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[APOSTILA] METODOLOGIA CIENTIFICA

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INTRODUÇÃO 
 
 
É importante que na busca de maiores conhecimentos, o aluno 
assuma e desenvolva hábitos de estudo que o encaminhe para o aprender pela 
pesquisa. Para tanto, faz-se necessário o desenvolvimento da capacidade de 
observar, selecionar, organizar e usar o espírito crítico sobre a realidade social. 
 
Portanto, a educação superior embasada em uma tríplice 
competência: a competência técnico-profissional, a competência científica e a 
competência política irão formar profissionais capazes, frente a seus propósitos e 
estruturados em conhecimentos científicos. 
 
A educação pela pesquisa é a especialização mais própria da 
educação escolar e acadêmica como também, a necessidade de fazer pesquisa 
deve ser a atitude cotidiana no professor e no aluno. 
 
A Metodologia Científica trata de método e ciência. Método é o 
caminho em direção a um objetivo; metodologia, o estudo do método. Científica, 
deriva de Ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e 
metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber. 
 
A atividade preponderante da metodologia é a pesquisa. O 
conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito e o 
objeto, podendo-se dizer que esta é uma relação de apropriação. 
 
Dessa maneira, metodologia é igual a um conjunto de 
procedimentos a serem utilizados pelo indivíduo na obtenção do conhecimento. É a 
aplicação do método, por intermédio de processos e técnicas, que garantem a 
legitimidade do saber obtido. 
 
A complexidade do objeto a ser conhecido determina o nível de 
abrangência da apropriação. Assim, a apreensão simples da realidade cotidiana é 
um conhecimento popular ou empírico, enquanto o estudo aprofundado e metódico 
da realidade enquadra-se no conhecimento científico. O questionamento do mundo 
e do homem quanto à origem, liberdade ou destino, remete ao conhecimento 
filosófico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO 
 
 
O conhecimento pode ser definido como sendo a manifestação 
da consciência de conhecer, é a consciência do conhecer. Ao viver, o ser humano 
tem experiências progressivas, da dor e do prazer, da fome e saciedade, do quente 
e do frio, entre muitas outras. É o conhecimento que se procede pela vivência 
circunstancial e estrutural das propriedades necessárias à adaptação, interpretação 
e assimilação do meio interior e exterior do ser. 
 
Nessa linha, ocorrem, então, as relações entre sensação, 
percepção e conhecimento, sendo que a percepção tem uma função mediadora 
entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais ou menos organizado da 
atividade cognitiva. 
 
É importante frisar que o conhecimento, como também o ato de 
conhecer, existe como forma de solução de problemas próprios e comuns à vida. 
 
O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou 
menos complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se estabelece a base 
da idealização, pensamento, memorização, reflexão e criação, os quais acontecem 
com maior ou menor intensidade, acompanhando parâmetros cronológicos e de 
consciência do refletido e do irrefletido. 
 
O conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, serve 
como referencial para a pesquisa tanto qualitativa como quantitativa das relações 
sociais, como forma de busca de conhecimentos próprios das ciências exatas e 
experimentais. 
 
Portanto, o conhecimento e o saber são essenciais e 
existenciais no homem, ocorre entre todos os povos, independentemente de raça, 
crença, porquanto no homem o desejo de saber é inato. 
 
4 
 
As diversificações na busca do saber e do conhecimento, 
segundo caracteres e potenciais humanos, originaram contingentes teóricos e 
práticos diferentes a serem destacados em níveis e espécies. 
 
O homem, em seu ato de conhecer, conhece a realidade 
vivencial, porque se os fenômenos agem sobre os seus sentidos, ele também pode 
agir sobre os fatos, adquirindo uma experiência pluridimensional do Universo. 
 
De acordo com o movimento que orienta e organiza a atividade 
humana, conhecer, agir, aprender e outros conhecimentos, se dão em níveis 
diferenciados de apreensão da realidade, embora estejam inter-relacionados. 
 
Assumindo o pressuposto de que todo o conhecimento humano 
reporta a um ponto de vista e a um lugar social, compreende-se que são quatro os 
pontos principais da busca do conhecimento. 
 
 Conhecimento empírico ou popular. 
 Conhecimento filosófico. 
 Conhecimento teológico. 
 Conhecimento científico. 
 
1.1 CONHECIMENTO EMPÍRICO 
 
É o conhecimento do dia a dia, que se obtém pela experiência 
cotidiana. Também chamado de popular ou vulgar. É espontâneo, focalista, sendo 
por isso considerado incompleto, carente de objetividade. Ocorre por meio do 
relacionamento diário do homem com as coisas. Não há a intenção e a preocupação 
de atingir o que o objeto contém além das aparências. 
 
Fundamentado apenas na experiência, doutrina ou atitude, que 
admite quanto à origem do conhecimento de que este provenha apenas da 
experiência. Dentre suas características destaca-se: 
 
a) Conjunto de opiniões geralmente aceitas em épocas determinadas, e que as 
5 
 
opiniões contrárias aparecem como aberrações individuais. 
b) É valorativo por excelência, pois se fundamenta numa operação operada com 
base em estados de ânimo e emoções. 
c) Assistemático. 
d) Reflexivo. 
e) Verificável. 
f) Falível e inexato. 
 
O principal mérito do método empírico é o de assinalar com 
vigor a importância da experiência na origem dos conhecimentos. 
 
O conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se 
fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoções. 
Implica uma dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de 
outro, o objeto conhecido, e este é possuído, de certa forma, por aquele que tem 
conhecimento, os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido. 
 
É também reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade 
com o objeto, não pede ser reduzido a uma formulação geral. A característica de 
assistemático baseia-se na organização particular das experiências próprias do 
sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das idéias, na procura de uma 
formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a 
transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. 
 
É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e 
diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia. É falível e inexato, pois se 
conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. 
 
1.2 CONHECIMENTO FILOSÓFICO 
 
A palavra filosofia foi introduzida por Pitágoras e é composta do 
grego de philos = amigo esophia= sabedoria. 
 
A Filosofia é a fonte de todas as áreas do conhecimento 
6 
 
humano, e todas as ciências não só dependem dela, como nela se incluem. É a 
ciência das primeiras causas e princípios. A Filosofia é destituída de objeto 
particular, mas assume o papel orientador de cada ciência na solução de 
problemasuniversais. 
 
Progressivamente, constata-se que cada área do 
conhecimento desvincula-se da Filosofia em função da forma como trata o objeto, 
que é para a mesma, a matéria. A razão do conhecimento filosófico não tem 
condições de distinguir o verdadeiro ou o falso. 
 
Em toda trajetória filosófica, surgiram ideias e teorias de 
grandes filósofos, convergentes e divergentes. Portanto, se há generalidades não háconsenso. Isto pode ser exemplificado por expoentes como: 
 
 Pitágoras – a alma governa o mundo. As partes do universo unidas entre si 
refletem a harmonia, expressas pelos números (quantidades). 
 Sócrates – o conhecimento é o guia da virtude. “Conhece-te a ti mesmo e 
conhece a verdade que o outro encerra”. 
 Platão – as ideias não são representações das coisas, mas é a verdade das 
coisas. 
 Santo Agostinho – preconiza que a razão é a dimensão espiritual. 
 São Tomás de Aquino – considera o homem como indivíduo, estudando-o na 
prospecção de matéria e forma, admitindo que o Universo seja dirigido pelo 
princípio da perfeição. 
 Francis Bacon – no Renascimento, defende a Filosofia por meio de concepções 
ligadas a pesquisas e experimentações. 
 Rousseau – no século XVIII, dá prioridade à sensibilidade em detrimento da 
razão. O homem é naturalmente bom, a sociedade o perverte. Trata-se de uma 
reflexão eminentemente moral, defendendo a democracia vivida na dimensão da 
liberdade e da igualdade. 
 Locke – empirista inglês, defende a tese de que o homem ao nascer é uma 
tábua rasa sobre a qual a experiência é gravada. A gênese do conhecimento, 
que é a experiência, é a sensação e reflexão, as quais geram ideias. 
7 
 
 Kant – admite que se o conhecimento se inicia com a experiência, este não 
resulta só da experiência. 
 Hegel – desenvolve uma filosofia cujo ponto de partida é as ideias, inicialmente 
heterogêneas, e por isso confusa. Para torná-las claras, deve-se considerar o vir 
a ser; ou seja, o objeto feito. “Todo dado racional é real e todo dado real é 
racional”. 
 Marx – constrói o materialismo dialético e materialismo histórico, que defende a 
tese de que as contradições existem na Natureza. Portanto, dispõe-se a 
interpretar essas realidades que, se são contraditórias, são concretas. A sua 
metodologia considera os seguintes itens, próprios ao sistema: a matéria, o 
trabalho e a estrutura econômica. 
 
Observa-se que não há unanimidade de pensamento e de 
forma de reflexão entre alguns dos grandes expoentes da Filosofia aqui citados, isso 
porque a Filosofia repousa na reflexão que se faz sobre a experiência vital e esta 
propicia derivações interpretativas diferentes sobre as impressões, imagens e 
opiniões concluídas. 
 
O Conhecimento Filosófico procura conhecer as causas reais 
dos fenômenos, não as causas próximas como as ciências particulares. Procura 
conhecer, também, as causas profundas e remotas de todas as coisas e, para elas, 
respostas. Dentre suas características destacam-se: 
 
a) É valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que nãopoderão 
ser submetidas à observação. 
b) É racional. 
c) Não é verificável. 
d) Tem a característica de sistemático. 
e) É infalível e exato. 
 
O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de 
partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação, pois 
se baseiam na experiência. 
 
8 
 
O conhecimento filosófico emerge da experiência e não da 
experimentação por este motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que 
os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da 
ciência, não podem ser confirmados nem refutados. 
 
É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados 
logicamente correlacionados. Tem a característica de sistemático, pois suas 
hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, 
numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade. 
 
Por último, é infalível e exato, já que, na busca da realidade 
capaz de abranger todas as outras realidades, quer na definição do instrumento 
capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não 
são submetidas ao decisivo teste da observação (experimentação). 
 
Portanto, o Conhecimento Filosófico é caracterizado pelo 
esforço da razão para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o 
certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana. 
 
1.3 CONHECIMENTO RELIGIOSO OU TEOLÓGICO 
 
O Conhecimento Religioso assinala em que se deve crer, mas 
não facultaa compreensão da natureza das coisas em que se crê. 
 
a) Valorativo. 
b) Inspiracional. 
c) Sistemático. 
d) Não verificável. 
e) Infalível e exato. 
 
O conhecimento religioso, isto é, teológico, apoia-se em 
doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas 
pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas 
infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem, 
9 
 
significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências 
não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um 
conhecimento revelado. 
 
1.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
 
Surge com Galileu Galilei (1564 – 1642). Os gregos já 
distinguiam, no século VII a.C., a diferença entre o conhecimento racional 
(científico), o conhecimento mítico e o conhecimento empírico. 
 
Ligado à Filosofia até a Idade Média. O conhecimento científico 
parte da determinação de um objeto específico de investigação. 
 
Há necessidade da explicitação de um método para essa 
investigação. 
 
1.4.1 Características do Conhecimento Científico 
 
a) É real (factual), porque lida com ocorrências ou fatos. 
b) Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm 
sua veracidade ou falsidade conhecida por intermédio da experiência e não 
apenas razão, como ocorre no conhecimento filosófico. 
c) É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um 
sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. 
d) Possui características de verificabilidade, a tal ponto que as afirmações 
(hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da 
ciência. 
e) É falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é 
aproximadamente exato. Novas proposições e o desenvolvimento de técnicas 
podem reformular o acervo de teoria existente. 
 
Apesar da separação metodológica entre os tipos de 
conhecimento popular, filosófico, religioso e científico, no processo de apreensão da 
realidade do objeto, o sujeito cognoscentepode penetrar nas diversas áreas. Ao 
10 
 
estudar o homem, pode-se tirar uma série de conclusões sobre sua atuação na 
sociedade, baseada no senso comum ou na experiência cotidiana. 
 
Exemplo: pode-se analisar o ser humano como um ser 
biológico, verificando, por intermédio de investigação experimental, as relações 
existentes entre determinados órgãos e suas funções. 
 
Pode-se questionar quanto à sua origem e destino, assim como 
quanto à sua liberdade. Pode-se, também, observá-lo como ser criado pela 
divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos 
sagrados. 
 
Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na 
mesma pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser 
crente praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em 
muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do 
senso comum. 
 
O senso comum representa a pedra fundamental do 
conhecimento humano e estrutura a captação do mundo empírico imediato, para se 
transformar posteriormente em um conteúdo elaborado que, por intermédio do bom 
senso, poderá conduzir às soluções de problemas mais complexos e comuns até às 
formas de solução metodicamente elaboradas e que compõe o proceder científico. 
 
O conhecimentocientífico exige demonstrações, submete-se à 
comprovação, ao teste. 
 
Verifica-se, nesse sentido, que o conhecimento científico se 
desenvolve à medida que se investiga o que se fazer sobre a formulação de 
problemas, que exigem estudos minuciosos para seu equacionamento. 
 
Utiliza-se o conhecimento científico para se conseguir, por 
intermédio da pesquisa, constatar variáveis. As variáveis são a presença ou 
ausência de um determinado fenômeno inserido em dada realidade. Essa 
11 
 
constatação se dá para que o estudioso possa dissertar ou agir adequadamente 
sobre as características do fenômeno que o fato apresenta. 
 
Representativamente, o estudioso pode estar interessado em 
investigar a situação do menor abandonado e delinqüente, com o objetivo de 
descrever as suas características, como também, procurar conhecer os fenômenos 
que encerram este fato para sobre eles (fenômenos), agir. 
 
Quer aconteça o procedimento mantido para um ou outro 
objetivo, conclui-se que o procedimento estará presente, desde que obedeça a um 
Projeto determinado, cuja preocupação se estende às generalizações que possam 
até atender casos particulares. 
 
1.4.2 Qualidades e Quantidades 
 
A atividade desempenhada pelo cientista tem em vista definir 
as situações fenomenais, pois somente definindo-as ele é capaz de tornar 
conhecidos os conceitos elaborados. 
 
Dessa maneira, o estudioso consegue atingir em termos de 
conhecimento as qualidades e quantidades próprias e próximas à verdade ou, às 
vezes, quase próximas, como também, a certeza que o fato encerra. Pretende-se, 
assim, atingir o melhor índice de validade e fidelidade do conhecimento de um 
fenômeno. 
 
Para atingir tal resultado, é necessário que a busca do 
conhecimento de um fenômeno seja guiada por perguntas básicas que 
encaminharão o encontro de respostas concernentes e, portanto, coerentes entre si. 
 
Essas perguntas podem ser sintetizadas em: 
 
 O que conhecer? 
 Por que conhecer? 
 Para que conhecer? 
12 
 
 Como conhecer? 
 Com que conhecer? 
 Em que local conhecer? 
 
Observa-se que tais procedimentos acabam por caracterizar 
uma ação metodológica que direciona o conhecimento do pesquisador, que se dirige 
a qualquer uma das propostas de formação profissional, seja ela própria ao 
advogado, ao psicólogo, ao contador, ao administrador, entre outros. 
 
Assim sendo, a realidade científica é uma realidade construída 
e que tem significado à medida que oferece características objetivas, 
quantativamente mensuráveis ou qualitativamente observáveis e controladas. 
 
Nesse contexto, é possível destacar que: 
 
 O conhecimento científico surgiu a partir das preocupações humanas cotidianas 
e esse procedimento é conseqüente do bom senso organizado e sistemático. 
 
 O conhecimento científico, considerado como um conhecimento superior, exige a 
utilização de métodos, processos, técnicas especiais para análise, compreensão 
e intervenção na realidade. 
 
 A abstração e a prática terão que ser dominadas por quem pretende trabalhar 
cientificamente. 
 
1.4.3 Conceito de Ciência 
 
De acordo com ANDER-EGG, “A ciência é um conjunto de 
conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente 
sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos da mesma natureza.”1 
 
a) Ciência Geral – enquanto conjuntos de observações generalizáveis expressam 
 
1
Ander-Egg apud Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi. Metodologia científica. 1991, p. 19. 
(a) 
13 
 
pelo enunciado de uma lei. 
 
b) Ciências Particulares – à medida que se privilegia aspecto da realidade como a 
Física, a Química, a Contabilidade, a Pedagogia, a Administração, a Medicina, a 
Administração, entre outras. 
 
 Dispõe de métodos e linguagens próprios, com similaridades. 
 
 Podem ser compreendidas como busca constante de: 
- explicação; 
- previsibilidade; 
- solução dos problemas da Humanidade. 
 
 Deve-se considerar sua falibilidade e seus limites. 
 
c) Ciências Sociais – têm peculiaridades que as distinguem das ciências físicas. 
 
 Os fenômenos humanos não ocorrem de forma semelhante a do mundo físico, 
impossibilitando a previsibilidade. 
 A quantificação dos resultados é falha e limitada. 
 Os pesquisadores sociais têm crenças que podem prejudicar os resultados de 
suas pesquisas. 
 O método por si só não pode explicar um fenômeno social. 
 
1.5PARA COMPLETAR A COMPREENSÃO DO QUE FOI ESTUDADO 
 
1) O conhecimento científico foi desenvolvendo-se aos poucos, apropriando-se da 
realidade da natureza. Você crê que ele já atingiu a verdade em alguma área do 
universo real? Por que? 
 
2) O que é mais verdadeiro: o objeto real ou o conhecimento que temos dele? 
 
3) Existe alguma diferença de qualidade entre conhecimento sensível e 
14 
 
conhecimento intelectual? Se existe, qual a diferença? 
 
4) Ao investigar a realidade, o homem extrapola os conhecimentos adquiridos e 
prevê uma realidade que ainda não conhece, ou seja, formula uma hipótese. 
Essa hipótese pertence a que tipo de conhecimento: vulgar, científico, filosófico 
ou teológico? Por que? 
 
5) Por que motivo o conhecimento científico depende de investigação metódica? 
 
6) Por que o conhecimento científico esforça-se para ser exato e claro? Isso tem a 
ver com a busca da verdade? 
 
7) Que sentido tem o fato de o conhecimento científico ser sistemático? De que nos 
serve conhecer e aplicar as leis da natureza? 
 
8) Qual o sentido da afirmação: “O método científico é um instrumento usado pela 
Ciência na procura da realidade” 
 
9) Os procedimentos, técnicas e regras do método científico formam um sistema? 
Pode explicar por que? 
 
10) O método científico é infalível? Por que? 
 
11) Em que circunstâncias os procedimentos, técnicas e regras do método cientifico 
podem sofrer mudanças? 
 
12) Que sentido tem a rejeição do subjetivismo nas atividades científicas? 
 
13) O que aconteceria se a Ciência aceitasse a concepção de verdade eterna para o 
conhecimento que tem da realidade? 
 
14) Para que a Ciência submete constantemente seu conhecimento à verificação e à 
revisão? 
 
15 
 
15) A simples demonstração racional de um fato pode ser considerada compatível 
com o método científico? Por que? 
 
16) Que objetivo tem a análise científica ao decompor o todo em suas partes 
componentes? 
 
17) É possível afirmar que dedução e indução são processos lógicos de raciocínio? 
Por que? 
 
18) Qual é a função da síntese como procedimento científico de conhecimento da 
realidade? 
 
19) Como característica da observação científica, a exatidão é absoluta ourelativa? 
Por que? 
 
20) O que você entende por Ciência. Dê alguns exemplos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. O MÉTODO CIENTÍFICO 
 
 
Considerando o que já foi estudado, reforça-se a concepção de 
que a Ciência é um procedimento metódico cujo objetivo é conhecer, interpretar e 
intervir na realidade, tendo como diretriz problemas formulados que sustentam 
regras e ações adequadas à constituição do conhecimento. 
 
Os métodos científicos são as formas mais seguras inventadas 
pelo homem para controlar o movimento das coisas que cerceiam um fato e, montar 
formas de compreensão adequada dos fenômenos. 
 
 Fatos – acontecem na realidade, independentemente de haver ou não quem os 
conheça. Do latim factu, coisa ou ação feita, acontecimento, aquilo queé real. 
 
 Fenômeno – é a percepção que o observador tem do fato. 
 
Pessoas diversas podem observar no mesmo fato fenômenos 
diferentes, dependendo de seu paradigma. 
 
 Paradigmas – constituem-se em referenciais teóricos que servirão de orientação 
para a opção metodológica de investigação. 
 
Mesmo que os paradigmas sejam constituídos por construções 
teóricas, não há cisão entre a teoria e a prática, ou entre a teoria e a lei científica. 
Portanto, um e outro coexistem gerando o que se pode denominar praxiologia. 
 
 Método Científico – é a expressão lógica do raciocínio, associada à formulação 
de argumentos convincentes. 
 
Esses argumentos, uma vez apresentados, têm por finalidade 
informar, descrever ou persuadir um fato. Para isso o estudioso vai utilizar-se de: 
 
17 
 
 Termos – são palavras, declarações, significações convencionais que se referem 
a um objeto. 
 
 Conceito – é a representação, expressão e interiorização daquilo que a coisa é 
(compreensão da coisa). É a idealização do objeto. 
 
O conceito é uma atividade mental que conduz um 
conhecimento, tornando não apenas compreensível essa pessoa ou essa coisa, mas 
todas as pessoas e coisas da mesma época. 
 
 Definição – é a manifestação e apreensão dos elementos contidos no conceito, 
tratando de decidir em torno do que se duvida ou do que é ambivalente. 
 
Saber utilizar adequadamente termos, conceitos e definições 
significam metodologicamente expressar na Ciência aquilo que o indivíduo sabe e 
quer transmitir. 
 
2.1 MÉTODO DE GALILEI - MÉTODO ANALÍTICO E SINTÉTICO ou MÉTODO DE 
INDUÇÃO EXPERIMENTAL 
 
Como já foi visto, Galileu Galilei (1564 – 1642), foi o primeiro 
teórico do método experimental. O primeiro a desenvolver estudos sobre a 
sistematização das atividades no âmbito do conhecimento científico. 
 
As Ciências, para Galileu, têm como foco principal as relações 
quantitativas, não se preocupa muito com a qualidade. Discordou dos seguidores de 
Aristóteles, que consideravam que o estudo do conhecimento da essência íntima 
das substâncias individuais deveria ser substituído pelo conhecimento da lei que 
preside os fenômenos. 
 
Seu método pode ser descrito como indução experimental, 
chegando-se a uma lei geral por intermédio da observação de certo número de 
casos particulares. Para Galileu a pesquisa científica tem aspectos: 
 
18 
 
a) Analíticos - observação empírica do fenômeno. 
b) Sintéticos - reprodução experimental do fenômeno. 
 
A confirmação da HIPÓTESE a transforma em LEI. 
 
Portanto, o método de Galileu pode ser chamado de Método 
de Indução Experimental, que chega a uma generalização (lei geral) por intermédio 
da observação de certo número de casos particulares. Os principais passos do 
Método Indutivo Experimental são: 
 
a) Observação dos fenômenos. 
b) Análise dos elementos que compõem os fenômenos, estabelecendo relações 
quantitativas. 
c) Indução de hipóteses. 
d) Verificação de hipóteses aventadas por intermédio das experiências. 
e) Generalização do resultado das experiências. 
f) Confirmação das hipóteses obtendo-se leis gerais. 
g) Estabelecimento de leis gerais. 
 
“O pesquisador chega por indução, a uma lei geral partindo da 
observação de fatos particulares, específicos e, depois, a partir da lei geral, já 
estabelecida, por meio de processos dedutivos, acrescenta outros fatos 
particulares.”2 
 
Isaac Newton, nascido em 1642, escreve que a Lei da 
Gravitação, uma das premissas fundamentais de sua obra Principia, é obtida a partir 
das leis de Kepler (físico inglês, contemporâneo de Galileu). 
 
2.2 MÉTODO DE BACON - INDUTIVO 
 
Para Francis Bacon (1561 – 1626) o conhecimento científico é 
o único caminho seguro para a verdade dos fatos. Como Galileu, critica Aristóteles 
 
2
 Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi. Op. Cit. p. 49. (a) 
19 
 
por considerar que o silogismo e o processo de abstração não propiciam um 
conhecimento completo do Universo. Aponta como essenciais a observação e a 
experimentação dos fenômenos. Somente o que é verdadeiro ou falso o que pode 
ser comprovado pela experimentação. 
 
 Silogismo: dedução formal que, partindo de duas proposições chamadas 
premissas, retira-se uma terceira, logicamente implicada nas primeiras, chamada 
conclusão. 
 
Bacon é considerado como um dos fundadores do Método 
Indutivo, que considera: 
 
a) As circunstâncias e a freqüência com que ocorre determinado fenômeno. 
b) Os casos em que o fenômeno não se verifica. 
c) Os casos em que o fenômeno apresenta intensidade diferente. 
 
A partir da Observação é possível formular uma Hipótese 
explicativa da causa do fenômeno. 
 
A Indução leva as conclusões de caráter geral, a partir de 
casos particulares. 
 
2.2.1 Passos para o Método de Bacon: 
 
a) Experimentação – fase em que o cientista deve realizar experimentos acerca do 
problema estudado para poder observar e registrar sistematicamente todas as 
informações possíveis de serem coletadas. 
 
b) Formulação das Hipóteses – com base nos experimentos e na análise dos 
resultados obtidos, as hipóteses procuram explicitar a relação causal entre os 
fatos. 
 
c) Repetição – a repetição dos experimentos tem por finalidade acumular dados 
que servirão para o surgimento e formulação das hipóteses. 
20 
 
d) Teste das Hipóteses – por meio da repetição dos experimentos, testam-se as 
hipóteses, buscando-se novos dados, bem como as evidências que os 
confirmam. 
 
e) Formulação de Generalizações e Leis - após ocorrerem todas as fases 
anteriores – baseadas nas evidências, o cientista formula as leis que descobriu, 
generaliza suas explicações para todos os fenômenos da mesma espécie. 
 
2.2.2 Regras para a Experimentação 
 
a) Alargar a experiência – observar a intensidade do fenômeno, aumentando 
pouco a pouco a intensidade do que se supõe ser a causa. 
 
b) Variar a experiência – aplicar os diferentes fatos, fenômenos (objeto de estudo) 
a mesma causa. 
 
c) Inverter a experiência – para verificar se o efeito contrário se produz. 
 
d) Recorrer aos casos da experiência – verificar o que se pode conseguir, retirar, 
no conjunto das experiências. 
 
O método de Bacon pode ser assim sistematizado: aparecendo 
a causa, dá-se o efeito; retirando-se a causa, não se dá o efeito; variando-se a 
causa, altera-se o efeito. O pesquisador anota as circunstâncias em que se produz o 
fenômeno. 
 
C  efeito C1  E1 
 
2.3 MÉTODO DE DESCARTES - DEDUTIVO 
 
René Descartes (1596 – 1650) apresenta o Método Dedutivo, a 
partir da matemática e de suas regras de evidência, análise, síntese e enumeração. 
Para o cientísta chega-se à certeza pela razão, princípio absoluto do conhecimento 
21 
 
humano. Discurso do Método é a sua principal obra. 
 
O protótipo do raciocínio dedutivo é o silogismo, que, a partir 
de duas proposições chamadas premissas, retira-se uma terceira chamada 
conclusão. 
 
Exemplo: Todo mamífero tem um coração. 
Ora, todos os cães são mamíferos. 
Logo, todos os cães têm um coração. 
 
Em sua obra, Discurso do Método, Descartes estabelece 
quatro regras fundamentais: 
 
a) Regra da evidência – não acolher como verdadeira coisa nenhuma que não se 
reconheça evidentemente como tal, não incluir juízos, não dar margem de 
dúvidas ao que é apresentado. 
 
b) Regra da análise – dividir cada uma das dificuldades em tantas partes 
necessárias para melhor resolvê-las. 
 
c) Regra de síntese – conduzir ordenadamente o pensamento,começando com os 
objetivos que não se disponham de forma material, em seqüência de 
complexidade crescente. 
 
d) Regra da enumeração – para se ter certeza de que nada foi omitido, realizar 
sempre enumerações e revisões gerais. 
 
Para melhor compreensão do método dedutivo: 
 
 Análise – é o processo de decomposição de um todo em suas partes 
constitutivas (em sua constituição). Caminha do mais complexo ao menos 
complexo. 
 
 Síntese – é a reconstrução do todo decomposto pela análise. Caminha do mais 
22 
 
simples ao mais complexo, ou seja, para o menos simples. 
 
Sem a análise, o conhecimento é incompleto. Após análise 
deve obrigatoriamente seguir-se à síntese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3. PROCESSOS DO MÉTODO CIENTÍFICO 
 
 
Na história da Metodologia do conhecer, muitas modificações 
foram feitas baseadas no surgimento de novas concepções filosóficas, físicas e 
sociais. Dessa forma, qualquer que seja o método científico, esse campo da 
investigação, deve cumprir, segundo BUNGE, as seguintes etapas: 
 
a) descobrimento do problema ou lacuna em um conjunto de 
conhecimentos; 
b) colocação precisa do problema ou, ainda, a recolocação de 
um velho problema à luz de novos conhecimentos; 
c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes do 
problema (dados empíricos, teorias, aparelhos de medição, 
técnica de medição, entre outros); 
d) tentativa de uma solução (exata ou aproximada do problema 
com o auxílio de instrumento conceitual ou empírico 
disponível); 
e) investigação da conseqüência da solução obtida; 
f) prova (comprovação da solução, isto é, confronto da solução 
com a totalidade das teorias e das informações empíricas 
pertinentes); 
g) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados 
empregados na obtenção da solução incorreta. 3 
 
3.1 OBSERVAÇÃO 
 
A observação científica pode ser classificada de assistemática 
e sistemática. Em ambas o observador deve ter competência para observar e obter 
dados com imparcialidade, procurando controlar suas próprias opiniões e 
interpretações. 
 
a) Observação assistemática – não estruturada, sem controle anteriormente 
elaborado e sem instrumental apropriado. 
 
b) Observação sistemática – planejada ou controlada, tem objetivos e propósitos 
predefinidos. 
 
 
3
 Bunge apud Aidil Jesus da Silveira Barros et al. Fundamentos de metodologia científica. 2000, p. 60 
24 
 
 Utiliza instrumento adequado. 
 Indica e delimita a área a ser observada. 
 Requer planejamento prévio para seu desenvolvimento. 
 Considera: 
- por que observar? 
- para que observar? 
- o que observar? 
- quem observar? 
 
3.2 MÉTODO INDUTIVO 
 
É o método proposto pelos empiristas, Bacon. Hobbes, Locke, 
Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando 
em conta os princípios preestabelecidos. 
 
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo 
de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou 
universal não contida nas partes examinadas. O objetivo dos argumentos é levar a 
conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se 
basearam. 
 
As premissas do método indutivo conduzem os argumentos a 
conclusões provavelmente verdadeiras. 
 
Exemplo: O vestido amarelo é bonito. 
O vestido azul é bonito. 
O vestido branco é bonito. 
O vestido n é bonito. 
(Todo) vestido é bonito. 
 
As fases e as regras do método indutivo são embasadas em 
leis observadas na natureza, sendo que: 
 
a) nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem 
25 
 
os mesmos efeitos; 
b) o que é verdade de muitas partes suficientemente 
enumeradas de um sujeito é verdade para todo esse sujeito 
universal. 4 
 
A indução pode ser: 
 
a) Formal ou completa – (de Aristóteles) – é o inverso da dedução. Não induz de 
alguns casos, mas de todos os casos de uma espécie ou gênero. Nesse tipo de 
indução, há uma simples substituição de uma coleção de termos particulares por 
um equivalente. Exemplo: 
 
Os corpos A, B, C, D se aquecem. 
Ora, os corpos A, B, C, D são todos metais. 
Logo, os metais se aquecem. 
 
Não especificamente todos os metais. 
 
b) Indução incompleta ou científica – é a alma das ciências experimentais - 
criada por Galileu e aperfeiçoada por Bacon. Fundamenta-se na causa ou na lei 
que rege o fato ou fenômeno, constatada em um número significativo de casos 
(um ou mais), mas não em todos. 
 
3.3 MÉTODO DEDUTIVO 
 
O método dedutivo é proposto pelos racionalistas, Descartes, 
Spinoza, Leibniz, que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento 
verdadeiro. 
 
A dedução consiste em um recurso metodológico em que a 
racionalização ou combinação de idéias, em sentido interpretativo, vale mais que a 
experimentação de caso por caso. Em termos mais simples, pode-se dizer: é o 
raciocínio que caminha do geral para o particular. 
 
 
4
 Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi.Op. Cit. p. 49. (a) 
26 
 
O argumento dedutivo fundamenta-se em premissas, como o 
indutivo, só que no dedutivo as premissas verdadeiras levam, inevitavelmente, à 
conclusão verdadeira, no indutivo, como já foi dito, a conclusões prováveis. 
 
Para a Metodologia, é importante entender que no modelo 
dedutivo a necessidade de explicação não reside nas premissas, mas na relação 
entre as premissas e a conclusão. O processo dedutivo é utilizado amplamente na 
Matemática. Os seus argumentos são, na maior parte dedutivos. Os teoremas são 
demonstrados a partir de axiomas e postulados (premissas). 
 
Exemplo:Toda ave bota ovo. 
Ora, todas as galinhas são aves. 
Logo, todas as galinhas botam ovo. 
 
3.3.1 Críticas ao Processo Dedutivo 
 
 O processo dedutivo é de alcance limitado, pois a conclusão não pode assumir 
conteúdos que excedam o das premissas. 
 
 A dedução não é condição suficiente de explicação, como também não é 
condição necessária, pois muitas são as explicações que não têm qualquer lei 
como premissa. 
 
A descrição dos fatos ou fenômenos pode ser feita 
externamente de um ponto de vista especial, sendo que essa descrição serve de 
explicação sem, necessariamente se processar qualquer dedução. Exemplo: 
 
Dedutivo – Todo mamífero tem um coração. 
Ora, todos os cães são mamíferos. 
Logo, todos os cães têm um coração. 
 
Indutivo – Todos os cães que foram observados tinham um 
coração. 
Logo, todos os cães têm um coração. 
27 
 
3.3.2 Características Básicas 
 
Segundo SALOMON,5as características básicas que 
distinguem os argumentos dedutivos dos indutivos, são: 
 
DEDUTIVOS 
 
 Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. 
 Toda a informação do conteúdo fatual (coisa ou ação feita) da conclusão já estava 
pelo menos implicitamente (inclusa) nas premissas. 
INDUTIVOS 
 
 Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, 
mas não necessariamente verdadeira. 
 A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente nas 
premissas. 
 
O dedutivo tem o propósito de enunciar formalmente, 
claramente, o conteúdo das premissas. 
 
O indutivo tem a finalidade de ampliar o alcance dos 
conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
Délcio Vieira Salomonapud Aidil Jesus da Silveira Barros et al. Op.Cit. p. 64. 
28 
 
4. A PESQUISA 
 
 
Pesquisa é o processo de desenvolvimento do método 
científico; seu objetivo é descobrir respostas mediante o uso de procedimentos 
científicos. De maneira bem simples, significa procurar respostas para indagações 
propostas. 
 
Pesquisar é um conjunto de ações propostas para encontrar a 
solução de um problema, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos. 
A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem informação para 
solucioná-lo. 
 
Portanto, pesquisar significa, de forma bem simples, procurar 
respostas para indagações propostas. 
 
Entende-se por pesquisa acadêmico-científica como “(...) 
trabalho empreendido metodologicamente quando surge um problema para o qual 
se procura a solução adequada de natureza científica.”6 
 
Há sempre o que se descobrir na realidade; isso equivale a 
aceitar a pesquisa como um processo interminável, intrinsecamente processual. É 
um fenômeno de aproximações sucessivas, jamais esgotadas, e não uma situação 
definitiva diante da qual já não haveria o que descobrir. 
 
4.1 REALIZAÇÃO DA PESQUISA 
 
Para a realização da pesquisa pressupõe três requisitos 
básicos: 
 
a) A existência de uma dúvida, de um problema, de uma pergunta que se deseja 
 
6
Délcio Vieira Salomon apud Manolita Correia Lima. Monografia: a engenharia da produção 
acadêmica. 2004, p. 8. 
29 
 
responder, solucionar fundamentalmente. 
 
b) Planejamento de um conjunto de etapas que permitem chegar às respostas, 
interpretação da dúvida formulada. 
 
c) A confiabilidade na resposta, na solução alcançada. 
 
4.2 PROCEDIMENTOS COMUNS À PESQUISA 
 
a) Formulação de questões ou proposição de problemas e levantamento de 
hipóteses de trabalho ou solução. 
 
b) Realização de leituras e observações. 
 
c) Registro e interpretação das observações e das leituras. 
 
d) Elaboração de explicações, conclusões, generalizações e previsões. 
 
4.3CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 
 
Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas 
clássicas de classificação são: 
 
4.3.1 Do Ponto de Vista de Sua Natureza 
 
a) Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da 
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. 
 
b) Pesquisa Aplicada: objetiva gerar os conhecimentos para aplicação prática, 
dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses 
locais. 
 
4.3.2 Do Ponto de Vista da Forma de Abordagem 
 
30 
 
a) Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que 
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e 
analisá-los. 
 
Requer o uso de recursos e técnicas estatísticas: percentagem, 
média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de 
regressão e outros. 
 
Os argumentos que são utilizados para justificar esta visão 
metodológica ressaltam: 
 
 A objetividade e o rigor reconhecidos neste tipo de método. 
 
 A existência e o uso de mecanismos de controle durante o processo 
investigatório. 
 
 A existência de rigorosas regras de procedimentos que possibilitam a previsão do 
conjunto de etapas que caracterizam a investigação. 
 
 A representatividade estatística da população investigada amplia a credibilidade 
das conclusões alcançadas. 
 
 As conclusões alcançadas permitem a generalização dos resultados. 
 
 Os resultados alcançados suportam a formulação de leis – explicações gerais – 
em função do fenômeno investigado e outros. 
 
b) Pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo 
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a 
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. 
 
As interpretações dos fenômenos, as atribuições dos 
significados são básicos nos processos de pesquisas qualitativas. Não requerem o 
31 
 
uso de métodos e técnicas estatísticas. 
 
O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o 
pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a 
analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos 
principais de abordagem. 
 
Os méritos da abordagem qualitativa são cinco, os principais: 
 
 No processo investigatóriona investigação dos fenômenos sociais, ohomem é 
reconhecido como singular universal. 
 
 Em detrimento da idéia de quantidade, é valorizada a idéia de intensidade. 
 
 A credibilidade das conclusões alcançadas é reflexo das multiperspectivas 
resultantes das diferentes fontes de consulta exploradas pelo método qualitativo. 
Pressupondo um olhar profundo e prolongado da realidade investigada. 
 
 A quantidade de tempo envolvida no processo de investigação, somada à 
intensidade dos contatos estabelecidos entre o pesquisador e os sujeitos da 
investigação, corresponde a fatores que reduzem, significativamente, a 
fabricação de comportamentos. 
 
 A quantidade de tempo envolvida no processo de investigação somada à 
multiplicidade de fontes de evidência figura como fatores que dificultam o 
pesquisador manter pré-conceitos frente ao objeto da investigação. 
 
Enquanto os métodos quantitativos supõem uma população de 
objetos comparáveis, os métodos qualitativos enfatizam 
particularidades de um fenômeno em termos de seu significado 
para o grupo [humano] pesquisado.7 
 
4.3.3 Do Ponto de Vista de Seus Objetivos 
 
 
7
 M. Goldenberg apud Manolita Correia Lima. Op. Cit.p. 29. 
32 
 
A classificação da pesquisa tem como base seus objetivos 
gerais, sendo possível classificá-la em três grandes grupos: 
 
 Exploratórias 
 Descritivas 
 Explicativas 
 
a) Pesquisas Exploratórias 
 
O objetivo principal das pesquisas exploratórias é proporcionar 
maior aproximação com o problema, tornando-o mais explícito ou a constituir 
hipóteses, de uma maneira a aprimorar idéias ou descobrir intuições. 
 
Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante 
flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de 
estudo de caso. 
 
Na maioria dos casos essas pesquisas envolvem: 
 
 Levantamento bibliográfico. 
 Entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema 
pesquisado. 
 Análise de exemplos que estimulem a compreensão do problema. 
 
b) Pesquisas Descritivas 
 
Observa, registra, descreve, analisa e correlaciona fatos ou 
fenômenos, sem interferência do pesquisador. 
 
Visa descrever as características de determinada população ou 
fenômeno ou, ainda, o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolvem o uso 
de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a 
observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento. 
33 
 
Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm 
por objetivo: 
 
 Estudar as características por idade, sexo, precedência, nível de escolaridade, 
estado de saúde física e mental, e outras. 
 
 Estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as 
condições de habitação, o índice de criminalidade que aí se registra, e outros. 
 
 Levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. 
 
 Aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, como 
por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência 
político-partidáriae nível de rendimentos ou de escolaridade. 
 
As pesquisas descritivas são, junto com as exploratórias, as 
que habitualmente realizam os pesquisadores sociais, quando preocupados com a 
atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições 
educacionais, empresas comerciais, partidos políticos, entre outros. 
 
A pesquisa descritiva pode assumir a forma de: 
 
 Estudo Exploratório - visa proporcionar maior familiaridade com o problema 
com vistas a torná-lo explicito ou construir hipóteses. 
 
 Estudo de Caso - caracteriza-se pelo estudo exaustivo de poucos objetos, 
sendo possível com a Pesquisa Exploratória. 
 
A dificuldade está na generalização dos dados obtidos, porém 
suas vantagens superam esta dificuldade. Sugerem-se, para esse delineamento, 
objetos extremos ou marginais. 
 
 Levantamento de Dados - pesquisas que se caracterizam pela interrogação 
34 
 
direta dos sujeitos. As conclusões obtidas podem ser projetadas para todo o 
universo. 
 
Diferem do censo porque não recolhe informações de todos os 
sujeitos, mas sim de uma amostra significativa. 
 
 Vantagens 
- Contato com a realidade pesquisada. 
- Economia e rapidez na coleta de dados. 
- Tratamento estatístico dos dados. 
 
 Limitações 
- Subjetividade incontrolável. 
- Pouca profundidade. 
- Validade restrita à época e ao lugar da coleta dos dados. 
 
c) Pesquisas Explicativas 
 
Visam identificar os fatores que determinam ou contribuem 
para a ocorrência dos fenômenos, aprofunda o conhecimento da realidade porque 
explica a razão e o porquê das coisas. 
 
As pesquisas explicativas são do tipo mais complexo e 
delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. 
 
Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado 
nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isso não significa, porém, que 
as Pesquisas Exploratórias e Descritivas tenham menos valor, porque quase sempre 
constituem etapa prévia indispensável para que se possam obter explicações 
científicas. 
 
Uma Pesquisa Explicativa pode ser a continuação de outra 
Descritiva, posto que a identificação dos fatores que determinam o fenômeno exige 
que este esteja suficientemente descrito e detalhado. 
35 
 
A explicação do método de Pesquisas Explicativas reveste-se 
de muitas dificuldades, razão pela qual recorre também a outros métodos, sobretudo 
ao observacional. 
 
Quando realizadas nas: 
 
 Ciências naturais - requerem o uso do método experimental. 
 
 Ciências sociais - requerem o uso do método observacional. 
 
As Pesquisas Explicativas assumem, em geral, as formas de 
Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-Post-Facto. 
 
4.3.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos 
 
a) Pesquisa Bibliográfica 
 
Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído 
principalmente de livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados na 
Internet. 
 
b) Pesquisa Documental 
 
Quando elaborada a partir de materiais que não receberam 
tratamento analítico. 
 
c) Pesquisa Experimental 
 
Quando se determina um objeto de estudo selecionam-se as 
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e 
de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. 
 
d) Levantamento 
 
36 
 
Quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas 
cujo comportamento se deseja conhecer. 
 
e) Estudo de Caso 
 
Quando envolve o estudo profundo de um ou poucos objetos 
de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. 
 
f) Pesquisa Ex-Post-Facto 
 
Quando o experimento se realiza depois dos fatos. 
 
g) Pesquisa Ação 
 
Quando a pesquisa é concebida e realizada em estreita 
associação com uma ação ou com o resultado de um problema coletivo. 
 
Os pesquisadores e participantes representativos da situação 
ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. 
 
h) Pesquisa Participante ou pesquisa de campo 
 
Quando se desenvolve a partir da interação entre 
pesquisadores e membros das situações investigadas. 
 
4.4 COLETA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS 
 
FONTE DE DADOS
UNIVERSO OU 
POPULAÇÃO DE 
ESTUDO
RETIRA-SE A 
AMOSTRA
ALEATÓRIA
ESTATÍSTICA E 
CONSIDERADA
CONSTITUÍDA DE 
ACORDO COM A 
OPORTUNIDADE 
37 
 
4.4.1 Técnicas de Coleta de Dados 
 
a) Informações bibliográficas 
 Livros. 
 Periódicos. 
 Bibliografias retrospectivas. 
 Internet. 
 
b) Pesquisa de campo – estudo direto junto às fontes informativas. 
 
c) Coleta de dados estatísticos 
 Fontes nacionais e internacionais (dados primários e secundários) 
 Pesquisa de campo (população ou amostragem) 
 
Diante do que se apresenta, considera-se que pesquisar 
cientificamente implica em utilizar métodos e linguagem próprios de uma área da 
ciência e da comunidade, a qual está sendo submetida, de modo geral, com uma 
estrutura lógica de argumentação, apresentando inicialmente o problema ou objetivo 
da investigação, o conjunto de hipóteses, as possíveis soluções do problema ou 
modos de se atingir o objetivo, uma descrição dos métodos e técnicas utilizados, 
uma análise dos resultados obtidos, uma conclusão que aponta qual hipótese foi 
verificada experimentalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
5. PESQUISA DE CAMPO 
 
 
A pesquisa de campo é a apreensão dos fatos-variáveis 
investigáveis no campo da ocorrência, considerando as especificidades do que se 
está investigando. 
 
 Onde 
 Como 
 Quando 
 
A pesquisa de campo utiliza recursos metodológicos 
qualitativos e quantitativos. 
 
5.1QUESTIONÁRIO 
 
Na pesquisa de campo de caráter quantitativo a técnica de 
coleta de dados está alicerçada na observação direta extensiva. 
 
O questionário é uma das técnicas utilizadas, no método 
quantitativo, sendo o resultado da formulação e da aplicação de uma série ordenada 
de questões. As questões devem ser respondidas por escrito, sem a presença do 
pesquisador, acompanhado por uma carta explicativa. 
 
 Explicar os objetivos da pesquisa em andamento. 
 
 Afirmar a relevância dos objetivos fixados. 
 
 Enfatizar a importância da colaboração do contato (pesquisado) nas respostas às 
questões. 
 
 Registrar o compromisso de remeter os resultados alcançados. 
 
39 
 
 Indicar os organismos ou instituições vinculadas à pesquisa, nome do autor ou 
autores da pesquisa, o vínculo com a organização ou instituição, motivo e 
finalidade da pesquisa, entre outros. 
 
 Assumir o compromisso de respeitar o sigilo quanto ao nome do respondente e 
da instituição a qual pertence, se solicitado. 
 
 Estipular a data-limite para devolução do material devidamente preenchido. 
 
Para se definir o número adequado de perguntas é necessário 
considerar o interesse do respondente pelo tema pesquisado. Alguns estudiosos 
sugerem como máximo o número de 30 perguntas. 
 
5.1.1 Exemplo de Correspondência para Acompanhar o Questionário 
 
Fortaleza, 13 de maio de 2013. 
 
Caro Colega 
 
Estou realizando uma pesquisa para fundamentação de minha 
monografia da Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior, da UNICE-Ensino 
Superior. O objetivo primordial é identificar os fatores que têm desencadeado um 
processo de crise nas universidades e reunir sugestões capazes de contribuir para 
superação desse fato. 
 
Considerando que o alvo desta pesquisa são as universidades 
brasileiras que oferecem programas de graduação e pós-graduaçãoem Educação, 
estou remetendo uma cópia do questionário. Enfatizo que os dados obtidos com a 
aplicação do instrumento anexo serão objetos de tratamento em conjunto, logo, será 
desnecessários a identidade do respondente e o nome de sua respectiva instituição. 
 
Tendo em vista as limitações do cronograma de trabalho, solicito 
que a devolução do questionário preenchido não ultrapasse o dia 30 de maio de 
2005. Para tanto, basta utilizar-se do envelope-resposta anexo. 
40 
 
Ressalto que sua percepção sobre a realidade das universidades em 
geral, e das brasileiras, em particular, é de fundamental importância para esta 
pesquisa. E, considerando o interesse que o tema-problema tem suscitado entre os 
colegas, comprometo em apresentar e discutir, nos diversos fóruns acadêmicos, os 
resultados parcial e final da pesquisa em andamento. 
 
Agradeço antecipadamente a colaboração de todos os 
respondentes, colocando à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam 
necessários. 
 
Atenciosamente 
 
Profª. Terezinha Tartuce 
Diretora do Núcleo de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da UNICE-Ensino 
Superior. 
 
5.1.2 Avaliando a Eficiência do Questionário 
 
a) Vantagens (prós) 
 
 Possibilidade de contar com dados atualizados sobre o tema / problemas 
investigado. 
 
 Dispor de um volume expressivo de dados em um período de tempo 
relativamente curto. 
 
 Possibilidade de alcançar um espaço geográfico enorme e um vasto número de 
pessoas, simultaneamente. 
 
 Não depender da existência de uma equipe de pessoas adequadamente 
treinada para aplicar o questionário. 
 
 Estimular a cooperação do respondente na medida em que respeita o anonimato 
41 
 
daqueles que respondem o instrumento. 
 
 Minimizar distorções das respostas registradas à medida que o pesquisador 
estará ausente e não exercerá influências diretas sobre o respondente. 
 
 Custo operacional é relativamente baixo, pois se restringe as despesas relativas 
às cópias do instrumento, ao envio e à respectiva devolução. 
 
b) Desvantagens (contras) 
 
 Baixo índice do retorno do material devidamente preenchido (retorno por volta 
de 25%). 
 
 Número significativo de respostas incompletas, ou respondidas de forma 
errada, ou ainda em branco. Particularmente, as questões abertas que exigem 
mais tempo do respondente, competência técnica e conceptual, raciocínio lógico 
e competência redacional. 
 
 Ausência do pesquisador no momento do preenchimento do questionário torna-
se impossível esclarecer eventuais dúvidas quanto à formulação de algumas 
questões, prejudicando o resultado esperado. 
 
 Nível de escolaridade compatível com o teor do questionário; quanto mais 
elevado o nível de formação do respondente mais expressiva será sua 
colocação. 
 
 Relativo comprometimento da fidelidade das respostas registradas pelo 
contato. 
 
5.1.3 Elaborando um Questionário 
 
Na elaboração do questionário é muito importante que o 
pesquisador tenha atenção, ao redigir as questões, focalizar as seguintes 
42 
 
considerações: 
 
 Abordagem sobre o tema-problema investigado. 
 Objetivos da pesquisa e perfil do respondente. 
 Formular questões imprescindíveis à pesquisa, respeitar um princípio lógico e 
evolutivo da abordagem – partir do geral para o específico. 
 
a) Perguntas Abertas ou Livres – respostas de forma livre 
 
Deve-se procurar formular este tipo de pergunta mais ao final 
do questionário. Quando o respondente estará mais envolvido com os aspectos 
tratados, com informações essenciais à análise da problemática investigada. 
 
Quadro 1. Exemplos de perguntas abertas 
 
a) Considerando a experiência que V. S.ª acumulou como responsável pela área de Recursos 
Humanos desta empresa, quais as perspectivas profissionais dos egressos de programas de 
graduação em Administração no contexto do atual sistema produtivo? 
 
b) Qual o impacto do controle da inflação sobre o setor financeiro brasileiro em curto prazo? 
 
c) Do seu ponto de vista, qual a política de investimento adotada pelo setor automobilístico brasileiro 
após a abertura de mercado? 
 
d) Em que termos são possíveis explicar a política externa adotada pelo atual governo brasileiro? 
 
A estrutura desse tipo de questão permite a obtenção de 
materiais qualitativos, a tabulação de seu conteúdo é complexa e bastante 
demorada, pois requer maior competência do pesquisador nas fases de 
interpretação das respostas, formulação de categorias quantificáveis, tratamento 
estatístico com base em tais categorias, seleção e análise dos dados resultantes. 
 
b) Perguntas Fechadas – oferecem 2 (duas) alternativas como resposta 
 
Não permitem o aprofundamento dos conteúdos explorados, 
43 
 
não permitem maiores explicações sobre o objeto da investigação, não abre espaço 
para justificações ou exemplificações, não tolera discordâncias apenas quantifica 
opiniões. 
 
Quadro 2. Exemplos de perguntas fechadas 
 
a) Você é a favor ou contra a adoção do imposto único? 
( ) A favor 
( ) Contra 
 
b) A Escola de origem do candidato a estagiário corresponde ao principal critério adotado pelo 
processo seletivo deste banco? 
( ) Sim 
( ) Não 
 
c) Em sua opinião, o atual presidente do Brasil conseguirá ou não manter sob controle a 
inflação brasileira? 
( ) Conseguirá 
( ) Não conseguirá 
 
c) Perguntas de Múltipla Escolha 
 
 Perguntas-mostruário - Requer expressivo domínio técnico-teórico dos 
aspectos explorados pelo tema-problema de pesquisa. O respondente poderá 
indicar uma ou mais alternativas de resposta. É de difícil tabulação e 
apresentação em gráficos. 
 
Quadro 3. Exemplos de perguntas mostruário 
 
a) Qual o fator determinante na elevação da taxa de desemprego no setor industrial cearense? 
( ) A implantação de um processo de um processo de reengenharia em grande parte das empresas 
deste segmento. 
( ) A adoção de uma política de terceirização 
( ) O expressivo investimento em tecnologia 
( ) A necessidade de reduzir custos para ampliar competitividade no setor 
( ) A imposição da crise energética 
44 
 
b) Quais os fatores que contribuem para a excelência da formação de um profissional de alto 
nível na área de management? 
( ) Consistência do projeto pedagógico do curso oferecido 
( ) Capacidade de selecionar e manter bons estudantes 
( ) Titulação, experiência docente e não docente dos professores do curso 
( ) Perfil das lideranças acadêmicas da instituição de educação superior 
( ) Qualidade e quantidade do acervo da biblioteca tradicional e virtual. 
 
d) Perguntas de estimação ou de avaliação – de fácil tabulação 
 
Quadro 4. Exemplos de perguntas de estimação ou avaliação 
 
a) Como o(a) Sr.(a) avalia os resultados do trabalho realizado pelos colaborares incorporados 
à empresa na condição de estagiários? 
( ) Ótimo 
( ) Bom 
( ) Regular 
( ) Insatisfatório 
 
b) Qual o seu nível de interesse por eventos que tenham como objetivos discutir questões 
relevantes sobre a gestão de pequenas e médias empresas do setor industrial brasileiro? 
( ) Alto 
( ) Médio 
( ) Baixo 
 
c) Em sua opinião, qual será o peso ideal dos conteúdos que privilegiam as dimensões 
práticas e teóricas em um programa de graduação em Administração? 
( ) 25% prática e 75% teórica 
( ) 50% prática e 50% teórica 
( ) 75% prática e 25% teórica 
 
e) Perguntas semi-abertas – minimiza os efeitos indesejados de perguntas 
abertas e fechadas. Evita induzir o respondente a respostas que não 
correspondemà realidade dos fatos. 
 
Quadro 5. Exemplos de perguntas semi-abertas 
 
45 
 
a) Qual a maior contribuição que a realização do TCC-Trabalho de Conclusão do Curso pode 
representar para a sua formação acadêmica? 
( ) Superar deficiências de cunho teórico, acumuladas ao longo do curso, em determinadas 
disciplinas. 
( ) Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes de pesquisador 
( ) Ampliar e aprofundar meus conhecimentos sobre a área em que tenho interesse de atuar 
profissionalmente 
( ) Dispor de visão de conjunto das diferentes áreas de conhecimento exploradas pelos programas 
de graduação em Administração 
( ) Outra alternativa. Qual? _________________________________________ 
 
b) Por que você assina o jornal Gazeta Mercantil? 
( ) Porque esse diário tem foco na área econômico-financeira 
( ) Porque esse diário está “antenado” com as exigências de uma economia globalizada ao veicular 
notícias locais, regionais, nacionais e internacionais 
( ) Porque esse diário, além de privilegiar a notícia, dispõe de excelentes comentaristas 
( ) Porque esse diário investe em jornalismo investigativo 
( ) Por outras razões. Quais? ________________________________________ 
 
f) Questões de Fato – remetem a dados objetivos sobre o respondente. Atenção 
para não desencadear constrangimentos. 
 
Quadro 6. Exemplos de questões de fato 
 
a) Nome completo: ______________________________________________ 
 
b) Idade: 
( ) De 20 a 29 anos 
( ) De 30 a 39 anos 
( ) De 40 a 49 anos 
( ) mais de 50 anos 
 
c) Gênero 
( ) Feminino 
( ) Masculino 
 
d) Estado civil 
( ) Solteiro 
( ) Casado 
46 
 
( ) Separado 
( ) Viúvo 
 
e) Nível de formação 
( ) Graduação 
( ) Especialização 
( ) Mestrado 
( ) Doutorado 
 
f) Instituição de educação superior em que concluiu o último nível de formação pós-
secundária: __________________________________________________________________ 
 
g) Tempo de experiência profissional enquanto gerente de produto 
( ) Menos de três anos 
( ) De três a cinco anos 
( ) De seis a sete anos 
( ) De oito a dez anos 
( ) Mais de dez anos 
 
g) Questões de Ação – identificação de atitudes, opções, decisões, ações. Evitar 
constrangimentos. 
 
Quadro 7. Exemplos de questões de ação 
 
a) Qual é área que escolheu para investir em uma especialização? 
( ) Finanças ( ) Sistema de Informação 
( ) Marketing ( ) Recursos Humanos 
( ) Estratégia 
 
b) Qual é o perfil dos profissionais que recrutou nos últimos doze meses? 
( ) Especialistas com visão sistêmica 
( ) Profissionais experientes e atualizados 
( ) Profissionais polivalentes 
( ) Profissionais com elevada capacidade de trabalhar em equipe 
 
c) Como avalia o modelo de gestão que prevalece nas empresas familiares do setor calçadista 
situado no Estado de São Paulo? 
( ) Em franco processo de profissionalização 
47 
 
( ) Comprometimento com o processo de modernização indispensável em um contexto de 
globalização de mercados 
( ) Tradicional e reativo 
 
h) Questões de Intenção – os dados não passam de aproximações, pertencem ao 
universo da simulação, abordam projeções e expectativas. 
 
Quadro 8. Exemplos de questões de intenção 
 
a) Em que termos poderia traduzir o projeto que irá concretizar ao concluir o programa de 
graduação em Administração 
( ) Investir em um próprio negócio 
( ) Crescer na empresa da própria família 
( ) Fazer carreira em uma grande empresa 
( ) iniciar um Programa de Pós-graduação 
( ) Outro Projeto? Qual ? __________________________________________ 
 
b) caso o Plano FHC consiga manter a inflação sob controle, quais os investimentos que 
pretende injetar na empresa considerando o longo prazo (dez anos)? 
( ) Investir em programas de capacitação dos colaboradores 
( ) Investir em novas tecnologias de produção 
( ) Ampliar a carteira de produtos existente na empresa 
( ) Conquistar 5% do mercado alvo da empresa 
 
i) Questões de Opinião – exigem na elaboração muita atenção e bom senso. 
Utilizadas em pesquisas de mercado. Objetivam: valores, impressões, 
experiência. 
 
Quadro 9. Exemplos de questões de opinião 
 
a) Ao adquirir produtos de higiene pessoal, produzidos e comercializados pela empresa X, 
qual o fator que mais influencia a sua decisão de compra? 
( ) A qualidade dos produtos 
( ) O preço dos produtos 
( ) A beleza, a praticidade e a segurança das embalagens dos produtos 
( ) Os projetos sociais patrocinados por esta empresa 
( ) As promoções oferecidas aos clientes 
48 
 
b) Na sua opinião quais dos atributos abaixo enumerados refletem melhor a imagem da 
montadora de veículos X? 
( ) Tradição 
( ) Modernidade 
( ) Confiabilidade 
( ) Segurança 
( ) Sofisticação 
 
c) Em sua opinião, o problema da educação superior brasileira se deve (indicar uma única 
alternativa): 
( ) Às debilidades presentes na formação resultante do ensino fundamental e médio 
( ) Às debilidades existentes na maioria dos Projetos Pedagógicos dos cursos oferecidos 
( ) Às deficiências identificadas no processo seletivo de estudantes e professores 
( ) Ao fato dos serem na maioria das vezes noturnos 
 
5.2FORMULÁRIO COMO TÉCNICA DE COLETA DE DADOS 
 
O formulário é uma técnica de coleta de dados que pertence à 
categoria de pesquisa direta extensiva, ou seja, está no campo da pesquisa 
quantitativa. Tanto quanto o questionário, o formulário pressupõe trabalhar com 
universo total de uma determinada população (censo) ou com critérios amostrais. 
Envolve-se em análises estatísticas e exige-se a tabulação de dados. 
 
Contrariamente ao questionário, o sistema de coleta de dados 
pela aplicação de formulário pressupõe a obtenção do material sem intermediários. 
Conseqüentemente, a comunicação entre o pesquisador e o respondente é 
estabelecida de forma direta (presencial). 
 
O formulário diferencia–se também do questionário, pois, 
durante sua aplicação, é o pesquisador quem verbaliza as questões propostas no 
instrumento e registra os conteúdos das respostas. O respondente perde o acesso 
direto ao instrumento de coleta de dados. Tem-se como exemplo os técnicos do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE que coletam os dados dos 
censos que são regularmente publicados no País. 
 
5.2.1 Vantagens 
49 
 
a) Não há restrições quanto à população que irá responder as questões, visto 
que o registro das pessoas é de responsabilidade exclusiva do pesquisador. 
Sendo assim, os formulários correspondem a instrumentos de coleta de dados 
que podem ser aplicados em populações com pouca ou nenhuma formação 
escolar. 
 
b) Permite ao pesquisador, no momento da aplicação do formulário, conhecer e, 
se for pertinente para a pesquisa desenvolvida, registrar impressões sobre as 
reações manifestadas pelo respondente. 
 
c) Reduz o número de questões respondidas incorretamente ou simplesmente 
não respondidas. A presença do pesquisador durante o registro das respostas 
favorece o esclarecimento de eventuais dúvidas sobre o enunciado de alguma 
questão que não tenha sido facilmente compreendida. 
 
d) A aplicação de formulários viabiliza a coleta de dados exatamente como foi 
prevista no planejamento da pesquisa. Considerando a forma direta de 
abordar o respondente para realizar o registro das respostas dadas, o 
pesquisador não depende do retorno do formulárioadequadamente preenchido. 
 
e) O pesquisador pode dispor de conteúdos uniformes de respostas já que o 
preenchimento do instrumento é de sua responsabilidade. 
 
f) Reduz expressivamente o tempo envolvido no processo de coleta de dados. 
 
5.2.2 Desvantagens 
 
a) Limitação de tempo do contato para elaborar as respostas, quando estas forem 
abertas. Por isso mesmo, estas são evitadas neste tipo de instrumento. 
 
b) Riscos de distorção na interpretação e no registro dos conteúdos das respostas 
proferidas pelo contato, fruto da pessoa ou de vieses por parte do pesquisador. 
 
c) Com diferentes intensidades, observa-se a ocorrência de alguma influência do 
50 
 
pesquisador sobre o respondente (indução) ou do respondente sobre o 
pesquisador. 
 
d) Pode implicar um procedimento mais oneroso, tendo em vista o elevado 
custo que representam os deslocamentos exigidos durante a coleta de dados e o 
treinamento da equipe de aplicadores do instrumento, quando a pesquisa 
envolve uma extensa população de respondentes. 
 
e) Pode engendrar elevada margem de distorções nas respostas oferecidas 
pelo contato à medida que a técnica não resguarda anonimato do mesmo. 
 
f) Como a aplicação do instrumento pressupõe o deslocamento do aplicador, pode 
exigir deslocamentos significativos e onerosos. 
 
5.3 ENTREVISTA 
 
A entrevista como técnica de coleta de dados assemelha-se 
muito pouco ao questionário. O princípio básico da entrevista é o contato face a face 
entre o entrevistador e o entrevistado. É o material típico da pesquisa qualitativa. 
Não é mensurada. 
 
 Pressupões mais tempo, se comparada ao questionário ou formulário, devido à 
intensidade do contato. 
 
 Envolve maior profundidade na comunicação estabelecida entre o pesquisador e 
o entrevistado. As respostas tendem a ser extensas e detalhadas. 
 
 Utiliza materiais primários para registro (mp3, vídeo ou papel) 
 
A entrevista pode ser definida como um encontro entre duas 
ou mais pessoas a fim de que uma ou mais delas obtenha dados, informações, 
opiniões, impressões, interpretações, posicionamento, depoimentos, avaliações a 
respeito de um determinado assunto, mediante uma conservação de natureza 
acadêmica ou profissional. 
51 
 
5.3.1 Tipos de Entrevista 
 
a) Entrevista Estruturada ou Padronizada 
 
 O entrevistador e o contato se orientarem por um roteiro previamente elaborado 
e conhecido. 
 
 O contato, freqüentemente, é um especialista sobre as questões exploradas 
nesse roteiro, fato que justifica seu envolvimento com o fenômeno investigativo e 
a relevância das contribuições que vier a agregar à pesquisa. 
 
 Padronizar para obter da totalidade dos contatos resposta derivadas da mesma 
pergunta, permitindo, assim, que todas elas sejam comparadas com o mesmo 
conjunto de perguntas e que as diferenças devem refletir de acordo com o ponto 
de vista de cada respondente e não diferenças nas perguntas. 
 
 Planejamento da Entrevista 
 
- Roteiro da entrevista adequado às questões formuladas à problemática 
investigada. 
 
- Identificar e selecionar, a população a ser entrevistada. 
 
- Contatar cada entrevistado, agendar dia, horário e local. Explicar o objetivo da 
pesquisa, a importância da contribuição do contato, o roteiro básico para que ele 
possa se preparar para responder as perguntas formuladas além do cartão de 
visita do pesquisador. 
 
 Todas as entrevistas devem ser transcritas do mp3 e apresentar um cabeçalho. 
 
EXEMPLO DE CABEÇALHO 
Nome:Professora Izaura Ribeiro Xavier 
Nome da instituição: UNICE – Ensino Superior 
52 
 
Cargo ocupado: Diretora Pedagógica 
Endereço para correspondência: Rua Dona Leopoldina, 912 – Fortaleza/CE 
CEP: 60110-000 
Número do telefone: (85) 3226-6446 
E-mail: izaura@unice.br 
Entrevista realizada em: 28/04/2013 
 
Terezinha Tartuce: faz a pergunta 
 
Izaura:responde 
 
Terezinha: 
 
Izaura: 
 
É recomendável que o pesquisador tenha guardado as 
gravações para que em situações de extrema necessidade, sejam acionadas como 
provas do que está sendo apresentado. 
 
b) Entrevista Não-Estruturada ou Despadronizada 
 
Visa explorar amplamente sem impor limites e direção à 
comunicação estabelecida entre o pesquisador e o contato. Pode ser: 
 
 Entrevista Focalizada 
 
- Propõe-se a explorar um tema bem definido e explicitamente delimitado. 
 
- Existe um roteiro oculto previamente construído. 
 
- O pesquisador vai formulando ao longo da entrevista as questões que julga 
relevantes e pertinentes. 
 
- Exige experiência do uso da técnica e expressivo conhecimento sobre o assunto. 
53 
 
 Entrevista Clínica 
 
- Aconselhamento: curta e trata de casos simples e corriqueiros. Tem como 
objetivo criar condições para que o paciente possa formular suas conclusões e 
planos de ação. 
 
- Voltada para a Psicoterapia: visa descobrir novas abordagens para o problema 
apresentado pelo paciente. 
 
 Entrevista Não-Dirigida 
 
- Pressupõe a existência de total liberdade para o contato transmitir suas 
convicções, expressar suas opiniões, seus sentimentos e impressões, sem 
qualquer tipo de interferência. 
 
- Importante: não induzir o contato a respostas esperadas. 
 
 Entrevista Painel 
 
- Definir para uma mesma população regularidade de tempo (mensal, bimensal, 
semestral, dentre outros). 
 
- Mesmo roteiro de questões, mesmo que formuladas de maneiras diferentes. 
 
- O objetivo é conhecer a evolução de certos grupos de pessoas de expressão 
(acadêmicos, cientistas políticos, empresários, e outros). 
 
5.3.2 Vantagens da Entrevista 
 
 Permite ao pesquisador investigar fatos ou fenômenos em curso ou até mesmo 
ex-post-facto. 
 
 Possibilidade de atingir todo e qualquer segmento da população alvo da 
54 
 
pesquisa. 
 
 Adequar o enunciado da questão no nível de compreensão do contato. 
 
 Conhecer as reações do contato, se pertinentes à pesquisa, registrá-las. 
 
 Reunir materiais de primeira mão, que ainda não foram objeto de descrição, 
análise e publicação. 
 
 Coleta de materiais rica e profunda. 
 
 Dificilmente o contato consegue manter um discurso cujo conteúdo não 
corresponda à realidade dos fatos. 
 
5.3.3 Desvantagens da Entrevista 
 
 Difícil assegurar a representatividade qualitativa de pessoas para entrevistar. 
 
 Difícil avaliar o número de entrevistas suficientes para a investigação. 
 
 Nem sempre a comunicação entre o pesquisador e o contato é fácil. 
 
 Influência mútua entre pesquisador e contato. 
 
 Receio do contato em se comprometer. 
 
 A realização de entrevistas exige muito tempo do entrevistador. 
 
5.4 OBSERVAÇÃO COMO TÉCNICA DE COLETA DE MATERIAIS 
 
A observação pode ser a sistemática e a de experimentação. 
Considerada, a observação, também, técnica do método qualitativo, não é 
mensurada, sendo que, implica um contato face a face entre o pesquisador e 
55 
 
observado, e o processo de coleta de materiais exige uma comunicação mais 
profunda e demorada entre os agentes envolvidos. 
 
Em pesquisas formais, o que diferencia a observação enquanto 
técnica de coleta de material da simples impressão é o fato de ser orientada por 
objetivos previamente fixados, planejada, sistematizada e registrada. 
 
Implica a formulação de um plano de pesquisa, mesmo que 
este sofra modificações justificadas ao longo do processo investigatório. 
 
Tende, a técnica de observação, a ser superior às dos 
materiais resultantes de outras técnicas de

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