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O Papel da escola frente ao meio ambiente
Educação ambiental na Escola
A crescente preocupação com o meio ambiente, e o desenvolvimento de ações voltadas para a sua proteção e recuperação, tem levado à necessidade da atuação cada vez maior de profissionais de diferentes áreas (Mota, 2008).
Segundo Barcelos (1991 apud Motta, 2008), a conscientização dos processos interativos homem e ambiente em um país de dimensão continental, das diferenças sociais e principalmente culturais como as do Brasil, representa um processo lento de realização e da necessidade de formação de profissionais com preparação multidisciplinar.
Introdução
Isso ocorre na escola. Desde nossa entrada no ambiente escolar temos contato com as várias possibilidades de caminhos que podemos seguir pelo mundo afora.
A escola também é nossa orientação em saúde e bem-estar no meio que vivemos e não somente representa a aquisição de conteúdos didáticos.
Que tal começarmos, a partir de agora, a ver a escola como promotora da efetividade da vida inserida no meio ambiente?
Enquanto a medicina preocupa-se de maneira geral com a saúde do indivíduo, a saúde pública tem como meta lidar com a saúde coletiva ou das populações.
A vida no planeta é altamente organizada e obedece a um espectro biológico.
Do mais simples ao mais complexo, e de forma bastante significativa, temos: Protoplasma; Célula; Tecido; Órgão; Organismo.
Nessa escala hierárquica os organismos representariam as unidades com maior nível de organização.
Mas os organismos não vivem sós, pois necessitam uns dos outros e em conjunto compõem uma população.
Populações de diferentes espécies se inter-relacionam e formam as comunidades.
Estas, porém, não estão livres no espaço, pois ocupam um lugar representado pelo ambiente.
Quando se estudam as inter-relações do ambiente com as comunidades, e vice-versa, reporta-se ao ecossistema.
Uma vez mais no globo terrestre, os ecossistemas não estão isolados, pois uns se relacionam e até mesmo trocam materiais com os outros.
Não é difícil acreditar que a Terra é coberta por um mosaico de ecossistemas.
O somatório de todos os ecossistemas que envolvem o planeta constitui o conceito de biosfera.
Esta nada mais é que os espaços no ambiente terrestre nos quais a vida é possível (Natal, 2009).
A saúde pública é bastante antropocêntrica, pois se preocupa com a condição humana. Assim considerando, contentar-se com uma abordagem focada na população humana e concluir que isso é suficiente, e que não necessitaria de uma visão mais complexa, seria comprometedor.
Mesmo que a preocupação central seja a saúde humana, no relacionamento desta espécie com outras (conceito de comunidade) podem surgir muitos agravos, como zoonoses, parasitoses, doenças transmitidas por vetores, acidentes com animais peçonhentos, entre outros.
Quando o homem e outras espécies se relacionam com o ambiente (conceito de ecossistema), uma série de fatores pode atuar como determinante da saúde ou da doença como o clima, topografia, posição geográfica, insolação, terremotos, furacões, entre outros.
Até mesmo uma preocupação geral com a biosfera torna-se cada vez mais importante, à medida que se compreende que o homem como gerador de poluição e de outras agressões pode provocar mudanças na paisagem superficial terrestre (Natal, 2009).
Mas, o que é epidemiologia?
Segundo o mesmo autor, o leigo compreende que epidemiologia é o estudo das epidemias.
Em certa extensão, esse entendimento decorrente da interpretação errônea da etimologia, estaria correto, pois de fato essa ciência também trabalha com as epidemias.
Porém, a epidemiologia é mais abrangente. Pode-se muito bem abordar agravos não epidêmicos pela óptica epidemiológica.
Além do mais, na epidemiologia não se investigam apenas os efeitos representados pelas doenças, mas volta-se à busca ou definição de seus determinantes.
O desdobramento dos componentes da palavra, derivados do grego (epi-demio-logia), esclarece melhor o conceito:
• Epi significa sobre (entende-se a ocorrência de algum processo sobre a população).
• Demio corresponde à população afetada por algum processo mórbido, e o último radical significa estudo.
Nesse sentido, epidemiologia seria o estudo de algum processo que ocorre sobre a população. Este processo pode ser interpretado como as doenças que incidem ou como fatores determinantes que agem
Na educação ambiental, discutimos a importância da Epidemiologia vista como disciplina que debate o processo de geração da doença por meio da atuação de fatores.
Observa-se a infinidade de novos fatores que estão somando-se aos antigos aos quais o homem moderno está exposto.
Depreende-se que, dada à capacidade criativa ou imaginativa do homem, com o avanço científico e tecnológico, as ações humanas muitas vezes impactam inadvertidamente o ambiente.
Grande parte dos fatores ambientais que afetam a saúde humana é de natureza antrópica, ou seja, é desencadeada pelo próprio homem (Natal, Taipe-Lagos e Rosa, 2009).
Segundo os mesmos autores, destaca-se no contexto a importância da Epidemiologia Ambiental cuja ênfase está na discussão dos fatores do meio que atuam na geração de doenças.
Se grande parte desses fatores é potencializado pela ação ou pelo comportamento humano, então a educação ambiental, com base no conhecimento gerado pelos estudos epidemiológicos, poderá priorizar a conquista de comportamentos saudáveis, protetores da saúde e, ao mesmo tempo, atuar na reversão de comportamentos de risco.
Portanto, a educação ambiental necessita da Epidemiologia como base científica multidisciplinar para auxiliá-la na interpretação de fatores determinantes que agravam a qualidade de vida humana.
Para conhecermos um pouco da discussão da escola como promotora de preservação ambiental e da saúde, vamos ler o texto de Pelicioni (2009):
O movimento município/cidade saudável não pode prescindir da participação das instituições educativas, reconhecidos espaços de mobilização da comunidade para atingir os objetivos a que se propõe realizar. A promoção da saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral e multidisciplinar do ser humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário e social. Procura desenvolver conhecimentos, habilidades e destrezas para o cuidado com a saúde e a prevenção das condutas de risco em todas as oportunidades educativas. Fomenta uma análise crítica e reflexiva sobre os valores, condutas, condições sociais e estilos de vida, buscando fortalecer tudo aquilo que contribui para a melhoria da saúde, da qualidade ambiental e do desenvolvimento humano. Facilita a participação de todos os integrantes da comunidade educativa na tomada de decisões, colabora na promoção de relações socialmente igualitárias entre as pessoas, na construção da cidadania e democracia, e reforça a solidariedade, o espírito de comunidade e os direitos humanos.
Durante algum tempo, a educação na escola centrou sua ação nas individualidades, tentando mudar comportamentos e atitudes sem, muitas vezes, levar em conta as inúmeras influências provenientes da realidade socioeconômica, política e cultural na qual as crianças estavam inseridas.
É necessário compreender a variedade de fatores que podem afetar a saúde, o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas. Essas devem ser as bases para que a educação e a promoção da saúde sejam colocadas em prática (Ministério da Educação, 1995).
O princípio da OMS (Organização Mundial da Saúde) de pensar globalmente e agir localmente passou também a adequar-se à escola promotora da saúde, levando à adoção de ações necessárias para a promoção da saúde no ambiente escolar e ações de proteção, conservação e recuperação do meio ambiente que a circunda, ou seja, do bairro, da comunidade, da cidade em que está localizada.
A motivação das crianças e jovens pelos temas ambientais tem se mostrado importante para que o conceito de escola saudável seja implementado, incluindo o geral e não tratando a saúde como uma questão unicamenteindividual, mas como resultante de um meio ambiente saudável, nos seus aspectos biofísicos e sociais.
Cada vez mais tem sido aceito que crianças saudáveis aprendem melhor e que professores saudáveis ensinam melhor.
No entanto, a escola promotora da saúde não pode ser vista apenas como um sistema eficiente do ponto de vista educacional, mas também como uma comunidade humana que se preocupa com a saúde de todos os seus membros: professores, alunos e pessoal não docente, incluindo aí todos os que se relacionam com a comunidade escolar e com a qualidade do meio em que vivem. Dessa forma, todas as escolas podem potencialmente promover a saúde e a proteção do meio ambiente.
A escola saudável deve então ser entendida como um espaço vital gerador de autonomia, participação, crítica e criatividade, para que o escolar tenha a possibilidade de desenvolver suas potencialidades físicas, psíquicas, cognitivas e sociais (WHOE, 1995).
Mediante a criação de condições adequadas para a construção do conhecimento, recreação, convivência e segurança e apoiada pela participação da comunidade educativa, poderá favorecer a adoção de estilos de vida saudáveis e condutas de proteção ao meio ambiente, mas, além disso, deve principalmente contribuir para a formação de cidadãos críticos e aptos para lutar pela transformação da sociedade e pela melhoria das condições de vida de todos (Pressione e Torres, 1999).
A ideia de uma escola promotora de saúde é o reconhecimento implícito de que a educação em saúde e a educação ambiental não se fazem somente por meio do currículo explícito, partem do programa escolar, mas com ações pedagógicas, de prevenção e promoção da saúde e de conservação do meio ambiente dirigidas à comunidade, bem como pelo apoio mútuo entre escola, famílias e comunidade com base no conceito ampliado de educação.
No entanto, se o que se ensina não tiver como base os valores e a prática diária das escolas ou da comunidade as mensagens enfraquecem, não alcançando seus objetivos.
Para se levar a proposta da escola promotora da saúde à frente, deve-se dar atenção à forma como se ensina e participa da vida da escola.
Teoricamente, as escolas promotoras da saúde são aquelas que contam com um edifício seguro e confortável, com água potável, instalações sanitárias adequadas e uma atmosfera psicológica positiva para aprendizagem; que possibilitam um desenvolvimento humano saudável estimula relações humanas construtivas e harmônicas e promovem atitudes positivas, conducentes à saúde. Na prática, entretanto, nem sempre isso ocorre.
Uma parte significativa da função dessas escolas é oferecer conhecimentos e destrezas que promovam o cuidado da própria saúde e ajudem a prevenir comportamentos de risco que impeçam a degradação ambiental.
Esse enfoque facilita o trabalho conjunto de todos os integrantes da comunidade educativa, unidos sob um denominador comum: melhorar a saúde e a qualidade de vida das gerações atuais e futuras.
As escolas não podem ser mudadas da noite para o dia, mas é preciso ser constante no trabalho empreendido. As pequenas mudanças vão se somando e, aos poucos, se transformando em grandes mudanças.
A aquisição de conteúdos relativos à saúde e ao meio ambiente, o ensino de procedimentos e a formação de valores essenciais para preparar os alunos para a tomada de decisões racionais e efetivas para a manutenção de uma vida saudável.
Assim, é necessário não apenas oferecer informações verdadeiras, atuais e confiáveis, mas promover um processo de assimilação dessas informações.
Qualquer conhecimento será mais facilmente incorporado se for resultado de discussões sobre questões solucionadas pelos próprios estudantes e sobre as ações por eles sugeridas.
Isso vai permitir que os alunos passem a se responsabilizar e a viver essa experiência.
Por essa razão, é preciso enfatizar os enfoques de ensino que se baseiem na participação dos estudantes como sujeitos ativos da sua aprendizagem, requisito imprescindível para a construção de conhecimentos.
A informação por si só não leva as pessoas a adotar estilos de vida saudáveis, a lutar por melhores condições ambientais e de vida, ou a modificar práticas que conduzam à doença.
A informação é um aspecto imprescindível da educação, porém deve permitir a promoção de aprendizagens significativas para que funcione.
O desafio da educação é propiciar bases para compreensão da realidade a fim de poder transformá-la. Assim sendo, a escola é um espaço de ensino-aprendizagem, convivência e crescimento importante, no qual se adquirem valores vitais fundamentais.
É o lugar ideal para desenvolver programas de promoção e educação em saúde e de educação ambiental, de amplo alcance e repercussão, já que exerce grande influência sobre as crianças e adolescentes nas etapas formativas mais importantes de sua vida.
É nas idades pré-escolar e escolar que as crianças adquirem as bases de seu comportamento e conhecimento, o senso de responsabilidade e a capacidade de observar, pensar e agir.
Para concluir a aula:
A implementação da saúde pública, utilizando o método epidemiológico sob a ótica de uma abordagem ecossistêmica, pode ser colocada como um desafio a todos que pretendem amenizar os problemas relativos às doenças, contribuindo para o estabelecimento de um ambiente mais saudável e uma melhor qualidade de vida (Natal, 2009). Isso se inicia na escola.
Cada escola é uma combinação particular de elementos físicos, culturais, emocionais e sociais que lhe outorgam um caráter especial e que definem o processo ensino-aprendizagem a ser desenvolvido, determinando a qualidade da educação que se pretende (Pelicioni e Torres, 1999).
Desse modo, a promoção da saúde no âmbito escolar é uma prioridade impostergável.
Assegurar o direito à saúde, ao meio ambiente saudável e à educação na infância é responsabilidade de todos.
Cada sociedade deve investir de forma a gerar, por meio da capacidade criadora e produtiva dos jovens, um futuro social e humano sustentável (Pelicioni, 2009).
A saúde pública é bastante antropocêntrica. Por quê?
Sim,pois se preocupa com a condição humana. Assim considerando, contentar-se com uma abordagem focada na população humana, e concluir que isso é suficiente e que não necessitaria de uma visão mais complexa, seria comprometedor.

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