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ONLINE 7 - PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL Introdução A nossa vida é fugaz. Muitas vezes, passamos o tempo todo ocupados com coisas urgentes, em detrimento das coisas fundamentais. Precisamos de vez em quando, dar uma parada para reflexões. Isso deveria ser institucionalizado. Dessa forma, acredita-se que os erros seriam menos frequentes e menos graves também (Dias, 2004). Segundo o mesmo autor, avaliar para replanejar, reordenar prioridades e proceder ajustamentos e redirecionar ações são procedimentos absolutamente fundamentais para se atingir a eficiência. Para o desenvolvimento dessa tarefa, o planejamento, a construção e avaliação de projetos em educação ambiental, são extremamente importantes. Planejamento O Tratado de educação ambiental para as sociedades sustentáveis e responsabilidade global, consignado no Fórum Internacional de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e Movimentos Sociais, por ocasião da Conferências das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992 (Rio-92), propôs princípios para o desenvolvimento de um roteiro básico para o planejamento e avaliação de projetos em educação ambiental. De acordo com as diretrizes desse documento, o planejamento de projetos em educação ambiental se apresenta com as seguintes características: • Ter enfoque interdisciplinar e holístico ( TOTAL) • Ser um ato político. • Facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de decisão. • Potencializar o poder das diversas populações na condução de seus próprios destinos e na resolução de conflitos de maneira justa e humana. • Deve ainda estimular a adoção de projetos que formem sociedades socialmente justas, sustentáveis e ecologicamente equilibradas (Malzyner, Silveira e Arai, 2009). Planejamento Todo processo de planejamento deve ter necessariamente cinco etapas: 1 – Conhecimento da realidade. 2 – Concepção de um plano. 3 – Execução do plano. 4 – Acompanhamento, o monitoramento. 5 - Avaliação das ações. Na prática essa sequência é um ciclo continuado. As etapas se integram, envolvem-se e ocorrem simultaneamente. O conhecimento da realidade é um processo permanente. Segundo os autores Malzyner, Silveira e Arai (2009), Etapa 1 – conhecimento da realidade Esta etapa é permanente. De um ponto de vista didático, esta etapa pode ser subdividida nas seguintes subetapas: Delimitação e apreensão do objetivo: Definição da área particular que será objeto de planejamento( uma região, município, bairro,...) ou um grupo/comunidade que será envolvido. Diagnostico: Analise do processo de execução recente da realidade, que sintetiza a historia referente à área e ao publico que será envolvido e aos fatores endógenos ( de origem interna ) e exógenos ( de origem externa )- que explicam a situação atual. Definição de prioridades: Escolha de prioridades de problemas ou de potencialidades para elaboração de planos, projetos ou programas. Prognostico: Exercício de antecipação de futuros possíveis, desejáveis e prováveis ( ou seja, futuro que pode acontecer, futuro que provavelmente acontecerá e futuro que desejamos que aconteça em função de valores e prioridades). Durante a formulação do plano e sua execução, podem ocorrer imprevistos. O prognóstico serve para que os imprevistos possam ser previstos, caso seja feita uma análise mais criteriosa da realidade, Afinal, planejar significa também prever os imprevistos. Etapa 2 – concepção de um plano Nesse momento cabe reforçar a importância da participação de todos os atores sociais envolvidos (grupo beneficiário, instituições implementadoras e colaboradoras) na formulação do plano. O grau de vínculo dos participantes com o plano definirá o grau de acatamento e implementação das suas ações. Os principais elementos da etapa de concepção de um plano são: objetivos, resultados, atividades, recursos necessários, prazos, responsáveis e avaliação. Etapa 3 e 4 – execução e monitoramento e controle A execução é a prática do projeto. Monitoramento e controle é um processo sistemático – que ocorre no contexto de um programa ou da implementação de um projeto com o objetivo de produzir informações a respeito dos progressos obtidos para: • Ajudar a tomar decisões, especialmente em curto prazo, de modo a aumentar a eficácia do projeto. • Assegurar o controle de todos os níveis da hierarquia do projeto , desde a comunidade local até a agência financiadora, especialmente no que diz respeito a questões financeiras. Avaliação É um conjunto de procedimentos para apreciar os méritos de um programa e fornecer informações a respeito do alcance de seus objetivos, atividades, resultados, impacto custo-benefício. É a parte mais importante de um projeto. A avaliação faz parte integrante de qualquer planejamento. Consiste em analisar o desempenho das atividades planejadas. Especificamente, ela procura determinar se os objetivos e metas propostos no planejamento foram de fato alcançados. Assim o seu objetivo direto consiste em determinar a defasagem entre o planejado e os resultados alcançados. Além disso, ela visa analisar o próprio processo de ações, para verificar a eficiência delas. Os principais instrumentos mais utilizados em avaliação são: - testar propostas inovadoras; - pretender replicar uma proposta; - determinar quanto um programa/projeto precisa ser modificado; - conseguir maior participação dos atores/parceiros, e apoio das autoridades. A adoção de procedimentos avaliatórios pode ser justificada de inúmeras maneiras, como: • Ex post facto: avaliação posterior ao fato; • Antes e depois: antes (dois grupos: experimental e controle) e depois (dois grupos: experimental e controle); • Estudo de caso: história de vida; questionários abertos ou fechados; observação estruturada/não-estruturada; entrevista estruturada/semiestruturada/aberta. A avaliação de um plano deve considerar os parâmetros de análise e os indicadores de situação como insumos básicos para o processo de decisão. Ambos devem atender às seguintes condições: • válidos: são capazes de medir o que se pretende. • fidedignos: produzem resultados similares quando uma mesma situação é avaliada repetidas vezes. • objetivos: produzem os mesmos resultados quando a medida de uma mesma realidade é feita por pessoas diferentes. • específicos: referem-se exclusivamente a mudanças ocorridas na situação em estudo. • viáveis: de fácil medição e custo economicamente factível.( Que pode ser realizado) É deste confronto entre parâmetros e indicadores que se tornam mais explícitas as diversas dimensões do impacto das ações executadas e o desempenho dos atores e agentes responsáveis. O acompanhamento constante de um plano desde seu início e as avaliações periódicas possibilita a montagem de um sistema de informações e percepções que serve de base para a análise e as decisões relacionadas com o aperfeiçoamento ou com a reformulação do processo. Conclusão Os projetos surgem das mais variadas formas, mas o empenho pessoal de educadores nem sempre é suficiente para poder desenvolvê-los em sua plenitude. Daí ser importante pensar no desenvolvimento deles inseridos em organizações que legitimem, divulguem, viabilizem sua execução. Aqui cabe a citação de George Bernard Shaw (1856-1950), que fala que “os seres humanos nascem ignorantes, mas são necessários anos de escolaridade para torná-los estúpidos”. Será que poderemos reverter essa situação com os projetos de educação ambiental num futuro próximo? Que tal tentarmos?
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