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DC - Obrigações - Confusão

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Confusão
Art. 381 - Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
Art. 382 - A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
Art. 383 - A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.
Art. 384 - Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.
Conceito e Natureza Jurídica:
Na obrigação, é essencial a existência de dois polis, um credor do lado ativo e um devedor do lado passivo. Ninguém pode ser credor ou devedor de si mesmo. Quando, por fatores externos à vontade das partes, as características de credor e devedor se fundem, se confundem na mesma pessoa, há impossibilidade lógica de sobrevivência da obrigação.
Portanto, há confusão quando se reúnem na mesma pessoa a qualidade de credor e devedor. Confundir significa fundir, misturar, reunir. Os códigos modernos tratam do fenômeno como extinção da obrigação.
Fontes da Confusão:
A confusão pode originar-se de uma transmissão universal de patrimônio. Esse fenômeno pode ocorrer causa mortis, o que é mais comum. O herdeiro passa a ter ambas as qualidades de credor e devedor com o desaparecimento do autor da herança, e a divida se confunde. Pode ocorrer por ato entre vivos quando, por exemplo, uma empresa, credora de outra, vem a receber, por qualquer razão (um decreto governamental, por exemplo), todo o patrimônio da ultima. Os débitos confundem-se até onde se compensarem.
Pode o fenômeno derivar de um titular singular, no caso, por exemplo, de alguém ter uma divida com outrem que lhe faz legado de credito, já que o legado importa numa transmissão a título singular e não universal. Também pode derivar de cessão de credito, de sub-rogação. Pode correr, inter vivos, por ato gratuito ou oneroso.
Espécies:
A confusão pode extinguir toda a dívida ou apenas parte dela. Assim, teremos confusão total ou parcial.
O artigo 383 do Código Civil trata da confusão na solidariedade: “a confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade”.
Mesmo no caso da solidariedade os efeitos da confusão são limitados à parcela do crédito ou débito que se confundiram em uma única pessoa. Não se comunica aos demais credores ou devedores solidários.
Efeitos:
O efeito primordial é extintivo da obrigação. A questão que se sobreleva nesse diapasão é a colocada no artigo 383: o restabelecimento da obrigação, uma vez cessada a confusão. Por exemplo: alguém é devedor de um estabelecimento e vem a adquiri-lo. Operou-se a confusão. Posteriormente, aliena o mesmo estabelecimento. Restabelece-se a obrigação primitiva. O dispositivo é peremptório no sentido de que também revivem todos os acessórios da obrigação. Revigora-se a fiança e a hipoteca que garantiam a dívida, por exemplo.
Se a confusão extingue as obrigações acessórias, a recíproca não ocorre. Se existe confusão na pessoa do credor e do fiador, extingue-se a fiança, que é acessória, mas não a obrigação principal. A questão também é de impossibilidade lógica.
Requisitos:
O fenômeno da confusão exige que numa só pessoa se reúnam as qualidades de credor e devedor, que a reunião dessas qualidades seja em relação a uma mesma obrigação e que não haja entre o credor e o devedor, a separação de patrimônios.

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