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Trajetoria do Sistema de Saúde brasileiro

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A Trajetória do Sistema de Saúde Brasileiro
Décadas de 30 e 40 - a população contribuinte da previdência social tinha cobertura assistencial e direitos sociais garantidos;
Processo de industrialização- aumenta o nº de segurados - maior necessidade de serviços de saúde- criação de instituições previdenciárias( unificadas em 1966 como INPS);
 
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Desenvolvimento de um padrão de organização da prática médica orientado em termos da lucratividade, propiciando a mercantilização e empresariamento da medicina através da alocação dos recursos previdenciários para a compra de serviços aos prestadores privados - prevalece o modelo de atenção individual, curativo e privatizante.
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Reorientação da política nacional de saúde para uma prática médica curativo- individual, especializada e sofisticada, em detrimento da saúde pública;
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Uma nova organização da atenção à saúde não estatal.
1923- Caixas de Aposentadorias e Pensão. CAPs- Lei Eloy Chaves
Prestação de serviços médicos para acidentes
aposentadorias e pensões
1945- Institutos de Aposentadorias e Pensões
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Década de 40/50
Ajuda americana na conjuntura de guerra- Fundação Rockfeller 
Fundação SESP- rede local permanente. “endemias”
priorização das regiões pobres.
Auxílio na formação médica e de enfermagem.
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Década de 50
Paralelamente ao desenvolvimento da medicina previdenciária no Brasil toma forma a prática médica com enfoque preventivo capitaneado pela OPS.
Ensino da medicina social e preventiva nas faculdades.
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1969 – 75 mil leitos privados –
1984- 350mil (465%);
Cobertura a novos grupos ocupacionais e população não previdenciária ( urbana e rural)- 1977 cria-se o INAMPS na tentativa de articular Saúde e Políticas de Proteção Social;
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Redução progressiva dos recursos e gastos crescentes - déficit financeiro da Previdência - consequente à política nacional de saúde vigente, voltada para uma prática médica individualizada e mercantilizada;
Busca-se priorizar a rede pública de atenção à saúde por meio de sua integração - década de 80 - AIS( Ações Integrais de Saúde) -rumo à descentralização para os municípios ( estabelecimento de convênios)
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Realidade Sanitária da década 80
Modelo de atenção médica - baixo impacto no perfil de morbi - mortalidade - altos custos inviabilizam a expansão de cobertura;
Falta de critérios para compra de serviços/leitos do setor privado x atender as demandas;
Estancamento do processo de crescimento, retrocesso econômico. Divida externa e inflação. 
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Conseqüências 
Redução por parte do governo dos gastos sociais;
Deterioração dos serviços públicos e da qualidade de vida;
Desaceleração importante na melhoria dos indicadores de saúde;
Ampliação das desigualdades
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Com a crise instalada, surge o movimento sanitário que busca superar o conceito – saúde como ausência de doenças, para re-contextualizar saúde como condições de existência, qualidade de vida, defendendo a organização de um sistema de saúde orientado pela universalização e inclusão dos sujeitos;
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Surge o SUDS - Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde tendo como princípios a universalidade, equidade, integralidade e hierarquização.
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A Materialização da Reforma Sanitária
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE- 17 A 21 de março de 1986
 Saúde como direito: - Garantia do Estado de condições dignas de vida e o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde;
 - Políticas de saúde integradas as demais políticas econômicas e sociais.
 Reformulação do Sistema Nacional de Saúde: - Criação do Sistema Único de Saúde, através de uma ampla reforma sanitária que garanta o direito a saúde e a responsabilização do Estado
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VIII CNS
Março de 1986
VIII Conferência Nacional de Saúde
Instituições
 Colegiadas
 Gestoras
Política de
 Recursos
 Humanos 
1988 – Constituição Federal 
 SUS
Universalidade
 e Equidade
 no acesso
Integralidade
 nos cuidados
Regionalização
 e Hierarquização
 dos serviços
1987 – SUDS Consolida as AIS
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A Constituição Federal de 1988- Institui o SUS- Sistema Único de Saúde, que representa avanço na definição de responsabilidades do Estado e Sociedade, ruptura com o modelo fragmentado e centralizador, concepção ampliada de saúde, fortalecimento das instâncias colegiadas( CONASS e CONASEMS), descentralização da gestão, etc.
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Leis e Normas que regulamentam o SUS
Lei 8080 (19 de set. 1990): dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providencias;
Lei 8142 (dez. de 1990): dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS(Conferência de saúde e Conselho de saúde) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde e dá outras providências
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Normas Operacionais Básicas- NOBs 91,93 e 96 - definem regras para organizar o SUS, aperfeiçoar a gestão, reordenar o modelo de atenção, estabelecimento de critérios para o financiamento;
NOAS ( Norma Operacional de Assistência à Saúde) 01 e 02/2002
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Normas operacionais Básicas
Regulam as relações entre os gestores do sistema de saúde, entre os Municípios, Estados e o Governo Federal;
Formulam diretrizes para a implantação do SUS no território nacional - normatizam o SUS
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NOB 01/91
Editada no Governo Collor, teve como características:
 Manutenção da gestão do SUS centralizada no INAMPS
Municípios como gestores de Unidades de saúde e não de sistema
Alguns Estados assumiram a gestão- porém a maioria manteve-se como prestador de serviços idênticos ao prestador privado controlado pelo INAMPS
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NOB 01 /93
Elaborada por sanitaristas comprometidos com o Projeto da Reforma Sanitária - resgata os princípios da Reforma e assume compromisso com a implantação do SUS- “A ousadia de cumprir e fazer cumprir a Lei”;
Instrumento fundamental para o processo de descentralização e municipalização da saúde;
Regulamenta a habilitação da gestão pelos municípios - transferência de recursos fundo a fundo - gestores de fato do SUS
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NOB 01 /93
Define três formas de gestão do SUS ao nível dos Estados e Municípios com o objetivo de viabilizar o processo de municipalização plena e implantação do SUS:
 Incipiente
 Parcial
 Semiplena ( recursos do Fundo Nacional de Saúde para ao Fundos Municipais; responsabilidade pelo planejamento e gestão de todo o sistema de saúde, criação das CIB e CIT )
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NOB 01 /93
Consequências:
melhoria dos indicadores epidemiológicos e do nível de saúde de suas populações;
aumento da oferta de serviços à população com maior controle e avaliação dos prestadores - redução de gastos
discussão de mudança do modelo de atenção à saúde que resgate as práticas de saúde pública
redefinição de papéis institucionais para os diferentes níveis do poder executivo
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NOB 01 /93
Principais avanços:
Promover e consolidar o pleno exercício do poder público municipal;
Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada gestor;
Reorganizar o modelo assistencial - descentralizando aos municípios a atenção básica de saúde;
Diminuir o repasse por produção - aumentando o repasse fundo a fundo.
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NOB 01 /96
Determina novas condições de gestão:
Para os Municípios:- Gestão da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal;
Para os estados: Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena do Sistema Estadual.
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Portaria n.º 373/GM- Institui a NOAS/SUS 01/2002
Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica- amplia acesso qualidade - define Áreas estratégicas de intervenção(o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal);
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Estabelece o processo de regionalização,
instituindo o PDR - Plano Diretor de Regionalização - PDR com garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção;
Define o PDI- Plano Diretor de Investimentos - atender as prioridades identificadas e conformar um sistema resolutivo e funcional de atenção à saúde. 
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Estabelece a Programação Pactuada Integrada- PPI que deve definir a alocação de recursos centrada em uma lógica de atendimento às reais necessidades da população e jamais orientada pelos interesses dos prestadores de serviços; 
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O modelo proposto para reorganizar a atenção básica
Com o objetivo de se contrapor ao modelo hospitalocêntrico e partindo da premissa que 80% dos problemas de saúde de uma população são passíveis de serem solucionados em nível ambulatorial, surge em 1994 o Programa de Saúde da Família- atualmente definido como Estratégia da Saúde da Família.
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Pacto pela Saúde 2006
Componentes do Pacto pela Saúde 2006:
Pacto Pela Vida
Pacto em Defesa do SUS
Pacto de Gestão
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Pacto pela Vida
Prioridades e objetivos:
Saúde do Idoso - Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa visando a atenção integral;
Câncer de Colo de Útero e de Mama - Redução da Mortalidade por estas patologias;
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Pacto pela Vida
Prioridades e objetivos:
Mortalidade Infantil e Materna - Redução da Mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doenças diarreicas e pneumonias;
Doenças Emergentes e Endemias, com ênfase na Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e Influenza - Fortalecer a capacidade de resposta do Sistema de Saúde à estas doenças;
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Pacto pela Vida
Prioridades e objetivos:
Promoção da Saúde - Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde (hábitos saudáveis - atividade física regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo);
Atenção Básica à Saúde - Consolidar e qualificar a ESF como modelo de atenção básica à saúde;
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Pacto em Defesa do SUS
Objetivo de defesa dos princípios do SUS e qualificação do SUS como política pública, de Estado e não de governos.
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Pacto em Defesa do SUS
Prioridades : 
 Implementar um Projeto Permanente de Mobilização Social com a finalidade de:
Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como o sistema público que garantirá esses direitos;
Regulamentar a EC 29 pelo Congresso Nacional;
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Pacto em Defesa do SUS
Incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde (longo prazo);
Aprovar o orçamento do SUS (três esferas de gestão)- explicitar o compromisso de cada uma delas.
 Elaborar e Divulgar a Carta dos Direitos dos Usuários do SUS
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Pacto de Gestão do SUS
Objetivo de estabelecer as responsabilidades de forma clara de cada ente federado, evoluindo para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS
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Pacto de Gestão do SUS
As prioridades são:
definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS;
 estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS com ênfase na:
descentralização; 
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Pacto de Gestão do SUS
regionalização; 
financiamento;
PPI;
regulação;
participação e controle social;
planejamento;
gestão do trabalho e educação em saúde.
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O modelo proposto para reorganizar a atenção básica
Com o objetivo de se contrapor ao modelo hospitalocêntrico e partindo da premissa que 80% dos problemas de saúde de uma população são passíveis de serem solucionados em nível ambulatorial, surge em 1994 o Programa de Saúde da Família- atualmente definido como Estratégia da Saúde da Família.
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Etapas importantes no Planejamento Local
Definição do TERRITÓRIO Não é apenas um espaço geográfico, mas, sim, o local em que se dá o processo de vida da comunidade, a interação de distintos atores sociais com qualificações sociais, econômicas, culturais, políticas, epidemiológicas e históricas distintas.
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Etapas importantes no Planejamento Local
Identificação das MICROÁREAS DE RISCO Define-se uma microárea de risco como a área de menor extensão territorial onde é possível afirmar que a população tem condições de vida homogêneas. 
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Etapas importantes no Planejamento Local
Caracterizar a População da área:
Número de famílias e indivíduos cadastrados;
 Número de família em situação de risco cadastradas;
Distribuição da população, por faixa etária;
Caracterizar a população prioritária para atenção programada;
Identificar dos indicadores de programação local (Pacto da atenção básica);
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A Estratégia da Saúde da Família
Implantação nas grandes cidades é mais complexa;
política de recursos humanos encontra-se desintegrada desse modelo ( diversos grupos de interesse);
pressupõe trabalho em equipe( composição)
atividades para além da consulta médica - visão do indivíduo como um todo e sua inserção na família e comunidade.
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