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Contribuições da Psicologia no Direito de Família

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Contribuições da Psicologia ao Direito de Família (Aula 7)
- Num sentido amplo, pode-se considerá-la como um sistema dinâmico e em constante transformação. 
- Inicialmente, existiam apenas as comunidades coletivistas. Centrando-se na figura da fêmea-mãe-mulher, nasce o sistema matriarcal, mas logo o homem assumiu o comando, transformando-o em patriarcado.
- Para garantir a sobrevivência e evitar o isolamento surgem os casamentos exogâmicos (proibição do incesto).
- Família punaluana – as uniões visavam apenas manter a transmissão da vida, dos bens e dos nomes.
- Os casamentos eram arranjados e entre jovens. As famílias se constituíam e se definiam em relação à biologia e ao patrimônio.
- Este modelo, onde a família não desempenhava funções afetivas e socializadoras manteve-se até o século XVIII.
- Em meados do século XVIII, as famílias europeias tinham papéis e funções bem definidos:
a) pai/marido: provedor material e autoridade dominante.
b) mãe/esposa: responsável pela vida doméstica, organização da casa e educação dos filhos. Era materialmente dependente e sua identidade era determinada pela posição social do marido, devendo ela ser submissa e servi-lo.
c) crianças: totalmente dependentes dos pais, devendo agir como estes esperavam.
Família burguesa ou tradicional
- No século XIX, o amor romântico passa a fundamentar o casamento e a família vai se tornando um espaço de trocas afetivas.
- A modernidade é marcada pelo inconformismo dos filhos em relação à submissão que deviam aos pais e as grandes mudanças ocorridas na relação entre os gêneros.
- As funções da família se tornam descentralizadas e outros agentes (escola, meios de comunicação, etc) passam a exercer influência sobre o comportamento de crianças e jovens.
- Na pós modernidade ou idade contemporânea, diversos modelos e formas de organização familiar passam a coexistir com a família tradicional e é a natureza dos vínculos afetivos e não mais a biologia que definirá a constituição da família.
- Novos arranjos familiares se tornam possíveis, como famílias homoafetivas, monoparentais, produções independentes, separações e recasamentos, etc.
- No Código Civil anterior (1916), apenas a família fundada no casamento era reconhecida e protegida pelo Estado. Foi a Constituição Federal de 1988 que alargou o conceito formal e jurídico de família, amparando os “novos arranjos”. A união estável foi reconhecida.
- À luz da Constituição, o Código Civil de 2002 realizou atualizações e substituiu o termo “pátrio poder” pela expressão “poder familiar”, promovendo a igualdade conjugal e a corresponsabilidade parental de ambos os genitores/gêneros.
- Mais recentemente, forma lançadas decisões que igualam os direitos civis de união e casamento nas relações homoafetivas:
Ofício nº 81/p-mc de 2011 que regulamenta a união entre homossexuais.
Resolução nº 175 de 14 de maio de 2013 do Conselho Nacional de Justiça que obriga a todos a todos os cartórios do país a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
- Na união conjugal, ambos depositam no outro a esperança de verem “curadas” suas frustrações da infância e da adolescência. Geralmente, se criam expectativas idealizadas sobre a relação.
- Nas situações de divórcio, muitas vezes se busca, por meio do judiciário, a restituição de um narcisismo que foi ferido. Quando ocorrem disputas de guarda de filhos, a lógica adversarial costuma predominar onde um tenta, não somente mostrar que é mais apto para cuidar e educar, como também expor as falhas do outro.
- A Psicologia Jurídica compreende que diante destes conflitos, deve-se abandonar a visão reducionista e cartesiana de se tentar compreender a família através da somatória de suas partes, tampouco tentar localizar culpados e “consertar” o elemento considerado “desajustado”. Independentemente da estrutura, a família deve continuar exercendo seus papéis e funções em relação aos filhos.
- No que se refere aos filhos, é importante frisar que o fim da conjulgalidade não implica o fim da parentalidade.
Art. 1579 (CPC, 2002) “O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos”.
- É importante que a criança conviva com ambas as origens, podendo construir uma relação e formar por si mesma a imagem de seus pais. Quando a convivência regular não é possibilitada, geralmente a imagem do progenitor que não detém a guarda fica prejudicada. Há interferência daquele que a detém, podendo evoluir para um quadro de Alienação Parental (Lei nº 12.318/2010).
- As situações envolvendo disputas de guarda devem se nortear pelo princípio do “melhor interesse da criança e do adolescente”. Ao invés de pensar em “visitas”, pensar em “direito/dever de convivência”.
- Nas separações, é recomendável que as tarefas e rotinas simples do dia a dia da criança sejam mantidas, evitando-se mudanças bruscas.
- Esclarecer aos filhos as questões referentes à separação torna-se fundamental, mas infelizmente muitos pais preferem adiá-la, achando que se deve privar os filhos de informações desagradáveis.
- Para Dolto (2003), as crianças possuem capacidade de assumir a realidade em que vivem, o divórcio é uma situação legal, que as inclui.
- Nas situações em que os pais não podem conviver com o filho, ou estão presos, é importante que os infantes saibam o porquê de suas ausências. A aproximação dos infantes com figuras de ambos os sexos e de suas duas origens, favorece o desenvolvimento emocional.
Guarda exclusiva ou unilateral: ocorre quando apenas o pai, a mãe ou outro responsável mantém a criança em seu lar, podendo ser deferido o direito de convivência para aquele que não detém a guarda.
Guarda alternada: é dividida entre pai e mãe, com mudanças periódicas do filho para a casa de cada um dos pais (dias, semanas, meses ou anos). O filho fica sob a guarda de quem ele se encontra naquele determinado momento, cabendo a este a responsabilidade, decisão e atitudes exclusivas sobre o filho. Esse modelo é contraindicado, uma vez que não permite aos filhos desenvolverem um sentido de referência de lar, assim como podem ser expostos a contínuas adaptações e readaptações.
Guarda compartilhada (Lei nº 11.698/08): é aquela onde os filhos ficam sob autoridade equivalente de ambos os pais, ainda que permaneçam a maior parte do tempo com apenas um deles. Este aspecto diferencia e evita os prejuízos de guarda do tipo alternada. Para sua efetivação, é necessário que haja harmonia e maturidade entre as partes, que deverão compartilhar as responsabilidades sobre os filhos, assim como pontos de vista sobre educação, valores, saúde, religião, entre outros. Embora a guarda compartilhada se mostra aquela que melhor favorece o desenvolvimento de crianças e adolescentes e que, teoricamente, atenderia ao princípio do “melhor interesse da criança”, cada caso deve ser analisado com cautela, uma vez que os pais podem se utilizar das visitas e contatos com a outra parte para perpetuar conflito.

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