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A LEI E SEUS EFEITOS

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A Lei e seus efeitos: relação espaço e tempo
Noções preliminares
Como já dito anteriormente, é com a promulgação, que se verifica a existência formal de uma lei no mundo jurídico.
Mas não é apenas com a promulgação que a lei surtirá efeitos no mundo jurídico. É necessário que esta tenha vigência, ou seja, que seus efeitos sejam sentidos pelos destinatários da norma.
Assim, a partir da publicação (divulgação por órgão devidamente autorizado), é que a lei entrará em vigência. Contudo há regras a serem observadas.
A Lei de Introdução ao Código Civil, art. 1º , disciplina que a lei entrará em vigor 45 (quarenta e cinco dias) após a sua publicação.
 
Dessa forma, esse lapso de tempo entre a publicação e a vigência, é denominado vacatio legis, que, como regra geral, deverá ser respeitado.
Entretanto, dependendo da lei, o legislador pode alterar o tempo da vacatio legis, ou até mesmo, deixar de observar qualquer prazo se assim o definir, caso em que a vigência coincidirá com a publicação.
Por outro lado, a revogação é o fenômeno pelo qual uma lei perde a sua vigência. Esse fenômeno deve ocorrer haja vista o dinamismo da vida social e a complexidade das relações, se fazendo necessárias inúmeras adaptações da Ordem Jurídica.
Uma lei perde sua vigência em algumas situações específicas, quais sejam: revogação por outra lei, desuso e decurso de tempo.
Quando for revogada por outra lei: nesse caso, a nova lei terá algumas opções, podendo revogar a totalidade do conteúdo da lei anterior, (resultando a ab-rogação) ou revogar tão somente alguma parte determinada (verificando a derrogação). 
Poderá a nova lei, também, ser expressa quanto à revogação, dizendo claramente qual lei ou parte dela que perderá seus efeitos, ou tácita, quando a lei nova não diz expressamente o que veio revogar, mas se mostra incompatível com a norma existente (lei posterior revoga a anterior), ou a lei nova regulamenta a totalidade do assunto abordado em uma anterior (lei especial prevalece sobre lei geral).
Quando ocorre o desuso: ocorre quando a lei não é aplicada da forma prevista, ou seja, a autoridade a quem incumbia garantir a observância da lei não a aplica. 
Pode o desuso se dar, também, de forma espontânea, quando as pessoas deixam, aos poucos, de observar a norma em suas relações sociais.
 
As características do desuso são: a falta de observância da lei por um considerável período de tempo, e que essa inobservância ocorra em todos os âmbitos de atuação da lei, expressando assim seu caráter genérico.
Vale dizer que o Direito Brasileiro veda a repristinação, ou seja, proíbe que uma lei que perdeu a sua vigência em virtude de outra, retorne a produzir seus efeitos se a lei que a havia revogado, por qualquer motivo, perder a sua vigência.
Em outras palavras, uma vez revogada, uma lei não mais poderá recuperar a sua vigência.
Conflito temporal de leis
O conflito de leis ocorre quando há dúvidas em relação à qual lei que deverá ser aplicada em determinada situação em virtude do tempo.
Em outras palavras, a dúvida se instaura pois o fato jurídico ocorreu na data X, quando uma determinada lei tinha vigência.
Mas ocorre que, posteriormente, essa lei fora revogada, surgindo uma nova lei que disciplina o assunto em questão.
Nesse caso haverá conflito entre qual a lei que deverá ser aplicada sobre os efeitos de um fato que ocorreu na vigência de uma lei passada.
Vale dizer que a parte do Direito que trata da questão temporal denomina-se Direito Intertemporal.
Um dos princípios básicos desse ramo é o Princípio da Irretroatividade das Leis, pelo qual uma lei presente ou futura não deverá atingir fatos passados.
Esse princípio está consagrado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no art. 5º, XXXVI, dentro dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo.
Ressalta-se a importância desse princípio uma vez que assegura a ordem e a Segurança Jurídica necessária a um Estado de Direito.
Salienta-se que, se uma lei presente ou futura, atingir fatos passados, estaria seriamente maculada a segurança dos indivíduos, pois, o que antes era permitido, futuramente pode ser proibido, e o indivíduo, que efetuou determinada relação com outro, sob o respaldo da lei, na época, ficaria prejudicado, se, futuramente a lei condenasse essa relação e seus efeitos.
Dessa forma, a regra geral é que as leis não retroagem, ou seja, não atingem fatos que ocorreram antes de sua vigência.
Contudo, a própria Ordem Jurídica elenca três situações em que a lei poderá retroagir: em relação às leis de Direito Penal, quando forem beneficiar o réu (caso em que a lei nova não considera crime a conduta pelo qual o mesmo está sendo acusado, ou esteja prevista uma pena menor para a conduta); em relação às regras de interpretação, quando auxiliarem na busca do real significado (mas se for trazer algum conceito novo, não deverá retroagir), e, em relação às leis abolitivas, ou seja, quando for excluída determinada instituição social ou jurídica, sendo essas, já incompatíveis com a moral e a ética social.
Em relação à nova lei, seus efeitos poderão ser imediatos quando se tratarem de normas processuais, relacionadas aos processos judiciais. 
Pode-se dizer que normas cogentes são aquelas normas taxativas, que devem ser cumpridas independente da vontade dos envolvidos, não podendo as partes abrir mão de que quaisquer de seus preceitos sejam aplicados.
Já, as normas de Ordem Pública são aquelas que impõem aplicação obrigatória.
Conflito espacial de leis
Cada Estado é soberano, ou seja, possui próprias normas que deverão ser aplicadas em todo o seu território.
Contudo, ante à complexidade das relações sociais, e a constante mobilidade do homem, podem surgir dúvidas a respeito de qual a norma aplicável numa determinada situação, que, por sua natureza, fez gerar pontos de contato entre ordens jurídicas de diferentes Estados.
Dessa forma, há normas que devem disciplinar esses conflitos, e esse ramo se denomina Direito Interespacial
Os princípios basilares do Direito Interespacial são o da territorialidade, ou seja, princípio pelo qual a norma de um determinado Estado deverá ser aplicada na totalidade de seu território; e o da extraterritorialidade, pelo qual se admitiria a aplicação da lei estrangeira em situações excepcionais.
Mas há de serem observados alguns critérios, pois a adoção de quaisquer desses princípios deve ser cuidadosa, sob pena de, por um lado, ferir a soberania dos Estados, e por outro, inviabilizar a mobilidade das relações humanas.
Assim, existem dois critérios: o da nacionalidade, em que seria utilizada a lei do Estado do estrangeiro, independentemente de onde ele se encontrar, e o do domicílio, no qual a lei utilizada seria a do local onde a pessoa tenha domicílio, ou seja, resida com ânimo de ali permanecer.
Com base nesses critérios foi criada a Teoria dos Estatutos, desenvolvida ao longo do tempo, e por vários Estados, afim de solucionarem o conflito espacial.
Dessa forma, atualmente verifica-se a adoção de três estatutos: o pessoal, o real e o obrigacional.
As normas relativas às pessoas, ou seja, relacionadas ao começo e fim da personalidade, nome, capacidade e os direitos de família, estão no rol das normas pertencentes ao estatuto pessoal.
Vale dizer que o estatuto pessoal determina que essas normas sigam o critério do domicílio, ou seja, que sejam aplicadas às regras do local onde o indivíduo resida com ânimo definitivo, independente de sua nacionalidade (conforme art. 7º da Lei de Introdução do Código Civil Brasileiro).
Já o estatuto real, que envolve os bens e as relações decorrentes, devem se reger pela lei do local, ou seja, será aplicada a lei do Estado onde os bens estiverem situados, de acordo com o princípio da territorialidade (conforme art. 8º da Lei de Introdução do Código Civil 
Brasileiro)
 Legislação
Lei de Introduçãoao Código Civil - 4657/1942
Art. 7º. Art. 7° - A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
Art. 8º. Art. 8° - Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 
Por fim o estatuto obrigacional, ou seja, aquele que se relaciona às obrigações decorrentes das relações sociais, serão regidas pela lei do local da celebração do ato, sendo, dessa forma, considerado um estatuto misto (conforme art. 9º da Lei de Introdução do Código Civil Brasileiro)

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