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Adenovírus: Características e Sintomas

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Adenovirus
Os adenovírus foram isolados pela primeira vez em 1953 em uma cultura de células adenoides humanas. Desde então, aproximadamente 100 sorotipos foram reconhecidos, dos quais pelo menos 47 infectam humanos. Todos os sorotipos humanos estão incluídos em um único gênero dentro de família Adenoviridae. Com base nos achados dos estudos de homologia de ácido desoxirribonucleico (DNA) e os padrões de hemoaglutinação, todos os 49sorotipos foram classificados em subgrupos (A F) Os vírus em cada subgrupo compartilham muitas propriedades em comum. Os primeiros adenovírus humanos identificados, numerados de 1 a 7, são os mais comuns. Os distúrbios comuns causados pelos adenovírus incluem infecção do trato respiratório, conjuntivite (olho vermelho), cistite hemorrágica e gastroenterite. Vários adenovírus apresentam um potencial oncogênico em animais e por este motivo foram extensivamente estudados por biologistas moleculares. Estes estudos elucidaram muitos processos virais e de células eucarióticas. Por exemplo, a análise do gene para proteína do hexâmero do adenovírus levou à descoberta dos íntrons e do processamento (splicing) do ácido ribonucleico. Mensageiro (mRNA) eucariótico. Os adenovírus também estão sendo usados para transferência de DNA na terapia gênica (p. ex., fibrose cística).
O capsídeo icosaeltaédrico não envelopado apresenta fibras (proteínas de fixação viral) nos vértices. O genoma de dupla fita linear possui proteínas terminais 5′.
A síntese da DNA polimerase viral ativa a mudança de expressão de genes precoces para tardios. O vírus codifica proteínas para promover a síntese de RNA mensageiro e DNA, incluindo sua própria DNA polimerase. Os adenovírus humanos são agrupados de A F por homologias de DNA e por sorotipos(mais de 42 tipos).
O sorotipo é o resultado principalmente de diferenças nas proteínas da base pentamérica e da fibra, que determinam a natureza do tropismo tecidual e a doença.
O vírus causa infecções líticas, persistentes e latentes em humanos e algumas cepas podem imortalizar determinadas células animais. Vírus é disseminado por aerossol, contato próximo ou via fecal-oral estabelecendo infecção faríngea. Disseminação do vírus para os olhos pode ser através dos dedos.
O vírus infecta as células muco epiteliais do trato respiratório, trato gastrointestinal e conjuntiva ou córnea, causando lesão celular direta.
A doença é determinada pelo tropismo tecidual do grupo ou sorotipo específico da cepa viral. O vírus persiste no tecido linfoide (p. ex., amígdalas, adenoides, placas de Peyer). Os anticorpos são importantes para profilaxia e resolução. Viremia pode ocorrer após a replicação local do vírus, com subsequente disseminação para os órgãos viscerais. Esta disseminação tem maior probabilidade de ocorrer em pacientes imunocomprometidos que em pessoas imunocompetentes. O vírus é propenso a se tornar latente e persistir em tecidos linfoides e de outros tipos, como adenoides, amígdalas e placas de Peyer, e pode ser reativado em pacientes imunossuprimidos ou pacientes que foram infectados por outros agentes. Embora alguns adenovírus (grupos A e B) sejam oncogênicos em alguns roedores, a transformação de células humanas por adenovírus não foi observada.
O capsídeo do vírus é resistente à inativação pelo trato gastrointestinal e ressecamento
Os sintomas da doença podem parecer com os de outras infecções respiratórias virais
O vírus pode ser excretado de forma assintomática.
Transmissão: Contato direto com gotículas respiratórias e fezes, nas mãos, em fômites (p ex., toalhas, instrumentos médicos contaminados), contato íntimo e piscinas inadequadamente cloradas.
Sob risco - Crianças abaixo de 14 anos de idade Pessoas em locais de agregação (p. ex., creches, acampamentos para treinamento militar, clubes de natação).
Os adenovírus humanos são disseminados principalmente pelo contato respiratório ou
Fecal-oral de humano para humano, sem reservatórios animais aparentes para o vírus. A interação próxima entre as pessoas, como ocorre em salas de aula e quartéis militares, promove a disseminação dos vírus. Os adenovírus podem ser liberados intermitentemente da faringe e especialmente nas fezes durante longos períodos. A maioria das infecções é assintomática, uma característica que facilita imensamente sua disseminação na comunidade. Os adenovírus de 1 a 7 constituem os sorotipos mais prevalentes. De 5% a 10% dos casos de doença pediátrica do trato respiratório são causados pelos adenovírus de tipos 1, 2, 5 e 6, e as crianças infectadas liberam o vírus durante meses após a infecção. O adenovírus causa 15% dos casos de gastroenterite exigindo hospitalização. Os sorotipos 4 e 7 parecem especialmente capazes de disseminação entre recrutas militares devido a sua proximidade e estilo de vida rigoroso.
Síndrome clinica
Febre faringe conjuntival: Um estudante de Sete anos de idade desenvolve início súbito de olhos vermelhos, dor de garganta e febre de 38,9°C (102°F). Várias crianças da escola primária local apresentam sintomas semelhantes.
Gastroenterite: Um lactente apresenta diarreia e está vomitando. Adenovírus sorotipo 41 é identificado na análise das fezes por reação em cadeia da polimerase para fins epidemiológicos.
Parvovirus
Parvoviridae são os menores vírus de DNA. Seu tamanho pequeno e repertório genético limitado os tornam mais dependentes da célula hospedeira do que qualquer outro vírus, ou ainda faz com que eles requeiram a presença de um vírus auxiliar para replicação. Apenas um membro de Parvoviridae, o B19, um membro do gênero Parvovirus, é conhecido como causador da doença humana.
O B19 normalmente causa eritema infeccioso, ou quinta doença, uma doença exantemática febril branda que ocorre em crianças. Tem este último nome porque faz parte de um dos cinco exantemas clássicos da infância (os primeiros quatro são varicela, rubéola, roséola e sarampo). O B19 também é responsável por episódios de crise aplástica em pacientes com anemia hemolítica crônica e está associado à poliartrite aguda em adultos. A infecção intrauterina do feto pode causar aborto.
Outros Parvovirus, como RA-1 (isolado de um indivíduo com artrite reumatoide) e parvovírus presentes nas fezes, não foram comprovados como causadores de doença humana. Os parvovirus felinos e caninos não causam a doença humana que se previnem com a vacinação do animal de estimação.
Vírus Adenoassociados (VAAs) são membros do gênero Dependovirus na família Parvoviridae. Eles infectam comumente os humanos, mas se replicam apenas em associação com um segundo vírus “auxiliar”, geralmente um adenovírus. Os dependovírus não causam doença nem modificam a infecção por seus vírus auxiliares. Estas propriedades e a propensão dos VAAs de se integrarem ao cromossomo hospedeiro tornaram os VAAs geneticamente modificados candidatos ao uso na terapia gênica. Um terceiro gênero da família, o Densovirus, infecta apenas insetos.
Menor DNA vírus, Capsídeo nu de formato icosaédrico Genoma de DNA fita simples (polaridade + ou –) Requer células em crescimento (B19) ou vírus auxiliar (dependovírus) para replicação. Vírus se dissemina por secreções respiratórias e orais
Vírus infecta células precursoras eritroides mitoticamente ativas na medula óssea e estabelece infecção lítica.
Vírus estabelece ampla viremia e pode atravessar a placenta. Anticorpo é importante para resolução e profilaxia Vírus causa doença bifásica: Fase inicial relacionada à viremia: Sintomas semelhantes à gripe e de disseminação do vírus
Fase tardia relacionada à resposta imunológica: Complexos imunes circulantes de anticorpos e vírions que não fixam o complemento Resultado: exantema eritematoso maculopapular, artralgia e artrite Depleção de células precursoras eritroides e desestabilização de eritrócitos iniciando crise aplástica em pessoas com anemia crônica. Pessoas de risco - Crianças, especialmente as nas fases pré-escolar e escolar: eritema infeccioso (quinta doença)Pais de crianças com infecção por B19, Mulheres grávidas: infecção e doença fetal,Pessoas com anemia crônica: crise aplástica.
Casos clínicos 
O vírus B19, como citado anteriormente, é a causa do eritema infeccioso (quinta doença). A infecção começa com um período prodrômico inespecífico de 7 a 10 dias,
durante o qual o indivíduo está contagioso. A infecção de um hospedeiro normal pode causar sintomas que passam despercebidos ou febre e sintomas inespecíficos, como dor de garganta, calafrios, indisposição e mialgia, como um leve decréscimo nos níveis de hemoglobina. Esse período é seguido por um exantema cutâneo característico nas bochechas, parecendo que a pessoa foi esbofeteada. O exantema geralmente se espalha, especialmente para a pele exposta, como a dos braços e perna, regredindo entre 1e 2 semanas. O reaparecimento do exantema é comum.
A infecção por parvovírus B19 em adultos causa poliartrite (com ou sem exantema cutâneo) que pode durar semanas, meses ou mais. Predomina a artrite das mãos, punhos, joelhos e tornozelos. O exantema cutâneo pode preceder a artrite, mas isso não ocorre com frequência. A infecção por B19 da população imunocomprometidos pode resultar em doença crônica.
A complicação mais séria da infecção por parvovírus é a crise aplástica que ocorre em pacientes com anemia hemolítica crônica (p. ex., anemia falciforme). A infecção destes indivíduos causa uma redução transitória da eritropoiese na medula óssea. A redução resulta em uma reticulocitopenia transitória que dura de 7 a 10 dias e um decréscimo no nível de hemoglobina. Uma crise aplástica é acompanhada por febre e sintomas inespecíficos, como mal-estar, mialgia, calafrios e pruridos. Um exantema cutâneo maculopapular com artralgia e algum edema articular também podem estar presentes.
A infecção por B19 de uma mãe soronegativa aumenta o risco para morte fetal. O vírus pode infectar o feto e destruir precursores de eritrócitos, causando anemia e insuficiência cardíaca congênita (hidropisia fetal). A infecção de grávidas soropositivas não tem efeito adverso sob o feto. Não há evidências de que o B19 cause anomalias congênitas.
Não há tratamento antiviral específico ou meio de controle disponível. As vacinas estão disponíveis para prevenção de parvoviroses do cão e do gato.

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