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Aula Online 1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Introdução
A questão ambiental, um dos temas mais discutidos da atualidade, envolve toda sorte de problemas e discussões em relação às condições socioambientais de áreas urbanizadas ou não, incluindo os aspectos relacionados à qualidade de vida humana, os impactos da ação humana sobre as condições climáticas, hidrológicas, geomorfológicas, pedológicas e biogeográficas, em todas as escalas de tempo e espaço, segundo Christofoletti (1993 apud Pelicioni, 2005).
Pode-se considerar que a degradação ambiental que hoje se apresenta é decorrente da profunda crise social, econômica, filosófica e política que atinge toda a humanidade, resultado da introjeção de valores e práticas que estão em desacordo com as bases necessárias para a manutenção de um ambiente sadio e que favoreça uma boa qualidade de vida a todos os membros da sociedade (Pelicioni, 2005).
A partir disso, vemos a necessidade da inserção urgente de práticas e instrumentos que viabilizem a mudança do cenário atual de meio ambiente e cultura social. 
Aqui levantamos a reflexão sobre o desafio da humanidade atualmente: a discussão da educação ambiental.
A degradação ambiental causada por ações antrópicas (Antrópico é um têrmo usado em Ecologia que se refere à
tudo aquilo que resulta da atuação humana. Por exemplo: acão antrópica é a ação do homem sobre o
habitat e as modificações dela resultantes.) tem aumentado gradativamente no mundo todo. Desde 1972, data da realização da I Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, as práticas humanas predatórias têm sido intensamente discutidas; no entanto, poucos resultados têm sido obtidos para reverter esse processo. Os problemas ambientais se tornaram muito preocupantes quando começaram a ser divulgados pela mídia, principalmente em relação à quantidade de agravos à saúde por eles ocasionados (Pelicioni, 2005). 
Mas uma pergunta que não quer calar é:
Afinal, o que é meio ambiente e como estamos relacionados a ele?
Meio ambiente
Uma discussão recorrente  a respeito do termo meio ambiente é a suposta redundância que existe entre os termos: a palavra meio significa o mesmo que ambiente. 
O motivo desta reiteração obedece a razões históricas, já que, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), a impressão semântica das traduções do inglês, acabou por gerar o termo meio ambiente como e uso comum, em vez de se usar somente um deles (ou meio ou ambiente). 
Será que existe um conceito certo ou errado de ambiente? Com esta questão, iniciaremos nosso processo de reflexão nesta disciplina.
Ambiente
O conceito de ambiente ou  meio ambiente, está em constante processo de construção e é possível encontrarmos diferentes definições para este termo, segundo a Feema (1990) e o Ibama (1994).
1976- As condições, influência ou forças que envolvem ou influem ou modificam: o complexo de fatores climáticos, edáficos (leves modificações edáficas do solo ) e bióticos(todas as influências que os seres vivos possam receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos, químicos ou físico-químicos do meio ambiente, tais como a luz, a temperatura, o vento, etc.) que atuam sobre um organismo vivo, ou uma comunidade ecológica, e acaba por determinar sua forma e sua sobrevivência, a agregação das condições sociais e culturais que influenciam a vida de um indivíduo ou uma comunidade (Webster’s, 1976).
1977- O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos e biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel & Wasserman, 1977).
1977- A soma das condições externas e das influências que afetam a vida, o desenvolvimento e, em última análise, a sobrevivência de um organismo (Banco Mundial, 1977).
1978- O conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual vivem o homem e os outros organismos (Pnuma, 1978).
1978- O conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem o homem e os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência (Conferência de Tibillisi, 1978).
1988- Conjunto de componentes naturais e sociais, e suas interações em um determinado espaço de tempo, no qual se dá a dinâmica das interações sociedade-natureza, e suas consequências, no espaço que habita o ser humano, o qual é parte integrante deste todo. Desta forma, o ambiente é gerado e construído ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço da sociedade (Gutman, 1988).
1992- “Qualquer espaço de interação e suas consequências entre a sociedade (elementos sociais, recursos humanos) e a natureza (elementos ou recursos naturais)” (Queiroz e Tréllez, 1992).
Vamos observar a questão ambiental, à qual vemos que é complexa, pois os sistemas ambientais são evolutivos, ou seja, não deterministas, não lineares, irreversíveis e com estados de desequilíbrio constante. Esse processo evolutivo e suas modificações constantes inserem acontecimentos irreversíveis, aumentando a complexidade do sistema (Philippi Junior e Silveira, 2009).
Chegamos à conclusão de que há muitas maneiras de abordar conceitualmente o meio ambiente e uma única área do conhecimento humano não pode abranger e explicar a gama de fenômenos naturais e culturais que ocorre em escalas espaciais e temporais diversas.
Vemos, assim, que a questão da definição do ambiente é complexa, pois está relacionada aos aspectos evolutivos da própria sociedade.
Apenas para ampliarmos essa discussão,  numa segunda abordagem conceitual da própria questão ambiental, percebemos que há o envolvimento da visão econômica. Os economistas clássicos, com algumas exceções, sempre teorizaram sobre os sistemas econômicos sem considerar o meio natural como fornecedor de materiais, energia para a sociedade humana  e como receptor dos resíduos resultantes e da energia dissipada pelas atividades antrópicas ( tudo aquilo que resulta da atuação humana). (Philippi Junior e Silveira, 2009).
Agora, vamos refletir um pouco sobre como o homem vê o meio ambiente perante a Constituição:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (Artigo 225 da Constituição Federal).
Percebemos, aqui, a abertura de interpretações que a lei nos fornece: o que é ambiente ecologicamente equilibrado? Será que isso tem o mesmo parâmetro para mim e para você? Mais uma coisa: essencial à sadia qualidade de vida – será que há igualdade na qualidade de vida da sociedade? Todos têm o mesmo padrão de vida social (pobres, classes média e alta)?
Vemos com isso que meio ambiente está muito mais relacionado com a questão social e cultural, do que somente a  definições biológicas. Esse é um dos desafios primordiais do século XXI para a preservação do meio ambiente: a questão da reforma de valores culturais e sociais, começando pela reforma das próprias políticas públicas.
Educação Ambiental
Educação, do vocábulo latino educere, significa conduzir, liderar, puxar para fora. Baseia-se na ideia de que todos os seres humanos nascem com o mesmo potencial, que deve ser desenvolvido no decorrer da vida. O papel do educador é,  portanto, criar condições para que isso ocorra, criar condições para que levem o desenvolvimento desse potencial, que estimulem as pessoas a crescer cada vez mais Pelicioni, 2009).
Segundo Paulo Freire, famoso educador brasileiro, hoje reconhecido internacionalmente, ninguém educa ninguém, ninguém conscientiza ninguém, ninguém se educa sozinho. Isso significa que a educação depende de adesão voluntária, depende de quem a incorpora e não de quem a propõe.
No Relatório para a UNESCO de 1996, da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, a educação aparece como indispensável à humanidade na construção dos ideais de paz, da liberdade e da justiça socialcomo também para o desenvolvimento contínuo, tanto das pessoas como das sociedades, do século XXI em diante (Pelicioni, 2009).
Aqui, vemos que para falar de educação ambiental, temos que admiti-la como processo de educação política que busca formar para que a cidadania seja exercida e para uma ação transformadora, a fim de melhorar a qualidade de vida da coletividade. A abordagem sociocultural permite a ação pró-ativa e transformadora, proposta pela educação ambiental, se efetive, já que implica em formação para uma reflexão crítica (Pelicioni, 2009).
A educação ambiental se coloca numa posição contrária ao modelo de desenvolvimento econômico vigente no sistema capitalista selvagem, em que os valores éticos, de justiça social e solidariedade não são considerados e nem a cooperação é estimulada, mas prevalecem o lucro a qualquer preço, a competição, o egoísmo e os privilégios de poucos em detrimento da maioria da população (Pelicioni e Philippi Junior, 2005).
Mas, enfim, qual é a definição de educação ambiental?
Educação ambiental é um instrumento que pode proporcionar mudanças na relação do homem com o ambiente e surge como resposta à preocupação da sociedade com o futuro da vida.
A educação ambiental também pode ser chamada de EA, sua abreviação, e tem como proposta principal a superação da dicotomia(duas partes, em geral contrárias) entre natureza e sociedade, através da formação de uma atitude ecológica nas pessoas. Um dos seus fundamentos é a visão socioambiental, que afirma que o meio ambiente é um espaço de relações, é um campo de interações culturais, sociais e naturais (a dimensão física e biológica dos processos vitais). Ressalte-se que, de acordo com essa visão, nem sempre as interações humanas com a natureza são daninhas, porque existe um copertencimento, uma coevolução entre o homem e seu meio. Coevolução é a ideia de que a evolução é fruto das interações entre a natureza e as diferentes espécies, e a humanidade também faz parte desse processo, segundo o mesmo site.
Para fecharmos nossa primeira aula, definimos a educação ambiental como um processo que busca:
“(...) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada  com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos (...)” (capítulo 36 da Agenda 21).
Observe ao seu redor se há o uso da educação ambiental na atitude das pessoas: Ruas e calçadas sem lixo, carros com mais de uma pessoa dentro circulando pelas ruas e postos de coleta seletiva. Reflita como esse cenário pode ser revertido em seu bairro.
vídeo sobre educação ambiental de alunos do CEFET – GO.

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