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DC- Obrigações - Pagamento com Sub-Rogação

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Pagamento com Sub-Rogação
Conceito:
O termo sub-rogação significa, mormente em nossa ciência, substituição. O termo pode também ser empregado para a sub-rogação real, quando uma coisa de um patrimônio é substituída por outra.
No pagamento com sub-rogação, um terceiro, e não o primitivo devedor, efetua o pagamento. Esse terceiro substitui o credor originário da obrigação, de forma que passa a dispor de todos os direitos, ações e garantias que tinha o primeiro.
Não há prejuízo algum para o devedor, que em vez de pagar o que deve a um, deve pagar o devido a outro.
Natureza Jurídica:
Não se confunde, porém, o instituto em exame com a cessão de crédito. A sub-rogação contém como essência o pagamento de uma dívida por terceiro e fica adstrita aos termos dessa mesma dívida.
Por outro lado, a cessão de crédito pode ter efeito especulativo, podendo ser efetivada por valor diverso da dívida originária. Na cessão de crédito, há necessidade de que o devedor seja notificado para ser eficaz com relação a ele, o que não ocorre na sub-rogação. Na cessão, a operação é sempre do credor, enquanto a sub-rogação pode operar mesmo sem anuência do credor e até contra sua vontade.
Sub-Rogação Legal:
O artigo 346 traz três situações em que a sub-rogação opera de pleno direito, em favor:
Do credor que paga a dívida do devedor comum = A situação pressupõe a existência de mais de um credor do mesmo devedor. Pode correr que esse credor tenha interesse em afastar o outro que tenha prioridade no crédito, preferindo ficar sozinho na posição de credor, aguardando momento mais oportuno para cobrar a dívida.
Do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direto sobre o imóvel = O imóvel, mesmo hipotecado, pode ser alienado. O adquirente desse bem tem maior interesse em extinguir a hipoteca. Não ocorre a hipótese da lei se é o próprio vendedor que recebe o dinheiro do adquirente e paga a hipoteca. A hipótese vale, também, no entanto, quando incide mais uma hipoteca sobre o bem. O adquirente pode ter maior interesse em livrar-se ao menos da primeira hipoteca.
Do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte = O fiador paga a dívida do afiançado e sub-roga-se nos direitos do credor. Da mesma forma é o que ocorre quando um dos devedores solidários paga toda a dívida. Reportamo-nos ao que foi dito acerca da solidariedade. Sua sub-rogação, de acordo com a forma pela qual foi contraída a solidariedade, é parcial ou total da dívida. O fiador pode ter, por exemplo, maxímo interesse em não ver o afiançado acionado. Notemos que a lei reporta-se a terceiro interessado que paga. Se for terceiro não interessado, não haverá sub-rogação. O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome não se sub-roga nos direitos do credor (Art.305).
Sub-Rogação Convencional:
O artigo 347 admite duas formas de sub-rogação convencional:
Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lha transfere todos os seus direitos = Nesse caso, ocorre iniciativa do credor, que recebe a importancia de terceiro. O devedor não necessita aquiescer; o fenômeno pode correr com ou sem seu conhecimento.
Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos ao credor satisfeito = Nesse caso, há iniciativa do devedor, que consegue alguém que lhe empreste o numerário necessário para pagar a dívida e passa a dever, com todos os direitos originários, ao mutante.
Efeitos da Sub-Rogação:
No pagamento com sub-rogação, fica satisfeito o primitivo credor. O sub-rogado não recebe mais do que receberia o credor originário. Não pode haver, em princípio, finalidade especulativa na subrogação.
Da mesma forma, o sub-rogado não tem ação contra o sub-rogante no caso de o devedor ser insolvente. Agora,se a onrigação for nula ou não existir, pelo princípio do enriquecimento ilícito sem causa, o que pagou tem direito ao reembolso.
Nada impede, porem, que as partes expressem sua vontade no sentido de alterar os valores da sub-rogação, o que não ocorre na sub-rogação legal.
Portanto, na sub-rogação convencional as partes podem dispor diferentemente. Mas, se houver pacto expresso, tem plena aplicação o artigo 350.
O artigo 351 refere-se ao credor originário, dizendo “o credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever”.

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