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"resumo" Milton Santos

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“O Mundo Global Visto do Lado de Cá”
No documentário que nos é apresentado aborda as consequências deixadas pela globalização, na visão do Geógrafo brasileiro e intelectual, Milton Santos, onde ele discute os problemas da globalização sob as perspectiva das periferias, seja de terceiro mundo ou comunidades carentes, destacando os períodos de exploração e descobertas e a globalização econômica, sobretudo a expansão do capitalismo para o mundo e as marcas deixadas por esse sistema. Entrevistado pelo cineasta brasileiro Sílvio Tendler em 2002.
Baseado nesse primeiro ponto de partida o documentário procura explicar, ou até mesmo esclarecer, essa tal Globalização da qual tanto ouvimos falar. Milton Santos não era contra a globalização e sim contra o modelo de globalização vigente no mundo, que ele chamava globalitarismo, um termo criado por ele para designar a nova ordem mundial. O documentário percorre algumas trilhas desses caminhos apontados por Milton, onde vemos movimentos na Bolívia, na França, México e chegamos ao Brasil, na periferia de Brasília. Em Ceilândia, a câmera nos mostra pessoas dispostas a mudar as manchetes dos jornais que só falam da comunidade para retratar a violência local. Analisando as contradições e os paradoxos deste modelo econômico e cultural, Milton Santos enxergou a possibilidade de construção de outra realidade, que ele considerava “mais justa e mais humana”. Em primeiro momento o documentário faz um paralelo entre colonização e globalização mesmo se tratando de épocas diferentes, mas, com a mesma finalidade: dominar, administrar, comercializar, explorar e expandir um território já habitado dizimando e destruindo culturas e povos. Após a guerra fria começou o processo de globalização e assim iniciou a corrida para o domínio do mercado mundial. A divisão do planeta em dois mundos, Norte e Sul, onde ao norte encontram-se os países desenvolvidos e ao sul do globo os países subdesenvolvidos ou países de terceiro mundo, ficando clara a desigualdade entre os dois mundos. 
Conforme o Autor relata, a crise financeira vem acompanhada de desemprego, fome, um caos total que só tende a aumentar os salários baixos, miséria em que as pessoas são colocadas a favor do segundo efeito dessa globalização em que a pobreza é vista com naturalidade. 
A globalização tem um cunho de fábula como um processo irreversível de submissão em massa como um único modo de vida conciliável a um novo mundo, a mídia é a parte mais importante na divulgação da nova cultura. Para o autor Milton Santos a globalização possui três grupos em um só, a globalização como falam, o mundo tal como ele é perverso e o mundo como pode ser, uma nova globalização. 
O documentário é certeiro em mostrar situações que poderiam passar despercebidas como grandes sucessos da globalização e de fato mostram a realidade de uma sociedade fragmentada. Entre exemplos de privatizações de recursos naturais e corporações tão grandes quanto os níveis de miséria e desemprego, percebe-se a existência de uma sociedade baseada no modelo capitalista “selvagem”, onde as ações predatórias são justificadas ao se dar privilégios para uma minoria dominante. O mundo se divide em dois grupos: “o grupo dos que não comem e o grupo dos que não dormem com receio do grupo dos que não comem.” (José de Castro).
A mídia não escapa das críticas. Para Milton Santos, a mídia tem o grande poder de controlar a interpretação do que acontece no mundo e, por isso, se torna uma intermediária da globalização. Um exemplo que podemos ver é a novela “Avenida Brasil” que ficou mundialmente conhecida, passando em televisões estrangeiras, onde retrata o subúrbio carioca retratado pela classe média-alta. Mas nesse ponto podemos dizer também que a maioria não-privilegiada teve sua revanche ao chamar atenção como movimento e mostrar que tem o poder de transformar a ordem imposta.
O monopólio da mídia mundial está concentrado nas mãos de um pequeno grupo na qual a informação pode ser deturpada de acordo com interesses político e econômico. Afinal, a informação que chega para a massa popular é totalmente manipulada que em vez de esclarecer, confunde.
O capitalismo cria divisões entre as classes, restringe o espaço no qual o acesso se torna seletivo, essa restrição se dá por força física, racial, moral e econômica. O dinheiro se torna nesse mundo perverso o centro de todas as ações. Sendo assim, o homem perde importantes valores de humanidade, por exemplo, a compaixão e a solidariedade. Atualmente, o outro é visto como um inimigo a ser vencido, um obstáculo. A competitividade tem como norma a guerra, e o consumo tornaram-se um verdadeiro regime totalitário.
Então, de acordo com o documentário, pudemos ver que o autor abordou questionamentos pertinentes e importantes que geram discussões acerca do mundo contemporâneo, possibilitando aos seus leitores um entendimento mais aprofundado e crítico sobre o assunto. Trouxe vários exemplos reais de nosso dia a dia, expandindo assim o nosso conhecimento, trazendo um novo olhar sobre os processos da globalização.

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