Buscar

HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL – REGRAS E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE UBERABA – UNIUBE
HERMENEUTICA CONSTITUCIONAL – REGRAS E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
ANA LUIZA OLIVEIRA ASSUNÇÃO MOTTA, 5129798
CAMILA ALVES OLIVEIRA, 5115788
CAROLINNY PAULINO SOUZA, 5129220
ROBERTTA LUISA ALVES GARCIA, 5128826
Texto apresentado à disciplina de Teoria do Estado e da Constituição, como avaliação parcial do 2º período da Turma 01, da sala 2P113, do Curso de Direito Matutino. Professor Dr. André Del Negri.
UBERABA – MG
2014
Questão número 1:
QUAL A DISTINÇÃO ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS?
Assim como afirma o Professor Dr. José Luiz Quadros de Magalhães, as regras regulam situações específicas, possuem um grau de abrangência menor em comparação aos princípios. Não admite a existência de duas regras regulando a mesma situação, “[...] assim a regra posterior revoga a anterior, a específica prevalece sobre a genérica, e a hierarquicamente superior prevalece sobre a inferior”. Amaral Junior, usa da distinção de que regras são “prescrições que estabelecem pressupostos e consequências determinadas, é formulada para ser aplicada a uma situação especificada, o que significa em outras palavras, que ela é elaborada para determinado número de atos ou fatos”. Já o princípio é mais geral que regra, pois comporta uma série de indeterminadas explicações. “Os princípios permitem avaliações flexíveis, não necessariamente excludentes, enquanto as regras embora admitindo exceções, quando contraditadas, provocam a exclusão do dispositivo colidente”. Ao ver de José Luiz Quadros, “Os princípios são normas com um grau de abrangência muito maior, eles regulam diversas situações simultaneamente, e diversos princípios se aplicam à mesma situação.” No mesmo sentido sintetiza Luiz Flávio Gomes “[...] o Direito se expressa por meio de normas. As normas se exprimem por meio de regras ou princípios. As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin). Quando duas regras colidem, fala-se em "conflito"; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra). O conflito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc. Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não conflito. Quando colidem, não se excluem. Como "mandados de otimização" que são (Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, concomitantemente dois ou mais deles).” Concluindo, ao que se estipula André Del Negri, em resumo, regras são “aplicadas somente do sentido em que ordenam”, e princípios são “espécies normativas aplicáveis às situações concretas determinadas pelas circunstâncias”.[1: MAGALHÃES, José Luiz Quadros de. Parecer jurídico. Belo Horizonte. 10 de agosto de 2014.][2: AMARAL JÚNIOR, Alberto do. A Boa-fé e o Controle das Cláusulas Contratuais Abusivas nas Relações de Consumo. Revista de Direito do Consumidor, Vol. 6.São Paulo: RT, 1993. ][3: GOMES, Luiz Flávio. Normas, Regras e Princípios: Conceitos e Distinções. Jus Navigandi, Teresina, Ano 9, Nº 851, 1 nov 2005, pg 23. ][4: DEL NEGRI, André. Teoria da Constituição e do Direito Constitucional. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2009, p. 202 e 203.]
Questão número 2:
ESTE PONTO DE REFLEXÃO TEM POR EIXO CENTRAL A LEITURA DO PARECER JURÍDICO. DESTA FORMA, EXPLIQUE O QUE É NECESSÁRIO PARA APLICA O DIREITO, E COMO ELE (O DIREITO) DEVE SER INTERPRETADO, A PARTIR DAS IDEIAS DE RONALD DWORKIN, JURISTA NORTE-AMERICADO, QUE SOI DICADO PELO PROFESSOR JOSÉ LUIZ QUADROS DE MAGUALHÃES, E UM DOS EIXOS TEÓRICOS DE SUSTENTAÇÃO DO PARECER.
Em análise á Ronald Dworkin, a dificuldade de compreender o sentido a ser atribuído às proposições jurídicas surge porque as proposições de Direito parecem ser descritivas – dizem respeito a como as coisas são no Direito, não como deveriam ser – e, no entanto, revelou-se extremamente difícil dizer exatamente o que é que elas descrevem. Os positivistas jurídicos acreditam que as proposições de Direito são, na verdade, inteiramente descritivas: são trechos da história. Uma proposição jurídica, a seu ver, somente é verdadeira caso tenha ocorrido algum evento de natureza legislativa do tipo citado; caso contrário, não é. “[...] as proposições de Direito não são meras descrições da história jurídica, de maneira inequívoca, nem são simples valorativas, em algum sentido dissociado da história jurídica. São interpretativas da história jurídica, que combina elementos tanto da descrição quando da valoração, sendo porém diferente de ambas”. [5: DWORKIN. Uma Questão de Princípio. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 219.]
Ronald não nega as inúmeras controvérsias existentes no seio da jurisprudência e da doutrina. Ao contrário, destaca que os juízes divergem, ao menos em boa parte dos casos, não apenas sobre questões fáticas – isto é, se algum fato ou evento relatado efetivamente ocorreu – mas também sobre qual o sentido das normas jurídicas. Assim, em direito grande parte das discussões seria teórica não empírica. Entretanto, mesmo reconhecendo as divergências quanto ao sentido das normas jurídicas, ele pretende que, ao se aplicar o método interpretativo proposto por ele, possa-se conferir à norma jurídica um sentido mais consistente com a nossa prática jurídica, analisada em uma perspectiva ampla. Os juízes poderiam ainda assim divergir sobre qual o melhor sentido a ser atribuído à norma, pois podem ter concepções diversas a respeito de quais princípios informam nossa prática jurídica e em que medida devem ser levados em conta (peso dos princípios). Porém, se aceitarem seu método, já não estarão livres para decidir como quiserem. A visão do direito como integridade – base da teoria de Dworkin – introduz uma racionalidade na tomada de decisão judicial, capaz de, inclusive, impor ao juiz uma solução contrária àquela que seria adotada caso sua preferência prevalecesse. Como adota uma teoria interpretativa, entende que as divergências não são causadas imediatamente em razão da textura aberta das normas jurídicas, mas porque há fortes argumentos de que uma interpretação diversa seria mais coerente com os princípios e virtudes de nossa prática jurídica.[6: DWORKIN, Ronald. M., O Império do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 56]
Nesse sentido, a ambiguidade, a imprecisão ou a abstração de alguma palavra ou expressão apenas tornará uma norma confusa se “houver, pelo menos, uma dúvida sobre se a lei representaria um melhor desempenho da função legislativa se interpretada de um modo, e não de outro” .Em outras palavras, a obscuridade de uma norma não deve ser apontada como uma característica inerente à sua própria essência, mas presente pela simples razão de existirem fortes argumentos de que um outro sentido seria mais adequado frente ao conjunto de princípios e virtudes de nossa prática jurídica. E tal considera criativas as interpretações de algo criado pelas partes como uma entidade distinta delas. Nesse sentido, as interpretações de práticas sociais, como o direito e a arte, devem ser entendidas como criativas. Ademais, as interpretações criativas são construtivas na medida em que se preocupam essencialmente com o propósito, fundamentalmente o do intérprete, não o do autor. Dessa forma, a interpretação construtiva impõe um propósito a um objeto ou prática a fim de torná-lo o melhor possível. Isto não significa que possa fazer o que bem entenda, pois a história de uma prática, ou a forma de um objeto, traça limites às interpretações disponíveis. Assim, há dois pressupostos que seriam comuns à atitude interpretativa de uma prática social: a prática não apenas existe, mas tem uma finalidade segundo o valor, interesse, propósito ou princípio que leve em conta; e as regras da prática social devemser compreendidas, aplicadas ou modificadas segundo essa finalidade. Essa atitude interpretativa procura atribuir um significado à prática que permita vê-la sob sua melhor luz e, então, reestruturá-la à luz desse significado. “A interpretação repercute na prática, alterando sua forma, e a nova forma incentiva uma nova interpretação. Assim, a prática passa por uma dramática transformação, embora cada etapa do processo seja uma interpretação do que foi conquistado pela etapa imediatamente anterior”. Portanto, a interpretação construtiva procura tornar uma prática a melhor possível em face de sua finalidade.[7: DWORKIN. Uma Questão de Princípio. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 422 ][8: DWORKIN, Ronald. M., O Império do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 63 ][9: DWORKIN, Ronald. M., O Império do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 65 ][10: DWORKIN, Ronald. M., O Império do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 57-8][11: DWORKIN, Ronald. M., O Império do Direito.. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 58.]
A crítica em geral levantada contra essa concepção é a de que essa atitude não pode ser considerada interpretação uma vez que confundiria os pontos de vista do autor e do intérprete. Para esses críticos, apenas a intenção do autor deve ser levada em conta e não a finalidade que um intérprete atribua à prática social ou ao objeto artístico. Ocorre que a ideia de intenção do autor implica as convicções do próprio intérprete: estas serão determinantes para estabelecer qual intenção está presente no objeto artístico ou na prática social É um misto de criação e descoberta de significado. Assim, a interpretação não é capaz de descobrir alguma intenção real histórica, mas simplesmente propõe uma forma de ver o que é interpretado “como se este fosse o produto de uma decisão de perseguir um conjunto de temas, visões ou objetivos, uma direção em vez de outra”.[12: PEREIRA, Rodolfo Viana. Hermenêutica filosófica e constitucional. Belo Horizonte: Del Rey, 2001, p. 139.][13: DWORKIN, Ronald. M., O Império do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999p.71.]
Ao lado disso, deve-se notar uma diferença entre “interpretar os atos e os pensamentos dos participantes um a um” e “interpretar a prática em si mesma”. Trata-se de distinguir o que os membros da comunidade pensam que a prática exige e o que ela realmente requer. A interpretação da prática em si mesma obriga o intérprete a aderir à prática que se propõe compreender, de maneira que suas conclusões não serão relatos neutros sobre o pensamento dos membros da comunidade, mas enunciados comprometidos com a visão do intérprete. Ressalta-se a necessidade de um acordo pré-interpretativo, pois é imprescindível um consenso inicial sobre quais práticas são jurídicas. Em regra, todos os juristas reconhecem as legislaturas, os tribunais, as agências reguladoras e órgãos administrativos, bem como as decisões tomadas por essas entidades, como parte de nossa prática jurídica. Para que se possa atingir a etapa interpretativa, no entanto, como já se afirmou, é necessário buscar uma justificativa geral para os principais elementos da prática identificada na etapa pré-interpretativa. Ronald Dworkin sugere que o conceito suficientemente abstrato para gerar o consenso necessário à etapa interpretativa é o de que a aplicação do direito consiste em guiar e restringir o poder do governo, autorizando a coerção apenas em decorrência de decisões políticas anteriores.[14: DWORKIN. Uma Questão de Princípio. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 77-8.][15: PEREIRA, Rodolfo Viana. Hermenêutica filosófica e constitucional. Belo Horizonte: Del Rey, 2001, p. 157.]
Em estudo, para Ronald, o conceito de direito é definido pela atitude, “É uma atitude interpretativa e auto reflexiva, dirigida à política no mais amplo sentido. É uma atitude contestadora que torna todo cidadão responsável por imaginar quais são os compromissos públicos de sua sociedade com os princípios, e o que tais compromissos exigem em cada nova circunstância. (...) A atitude do direito é construtiva: sua finalidade, no espírito interpretativo, é colocar o princípio acima da prática para mostrar o melhor caminho para um futuro melhor, mantendo a boa-fé com relação ao passado. É, por último, uma atitude fraterna, uma expressão de como somos unidos pela comunidade apesar de divididos por nossos projetos, interesses e convicções. Isto é, de qualquer forma, o que o direito representa para nós: para pessoas que queremos ser e para a comunidade que pretendemos ter.”  Em uma conclusão sumária, as proposições do direito são interpretativas da história jurídica, que combina elementos tanto da descrição quanto da valoração, sendo, porém, diferentes de ambas. É por essa razão que Dworkin faz a presente analogia. A maior parte da literatura presume que a interpretação de um documento consiste em descobrir o que seus autores queriam dizer ao usar as palavras que usam. Mas os juristas reconhecem, segundo ele, que em muitas questões o autor não tem intenção e que, em outras, é impossível conhecer sua intenção, a exemplo do Common Law. Contudo, a ideia de interpretação não pode servir como descrição geral da natureza ou veracidade das proposições de direito, a menos que seja separada dessas associações com significado ou intenção do falante. Do contrário, torna-se simplesmente uma versão da tese positivista de que as proposições de direito descrevem decisões tomadas por pessoas ou instituições no passado.[16: DWORKIN. Uma Questão de Princípio. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 492.]
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. A Boa-fé e o Controle das Cláusulas Contratuais Abusivas nas Relações de Consumo. In: BENJAMIN, Antonio Herman de V. Revista de Direito do Consumidor, Vol. 6., São Paulo: RT, 1993.
DEL NEGRI, André. Teoria da Constituição e do Direito Constitucional. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2009
DWORKIN, Ronald. M., O Império do Direito. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
DWORKIN, Ronald M., Uma Questão de Princípio. Trad. Luís Carlos Borges. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
GOMES, Luiz Flávio. Normas, Regras e Princípios: Conceitos e Distinções. Jus Navigandi, Teresina, Ano 9, Nº 851, 1 nov 2005. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/7527/normas-regras-e-principios >. Acesso em: 17 jan 2014
MAGALHÃES, José Luiz Quadros de. Parecer jurídico. Belo Horizonte. 10 de agosto de2014.
PEREIRA, Rodolfo Viana. Hermenêutica filosófica e constitucional. Belo Horizonte: Del Rey, 2001.

Outros materiais