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" O que é o Direito"

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG 
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS - CCJS 
UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO – UAD 
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO – PROF. JULIANA OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
Regiane Hintze Deus Lima Cravid 
 
 
 
 
 
 
 
Resenha da obra “ O que é direito” 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOUSA/PB 
2014 
 
LYRA,Filho Roberto. O que é o Direito. 2ª reimpressão, 17ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1999 (Coleção 
primeiros passos). 
 
Roberto Lyra Filho diplomou-se em letras (Cambrigde,1942), e em Direito (Faculdade 
de Rio de Janeiro, 1949). Em 1950, iniciou sua carreira docente, lecionou tanto na graduação 
como na pós-graduação, nas áreas de direito penal, direito processual penal, criminologia, 
filosofia jurídica, sociologia jurídica e direito comparado. Ajudou a fundar o Centro 
Universitário de Brasília (CEUB) e foi o fundador da Nova Escola Jurídica de Brasília. 
Defendeu que o direito não se resumia na norma, nem na norma sanção, e defendeu também a 
abolição da sociedade de classes e os direitos humanos. 
Lyra nessa obra propõe uma análise profunda e exaustiva do que é o direito e a sua 
essência. O assunto escolhido, é de carácter científico, motivo de discórdia, objeto de estudo e 
pesquisa nas aulas de Introdução ao Estudo de Direito, extremamente interessante pelas 
diferentes doutrinas, e pelo seu vasto campo ideológico. Nesse seu trabalho ele faz uso do seu 
amplo conhecimento filosófico e sociológico para chegar a várias conclusões, tendo como 
exemplo: “Quanto perguntamos o que o Direito é, estamos antes perguntando o que ele vem a 
ser, nas transformações incessantes do seu conteúdo e forma de manifestação concreta dentro 
do mundo histórico e social”. (p.12) 
Lyra, analisa de forma precisa o conceito de ideologia, podendo citar a seguinte frase: 
 
“Nem toda crença é ideologia (pode ser resíduo válido das incertezas adquiridas), 
mas toda idelogia se manifesta como crença(na medida em que nesta ficamos, sem 
verificar se, assim fazendo, é adotada de boa ou má posição; simplesmente parece 
que a outra qualquer posição é inconcebível e só pode surgir por burrice, ignorância 
ou safadeza dos a mantêm)”(p.16) 
 
 
 A obra reflete as inquietações, conhecimento e experiências de Lyra, dando a leitura 
um carácter crítico construtivo para os estudantes e operadores do direito pelo modo claro 
como ele aborda o direito, a lei, a justiça, o poder, a ideologia, crença, direito natural, direito 
positivo, entre outros assuntos. Em linguagem simples e objetiva o autor divide a obra em 5 
capítulos: Direito e Lei; Ideologias jurídicas; Principais modelos de ideologia jurídica; 
Sociologia e Direito; A dialética social do direito. 
No primeiro capítulo “Direito e lei”, Roberto Lyra afirma que a Lei é um instrumento 
emanado do Estado,que está sob o controle dos detentores do poder, ou seja a classe 
dominadora. Sendo que para ele nem toda lei, representa o Estado, pois algumas delas apenas 
existem para satisfazer as necessidades de certos grupos da classe dominadora. Para ele o 
direito era o resultado do aprisionamento de um conjunto de normas Estatais, isto é padrões 
de conduta impostas pelo Estado, com ameaça de sanções organizadas. Salienta também o 
papel importante das lutas socias, cujas vitórias deram origem aos Direitos Humanos, que 
hoje é uma opção jurídica indeclinável. Após essas reflexões, ele propõe nos próximos temas 
esclarecer o que é o direito , mais deixando claro o carácter mutável das leis. 
No segundo tema “Ideologias Jurídicas” o autor faz uma análise exaustiva da palavra 
ideologia, desde da sua origem, das contradições da conceituação da palavra ideologia , e por 
fim o carácter pejorativo que tal termo adquiriu na atualidade. Tendo como palavras chaves: 
ideia e a crença. Ideia como algo que adquirimos através do esforço mental deliberado e com 
maior grau possível de senso crítico. E crença como opiniões pré-fabricadas, que nos vêm 
pelo contágio do meio, da educação e do lugar que ocupamos na estrutura social. A Ideologia 
segundo Lyra é como a cegueira parcial da inteligência, entorpecida pela propaganda dos a 
forjam, se manifesta como crença, tendo como exemplos: o racismo e o machismo. Para Lyra 
as ideologias jurídicas expressam o posicionamento das classes e o direito é instrumento de 
injustiça e dominação utilizada pelos “ donos do poder”. 
No terceiro tema “Principais Modelos de Ideologia Jurídica”, o autor analisa as 
grandes vertentes do Direito : o positivismo e o jusnaturalismo. O jusnaturalismo( ideologia 
do direito natural), como a posição mais antiga e o positivismo como vertente predominante 
entre os juristas que se assentam na ordem burguesa e capitalista. Conceituando o positivismo 
como a redução do Direito a ordem estabelecida (emanada do Estado), pois para os 
positivistas o Direito é apenas norma jurídica, e nada mais do que norma, desde que válida e 
reconhecida pela lei fundamental. Analisa também os três tipos de positivismo : o positivismo 
legalista, positivismo histórico ou socialista e o positivismo psicopata. Positivismo legalista 
voltado para lei, dando a ela total superioridade. O positivismo socialista e histórico, 
mergulham nas normas jurídicas não escritas, atribui ao povo os costumes principais, que são 
essenciais para a manutenção da ordem social. O jusnaturalismo apresenta-se por sua vez 
sob três formas principais: o teológico- que volta-se para Deus, o cosmológico- que volta-se 
para os cosmos, antropológico- que gira em torno do homem. Lyra enfatiza o fato do 
positivismo legalizar o poder Estatal, e o jusnaturalismo legitimá-lo. Sendo que para ele o 
rumo para chegar a concepção dialética do direito, será a sociologia jurídica. 
No quarto tema”Sociologia e Direito”, Lyra mostra a importância e necessidade da 
sociologia do direito, para uma melhor compreensão do fenômeno jurídico. Tendo a 
concepção de que a sociologia jurídica é fruto da relação entre Direito e Sociologia. Define a 
Sociologia como disciplina mediadora, que constrói sobre o monte de fatos históricos, os 
modelos, que os arrumam. Estabelece a diferença entre a Sociologia Jurídica e Sociologia do 
Direito. Sendo a Sociologia do Direito o estudo particular de casos sociológicos enquanto que 
a Sociologia Jurídica o capítulo da Sociologia Geral, que debruça sobre o aspecto jurídico da 
vida em sociedade. Fala também da sociologia do conhecimento, que é a procura da razão e 
da sabedoria. 
No quinto tema”A Dialética Social do Direito”, Lyra fala sobre a globalização, citando 
a atual rapidez do sistema de transportes e de comunicação a distância, o contato imediato e 
universal, sendo a televisão um meio de difusão de produtos ideológicos extremos e internos( 
bons ou maus). A estrutura é modelada em decorrência das dominações imperialistas e das 
lutas de independência das nações colonizadas ou semi-colonizadas pela existência de uma 
sociedade internacional fixa numa dialética, as forças centrífugas e centrípetas. Fazendo uso 
das instituições sociais para inculcar na cultura, ideologias de forma dissimulada, usando tal 
ideologia como forma de controle social. Mas como disse Lincoln, “engana-se uma parte do 
povo todo tempo, todo povo uma parte do tempo, nunca porém todo povo, todo tempo”. 
Revelando assim que o povo após muito tempo de repressão, reinvindicaria os seus direitos, o 
que obrigaria as classes dominantes, a se adaptarem as mudanças sociais. Compreendendo tais 
reinvindicações (luta social), como uma definição clara do que é o direito. 
Em seguida Lyra em nove tópicos, conclui que : “O direito, se apresenta como 
posição da liberdade conscientizada econquistada nas lutas sociais e formula os princípios 
supremos de justiça social que nela se desvenda”. Dessa revisão de conceitos, Lyra concluiu 
também que a restrição da liberdade imposta pelo direito,constitui a afirmação da liberdade 
conscientizada e viável, na coexistência social pacífica, pois a liberdade de cada um legitima-
se apenas na medida que garantem a liberdade do outro.

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