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ESQUERDAS NA AMERICA LATINA
Introdução
Nesta aula, procuraremos analisar a ascensão de movimentos de esquerda na América Latina e sua relação com os governos democraticamente instituídos. Reconheceremos ainda a importância das revoluções ocorridas na América Latina, nos anos 1950, para a consolidação da Guerra Fria na região e veremos um pouco sobre a Revolução Boliviana, o Golpe na Guatemala e a Revolução Cubana.
Premissa
No início da Guerra Fria, os movimentos de esquerda começaram a ganhar um destaque maior no mundo, amparados em:
Um forte desenvolvimento da classe trabalhadora e na ascensão de movimentos reformistas em toda a região.
Na ascensão de partidos comunistas inspirados na União Soviética.
Quase todos os países da região desenvolveram seus movimentos comunistas, desfrutando de um grande prestígio e uma forte tolerância, principalmente como consequência de sua participação nos movimentos antifascistas e na admiração que o esforço de guerra da União Soviética havia despertado. O número de membros dos partidos aumentou consideravelmente.
De acordo com Angel
“Em outros países da América Latina, durante os anos que se seguiram à guerra houve um breve período de democracia. O final das ditaduras coincidiu com um clima internacional de apoio à instauração de governos democráticos. Os partidos comunistas beneficiaram-se dessa nova atmosfera liberal.” Angel (2009, p. 501)
Angel aborda como exemplos o caso do Partido Comunista do Brasil, que se organizou em muitas regiões do país e cresceu significativamente, participando do pleito eleitoral de 1945 e obtendo 90% dos votos, elegendo 14 deputados e 1 senador, que, posteriormente, foram cassados.
O comunismo em outros pontos da América do Sul
Na Argentina, o comunismo empreendeu uma franca retirada depois do final da Segunda Guerra, quando a ascensão de Perón mergulhou o partido em erros e confusões, principalmente ao ver no peronismo uma extensão do fascismo europeu.
Juan Domingo Perón nasceu no dia 8 de outubro de 1.895, em Buenos Aires, Argentina. Ao completar 16 anos ingressou no Colégio Militar, onde se formou subtenente da infantaria. Continuou seus estudos na Escola Superior de Guerra, lugar onde concluiu seus estudos, em 1.922.
Em 1.945, tornou-se vice-presidente da Argentina e Ministro da Guerra e, aos poucos, foi ganhando notoriedade e respeito, sobretudo pelo apoio que obteve dos trabalhadores não privilegiados (chamados de descamisados) e por sua popularidade e autoridade no exército.
No dia 9 de outubro de 1.945, Perón foi destituído do seu cargo por um levante civil e militar que o pôs na cadeia, provocando uma crise no governo. Eva Duarte e líderes sindicalistas reuniram os trabalhadores da grande Buenos Aires e exigiram sua libertação. Diante da enorme multidão, os militares não tiveram outra opção senão libertar Perón, no dia 17 de outubro do mesmo ano. Neste dia, Perón discursou para 300.000 pessoas e suas palavras foram retransmitidas pelo rádio para todo o país. Em seu discurso prometeu ao povo argentino a realização de eleições que estavam pendentes e construir uma nação forte e justa. Dias depois, casou-se com Evita (como era popularmente chamada Eva Duarte), que o ajudou a dirigir o país nos anos que se seguiram.
Depois de uma campanha violenta e repressiva, a chapa formada por Perón e Quijano ganhou as eleições de 1.946 com 56% dos votos. Perón exerceu seu mandato durante 6 anos. Durante esse período, estatizou a rede ferroviária, a produção de gás, o Banco Central, a telefonia e algumas companhias de eletricidade. Naquele período, a indústria cresceu, as importações foram reguladas, o emprego e os salários cresceram (graças a um importante aumento do consumo). Por outro lado, foram dados vários benefícios aos trabalhadores, tais como: aposentadoria, férias remuneradas, seguro médico e cobertura para os acidentes de trabalho. Foi estabelecido o voto feminino e a reeleição presidencial. Perón adotou uma forte política anti-britânica e anti-estadunidense.
Perón foi reeleito em 1.951, momento em que modificou algumas de suas políticas. Em 1.952, Evita morre e Perón foi afastado do seu cargo por um golpe militar. Perón se estabelece em Madri, onde, em 1.961, se casou novamente com Maria Estela Martinez. Durante seu 18 anos de exílio, Perón manteve sua influência política na Argentina.
O regime militar do General Alejandro Lanusse (que tomou o poder em março de 1.971) proclamou sua intenção de restaurar a democracia (no final de 1.973) e permitir o restabelecimento dos partidos políticos, incluindo o partido peronista. Depois de um convite do governo militar,
Perón regressa à Argentina, em 1.973, e, no mês de outubro, foi eleito presidente novamente, com sua esposa, Isabel Perón, como vice-presidente.
Sua terceira gestão foi curta, Perón faleceu no dia 1º de julho de 1.974. Isabel Perón assumiu a presidência, mas foi destituída pelos militares em 1.976.
Fascismo é a denominação que se dá ao regime político que surgiu na Europa entre 1919 e 1945, portanto, no intercurso das duas grandes guerras mundiais (I Guerra Mundial e II Guerra Mundial). É considerado um regime de direita e suas características básicas são: o totalitarismo, o nacionalismo, o idealismo e o militarismo.
No caso do Chile, que na época do início da Guerra Fria possuía o partido comunista mais poderoso do continente, o partido também foi proscrito através da Lei de Defesa da Democracia(Esse foi o preço cobrado pelos norte-americanos para prestarem ajuda econômica ao governo de González Videla após a Segunda Guerra Mundial, incluindo ainda a demissão de todos os ministros comunistas.), aprovada em 1948.
Destino dos países esquerdistas
Governos com tendência esquerdista ou mesmo reformista foram derrubados e a América Latina viveu um período altamente turbulento em sua história recente: 
A instauração de ditaduras militares, em praticamente toda a região, calando fortemente à esquerda e consolidou a Guerra Fria no continente.
Alguns exemplos são significativos de como a esquerda estava se posicionado e a forma como foi tratada no cenário que se anunciou a partir do início da Guerra Fria no continente:
A Revolução Bolivariana, em 1952
A Revolução Guatemalteca, em 1954
A Revolução Cubana, em 1959
Os três movimentos, ocorridos nos anos 1950, mostram exatamente como a esquerda estava se posicionando e o temor que seu crescimento causou para toda a região. Vamos analisar brevemente cada uma delas a partir da próxima tela.
Revolução Bolivariana, 1952
A Bolívia constantemente passou por momentos de crise e de insatisfação por parte de seu povo, principalmente devido à opressão e ao intenso quadro de miséria e exploração ao quais os bolivianos eram submetidos.
O envolvimento do país na Guerra do Chaco, ocorrida entre Bolívia e Paraguai, estendeu-se até 1935.
RESUMO DA GUERRA DO CHARCO - A Bolívia e o Paraguai se envolveram no conflito por motivos econômicos e estratégicos, devido à descoberta de petróleo na região dos Andes e à necessidade da Bolívia em ter uma região de acesso ao Oceano Atlântico, o que facilitaria muito o seu comércio. 
O conflito deixou um rastro de mortos ultrapassando 90.000 pessoas e terminou com a derrota da Bolívia, o que agravou ainda mais sua situação interna.
Guerra do Chaco
Região do Chaco
A Guerra do Chaco foi um conflito entre Paraguai e Bolívia, pela disputa da região do Chaco Boreal, entre 1932 e 1935. Essa região em questão, apresentava uma grande vantagem devido à descoberta de petróleo nas proximidades dos Andes, além de permitir uma outra importantíssima vantagem estratégica, no Chaco Boreal se localizava o rio Paraguai, a principal forma de acesso ao oceano Atlântico. 
Anteriormente, a região do Chaco já pertencia à Bolívia, no antigo Vice-Reinado do Rio da Prata. Após perder também sua saída ao mar para o Chile, na Guerra do Pacífico, em 1879, não queria perder o petróleo na região dos Andes nem o controle do rio Paraguai. 
As disputasresultaram em um conflito que provocou a morte de 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios, tendo como resultado a derrota dos bolivianos, que mesmo possuindo um exército bem maior em número, perdeu seu território.
Revolução Bolivariana, 1952
Assim, em 1951, ocorreram eleições para presidente e o MNR( MOVIMENTO NACIONAL REVOLUCIONÁRIO), lançou a candidatura de Victor Paz Estenssoro. Sobre a eleição, Luiz Bernardo Pericás afirma que:
“Em 1951, ocorreram as eleições que preparariam o caminho para a revolução. O MNR tinha como aliados os sindicatos mineiros, mas os trabalhadores, em sua maioria, eram analfabetos e, portanto, sem direito a voto. Apesar disto, o partido recebeu o apoio de Juan Lechin, importante líder sindical, e celebrou a união da oposição em torno da candidatura de Paz Estenssoro. Estes dois elementos supracitados foram fundamentais para o candidato emenerrista e o levaram à vitória nas urnas aquele ano. Não conseguindo os 50% mais 1, necessários para empossar o presidente, em eleição direta, porém, Paz Estenssoro e seus correligionários esperaram a decisão do Congresso. Pressionado pelas Forças Armadas, o então presidente Urriolagoitia fugiu do país, e uma junta militar, encabeçada pelo General Balliván, tomou o poder. Não se passou muito tempo, contudo, e os militares se viram forçados a deixar o governo em razão das pressões populares em torno do Movimento Nacionalista Revolucionário. A 9 de abril de 1952, o MNR finalmente se estabeleceu como governo na Bolívia.”
Golpe militar na Guatemala
Em 1954, a Guatemala foi alvo de uma operação militar organizada pela CIA para derrubar o então presidente eleito Jacobo Arbenz.( Arbenz foi eleito presidente da Guatemala em 1950. Cabe destacar que os norte-americanos estavam temerosos com a crescente influência da esquerda nos governos reformistas da região, fazendo com que muitos deles fossem acusados de ser comunistas.)
Podemos afirmar que a revolução na Guatemala tinha contornos nacionalistas, pois pretendia reivindicar as riquezas que pertenciam ao país e estavam em poder de estrangeiros, principalmente norte-americanos, com o objetivo de tirar o país da condição de “República das Bananas”.
Ao assumir o governo, uma das primeiras atitudes de Arbenz foi efetuar a reforma agrária, que para ele era necessária a fim de tirar o país da posição de dependência que então vivia, mas, para isso tinha que enfrentar a poderosa oligarquia latifundiária que dominava o país. 
 A reforma agrária afetava as terras não cultivadas das grandes fazendas, o que gerou confisco de terrenos das oligarquias locais.
O conflito se iniciou quando o presidente intentou nacionalizar uma companhia norte-americana que existia no país, a UFCO, corporação que controlava a maior parte da agricultura no país. 
 Arbenz buscou oferecer compensação pela empresa, o que foi recusado pela companhia e fez com que ele fosse acusado de ser comunista e poderia abrir um precedente para a instauração de um regime desse tipo na região.
O governo norte-americano ficou insatisfeito com as ações de Arbenz e preparou uma reação ao governo reformista, isolando a Guatemala em toda a região da América e estimulando os governos regionais a adotarem postura agressiva contra o país.
Honduras e Nicarágua preparam uma intervenção armada contra o governo de Arbenz. 
Postura de Arbenz
O presidente não contou com o apoio do Exército para a defesa da Guatemala e seu isolacionismo frente aos outros países do continente acabou abrindo espaço para o sucesso do golpe perpetrado pelos norte-americanos.
 Assim, a Guatemala foi invadida e o presidente, forçado a renunciar.
Após sua renúncia, Arbenz foi substituído por uma ditadura militar liderada pelo chefe das Forças Armadas sendo considerada a primeira intervenção direta da CIA na América Latina. Há que destacarmos o apoio de Honduras e Nicarágua para a invasão perpetrada pelos Estados Unidos e que levou à queda do governo de Arbenz. 
 A democracia, recém-instaurada no país, retroagiu-se, interrompendo a modernização econômica que o país vivia. Também a reforma agrária foi atingida. Os Estados Unidos conseguiram fazer valer seus interesses na região.
Análise de Rampinelli
“Depois desta constante e sistemática campanha contra a Guatemala, na América Latina e nos Estados Unidos, acrescida das divisões internas nas instituições provocadas pela Agência Central de Inteligência, tudo estava preparado para a queda de Arbenz. Começa, então, comandada pela Agência Central de Inteligência, a invasão armada a um país cujo governo apenas desejava um capitalismo mais moderno para seu povo e soberania e independência para o Estado. A Guatemala ficou absolutamente só na América Latina, nesta luta de um grande país pequeno contra a o maior Estado imperial do mundo.” (Rampinelli, 2007, p. 114)
Revolução Cubana, 1959
Cuba é uma pequena ilha no Caribe que foi colônia da Espanha e obteve sua independência em 1898, contando com o apoio norte-americano, que operava dentro da lógica “América para os americanos”( Os Estados Unidos apoiaram vários processos de independência na América Latina e, em Cuba, assim como outros países da região, a independência ocorreu apenas politicamente, pois economicamente, o país recém-criado ficou em uma situação de pobreza e dependência externa.), doutrina idealizada por Theodore Roosevelt e que desejava afastar toda a influência europeia da região.
Fatores que desencadearam a Revolução
Em 1902, foi implantada a República na ilha e os norte-americanos adquiriram, através da implantação da Emenda Platt, o direito de intervir na ilha caso seus interesses estivessem ameaçados.
Cabe ressaltar que essa emenda constava da Constituição cubana. A economia de Cuba era baseada principalmente na exportação de açúcar e disso saía grande parte dos recursos do país.
De 1934 a 1959, a presidência da República foi ocupada por Fulgencio Batista, um militar que havia liderado a Revolta dos Sargentos, resultando na instauração de um governo provisório liderado por Ramon Grau de San Martin.
Batista, o verdadeiro homem forte do país, atuou nos bastidores e delegou poderes a civis de sua confiança até que, em 1940, passou a ocupar a presidência do país, através de eleições consideradas fraudulentas. Clique aqui para saber mais.
Fulgencio Batista
 Batista, o verdadeiro homem forte do país, atuou nos bastidores e delegou poderes a civis de sua confiança até que, em 1940, passou a ocupar a presidência do país, através de eleições consideradas fraudulentas. 
 É importante frisarmos que Batista acumulou imensa fortuna pessoal e se tornou um dos homens mais ricos do país. 
 Fulgencio Batista governava Cuba com total apoio dos norte-americanos e, em 1952, deu um golpe contra o então presidente Carlos Prio Socarras. 
 Em 1952, haveria eleições para a presidência e Batista estava disputando-as, contudo, pesquisas o colocavam em terceiro lugar nas intenções de voto. 
 Assim, a apenas 4 meses da eleição, Batista dá um golpe e assume a presidência do país. O desemprego e a queda na qualidade de vida da classe média fazem com que a insatisfação com Batista comece a crescer. Luis Fernando Ayerbe afirma que: 
 “A frustração das expectativas dos setores que apostavam na vitória eleitoral de junho de 1952 deu lugar rapidamente à organização de movimentos de resistência, que passam a colocar a luta armada como principal método de ação política. Da mesma forma que, no período de Machado, os atores de vanguarda virão da universidade, que faz as primeiras manifestações contra o golpe e se torna a fonte principal da formação de organizações clandestinas, abarcando um amplo espectro de posições, desde os adeptos do presidente deposto, Prío Socorrás, até os militantes do Partido Ortodoxo, em que começa a destacar-se a figura do jovem advogado Fidel Castro.” (2004, p. 28-29).
A insatisfação com o governo de Batista crescia a passos largos e a situação interna de Cuba demonstrava alto grau de disparidade entre diferentes setoresda população.
A maioria do povo vivia no campo e não contava com água encanada e nem luz elétrica e faltava trabalho para muitos. A ilha era considerada um local de divertimento de norte-americanos, famosa por seus cassinos e bordéis.
Em 1953, começou a organizar-se dentro da ilha uma forte oposição ao governo de Batista e, nesse momento, destaca-se a figura de um jovem advogado, Fidel Castro, que, junto com alguns de seus companheiros, organizaram uma ação para tomar o quartel de Moncada, o mais importante do país, e ocupar os principais pontos estratégicos da cidade e do Estado.  
Em 23 de julho de 1953, iniciaram o assalto ao quartel, que resultou em fracasso, pois houve uma grande falta de coordenação entre os grupos que fizeram parte da operação.
Alguns de seus companheiros foram presos (assim como Fidel), enquanto outros faleceram na luta. O guerrilheiro foi preso e julgado, tendo sido o autor de sua defesa, condensada em um documento intitulado A história me absolverá, onde descreve tudo o que ocorreu no ataque e expõe a situação do povo cubano.
Início das lutas
Em 1955, o grupo que foi condenado conseguiu anistia, se reorganizou e tramou uma nova investida para derrubar o governo de Fulgencio Batista.
Iniciou-se então, um período de lutas de guerrilha e, ao término do processo, em 1959, Fidel e seus companheiros obtiveram vitórias. Fulgencio Batista fugiu. Sobre essa questão, Emir Sader relata afirmando que: 
“Quando a queda de Havana já era questão de horas, Batista reuniu todos os seus ministros, secretários, oficiais das Forças Armadas e auxiliares diretos para uma festa de Ano Novo, no quartel Columbia, onde residia. Sem que praticamente ninguém soubesse, na hora do brinde, Fulgencio Batista anunciou que, “para evitar maior derramamento de sangue”, ele decidia abandonar o país, para o que tinha preparado alguns aviões e a lista de pessoas que poderiam embarcar com ele. E partiu para a República Dominicana, dado que os Estados Unidos se recusaram a conceder-lhe asilo. O tratamento que receberá de seu grande amigo Trujillo tampouco será lisonjeiro, pela aura de covardia que reinará sobre a sua imagem.” (1985, p. 40).
Inicialmente, o novo governo, sob a liderança de Castro, foi reconhecido pelos principais países do continente. 
 Os bens vinculados a Batista e as famílias atreladas aos seus negócios foram confiscados e redistribuídos. Iniciou-se a reforma agrária, a redução no preço dos aluguéis, nos livros escolares, nas tarifas de eletricidade. Um forte e amplo programa reformista foi administrado para melhorar a situação da ilha.
Fidel e os americanos
Nos anos de governo do Presidente Kennedy e diante do quadro gerado pela Guerra Fria, as preocupações com a América Latina e seus movimentos cresceram significativamente e, de início ele se tornou motivo de inquietações por parte dos norte-americanos.
De acordo com Luis Fernando Ayerbet
“As preocupações com a região adquirem prioridade com a constatação dos erros das políticas anteriores, que enfatizavam o alinhamento político em razão da Guerra Fria, apoiando sem nenhuma seletividade todo regime aliado e combatendo aqueles que ensaiavam voos próprios, sem medir meios e consequências de médio e longo prazo causados pela imposição de opções antipopulares. A Revolução Cubana aparece nesse momento como um indício do que pode acontecer com outros países, caso a política externa dos Estados Unidos continue apostando exclusivamente no intervencionismo”.
É importante pensarmos que a Revolução Cubana, apesar de ter um significado muito importante para a História Contemporânea, ocorreu na América Latina e adquiriu grande significado para a condução da política norte-americana na região, tendo também uma enorme importância no contexto da Guerra Fria.
Introdução 
A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.
Cuba antes da revolução: causas da revolução
Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.
A organização da revolução
Fidel Castro era o grande opositor do governo de Fulgêncio Batista. De princípios socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros enquanto estava exilado no México.
Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as idéias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.
O apoio popular
Com as mensagens revolucionárias, os guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia muitos camponeses e operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos, desemprego, falta de terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas baixas e o governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.
A tomada do poder e a implantação do socialismo
No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos integrantes do governo fugiram da ilha.
O governo de Fidel Castro tomou várias medidas em Cuba, como, por exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistemas de educação e saúde. O Partido Comunista dominou a vida política na ilha, não dando espaço para qualquer partido de oposição.
Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética dentro do contexto da Guerra Fria.
Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008.
A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.
A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.
A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como,por exemplo, na Coreia e no Vietnã.
 A diplomacia do dólar consistiu, pois, na concessão de uma série de empréstimos aos países latino-americanos, objetivando a dependência econômica, e consequentemente a manipulação de acordo com seus interesses. No decorrer de todo o século XX, tal prática foi ampliada pelo governo estadunidense, que, dessa forma, consolidou o imperialismo econômico sobre grande parte do continente americano. Muitos paises latino americanos ficaram endividados por muitos anos e deveram muito aos E.U.A.
A Emenda Platt  foi um dispositivo Constitucional assinado pelo Senado norte-americano em 1901, para garantir que os Estados Unidos pudessem intervir política e militarmente na ilha de Cuba e assim garantir que a Ilha estivesse sobre seu controle total, com a desculpa de garantir que a mesma não sofresse ameaça de invasões europeias.

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