
Das penas alternativas restritivas de direitos.
Prestação de serviços à comunidade. Consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas em estabelecimentos comerciais. Esse tipo de atividade não pode ser remunerado. 
Essa pena alternativa só pode ser aplicada, segundo o artigo 46 do CP, se a pena atribuída à conduta praticada for maior que seis meses. 
A prestação de serviços a comunidade deverá se dar sempre em 1 hora por dia, de modo a não prejudicar a jornada de trabalho normal do condenado. Caso o tempo de pena atribuído a ele seja maior que um ano, poderá o condenado optar por trabalhar mais horas por dia do que uma e cumprir a pena em menos tempo, mas nunca menos que a metade. (Art. 46, §§3 e 4).[27: Fernando Capez destaca uma possível injustiça nessa regra. O dispositivo estabelece que apenas os condenados a mais de um ano poderão cumprir a pena em metade do tempo. De sorte que um indivíduo condenado a uma ano e seis meses de prisão tem sua pena convertida em 9 meses de prestação de serviço à comunidade. Se tivesse sido condenado a 11 meses deveria cumprir exatamente esse período de pena restritiva. Embora alguns argumentem que no fim das contas da na mesma, afinal, teoricamente, o mesmo número de horas é cumprido, a comodidade de reduzir a pena na metade trabalhando duas horas por dia é muito maior do que estender o período de cumprimento da pena por meses. Dessa forma, há facilitação do cumprimento de uma pena mais pesada e a negação do mesmo benefício para uma pena mais branda, tornando tal fenômeno ilógico. Segundo Capez, o benefício deveria se estender a toda e qualquer pena.]
Segundo a LEP, cabe ao juiz de execução determinar onde o apenado vai prestar o serviço comunitário e designar a tarefa a ser executada de acordo com as características do condenado.
O juiz deve cuidar também para que o réu seja intimado e informado acerca de onde deverá trabalhar, o horário em que deverá trabalhar.
Interdições temporárias de direitos. As interdições podem ser de dois tipos, específicas ou genéricas. Diz-se específicas aquelas mencionadas no próprio código para uma determinada conduta, e chama-se genéricas àquelas que podem ser aplicadas para qualquer tipo. 
São interdições específicas:
a) Proibição do exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo (art. 47, I): segundo o artigo 57 do CP, essa pena deve ser aplicada para todo o crime cometido no exercício da profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhe são inerentes.
b) Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público (art. 47, inciso II): Também recai no artigo 57, por exemplo, dentista, médico, engenheiro, dentre outros.
c) Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (art. 47, III): relacionado com o artigo 57, esse dispositivo prevê aplicação de pena para os condenados por crimes culposos de trânsito.
d) Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos (art. 47, V): essa modalidade de pena foi criada pela lei 12.550/11 e serve como pena alternativa para aqueles que praticam fraude em certame de interesse público.
Como interdição geral resta apenas a proibição de frequentar determinados lugares (art. 47, inciso IV). Traduz-se na proibição de frequentar bares, festas, casas de jogos, boates dentre outros estabelecimentos do tipo. Como a pena é geral, não se aplica a um grupo específico de condutas, podendo ser aplicada em qualquer caso. Entretanto, é comumente condenado a cumprir tal pena o praticante de crime nesses locais.
Limitações de fim de semana. Previsto no artigo 48 do CP, consiste na obrigação de permanecer em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado durante sábados e domingos por 5 horas diárias.[28: A quase inexistência de casas de albergado ou locais adequados, mesmo após tantos anos da criação da lei de execuções penais, faz com que os juízes pouco apliquem esta pena.]
Durante a permanência, poderão ser, segundo o parágrafo único do mesmo dispositivo, ministradas palestras ou cursos ou atribuídas atividades educativas. 
 Resumo:
 CONCEITO
São penas autônomas e substituem a pena privativa de liberdade por certas restrições e obrigações. Têm, portanto, caráter substitutivo, ou seja, não são previstas em abstrato no tipo penal, não podendo ser aplicadas diretamente pelo juiz. Este deve, inicialmente, aplicar a pena privativa de liberdade e, se presentes os requisitos legais, substituí-la pela restritiva de direitos, pelo mesmo período (exceto quando se tratar de substituição por pena pecuniária ou de perda de bens).
REQUISITOS
a) que o crime seja culposo, qualquerque seja a pena, ou, se doloso, que a pena aplicada não supere 4 anos e que não tenha sido cometido com violência contra pessoa ou grave ameaça; b) que o réu não seja reincidente em crime doloso. Quando a reincidência não se referir a crimes dolosos e não for referente à mesma espécie de crime, o juiz pode efetuar a substituição por pena restritiva, se a medida se mostrar socialmente recomendável; c) que as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP indiquem que a substituição é suficiente. Observação: a jurisprudência tem entendido cabível a substituição: 1. em crimes hediondos ou equiparados que não envolvam violência ou grave ameaça, se a pena não for maior do que 4 anos; 2. nas infrações de menor potencial ofensivo, mesmo que cometidos com violência contra pessoa ou grave ameaça; 3. nos delitos cometidos com violência imprópria.
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, aos seus dependentes ou à entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz não inferior a 1 salário mínimo e não superior a 360. Se houver concordância do beneficiário, a prestação pode consistir em prestação de outra natureza (ex.: entrega de cestas básicas). Caso seja direcionada à vítima ou aos seus dependentes, os valores serão descontados de futura indenização decorrente de condenação à reparação civil dos danos, se coincidentes os beneficiários.
PERDA DE BENS OU VALORES
Refere-se a bens ou valores do condenado que reverterão ao Fundo Penitenciário Nacional, tendo como teto — o que for maior — o montante do prejuízo causado ou o provento obtido pelo agente ou por terceiro em decorrência do delito.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. Somente é possível se a pena fixada na sentença for superior a 6 meses. O condenado deve cumprir 1 hora de tarefa por dia de condenação. Pode consistir em:
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS
a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependa de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; c) suspensão da autorização para dirigir veículos (a suspensão da habilitação está atualmente regulamentada no Código de Trânsito); d) proibição de frequentar determinados lugares; e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA
Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em casa do albergado ou estabelecimento similar, ocasião em que poderão ser ministrados cursos ou palestras educativas.
REGRAS PARA SUBSTITUIÇÃO
a) Se a pena fixada na sentença for igual ou inferior a 1 ano, a pena poderá ser substituída por uma multa ou por uma restritiva de direitos. Não poderá, entretanto, ser aplicada a pena de prestação de serviços à comunidade se a pena for inferior a 6 meses; b) Se a condenação for a pena superior a 1 ano (e não superior a 4 nos delitos dolosos), poderá ser substituída por uma pena de multa e uma restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos.
CONVERSÃO EM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
A reconversão da pena restritiva em privativa de liberdade pode se dar, por decisão judicial, quando: a) ocorrer o descumprimento injustificado da medida imposta; b) se o sentenciado cometer falta grave; c) se sobrevier condenação a pena privativa de liberdade por outro crime e o juiz verificar que isso torna impossível o cumprimento da pena restritiva anteriormente imposta. Observação: Decretada a reconversão em pena privativa de liberdade, será descontado o tempo de pena restritiva já cumprido, devendo o condenado cumprir ao menos 30 dias de pena privativa (caso o tempo remanescente seja inferior).
Pena de multa. Prevista no artigo 49 do Código Penal, consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. A lei estabelece ainda que o número mínimo de dias será 10 e o número máximo 360 dias.
Espécies de multa. Existem duas espécies de multa:
a) Originária: é aquela descrita em abstrato no próprio tipo penal incriminador, em seu preceito secundário. Por exemplo, crime de calúnia, art. 138 do CP, estabelece pena de 6 meses a um ano, e multa.
A multa originária pode ser prevista na forma isolada, cumulativa ou alternativa. Isolada quando a única pena cominada para isso for o crime de multa. Exemplo art.20 da Lei de Contravenções Penais “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto”. A única pena culminada é o pagamento de multa.
Cumulativa ocorre quando a multa pode ser aplicada junto com a pena privativa de liberdade ou a pena alternativa na qual a pena privativa de liberdade for convertida. Exemplo pode ser o dado acima da calúnia.
A Alternativa quando o juiz aplicador da pena tiver de escolher o pagamento da multa ou o cumprimento da pena privativa de liberdade. 
b) Substitutiva: é a que segue a regra do art. 44, §2. O dispositivo prega que na condenação inferior ou igual a um ano, a substituição poderá ser feita por muita ou pena restritiva de direitos. 
Como mencionado antes, a multa, ainda que como medida substitutiva, não pode ser convertida em pena privativa de liberdade. Devendo, ao invés disso, a multa ser executada e os bens do inadimplente serem levados a leilão.
Aqui cabe também relembrar a discussão acerca da eficácia do artigo 60, §2 frente ao mais novo art.44, §2. Alguns doutrinadores creem, com a entrada em vigor do artigo 44, §2, ter sido o § 2 do artigo 60 revogado. Outros doutrinadores, por entenderem que, diferentemente do artigo 44, o artigo 60 não faz menção a uma conduta não violenta ou sem ameaça, de sorte que os dispositivos não tratam da mesma coisa, podendo ser aplicados para crimes diferentes.
Por fim, vale declarar que nos casos contra a mulher, isto é, naqueles previstos na lei Maria da Penha, a pena privativa de liberdade não pode ser convertida em pena de multa. 
Cálculo do valor da multa. Quando se tratar de pena de multa originária, portanto, prevista em abstrato na própria descrição do tipo, o juiz deverá seguir duas etapas. Primeiro fixar os dias de multa e depois calcular o valor deles.
a) Fixação dos dias de multa: de acordo com o artigo 49, a pena deverá ser de, no mínimo 10 e, no máximo, 360 dias de multa. Logo, o número de dias de multa deve ser fixado dentro dessa janela. Para precisar quantos dias, as regras observadas são as mesmas para a para determinação da pena privativa de liberdade, chamado pela doutrina de critério trifásico. O juiz, em primeiro lugar, deverá levar em consideração os critérios do artigo 59 do CP, nas fases seguintes aplicar as agravantes e atenuantes genéricas, bem como as causas do aumento e diminuição de pena[29: Existem ainda duas teorias para o cálculo da pena. A primeira delas é que quanto mais rico maior a pena, percebe-se nítida injustiça nesse caso. A outra determina que a multa deva ser calculada de acordo com a culpabilidade do agente, levando em conta apenas o art. 59, caput. Optou-se por explicar melhor a segunda hipótese por ser adotada pela absurda maioria dos autores.]
b) Fixação do valor do dia-multa: o valor é fixado com base no salário mínimo vigente ao mesmo tempo da infração penal, variando entre o limite máximo de 1/30 avos e 5 salários mínimos. O juiz situará o valor dentro dos limites, atendendo à capacidade econômica do réu, podendo, ainda, aumentar o valor até o triplo caso considere-o insignificante e ineficaz face à situação financeira do acusado.
Cumulação de multas. A questão gira em torno da absorção ou não da multa originariamente prevista quando o delito for apenado com pena restritiva de liberdade e multa. Por exemplo, o furto simples. Caso uma pessoa seja por esse crime condenada a 1 ano de prisão e 10 dias-multa, poderá ser beneficiada com a conversão da pena restritivade liberdade em pena alternativa. Como a pena é de um ano, percebe-se que cai na hipótese do art. 44, §2, ou seja, aplicação de multa ou pena restritiva de direitos. Assim, havendo a conversão da pena privativa de liberdade em 10 dias-multa, a nova pena seria 10 dias-multa da conversão do pena privativa em pena restritiva mais os 10 dias-multa previstos originariamente, ou o cálculo da pena alternativa absolve a pena de multa originariamente prevista?
Na opinião da maioria dos autores, não há problema algum em prever multas cumulativas.
Atualização do valor da multa. O STJ editou súmula sobre o assunto e a discussão fervorosa na doutrina perdeu força. Assim, a correção monetária decorrente de dívida de ato ilícito deve incidir da data do efetivo prejuízo”, ou seja, da data em que foi efetivamente praticado o delito. 
Pagamento da multa. Segundo o artigo 50 do Código Penal, a multa deve ser paga após dez dias do trânsito em julgado da sentença. Entretanto, a pedido do réu e mediante concordância do juiz, o pagamento poderá ser feito em parcelas mensais.
O §1 do mesmo dispositivo dispõe ainda que a multa pode ser cobrada a partir de desconto diretamente no salário do condenado quando a) for aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida suspensão condicional da pena. 
O §2, entretanto, impede o desconto diretamente do salário do acusado quando impedir o sustento do condenado e da família deste.
Conversão da multa. A temática do artigo 51 já foi debatida aqui, a conversão da multa em caso de inadimplência não pode mais, como era feito antes, ser convertida em pena privativa de liberdade. Segundo o artigo 51, a multa, quando da sentença transitada em julgado, converte-se em dívida de valor, aplicando-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da fazenda Pública.
Prazo prescricional, interrupção e suspensão da prescrição. No artigo 174 do Código tributário Nacional, a prescrição para cobrança de crédito tributário e, por conseguinte, da multa, é de 5 anos.
Quando o artigo 51, na parte final, refere-se à observância das causas interruptivas e suspensivas da prescrição, refere-se às condições de suspensão e interrupção do prazo de prescrição da cobrança de dívidas.
Segundo artigo 174 do CTN, a prescrição se interrompe pelo despacho do juiz que ordene citação em execução fiscal. Por sua vez, o juiz suspenderá o curso da execução enquanto não for localizado o devedor ou encontrados os bens penhoráveis. 
Em resumo, existe um prazo de 5 anos para que seja iniciado o processo de execução da multa no juízo das execuções fiscais. Quando o juiz determina a citação do condenado, interrompe-se o referido prazo, de modo que novo período de 5 anos passa a correr. Caso o réu seja encontrado ou não sejam localizados bens penhoráveis, o juiz determina a suspensão da execução por um ano. Findo este período, retoma-se o prazo prescricional. Se o condenado não for mais encontrado dentro do prazo restante, decreta-se a prescrição da dívida. Se for localizado o acusado ou os bens de sua propriedade dentro do prazo de 5 anos, prossegue-se na execução.
Suspensão da execução de multa. Por fim, a pena de multa se suspende se sobrevier ao acusado doença mental.
Vale dizer que, sendo o réu condenado a pena privativa de liberdade e multa, havendo suspensão condicional contra a privação da liberdade, nada há contra o pagamento da multa, que continua sendo obrigatório.
Pena de multa e concurso de crimes. Embora o código estabeleça regras diferentes da soma para alguns casos de concurso de crimes, o art. 72 do Código penal é bem claro ao dizer que as penas de multa serão aplicadas de forma distinta e integralmente. Então, se o indivíduo comete 5 crimes em continuação, independentemente de como forem ser calculadas as penas privativas de liberdade, as penas de multa deverão ser todas somadas.
Detração e pena de multa. O artigo 42 do Código Penal é taxativo ao dizer que só abatem do tempo da pena privativa de liberdade o tempo passado em prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o tempo de prisão administrativa e o de internação, não podendo, portanto, ser descontado do tempo a ser cumprido de pena privativa de liberdade o tempo da pena de multa. 
CONCEITO 
É uma modalidade de sanção de caráter patrimonial consistente na entrega de dinheiro ao fundo penitenciário.
ESPÉCIES
a) multa originária: prevista no próprio tipo penal. Ex.: a pena do roubo é de reclusão, de 4 a 10 anos, e multa; b) multa substitutiva (vicariante): substitui a pena privativa de liberdade não superior a 1 ano, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça, praticados por réu primário, desde que as circunstâncias do art. 59 sejam favoráveis. Observação: Entendemos que ainda é possível a substituição por multa nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça, se a pena fixada não for superior a 6 meses (art. 60, § 2º, do CP).
FIXAÇÃO
O juiz deve primeiro estabelecer o número de dias-multa, que será de, no mínimo, 10, e, no máximo, 360. Em seguida, deve fixar o valor de cada dia-multa entre, no mínimo, 1/30 do salário mínimo, e, no máximo, 5 salários mínimos, de acordo com a condição econômica do acusado. Caso o juiz entenda que o montante é ainda insuficiente, poderá ainda triplicar o valor de cada dia-multa. O valor da multa deve passar por correção monetária a contar da data do fato.
 PAGAMENTO 
A efetivação do pagamento da multa, por ato do condenado ou por desconto em seus vencimentos, gera a extinção da pena. 
NÃO PAGAMENTO
 Se o condenado deixar de pagar a multa, passarão a ser aplicadas as regras relativas à dívida ativa, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. A execução é promovida no juízo das execuções fiscais pela Procuradoria da Fazenda, sendo vedada a conversão em pena privativa de liberdade. 
SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL NO ACUSADO 
Suspende a execução da multa. 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA MULHER Proibida aplicação de pena exclusiva de multa. 
SURSIS 
Suspende somente a pena privativa de liberdade, e não a pena de multa aplicada cumulativamente. 
CONCURSO DE CRIMES
 Em caso de concurso formal, crime continuado e concurso material, as penas de multa são sempre somadas. 
DETRAÇÃO É incabível na pena de multa.

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