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CONTROLE ESTATÍSTICO NA QUALIDADE

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CONTROLE ESTATÍSTICO NA QUALIDADE
A origem da palavra Estatística está associada à palavra latina STATUS (Estado). Há indícios de que 3000 anos A.C. já se faziam censos na babilônia, China e Egito e até mesmo o 4o. livro do velho testamento faz referência à uma instrução dada a Moisés, para que fizesse um levantamento dos homens de Israel que estivessem aptos para guerrear. Usualmente, estas informações eram utilizadas para a taxação de impostos ou para o alistamento militar. O Imperador César Augusto, por exemplo, ordenou que se fizesse o Censo de todo o Império Romano. A palavra “CENSO” é derivada da palavra “CENSERE”que em Latim significa “TAXAR”. Em 1805, Guilherme, O Conquistador, solicitou um levantamento estatístico da Inglaterra, que deveria conter informações sobre terras, proprietários, uso da terra, empregados e animais. Os resultados deste Censo foram publicados em 1086 no livro intitulado “Domesdday Book” e serviram de base para o cálculo de impostos.Contudo, mesmo que a prática de coletar dados sobre colheitas, composição da população humana ou de animais, impostos, etc., fosse conhecida pelos egípcios, hebreus, caldeus e gregos, e se atribuam a Aristóteles cento e oitenta descrições de Estados, apenas no século XVII a Estatística passou a ser considerada disciplina autônoma, tendo como objetivo básico a descrição dos BENS do Estado. A palavra Estatística foi cunhada pelo acadêmico alemão Gottfried Achenwall (1719-1772), que foi um notável continuador dos estudos de Hermann Conrig (1606-1681).A escola alemã atingiu sua maturidade com A.L. Von Schlozer (1735-1809), mas sempre com idéias diferentes daquelas que fundamentaram a Estatística Moderna. Com algum exagero, pode-se dizer que o seu principal legado foi o termo “STAATEKUNDE’, que deu origem à designação atual.Na enciclopédia Britânica, o verbete “STATISTICS” apareceu em 1797.Resumidamente, o controle Estatístico do Processo (CEP) é uma metodologia que potencialmente permite conhecer o processo, manter o mesmo em estado de controle estatístico e melhorar a capacidade do mesmo.Tudo isso se resume à redução de variabilidade do processo (SCHISSATTI, 1998).
Uso do controle estatístico na qualidade: 
O controle estatístico de qualidade é tido como o melhor meio até agora encontrado para trabalho racional de prevenção de defeitos.Um sistema amplo e complexo que tem por finalidade a inspeção, a análise e a ação corretiva aplicados a um processo produtivo. A inspeção de uma pequena porção dos produtos leva a uma análise de sua qualidade, o que determinará a ação a ser adotada de modo a manter o nível de qualidade.
A definição mais moderna de qualidade é apresentada pela Organização Européia para controle de qualidade, “Qualidade de um material é a condição necessária de aptidão para a finalidade a que se destina. Exigir de um produto, qualidade além da necessária, é encarecê-lo; exigir menos, é prejudicar o nome do fabricante diante do público consumidor.
Princípios básicos:
Um dos princípios básicos da qualidade é a prevenção e a melhoria permanente.Isto significa que a qualidade é um projeto sem fim cujo objetivo é ter em conta os disfuncionamentos o mais cedo possível.Assim, a qualidade pode ser representada por um ciclo de ações corretivas e preventivas, chamado “roda de Deming”:
Este ciclo, representado na roda de Deming, chama-se modelo PDCA, para designar os quatro tempos seguintes:
“Plan” (planificar): trata-se de definir os objetivos a atingir e planificar a aplicação de ações;
“Do” (fazer): trata-se da implementação das ações corretivas;
“Check” (verificar):esta fase consiste em verificar o alcance dos objetivos fixados;
“Act” (agir): em função dos resultados da fase precedente convém tomar medidas preventivas.
Gráficos de controle:
O gráfico de controle foi originalmente proposto em 1924, por W. A. Shewhart, que trabalhou no Bell Telephone Laboratories, com a intenção de eliminar variações anormais em um determinado processo produtivo com base em amostras periodicamente coletadas do processo.Eles são registros dos dados mensurados em um ponto crítico do processo, construídos num sistema de coordenadas cartesianas.
O processo estará sob controle quando a variação da qualidade estiver dentro dos limites de especificação do produto.
Segundo Vieira(1999), o gráfico de controle típico exibe três linhas paralelas: a central, que representa o valor médio do característico de qualidade; a superior, que representa o limite superior de controle (LSC); e a inferior, que representa o limite inferior de controle(LIC).
No gráfico abaixo, tem os valores das medidas dos 25 subgrupos, e os limites de controle superior e inferior, e a média das médias. Nota-se que o subgrupo 15 tem média mais alta que o limite de controle, e portanto a média deste subgrupo é suficientemente longe da média do processo para justificar uma investigação e eventual eliminação de uma causa especial.
Padrões e limites: Limites de controle: são baseados na variabilidade natural do processo medida pelo desvio padrão do processo ().
Limites de especificação: são especificados pela gerencia, pelos engenheiros, pelo cliente ou pelo planejador do produto e não devem ser utilizados para monitorar o processo nos gráficos de controle.
Capacidade de processo:
O conceito de capacidade do processo tem uma associação com a especificação do produto que o processo deve atender, é a capacidade do processo produzir dentro das especificações de projeto do produto, ou seja, é a relação entre a sua variabilidade natural e a tolerância de especificação do projeto ou do produto. Para cumprir mais adequadamente com a função de predizer quanto dos produtos do processos vão satisfazer às especificações foi criado o índice Cp, Chamado Índice de Capacidade Potencial do Processo, que consegue relacionar a variabilidade inerente ao processo com suas especificações.
O índice Cp é definido, quando os dados seguem uma distribuição normal, por
Ou seja,
Amostragem:
As amostras devem ser formadas pelos subgrupos racionais, são observações que agrupadas temporalmente com o propósito de monitorar o processo, ou seja, um ou mais eventos ou medições utilizados para analisar o desempenho de um processo.
Implementação do CEP:
O CEP constitui-se em um conjunto de técnicas e ferramentas estatísticas, organizadas de modo a proporcionar, através da aplicação destas, a manutenção e melhoria dos níveis de qualidade de um processo. O CEP pode ser considerado uma ferramenta ou estratégias da qualidade dentre diversas existentes, sendo, portanto, um dos caminhos para se atingir alguns resultados importantes para uma organização.Com a utilização do CEP, os processos podem ser avaliados, reduzindo-se os desperdícios por meio de uma avaliação constante do processo (Schissatti, 1998).O controle Estatístico de Processo (CEP) é, sem dúvida, uma das mais poderosas metodologias desenvolvidas, visando auxiliar no controle eficaz de qualidade.
PALADINI (1995), apresenta alguns princípios fundamentais para uma perfeita implantação e gerenciamento do CEP. A melhoria verdadeira de um processo é conseguida através de equilíbrio da repetição e consistência com capacidade de atender as exigências dos clientes. Segundo o autor é importante: Pensar e decidir baseado em fatos; Reconhecer a existência da variabilidade na produção e administrá-la; usar raciocínio e prioridade; pensar separando a causa do efeito, buscar sempre conhecer a causa fundamental dos problemas; girar permanentemente e metodicamente o ciclo de controle, visando a melhoria continua no desempenho; identificar instantaneamente focos e locais de disfunção e corrigir os problemas a tempo; educar, treinar e organizar a mão-de-obra visando uma administração participativa e o autocontrole.
Atualmente a inovação fundamental em relação ao Cep é que esses princípios e técnicas devem ser compreendidos, e aplicados por todas as pessoas da organizaçãoe não apenas pelos técnicos e engenheiros da área de qualidade. A grande verdade é que tudo funciona como um ciclo de melhoria continua onde todos os envolvidos devem estar focados no mesmo objetivo. É natural que no princípio possa haver resistência quanto à implementação do CEP online, pois o ser humano é resistente a mudança, entretanto, se houver participação efetiva da alta cúpula seja realmente sinérgico, pois isto trará resultados altamente positivos para empresa. Por isso a importância da visão sistêmica, avaliando o CEP como oportunidade de melhoria e geração de ganhos para empresa.
Referências:
(SCHISGRANT, E. L. & LEAVENWORTH (1972) – Statistical Quality Control.Me Graw – Hill.New York.
IRWIN, R. D. (1965) – Quality Control and industrial Satistics. Library of Congress. Homewood, Illinois.
PALADINI, E. P. (1995) – Gestão da qualidade no processo. Editora Atlas. São Paulo.
RIBEIRO, J. L. & CATEN, C.T (1998) – Controle Estatístico do Processo.Apostila do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.Editora da UFRGS.Porto Alegre.
SCHISSATTI, M.T. (1998)-Uma metodologia de implantação de cartas de Shewarth para o controle de processos. Florianópolis.Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção).UFSC.
SLACK ET AL. (1997)- Administração da Produção.Editora atlas.São Paulo. SATTI, (1998).

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