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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA BRUNA FELIZARDO DE LIMA JANINE S. MATIAS RONEILSON PEREIRA SÍNTESE DE ÉSTERES: ACETATO DE ISO-AMILA E SALICILATO DE METILA Tubarão 2018 BRUNA FELIZARDO DE LIMA JANINE S. MATIAS RONEILSON PEREIRA SÍNTESE DE ÉSTERES: ACETATO DE ISO-AMILA E SALICILATO DE METILA Trabalho realizado como pré- requisito para aprovação parcial na disciplina de Síntese Orgânica da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Orientador: Prof. Dr. Eng. Jonathan Alexsander Bork Tubarão 2018 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Sabores e fragrâncias de alguns ésteres usados na indústria------------ 7 Figura 5 Representação da ionização ------------------------------------------------------- 8 Figura 6 Efeito de ressonância ---------------------------------------------------------------- 9 Figura 7 Reação global da formação de um éster --------------------------------------- 9 Figura 8 Primeira etapa esterificação------------------------------------------------------ 10 Figura 9 Segunda etapa esterificação ----------------------------------------------------- 10 Figura 10 Terceira etapa esterificação ---------------------------------------------------- 10 Figura 11 Quarta etapa esterificação ------------------------------------------------------ 11 Figura 12 Quinta etapa esterificação ------------------------------------------------------ 11 Figura 13 Sexta etapa esterificação ------------------------------------------------------- 11 Figura 2 Mecanismo da síntese do salicilato de metila ------------------------------- 12 Figura 3 Reação de esterificação ----------------------------------------------------------- 18 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Reagentes usados na síntese do salicilato de metila -------------------- 15 Tabela 2: Materiais usados na síntese do salicilato de metila ---------------------- 15 Tabela 3: Reagentes usados na síntese do acetado de isoamila ----------------- 16 Tabela 4: Materiais usados na síntese do acetado de isoamila -------------------- 16 Tabela 5: Propriedades de substâncias para o cálculo de rendimento----------- 20 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 6 2 ÉSTERES ---------------------------------------------------------------------------------------- 7 2.1 ESTERIFICAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 8 2.2 SALICILATO DE METILA ---------------------------------------------------------------- 12 2.2.1 Salicilato de metila aplicado à farmacologia --------------------------------- 13 2.3 ACETATO DE ISOAMILA --------------------------------------------------------------- 13 2.4 REFLUXO ------------------------------------------------------------------------------------ 14 3 MATERIAL E MÉTODOS ------------------------------------------------------------------ 15 3.1 MATERIAL SÍNTESE DO SALICILATO DE METILA ---------------------------- 15 3.2 MATERIAL SÍNTESE DO ACETADO DE ISOAMILA ---------------------------- 16 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL --------------------------------------------------- 17 4.1 PROCEDIMENTO DO SALICILATO DE METILA --------------------------------- 17 4.2 PROCEDIMENTO DO ACETATO DE ISOAMILA -------------------------------- 17 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------- 18 5.1 RESULTADOS SALICILATO DE METILA ------------------------------------------ 18 5.2 RESULTADOS ACETATO DE ISOAMILA ------------------------------------------ 19 5.2.1 Cálculo de rendimento Acetato de Isoamila --------------------------------- 20 6 CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------- 23 REFERÊNCIAS --------------------------------------------------------------------------------- 24 6 1 INTRODUÇÃO Ésteres são os derivados de ácidos carboxílicos mais importantes. Os mais simples aparecem no perfume das flores e no aroma e sabor dos frutos. Além de serem encontrados em plantas, os ésteres também tem papel biológico importante nos animais. Existem muitos exemplos de ésteres que funcionam como feromônios de insetos, como o acetato de isoamila nas abelhas (VOLLHARDT, 2004). Além disso, são componentes importantes na produção de poliéster (plástico) e fármacos. A Aspirina é preparada a partir do ácido salicílico, uma substância encontrada na casca de salgueiro que tem sido utilizada pelas suas propriedades medicinais há milhares de anos. Este ácido é convertido sinteticamente por esterificação em salicilato de metila, na presença de metanol e ácido sulfúrico como catalisador. O acetato de iso-amila pode ser sintetizado a partir do ácido carboxílico e álcool, com adição de ácido sulfúrico concentrado. O mesmo vem da família dos ésteres acéticos e é utilizado como solvente polar, além disso, é indicado como solvente em thinners, lacas, tintas e vernizes. Desta forma, aplicando as técnicas laboratoriais, este relatório tem como objetivo promover a descrição da síntese do salicilato de metila e do acetato de isoamila através da reação de esterificação. 7 2 ÉSTERES Os ésteres são derivados dos ácidos carboxílicos, podem ser preparados a partir de um ácido e um álcool através da remoção de uma molécula da água (MORRISON, 1918). Segundo Soares (2009), os ésteres estão distribuídos na natureza em grande escala. Os mais simples apresentam odor agradável e, ésteres com massa molecular elevada não se destacam por seu odor, mas por constituírem óleos, ceras e gorduras. Um éster não é usado individualmente para imitar o sabor natural. A fórmula que imita o sabor natural do abacaxi, por exemplo, inclui 10 compostos (ésteres e ácidos carboxílicos) que podem ser facilmente sintetizados em laboratório e sete óleos de origem natural. Outra observação relevante é que apesar do odor agradável dos ésteres, eles raramente são usados em perfumes que são aplicados ao corpo, pois ésteres são instáveis junto à transpiração, sofrendo hidrólise, originando ácidos orgânicos de odor desagradável (SOARES, 2009). Figura 1 Sabores e Fragrâncias de alguns ésteres usados na indústria Fonte: Repositório UFSC. 8 2.1 ESTERIFICAÇÃO Os ácidos carboxílicos reagem com álcoois para formar ésteres através de uma reação de condensação conhecida como esterificação (SOLOMONS, 2002). As reações de esterificação são catalisadas por ácidos. A ausência de ácidos fortes faz esta reação ocorrer lentamente, mas se refluxados com pequenas quantidades de ácido sulfúrico ou ácido clorídrico concentrado a velocidade desta reação pode aumentar, ou seja, a reação ocorrerá mais rápido (SOLOMONS,2002). A esterificação de Fischer é reversível e a posição de equilíbrio em geral fica do lado dos produtos. Para fins preparativos, a posição de equilíbrio pode ser tornada mais favorável pelo uso em excesso do álcool ou do ácido carboxílico. Os ácidos carboxílicos são a classe de compostos mais ácidos que contém apenas carbono, hidrogênio e oxigênio. Ou seja, eles são ácidos muito mais fortes do que a água e os álcoois. Porém, não se deve generalizar, os ácidos carboxílicos são classificados como ácidos fracos. Figura 2 Representação da ionização Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 823. Há um efeito indutivo no grupo carbonila. O grupo carbonila do íon acetato é um retirador de elétrons, ao atrair elétrons do oxigêniocom carga 9 negativa, o ânion acetato se estabiliza. Esse é um efeito indutivo que surge da polarização da distribuição eletrônica na ligação sigma entre o carbono carbonílico e o oxigênio com carga negativa. Há também efeito de ressonância do grupo carbonila. A deslocalização eletrônica, representada pela ressonância entre as seguintes estruturas de Lewis, faz com que a carga negativa do acetato seja igualmente compartilhada por ambos os oxigênios. Figura 3 Efeito de ressonância Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 823. Para melhor entendimento de como funciona a esterificação catalisada por um ácido, será apresentado a seguir o mecanismo de esterificação do ácido benzóico com metanol. Figura 4 Reação global da formação de um éster Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 837. 10 Figura 5 Primeira etapa esterificação Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 837. O ácido carboxílico é protonado em seu oxigênio carbonílico. O doador de prótons mostrado na equação para esta etapa é um íon alquiloxônio formado pela transferência de próton do catalisador ácido para o álcool. Figura 6 Segunda etapa esterificação Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 837. A protonação do ácido carboxílico aumenta o caráter positivo de seu grupo carbonila. Uma molécula do álcool age como um nucleófilo e liga-se ao carbono carbonílico. Figura 7 Terceira etapa esterificação Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 837. 11 O íon oxônio formado na segunda etapa, perde um próton para produzir o intermediário tetraédrico em sua forma neutra. Esta etapa conclui o primeiro estágio do mecanismo. Figura 8 Quarta etapa esterificação Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 838. O segundo estágio começa com a protonação do intermediário tetraédrico em um de seus oxigênios hidroxílicos. Figura 9 Quinta etapa esterificação Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 838. O intermediário perde uma molécula de água, produzindo a forma protonada do éster. Figura 10 Sexta etapa esterificação Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 838. 12 A desprotonação da espécie formada na etapa anterior produz a forma neutra do produto éster. 2.2 SALICILATO DE METILA Em 1843, o salicilato de metila foi descoberto pelos químicos Auguste Cahours e William Proctor, a partir da extração das folhas da gaultéria (SBQ, 2018). Composto incolor, levemente amarelado, odor característicos dos ésteres aromáticos (tendo este, odor de canfora), denominado também de 2- hidroxibenzoato de metila. Figura 11 Mecanismo da síntese do Salicilato de Metila Fonte: Google imagens. 13 2.2.1 Salicilato de metila aplicado à farmacologia Durante séculos a humanidade usou extratos de partes vegetais ou de órgãos de animais para o tratamento de doenças (KOROLKOVAS, 1982). Segundo Andrejus Korolkovas (1982), cento e setenta drogas eram ou são oficializadas na United States Pharmacopoeia ou National Formulary empregados pelos índios norte-americanos. Analgésicos são fármacos com a finalidade de aliviar dores musculares, reumáticas, perda de consciência e redução da atividade do sistema nervoso de modo reversível. Os salicilatos são um dos primeiros fármacos de analgesia, tendo sua utilização desde os índios norte-americanos até a atualidade. São empregados para analgesia, antipiréticos e diminuem a permeabilidade capilar anormal dos tecidos inflamados. O ácido salicílico é antipirético e antirreumático, porém é extremamente tóxico para ser utilizado como tal ou na forma de sais. Contudo o salicilato de metila é utilizado como revulsivo (que tem por objetivo aplicação tópica para alivio de dores nas vísceras ou músculos) ou contra irritante. 2.3 ACETATO DE ISOAMILA Os químicos combinam compostos naturais e sintéticos para preparar aromatizantes. Estes reproduzem aromas naturais de frutas, flores e temperos. Geralmente estes flavorizantes contêm ésteres na sua composição, que contribuem para seus aromas característicos (PINTO, 2018). O acetato de isoamila (acetato de 3-metilbutila), um éster muito usado nos processos de aromatização. Acetato de isoamila tem um forte odor de banana quando não está diluído, e um odor remanescente de pêra quando está diluído em solução (PINTO, 2018). O odor dos ésteres tem também a função de atrair insetos. O caso do acetato de isoamila é interessante pois é idêntico ao feromônio (nome dado a uma substância secretada por um organismo que evoca uma resposta específica de outro membro da mesma espécie) de alarme da abelha. Quando 14 uma abelha sente um intruso, um feromônio de alarme formado por acetato de isoamila é secretado pela abelha. A substância atrai outras abelhas formando um enxame. Certamente não se deve usar um perfume contendo acetato de isoamila (SOARES, 2009). 2.4 REFLUXO Um dos mais importantes fatores que controlam uma reação é a temperatura. Várias reações à temperatura ambiente dificilmente ocorrem ou são muito lentas. Muitas vezes torna-se necessário manter a mistura em reação à temperatura de ebulição, por algum tempo para que a reação ocorra (OLIVEIRA, 2009). Cerca de 80% das reações feitas no laboratório de orgânica envolvem uma etapa chamada refluxo. Você utiliza um solvente de reação para manter os materiais dissolvidos e em uma temperatura constante por meio da ebulição do solvente, condensação e retorno do mesmo para o balão (ZUBRICK, 2016). 15 3 MATERIAL E MÉTODOS A seguir serão apresentados os materiais utilizados para síntese do salicilato de metila e acetato de isoamila. 3.1 MATERIAL SÍNTESE DO SALICILATO DE METILA Tabela 1: Reagentes usados na síntese do salicilato de metila Reagentes Fórmula Quantidade Ácido salicílico C7H6O3 5,0 g Ácido sulfúrico concentrado H2SO4 5 mL Água destilada H2O 30 mL Diclorometano CH2Cl2 30 mL Metanol CH3OH 15 mL Sulfato de sódio anidro Na2SO4 - Sol. de bicarbonato de sódio a 5 % NaHCO3 150 mL Fonte: Autores, 2018. Tabela 2: Materiais usados na síntese do salicilato de metila Materiais Capacidade Quantidade Balança - - Balão volumétrico 500 mL 01 Béquer 100 e 250 mL 02 Coluna de fracionamento - 01 Condensador - 01 Chapa de aquecimento - - Espátula - 01 Funil de decantação 500 mL 01 Manta - 01 Pipeta graduada 5 mL 01 Suporte universal - 01 Termômetro 01 Fonte: Autores, 2018. 16 3.2 MATERIAL SÍNTESE DO ACETADO DE ISOAMILA Tabela 3: Reagentes usados na síntese do acetado de isoamila Reagentes Fórmula Quantidade Ácido sulfúrico H2SO4 1 mL Ácido acético glacial CH3COOH 60 mL Água destilada H2O 400 mL Álcool isoamílico C5H12O 46 mL Sol. de bicarbonato de sódio 5 % NaHCO3 25 mL Sulfato de sódio anidro Na2SO4 - Fonte: Autores, 2018. Tabela 4: Materiais usados na síntese do acetado de isoamila Materiais Capacidade Quantidades Balança - - Balão de fundo chato 500 mL 01 Balão com boca esmerilada 500 mL 01 Béquer 100 mL e 250 mL 01 Coluna de fracionamento - 01 Condensador - 01 Esferas de vidro - 03 Espátula - 01 Funil de decantação 500 mL 01 Funil de vidro comum - 01 Papel filtro - 01 Proveta 250 mL 01 Manta - 01 Suporte universal - 03 Termômetro 01 Fonte: Autores, 2018. 17 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL A seguir será apresentado o procedimento laboratorial, bem como a quantidade de materiais e reagentes necessários para realizar a síntese do salicilatode metila e acetato de isoamila. 4.1 PROCEDIMENTO DO SALICILATO DE METILA Misturou-se 5,0 g de ácido salicílico com 15 mL de metanol em um balão fundo chato com boca esmerilhada de 100 mL, agitando até que o sólido se dissolva totalmente, em seguida foi adicionado lentamente 5 mL de ácido sulfúrico concentrado e deixado em refluxo por uma hora. Após deixar resfriar, foi adicionado 15 mL de água destilada e a solução foi transferida para um funil de decantação onde o mesmo foi lavado com duas porções 15 mL de diclorometano, três porções de uma solução de bicarbonato de sódio 5% e novamente com 15 mL de água. A solução foi seca com sulfato de sódio anidro até remover a turbidez causada pela água. A evaporação do solvente foi feito em banho maria (40-50 °C) assim o produto puro. 4.2 PROCEDIMENTO DO ACETATO DE ISOAMILA Misturou-se 55 mL de álcool n-butílico, 60 mL de ácido acético glacial e 1 mL de ácido sulfúrico em um balão de fundo chato com boca esmerilhada de 500 mL, e foi deixado em refluxo por 3 horas. Após o refluxo, adicionou-se 250 mL de água destilada e a solução foi transferida para dentro de um funil de separação de 500 mL, onde a mesma foi lavada com 100 mL de água destilada, 25 mL de solução de bicarbonato de sódio 5 %, e por fim com 50 mL de água. A umidade da solução foi removida com 6 g de sulfato de sódio anidro, o mesmo foi filtrado e destilado em um balão de vidro perfeitamente seco com esferas de vidro, até uma temperatura de 125ºC. 18 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir serão apresentados os resultados obtidos na síntese do salicilato de metila e acetato de isoamila. 5.1 RESULTADOS SALICILATO DE METILA A condensação de um álcool e um ácido carboxílico catalisada por ácido produz um éster e água e é conhecida como esterificação de Fischer. Figura 12 Reação de esterificação Fonte: Francis A. Carey, 2011, p. 663. A solução formada com a mistura de ácidos e álcool foi levada ao refluxo por 1 hora, o precipitado formado anteriormente se dissolveu durante o refluxo que foi praticado com o intuito de não se perder reagentes durante o aquecimento. Resfriou-se a mistura por alguns minutos. Colocou-se a mistura em um funil de separação com 15 mL de água destilada. Extraiu-se a solução aquosa, lavou-se com duas porções de 15 ml de diclorometano para extrair a fase orgânica. As demais fases orgânicas foram extraídas com 3 porções de 20 mL de solução de bicarbonato de sódio 5%, em seguida lavou-se a fase orgânica com 15 mL de água destilada, coletou-se a fase orgânica em um béquer contendo sulfato de sódio anidro para remover a turbidez e deixou-se em repouso tampado com vidro de relógio por uns minutos. NOTA: Na prática desenvolvida pela equipe, houve um erro ao separar a fase orgânica, a qual resultou no descarte da fase orgânica ao invés da fase mais densa. Portanto não foi concluída a prática, assim não podendo quantificar o rendimento do produto. 19 Segundo a literatura após a filtração e evaporação do solvente deveria se obter um produto incolor com odor agradável, na faixa de 40-50°C com um rendimento (em teoria) de 5,5 g, conforme a equação abaixo. 138,12g de ácido salicilico − 152,15 g de salicilato de metila (1) 5 g de ácido salicilico − x x = 5,5 g de salicilato de metila 5.2 RESULTADOS ACETATO DE ISOAMILA A reação entre ácido acético glacial e álcool isoamílico não ocorre sem o uso de um ácido forte, no caso o ácido sulfúrico, pois ele será o catalisador da reação fornecendo um próton (H+) para o ácido acético glacial. Observou-se a mudança de coloração na solução, de incolor para castanho-escuro. Após as 2 horas de refluxo, deixou-se o balão em repouso em temperatura ambiente e depois foi resfriado em um banho de água fria. Lavou-se a mistura com água e bicarbonato de sódio para retirar o excesso de substâncias ácidas presentes. Os reagentes desta prática são muito voláteis, se não houvesse o sistema de refluxo para que os vapores se condensassem e voltassem para o balão, parte dos reagentes e produto seriam perdidos por volatização. Para melhorar o rendimento da reação é indicado adicionar um dos reagentes em excesso (geralmente o álcool por ser mais barato) ou retirar a água à medida que ela vai se formando. Como agente secante da solução optou-se pelo sulfato de sódio anidro por ser um agente secante neutro e barato, no entanto sua secagem é lenta e sua temperatura deve ser controlada, a partir de 32°C ele volta a “liberar”água. O oposto da reação de esterificação é a hidrólise do éster. O equilíbrio é deslocado para a esquerda, na direção de formação dos reagentes, quando á excesso de água ou solvente presente em solução. Por isso é recomendado utilizar um balão volumétrico perfeitamente seco na etapa de destilação do éster. 20 Seguindo toda prática laboratorial obteve-se 10 mL de acetato de isoamila coletado entre a temperatura de 134°C a 142°C. 5.2.1 Cálculo de Rendimento Acetato de isoamila Tabela 5: Propriedades de substâncias para o cálculo de rendimento Composto Formula molecular Massa Molecular (g/mol) Densidade (g/cm3) Álcool isoamilico C4H10O 88,148 0,810 Ácido acético glacial CH3COOH 60,05 1,053 Acetato de isoamila C7H14O2 130,19 0,879 Fonte: Autores, 2018. Para encontrar a massa em gramas obtida de acetato de isoamila e poder analisar em relação ao rendimento esperado foram feitas uma sequência de cálculos bem simples. Primeiramente encontrou-se a massa do reagente em excesso e do limitante, com este valor foi possível encontrar o número de mols. O número de mols do reagente limitante (álcool isoamílico) é igual ao número de mols do éster. Conhecendo-se o número de mols do éster é encontrada a massa em gramas, o rendimento teórico. Utilizando o volume obtido e a densidade, encontrou-se um rendimento real de 8,79g. Comparando-se os dois valores, o rendimento percentual foi de aproximadamente 13,4%. Não foi encontrado na literatura qual o rendimento médio da esterificação de Fisher. Ácido acético (reagente em excesso): m = d. v (2) m = 1,053 g ml . 60ml m = 63,18 g 21 1 mol de ácido acético − 60,05 g (3) n mol de ácido acético − 63,18 g n = 1,052 mol Álcool isoamílico (reagente limitante): m = d. v m = 0,810 g ml . 55ml m = 44,55 g 1 mol de álcool isoamílico − 88,148 g n mol de álcool isoamílico − 44,55 g n = 0,5054 mol Acetato de isoamila (produto): 1 mol de acetato de isoamila − 130,19 g 0,5054 mol de acetato de isoamila − m m = 65,8 g m = d. v m = 0,879 g ml . 10ml m = 8,79 g 22 65,8g − 100% (4) 8,79g − x x ≅ 13,4% de rendimento O rendimento ficou muito abaixo do esperado. Ter feito poucas etapas de lavagem e poder ter usado de forma incorreta o agente secante,deixam impurezas na solução e diminuem o rendimento do produto final. A destilação começou com aproximadamente 134ºC, enquanto o ideal é começar a partir de 136°C, este é outro indicador de que nosso produto não estava tão “puro”. 23 6 CONCLUSÃO A Esterificação de Fischer é um método simples e extremamente reprodutível. Para uma reação eficiente, é necessário um controle do tempo de reação e dos fatores que favorecem a formação dos produtos. Não foi possível concluir a síntese do salicilato de metila, devido a erros experimentais. Erros estes que com certeza nos ensinaram como é importante ler e pesquisar sobre a prática antes de realiza-lá. Na segunda aula prática, apesar do rendimento baixo, ao final da extração conseguiu-se obter acetato de isoamila. Caracterizado pelo odor agradável de banana. 24 REFERÊNCIAS Francis A. Carey, Química orgânica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011, volume 1 e 2. HEINZ, Bekcer O.G. Organikum: Química Orgânica Experimental. 2 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997. 1053 p. JUNIOR, Baraquizio Braga Do Nascimento; REZENDE, Claudia Moraes; FONSECA, Antônio Gomes Soares E Marcos José De Oliveira. Efeito do 1- Metilciclopropeno sobre a emissão dos ésteres voláteis de bananas ao longo do amadurecimento. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol31No6_1367_17- AR07303.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2018. KOROLKOVAS, Andrejus; BURCKHALTER, Joseph H.. Química Farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara e Koogan, 1982. 783 p. MORRISON, Robert T.; BOYD, Robert N. Química Orgânica. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbebkian, 1918. 1495 p. OLIVEIRA, José Eduardo. Apostila química orgânica experimental. Disponível em: < http://www.cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Blog2013/Apostila%20QOEXP %20LIC%202009-2.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2018. PINTO, F. M. Gláucia Química orgânica prática análise de compostos orgânicos. Disponível em: <file:///c:/users/janin/downloads/apostila - qu_mica org_nica pr_tica - an_lise de compostos org_nicos.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2018. QUÍMICA NOVA INTERATIVA. Salicilato de Metila. Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=molecula.193>. 25 Acesso em: 11 abr. 2018 SOARES, Bluma Guenther; SOUZA, Nelson Ângelo De; PIRES, Dario Xavier. Química orgânica: Teoria e Técnica de Preparação, Purificação e Identificação de Compostos Orgânicos. Rio de Janeiro: Guanabara, 2009. 322 p. SOLOMONS, Graham; FRYHLE, Craig. Química Orgânica 7. ed. Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 2001. volume 1. SOLOMONS, Graham; FRYHLE, Craig. Química Orgânica. Vol. 2. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 2002. 784 p. VOLLHARDT, K. Peter C.; SCHORE, Neil Eric. Química orgânica: estrutura e função. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. ZUBRICK, James. Manual de sobrevivência no laboratório de química orgânica. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
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