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Estudo básico para prova Estágio de Desenvolvimento Infantil- HENRI WALLON

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Psicologia Sócio Interacionista B4
1-Estágio Impulsivo Emocional
O primeiro estágio de desenvolvimento descrito por Wallon compreende o período que vai do nascimento até um ano de idade e contém dois momentos: o da impulsividade motora e o emocional.
A criança inicia sua vida em uma situação de total dependência do meio externo. Em consequência de sua inaptidão prolongada, mostra- se incapaz de resolver suas próprias necessidades para sobrevivência, necessitando do meio social para interpretar, dar significado e trazer respostas a elas. Suas reações de bem- estar e mal- estar irão inicialmente se manifestar mediante descargas motoras indiferenciadas.
Tais manifestações suscitarão nos adultos que a cercam reações de cunho afetivo e de natureza emocional, provocando respostas a suas necessidades. Paulatinamente essa interação criança- meio externo construirá um campo de comunicação recíproca. Respondendo as manifestações e reações do bebê, o adulto passa a compreendê-lo e assisti-lo cada vez mais adequadamente e a construir com ele um repertório de significados comuns.
Nesta fase a criança está voltada predominantemente para a construção do eu. É uma fase de preponderância afetiva, centrípeta, de acúmulo de energia. No sentido walloriano.
1º momento: Impulsividade motora:
 Wallon descreve esta primeira etapa, que se inicia com o nascimento e dura aproximadamente três meses, como aquela em que o ser é quase o organismo puro e sua atividade apenas por reflexos e movimentos impulsivos.
Nas primeiras semanas após o nascimento, a atividade do bebê está totalmente monopolizada pelas necessidades primárias fisiológicas, sejam elas tônicas- posturais alimentares ou de sono. Tais necessidades não são mais automaticamente atendidas como eram durante o período fetal, o que causa na criança momentos de espera, de ansiedade e de desconforto. Esse desconforto provocará descargas motoras que são movimentos reflexos, impulsivos, descontínuos, não intencionais, que não nenhuma outra utilidade a não ser a de obter a diminuição desse estado de tensão, sejam estes de origem orgânica ou suscitados por excitações exteriores. É a manifestação de uma impulsividade pura.
Simbiose fisiológica e simbiose afetiva
Neste momento de imperícia, o bebê está imerso em uma situação de absoluta dependência do meio que o envolva. A criança depende totalmente do adulto para sobreviver, caracterizando o que Wallon denominou simbiose fisiológica, situação em que se configura uma total diferenciação entre as diversas necessidades fisiológicas e as diferentes formas de satisfaze- las. A criança não diferencia as sensações nem as formas de satisfação.
A partir dos impulsos ou reações motoras, a criança estará comunicando seu desconforto ou suas necessidades, provocando uma reação contagiante em seu meio imediato e estabelecendo assim uma relação intima, profunda, indiferenciada, entre o bebê e seus envolventes. Nesse momento, acrescenta- se à simbiose fisiológica uma verdadeira simbiose afetiva. Tal simbiose caracteriza o período inicial do psiquismo em que a reciprocidade se dá por impulsos contagiantes, pela diferenciação suscitada pela força da emoção.
A criança associará determinadas respostas ao atendimento de determinadas necessidades. Esse condicionamento humano transforma as explosões impulsivas orgânicas em formas de ação sobre o meio esterno.
O meio humano será o mediador entre o fator fisiológico e o fator social, iniciando- se a constituição do fator psíquico.
Movimento
O movimento ocupa lugar de destaque na teoria walloriana. Desde o inicio da vida, ele é uma das principais formas de comunicação da vida psíquica com o ambiente externo.
Para Wallon, o movimento apresenta- se de três formas, cada uma das quais possui uma importância específica no processo de desenvolvimento.
A primeira forma são os movimentos de equilíbrio, é quando o bebê passa da posição deitada para sentada, depois de joelhos e finalmente em pé. Cada uma dessas posições terá influência decisiva na conquista do espaço e nas mudanças de comportamento.
A segunda são os movimentos de preensão e de locomoção, Wallon refere- se aqui aos deslocamentos do corpo e dos objetos no espaço, que trarão à criança outra concepção de si mesma e do domínio do espaço.
A terceira são as reações posturais, a saber, os deslocamentos dos segmentos corporais, que vão permitir atitudes expressivas e mímicas.
2º momento: Emocional
A impulsividade se traduz em sinais que estabelecem entre a criança e o adulto um circulo de trocas que acabam por condicionar e construir reciprocamente as reações do bebê a seu meios vice- versa.
Cria- se, assim, um risco canal de comunicação entre o bebê e seu meio, em que a troca é essencialmente afetiva e inicialmente sem relação intelectual.
Podemos entender que “afetivo” aqui como a capacidade de afetar o outro, contagiando-o para o atendimento a uma solicitação. O bebê afeta o meio que o circunda, obtendo respostas deste para suas necessidades.
Atividade Circulares
Na segunda metade do primeiro ano de vida, a criança começa a entregar-se a uma série de atividades repetitivas que irão promover aprendizagens importantes e que anunciam o estágio posterior: o sensório- motor.
Essas atividades, denominadas circulares, são movimentos inicialmente casuais, mas que serão repetidos intencionalmente pelo bebê, levando-a a investigar a conexão entre seus movimentos e seus afeitos e a variação dos efeitos diante das variações dos movimentos, ajustando cada vez mais seus gestos aos resultados obtidos e tornando- os, assim, mais precisos e úteis.
Tais atividades levam a criança a conhecer cada vez mais a si própria e aos objetos, e acontecem em função do prazer pela repetição, da perseverança indispensável ao processo da aprendizagem, e da motivação investigadora presente nas crianças para descobrir as conexões entre seus atos e os respectivos afeitos.
O bebê e diante a atividade circular, entrega- se repetitivamente à manipulação dos objetos, apalpando-os no corpo, atirando-os insistentemente no chão. Diverte-se com o barulho feito ao amassar o papel, ao rasgá-lo em pedaços, e ao espalhar o que restou dele. Percebe assim seus próprios gestos e resultados de suas ações.
A atividade circular é, assim, um importante instrumento de aprendizagem em diferentes áreas. Inicia- se neste estágio, ainda marcado pela subjetividade afetiva e de construção de si, mas alcançará seu auge no estágio seguinte, o sensório- motor, que inversamente será marcado por um maior interesse pelo mundo externo, pelo mundo dos objetos.
2- Estagio Sensório motor
 Segundo Henri Wallon a etapa sensório motora, acontece no estágio em que a criança está na idade entre 12 meses a 3 anos, Wallon em sua pesquisa diz que esse período é construído pela investigação e exploração da realidade, ou seja, a exploração e investigação que põe a criança em contato com o mundo físico.
Ao manipular um objeto ou se encantar com os movimentos do corpo descobertos recentemente, a criança tenta reproduzir novamente, na tentativa de obter o mesmo efeito.
Nomear, identificar e localizar objetos são conquistas importantes para que a criança consiga destaca-los do conjunto de etapas em que são inseridos ao longo dos anos.
 O estagio Sensório-motor e projetivo, que vai até os três anos. A aquisição da marcha e da prensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores. Como diz Dantas (1992), para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor;
3- Personalismo
Ocorre dos três aos seis anos. Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas;
São os Estágios voltados para a construção da personalidade. Aolongo dos três primeiros anos de vida é adquirido pela criança gradualmente a "Consciência Corporal". 
 No estágio Sensório-Motor representa a passagem dos atos motores e mentais, por meio da capacidade simbólica, isto é, a capacidade da criança em reconhecer o próprio corpo. Segundo Wallon para que a criança adquira a personalidade ela precisa passar por essas etapas para unificar suas partes. Sendo a consciência Corporal a condição para que a criança obtenha a consciência de si, para o processo de diferenciação eu/outro ser compreendida como constituição da pessoa. 
 
 Esse estágio é marcado por Oposição , Sedução e Imitação . Por volta dos 3 anos de idade, a criança inicia sua oposição ao outro.É a inicialização da diferenciação em relação ao outro em busca da afirmação de si. 
 A criança nessa fase sente prazer em contradizer e confrontar-se com todos de seu ambiente, experimentando sua independência. Por Wallon chamado de Recusa e Reivindicação . Assim assume características de negatividade e confronto, esse comportamento é percebido pela diferenciação que a criança faz com o "meu" e o "teu" através dos objetos (principalmente os brinquedos).É o sentimento de posse, baseado num sentimento competitivo.
 Assim torna-se manhosa segundo Wallon, simula uma coisa para conseguir o que quer. O que geralmente acontece quando empresta um brinquedo ao amiguinho uma estratégia para pegar o dele. Porém para conseguir o que deseja a criança pode usar de sua força ou recusar-se a emprestar o brinquedo, só porque tem ciúmes, mas empresta com alegria a alguém a quem admira. 
 Surge então a fase da Sedução , a criança nessa fase sente determinada necessidade de ser admirada, de sentir que agrada aos outros. Assim mostram que executar movimentos com perfeição faz com que seja prestigiada e admirada para obter atenção. Ainda nessa fase os não , não faço e os não empresto , é meu , ficaram no passado da criança. Surgindo assim nessa fase o Olha o que eu faço! , Olha o que eu consigo! 
 No período doas 3 aos 5 anos a Imitação marca a terceira fase do Personalismo, a criança cria personagens e adquirem uma necessidade de auto-substituir os outros. Para a criança não são mais suficientes as suas qualidades e cobiça as dos outros, tomando como modelos. Assimila as qualidades da pessoa-modelo e reproduz como uma nova pessoa.Essa conduta de imitação favorecem a aprendizagem. 
 Sendo assim para Wallon é de muita importância a situação da criança na família, os pais compreenderem o papel e o lugar que aquela criança ocupa na família. Também o meio escolar é fundamental para o desenvolvimento, pois oferece novas oportunidades de convivência para a criança possibilitando o preparo da criança para o período seguinte promovendo a criança contato com outras crianças da mesma idade, onde não haverá distinção do mais velho e mais novo. É preciso que o professor tenha interação com a criança numa relação de ordem pessoal e direta.
4- Estagio Categorial
Neste estágio, usualmente chamado estágio categorial, a criança começa a desenvolver as capacidades de memória e atenção voluntárias. Este estágio geralmente manifesta-se entre os [seis e os onze anos de idade].
É neste estágio que se formam as categorias mentais: conceitos abstratos que abarcam vários conceitos concretos sem se prender a nenhum deles. Nesta fase, por exemplo, uma criança que antes associasse o conceito de "triângulo" a triângulos equiláteros (porque este tenha sido apresentado como um exemplo de triângulo) adquirirá a habilidade de compreender que mesmo "formatos" diferentes—triângulos isósceles e escalenos—também são abarcados pelo conceito de "triângulo".
No estágio categorial, o poder de abstração da mente da criança é consideravelmente amplificado. Provavelmente por isto mesmo, é nesse estágio que o raciocínio simbólico se consolida como ferramenta cognitiva..
5- Estágio da adolescência
Mais ou menos a partir dos onze, doze anos, a criança começa a passar pelas transformações físicas e psicológicas da adolescência. Este é um estágio caracterizadamente afetivo, onde o indivíduo passa por uma série de conflitos internos e externos. Os grandes marcos desse estágio são a busca de auto-afirmação e o desenvolvimento da sexualidade.
Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a adolescência. Em verdade, para Wallon o processo de aprendizagem sempre implica na passagem por um novo estágio. O indivíduo, ante algo em relação ao qual tem imperícia, sofre manifestações afetivas que levarão a um processo de adaptação. O resultado será a aquisição de perícia pelo indivíduo. O processo dialético de desenvolvimento jamais se encerra.
Campos funcionais e o desenvolvimento psicológico da criança
Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro, abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento.
Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
Podemos identificar quatro temas em sua teoria:
1. A questão da motricidade: Entende que a motricidade é a primeira forma de manifestação do ser humano, que suas primeiras manifestações são afetivas.
2. A questão da emoção: A emoção é orgânica e social. É orgânica porque tem controle sub-cortical e tem repercussões tônicas. A emoção faz parte da vida orgânica e cognitiva. É através dela que o indivíduo se socializa.
3. A questão da inteligência: A inteligência se desenvolve através de "saltos". Para que estes "saltos" ocorram é necessário o amadurecimento neurológico e também a influência da cultura. Descreve dois momentos principais: -a inteligência sensório-motora e -a inteligência representativa. Para que ocorra, então, o "salto" da inteligência sensório-motora para a representativa são necessários os elementos neurológicos e também a influência da cultura. A inteligência representativa iniciaria, desta forma, em uma fase pré-categorial, onde o pensamento é sincrético, permitindo a "circulação" entre eles.
4. A formação do "eu": A construção do eu depende essencialmente do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Isso se dá aos 3 anos de idade, a hora de saber que “eu” sou. Manipulação (agredir ou se jogar no chão para alcançar o objetivo), sedução (fazer chantagem emocional com pais e professores) e imitação do outro são características comuns nessa fase 
Na sucessão de estágios há uma alternância entre as formas de atividades e de interesses da criança, denominada de "alternância funcional", onde cada fase predominante (de dominância, afetividade, cognição), incorpora as conquistas realizadas pela outra fase, construindo-se reciprocamente, num permanente processo de integração e diferenciação.Wallon enfatiza o papel da emoção no desenvolvimento humano, pois, todo o contato que a criança estabelece com as pessoas que cuidam dela desde o nascimento, são feito de emoções e não apenas cognições. Baseou suas idéias em quatro elementos básicos que estão todo o tempo em comunicação: afetividade, emoções, movimento e formação do eu.
AFETIVIDADE- possui papel fundamental no desenvolvimento da pessoa pois é por meio delas que o ser humano demonstra seus desejos e vontades. As transformações fisiológicas de uma criança (nas palavras de Wallon, em seu sistema neurovegetativo) revelam importantes traços de caráter e personalidade.
EMOÇÕES- é altamente orgânica, ajuda o ser humano a se conhecer. A raiva, o medo, a tristeza, a alegria e os sentimentos mais profundospossuem uma função de grande relevância no relacionamento da criança com o meio.
MOVIMENTO- as emoções da organização dos espaços para se movimentarem. Deste modo, a motricidade tem um caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento, quanto pela maneira com que ele é representado. A escola ao insistir em manter a criança imobilizada acaba por limitar o fluir de fatores necessários e importantes para o desenvolvimento completo da pessoa.
FORMAÇÃO DO EU- a construção do eu depende essencialmente do outro. Com maior ênfase a partir de quando a criança começa a vivenciar a "crise de oposição", na qual a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Isso acontece mais ou menos em torno dos 3 anos, quando é a hora de saber que "eu" sou. Imitação, manipulação e sedução em relação ao outro são características comuns nesta fase.
Wallon, deixou-nos uma nova concepção da motricidade, da emotividade, da inteligência humana e, sobretudo, uma maneira original de pensar a Psicologia infantil e reformular os seus problemas.

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