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Exame Clínico do Aparelho Respiratório em Equinos

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MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
EXAME CLÍNICO DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
 
Exame geral: 
- Resenha: idade, raça,... 
- Anamnese: tempo, outros animais, tratamento,... 
- Avaliar: 
 Consciência: grau de gravidade. 
 Nutricional: depende do estágio, gravidade e indica prognóstico, observar o manejo alimentar. 
 Hidratação: TRC, elasticidade cutânea, pulso, mucosas (pálidas ou subictéricas e umidade), 
hematócrito. 
 Temperatura corporal: 37,5-38,5°C. 
 Avaliação cardíaca: ausculta, contar 1 min. FC de 35-40 bpm. 
 
Exame Específico do Ap. Respiratório: 
1. Sob o Aspecto Mecânico 
 Tipo: abdominocostal. 
 Ciclo (relação Inspiração/expiração) - expiração é um pouco mais demorada. 
 Amplitude: leve, expansão da cavidade torácica. FR: 8 até 16, mas a média é 12. 
 Frequência: Eupneia, hiperpneia, taquipneia, apneia, dispneia. 
 
2. Sob o Aspecto Anatômico (Inspeção e palpação) 
Inspecionar as Narinas: 
 Quanto a forma e movimento 
 Ducto nasolacrimal 
 Quantidade de ar exalado 
 Presença de secreção: serosa, mucosa, purulenta, sanguinolenta, com presença de alimento. 
 Alterações de sons 
 
Percussão dos seios paranasais: 
 Abrir a boca para melhorar a som. Seios frontal e maxilar são principais. 
 
Palpação da região retrofaríngea: 
 Linfonodos e bolsas guturais. 
 
Avaliação da Laringe: 
 Palpação cuidadosa com ambas as mãos, se há assimetrias é possível perceber. 
 Slap test: batida na região escapular com vibração da laringe. 
 
Traqueia: 
 Reflexo da tosse (animal não deve tossir ou tossir uma única vez, mas sem secreção). 
 Palpação dos anéis (verificar cirurgias). 
 Auscultação (cranial, medial e caudal). 
 
Tórax: 
 Palpação (sensibilidades). 
 Respiração forçada: a melhor técnica é o exercício. Pode usar saco (saturação de CO2) é mais 
prático e permite controlar melhor a respiração, também é possível obstruir as narinas. 
 Ausculta na área pulmonar: escápula – 17º EIC na tuberosidade coxal até o 11.º EIC na 
articulação escápulo-umeral. Sons + altos na região ventral. 
 
Exames complementares: 
 Endoscopia, RX, US, toracocentese, lavado (traqueal, transtraqueal e broncoalveolar), análise 
de gases e ventigrafia. 
 
 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
APARELHO RESPIRATÓRIO 
 
1. DOENÇAS DAS NARINAS E SEIOS PARANASAIS 
 
ALTERAÇÕES CONGÊNITAS 
 
Desvio de septo 
 Defeito congênito bastante raro. 
Cisto na falsa narina 
 Nomeado erroneamente como ateroma (obs: ateroma acúmulo de gordura na íntima das 
artérias). 
 Ocorre cisto de inclusão germinativa de glândulas secretoras na região da falsa narina. 
Fenda palatina 
 Não união dos folhetos palatais. 
 Se houver agenesia ou atresia não é possível correção cirúrgica. 
 Causa pneumonia por aspiração, falsa via, leite flui pela narina de potros. 
 Correção cirúrgica em casos leves. Reaviva bordos e sutura. 
Atresia das coanas 
 Sem comunicação com a narina. 
 
ALTERAÇÕES ADQUIRIDAS 
 
Paralisia nasal 
 Pode ser causada por pancadas ou vírus, paralisia nervo facial. 
Anormalidades das pregas alares. 
Tumores 
 Carcinomas epidermoide 
 Hemangiossarcomas 
 Hematomas de etmoide* 
 Prognóstico é desfavorável. 
Amiloidose. 
Osteodistrofia fibrosa 
 Alteração na relação cálcio e fósforo. 
 Alimentação a base de milho. 
 Dieta pobre em Ca
2+
. 
 Leva hiperparatireiodismo secundário. 
Edema de face 
 Flebite das jugulares. 
 Picadas de abelhas. 
 Pode ter edema de laringe, faringe e morrer. 
Exostose nasofrontal 
 Instabilidade entre as sínfises ósseas. 
 Elevação firme. 
Rinites. 
Traumas. 
Rinites micóticas: 
 Aspergillus fumigatus 
 Conidiobolus coronata: secreção sanguinolenta 
 Rhinosporidium: forma granulomas (parece TVT), sangra com facilidade, corrimento 
sanguinolento discreto unilateral. Lesões ulceradas. Regiões alagadiças. Diagnóstico é feito com 
biópsia. Trata com Anfotericina B. 
 Pytium insidiosus: exsudação intensa, áreas necróticas. 
Tratamento: retirada cirúrgica e cauterização no local. 
 
 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
2. SEIOS PARANASAIS 
 
CISTOS 
 Congênitos ou adquiridos. Maioria são unilaterais. 
 Tratamento é a drenagem (trepanação) e a cauterização. 
 
SINUSITES BACTERIANAS 
 Corrimento nasal. Geralmente Streptococcus equi equi (aeróbias). 
 Geralmente purulento e unilateral, não intermitente, aumenta quando baixa a cabeça. 
 Tratamento: trepanação. Pode estar associado a problemas de raiz dental. 
 Suspeita de sinusite: inspecionar meato médio com endoscópio. 
 
EPISTAXE 
Cavidade nasal: Trauma, infecção, pólipos, iatrogênicas. 
Causas pulmonares: HPIE, abscessos, pneumonias, neoplasias. 
Caracterizar o sangramento 
- Hemorragia franca e intensa: Trauma, micose de bolsa gutural. 
- Fluido serossanguinolento: Inflamações crônicas, hematoma de etmoide, rinite, sinusite, pneumonia. 
- Sangramento crônico e de pouco volume: Fratura da base do crânio. 
Medidas gerais para resolver a epistaxe 
 Nos casos iatrogênicos por colocação de sonda não se faz nada. 
 Solução a 10% de gluconato de cálcio (ativa cascata de coagulação), ipsilon (evita quebra da 
fibrina – permanência do coágulo) e cirurgia. 
 
HEMATOMA DE ETMÓIDE: 
 Comum, progressiva, acomete animais mais velhos, pois tem crescimento lento. 
 Características angiomatoides porque algumas vezes é classificado como hemangioma. 
Sinais clínicos 
 Corrimento nasal serossanguinolento, no início é unilateral, mas depois se torna bilateral. 
 Dispneia, dificuldade de deglutição e sinais neurológicos (pode comprimir o cérebro). 
Diagnóstico 
 Endoscopia, biópsia e suspeita clínica. 
Tratamento 
 Depende do tamanho. Nos menores se aplica formalina e nos maiores se recomenda retirada 
cirúrgica. Exames preventivos por endoscopia são recomendados. 
 
HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO/ HPIE 
- Comum em cavalos PSI já a partir dos 2 anos de idade e não há distinção entre os sexos. 
- Possui alta incidência (80-95%). 
- É uma das principais causas de queda de performance em cavalos de corrida. 
Sinais: 
 Diminuição da velocidade no fim da corrida. 
 Deglutição após a corrida. 
 Tosse e sons pulmonares anormais na área dorsal. 
 Olhar de angústia. 
 Epistaxe* (0,5 a 13 %). 
 
Classificação é feita em graus através da endoscopia logo após o exercício: 
Grau I: presença de pequenas estrias e/ou coágulos situados no terço distal da traqueia. 
Grau II: filetes de sangue distribuídos aleatoriamente (não uniforme) por toda extensão da traqueia, 
coágulos maiores. 
Grau III: sangue distribuído uniformemente por toda extensão da traqueia. 
Grau IV: quantidade abundante de sangue por toda a traqueia, laringe, faringe, fossas nasais. 
Grau V: exacerbação do grau anterior e epistaxe. 
 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
Causas 
 Hipertensão em capilares pulmonares – associada ou não a fragilidade capilar. 
 Flutuação da pressão alveolar (relação da pressão capilar positiva e alveolar negativa - 
rompimento da parede alveolar). 
 Alteração de viscosidade do sangue e coagulação. 
 Hipertensão relacionada ao esforço cardíaco. 
 Ondas de choque do pulmão contra a parede torácica durante o exercício. 
 Relação com a velocidade: à medida que ↑ exercício, a pressão capilar pulmonar ↑ muito. 
Diagnóstico 
 RX não é bom, pois a alteração será muito discreta. 
 Endoscopia 30 a 90 min depois do exercício, pois o sangue desaparece de 4 a 6 horas depois. Citologia tem sido o método mais usado através da lavagem brônquio-alveolar. A presença de 
hemossiderofagócitos é bastante indicativa. 
Achados patológicos 
 Macroscopicamente coloração azul na porção dorsal e diafragmática do pulmão e microscópica 
é hemorragia, células inflamatórias, fibrose e hemossiderose. 
Tratamento 
 Tentar diminuir a pressão sanguínea durante o exercício. 
 Dilatadores nasais – BOA AÇÃO. 
 Broncodilatadores (clembuterol). 
 Diuréticos (furosemida – interfere com a liberação de prostaglandinas, diminuindo a pressão 
capilar intrapulmonar, favorece excreção de íons – diminuindo volemia) – BOA AÇÃO. 
 Agentes hipotensores (oxido nítrico). 
 Tornar o sangue mais fluido com AASS. 
 Repouso de 6 meses a 1 ano. 
 
GARROTILHO 
- São abscessos nos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares causados por Streptococcus equi equi. 
- Afeta mais animais jovens e é uma doença específica de equinos. 
- O contágio é feito através do contato, fômites e aerossol. 
Sinais 
 Hipertermia (40-41° C), inapetência, tosse. 
 Início corrimento nasal seroso, logo se torna purulento. 
 Aumento de volume dos linfonodos e abscedação em 7 a 10 dias. 
 Disfagia e dispneia nos casos mais graves. 
A doença dura 23 dias, mas o animal ainda pode eliminar o agente durante 6 semanas. 
 
Tratamento: 
 Isolar doentes. 
 Fácil diagnóstico: diferenciar de influenza. 
 Penicilinas: tratamento deve ser feito adequadamente para evitar o garrotilho bastardo. Se o 
animal já estiver com aumento de linfonodos não se recomenda usar ATB, pela baixa 
penetração tecidual e porque retarda abscedação. 
 Drenagem do abscesso 
A prevenção é feita através da vacinação. 
 
Complicações do garrotilho: 
- Empiema de bolsa gutural: é a mais comum. Ocorre após abscedação dos linfonodos. 
- Garrotilho bastardo: abscessos sistêmicos. 
- Púrpura hemorrágica: 
 Vasculite imunomediada. 
 Vasos de pele (necrose – má nutrição) e vasos renais (glomérulo nefrite – IRC). Causa aumentos 
súbitos de volume (áreas de edema) e petéquias na mucosa. 
 Ocorre de 3 a 4 semanas após a doença sistêmica. O tratamento é o uso de dexametasona. 
 
 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
3. BOLSAS GUTURAIS 
 
TIMPANISMO DE BOLSA GUTURAL 
- A bolsa gutural é uma dilatação do ouvido que possui função de resfriar o sangue que vai para o 
cérebro. 
- É um defeito congênito diagnosticado em potros. Defeito na abertura (o ar entra e não sai). 
Diagnóstico 
 Inspeção (aumento de volume cervical) e percussão (som timpânico). 
Tratamento 
 Cirúrgico. 
 
EMPIEMA DE BOLSA GUTURAL 
- É o acúmulo de pus na bolsa gutural. 
- Podem ser decorrente de garrotilho ou quando linfonodos fistulam para dentro da bolsa. 
- Complicações: a carótida passa bem próxima a bolsa e pode romper levando a morte do animal. 
Sinais 
 Descarga nasal purulenta unilateral ou bilateral que aumenta quando o cavalo deglute, baixa a 
cabeça ou após a palpação. 
 Há aumento de volume na região retrofaríngea (a bolsa gutural fica sob os ramos da 
mandíbula). 
 Dor durante a palpação. 
Diagnóstico 
 RX ou endoscopia. 
Tratamento 
 Lavagem através de sonda e infusão de ATB (medir sonda do canto medial do olho até o canto 
da narina, introduzir até a marca, girar 155° a sonda). 
 Pode-se usar mucolíticos. 
 
CONCREÇÕES NA BOLSA GUTURAL 
- Parte da secreção ressecada/ mineralizada que permanece dentro da bolsa, quando não há 
tratamento. 
- Tratamento 
 Lavagem das bolsas antes da formação das concreções. 
 É possível a retirada via endoscópio ou cirúrgica. 
 
MICOSE DE BOLSA GUTURAL 
- É bastante raro. 
- Pode aparecer após tratamento com ATM para empiema. 
- Lesões ulcerativas e descamações na parede são perigosas por causa da carótida (rompimento causa 
hemorragia grave e fatal). 
Tratamento 
 Diagnóstico antes que rompa artéria. 
 Isolar o agente e tratar com antifúngico. 
 Colocação cirúrgica de molas no interior da carótida – emergência. 
 
 
4. DOENÇAS DA FARINGE E LARINGE 
- Essa região é muito importante para animais atletas, para que eles possam respirar adequadamente. 
- A faringe é importante, pois nesse local desembocam as bolsas guturais. 
- É normal folículos linfóides na porção dorsal da faringe, são pontinhos claros. 
 
HIPOPLASIA DO ARCO PALATAL 
- Abertura muito pequena. 
- A membrana palatal impede a abertura da laringe. É uma alteração pouco comum, mas muito difícil de 
corrigir. 
 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
DESLOCAMENTO ROSTRAL DO ARCO PALATAL 
- Aprisiona as cartilagens aritenóides, impedindo a abertura adequada da laringe. 
- A correção é cirúrgica. Não dá pra ver as aritenóides. 
 
FENDA PALATINA 
- Pode estar acompanhada de lábio leporino. 
- Animal derrama leite pelas narinas e apresenta subdesenvolvimento. A cirurgia é bastante difícil. 
 
DESLOCAMENTO DORSAL DO PALATO MOLE 
- Correto do palato é ficar abaixo da epiglote, quando deslocado fica dorsal a epiglote. 
- Esse deslocamento é normal durante a deglutição para impedir que o alimento entre na traquéia, mas 
quando isso ocorre durante o exercício dificulta a respiração. Não dá pra ver a epiglote. 
- O animal apresenta queda de performance e ruído respiratório durante o exercício. 
- É possível observar ulceração no bordo do palato por roçar na epiglote e machucar. 
Tratamento 
 Não-cirúrgico: bucal de cornel 
 Cirúrgico: ressecção do bordo caudal palatal com bisturi, laser para queimar bordo caudal, 
aumento da epiglote (silicone). Remoção de musculatura (esternotireoideo) 
 Antigamente se amarrava a língua. 
 
CISTOS E NEOPLASIAS DA FARINGE 
- Cistos geralmente subepiglóticos, podem obstruir a região da glote, provocam ruído e dificuldade 
respiratória. Tratamento drenagem e cauterização do cisto. 
 
COLAPSO DE FARINGE 
- A faringe não possui osso e cartilagem, acaba colabando-se durante o exercício. 
- Palato e parede dorsal da faringe se encostam (colabamento dorsoventral é mais comum). 
- Cirurgia: ressecção do palato (retrai faringe) e cauterização do palato mole (retrai faringe). 
 
HIPERPLASIA LINFÓIDE FARINGEAL 
- Aumento do tecido linfóide em número e tamanho. 
- Essa alteração acomete animais jovens em treinamento (contato com animais e ambientes diferentes). 
- Acaba prejudicando a respiração durante o exercício. 
É classificado em graus, por endoscopia: 
Grau I - presença de poucos folículos inativos. 
Grau II - número maior de folículos, principalmente na parte dorsal, alguns com aspecto edemaciado. 
Grau III - número significativo de folículos com coloração rosada ou avermelhada até o palato. 
Grau IV - muitos folículos ativos. Atingem as aberturas das bolsas guturais, alguns com aspecto tumoral. 
Tratamento - Indicado nos graus III e IV: 
 Spray faringeano de solução que nós podemos preparar. 
 Recomenda-se repouso. A cirurgia é indicada apenas em último caso. 
 AINE 
 
CONDRITE ARITENÓIDE 
- É uma reação inflamatória degenerativa das cartilagens. 
- Forma aguda/ inflamatória: causa abscessos nas cartilagens. 
- Forma progressiva crônica/ degenerativa progressiva. 
- O animal apresenta ruído respiratório e os sinais vão depender dos graus de deformidade das 
cartilagens. 
- Deve ser feito o diagnóstico diferencial de hemiplegia de laringe por causa do ruído respiratório (na 
hemiplegia há desvio da rima por causa da atrofia de um dos lados). 
- Não existe uma etiologia única. 
- A causa pode ser traumática devido à passagem de sonda. 
- Há muitas dificuldades de respiração podendo, em alguns casos, levar a morte. 
- O tratamento da fase aguda é feita através de ATB a AINE, caso não funcione é indicado cirurgia: 
remoção total ou parcial da cartilagem efixação da cartilagem. Em casos de granuloma, é retirado 
facilmente cirurgicamente. 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
 HEMIPLEGIA DE LARINGE 
- Os animais que possuem essa doença são chamados ¨cavalos roncadores¨. 
- Afeta principalmente animais jovens, 2 a 3 anos de idade, PSI e do lado esquerdo (90%). 
- Essa alteração ocorre pela desmielinização do nervo laringeo recorrente, desenervando o músculo 
cricoaritenoideo dorsal. 
- Os ruídos ocorrem principalmente na inspiração. 
- A causa pode ser traumática no nervo e em cavalos de pescoço muito longo. 
- É característico o desvio da rima da glote para o lado atrofiado. 
Pode ser classificado em graus: 
Grau I: movimento síncrono com abdução completa 
Grau II: movimento assíncrono com abdução completa 
Grau III: movimento assíncrono com abdução incompleta 
Grau IV: assimetria em repouso (verdadeira hemiplegia) 
 
Diagnóstico 
 Slap-test: palpação da laringe e percussão no tórax. O animal normal deve ter vibração em 
ambos os lados da laringe. É um reflexo cruzado, pois percute lado D e palpa o E. Não é 
específico para hemiplegia. Palpação com os dedos indicadores na parte dorsal com 
movimentos craniais e caudais. Nota-se a diferença de tamanho dos músculos. 
 Endoscopia: diagnóstico definitivo. 
Tratamento 
 É só paliativo. 
 Ventrilectomia é a remoção da mucosa do ventrículo, aumentando a passagem de ar e 
diminuindo o barulho, mas não a queda na performance. 
 Fixação do lado afetado da musculatura cervical aumentando a passagem de ar. 
 A remoção da cartilagem não é indicada porque permite que haja falsa via. 
 
“ENVELOPAMENTO” (ENTRAPMENT) DA EPIGLOTE 
- É uma alteração bastante comum em animais de corrida (PSI), jovens (2-3 anos). 
- A mucosa subepiglótica aumenta de volume e envolve a epiglote (envelopa). 
- Causa queda de performance, ruído respiratório, tosse pelo acúmulo de líquidos. 
- Pode estar associado à hipoplasia de epiglote ou outras alterações da laringe. 
- Essa membrana acaba sofrendo traumatismos e ficando ulcerada. 
- O tratamento é cirúrgico através da remoção da membrana. 
 
5. PROBLEMAS DE TRAQUEIA 
 
Má formação 
 Alteração do diâmetro 
 Achatamento dorso-ventral 
 Espiralada (anéis mal colocados). 
 Todas essas alterações dificultam a passagem de ar. 
 Deslocamento latero-lateral (bainha de sabre). 
Ruptura 
 Geralmente é iatrogênica e ocorre mais na região dorsal causando enfisema na região cervical e 
pneumotórax quando ocorrer na região torácica. 
Perfuração da membrana dorsal 
 Apertar demais o animal na hora de testar a tosse. 
Necrose da mucosa 
 Balonete (cuffy) muito inflado durante a anestesia durante muito tempo. 
Granulomas 
 Inflamação localizada causada por sondagem às vezes; deve ser retirada cirurgicamente. 
Corpo estranho: Não é comum e depende do tipo de alimento e deglutição. 
Rabdomioma: neoplasia do músculo. 
Compressão pelo coração: parte final da traqueia, na região da karina é normal. 
Compressão externa: tumores, abscessos. 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
6. CAUSAS VIRAIS 
 
INFLUENZA (GRIPE EQUINA) 
- É uma doença respiratória causada por orthomyxovirus A equi-1 (56) e A equi-2 (63). 
- Hoje em dia o A equi-2 (H3N8) é o mais comum e mais patogênico. 
- Ocorrem em épocas frias como surtos, principalmente quando há aglomerado de animais como em 
exposições e eventos. Rápida disseminação. 
Sinais 
 Tosse seca (1 a 3 semanas). 
 Rinite com secreção serosa e depois mucosa (no garrotilho é purulenta). 
 Hipertermia (40-41° C). 
 Sons pulmonares, anorexia, depressão, dores musculares. 
- O vírus altera o epitélio ciliar (necrose e perda de cílios), dificultando a limpeza de partículas. 
- O muco normal deve ter na sua porção mais superior um gel que permite que as partículas prendam-se 
e na sua parte inferior um líquido que permita que os cílios se movimentem com facilidade. 
- Influenza predispõe a infecções secundárias. 
Tratamento 
 Repouso para que o epitélio possa regenerar adequadamente 
 Manter a higiene do estábulo 
 Antipirético, AINE, ATB. 
 
HERPESVÍRUS 
O EHV- 1 é o mais patogênico (doença respiratória, aborto, morte de potros e doença neurológica). 
O EHV- 4 causa doença respiratória e raramente aborto. 
Sinais 
 Rinofaringite e traqueobronquite 
 Hipertermia (40 – 41 ºC) 
 Anorexia 
 Depressão 
 Descarga nasal serosa 
 Aborto no ultimo trimestre de gestação 
Patogenia 
- A transmissão é por via respiratória ou direta através de contato. 
- O vírus replica nas células epiteliais do trato respiratório e vai para os linfonodos (2-3 dias). 
- O EHV-1 também se localiza em leucócitos e células endoteliais. 
- Doença neurológica com paralisia, incoordenação dos posteriores, flacidez do ânus e cauda, retenção 
urinária, paralisia peniana, ocorre vasculite no SNC. 
Tratamento: Repouso, isolamento, antibiótico, evitar aborto, vacinação. 
 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) 
É mais comum em animais mais velhos, mantidos em cocheiras, com comida e cama de má qualidade. 
Causado por bronquites e bronquiolites alérgicas. O animal tem que ser suscetível. É um dos problemas 
mais importantes relacionado a diminuição de performance assim como a HPIE. 
 
Sinais (são mais fortes na fase aguda): tosse crônica (esporádicas), dispnéia durante as crises (expiração 
e inspiração), a queixa principal é a intolerância ao exercício (inicia bem a corrida e no terço final perde 
velocidade), expiração bifásica – retém um pouco de ar, não expira tudo (expiração ativa), sons 
respiratórios como sibilos e estertores, P02 menor que 80 mmHg. Narinas dilatadas. 
 
Endoscopia: secreção mucopurulenta na luz da traqueia e edema dos brônquios. Espessamento do 
septo da Carina, quanto mais grosso estiver mais grave está doença. 
As condições ambientais são fundamentais, pois tem que haver as partículas alérgenas. As partículas 
com menos de 0,1 µ são as mais importantes. Os alérgenos causam resposta inflamatória (hiperemia, 
edema, alteração na qualidade e quantidade da secreção) e broncoespasmos (dificuldade respiratória). 
O brônquio com a luz diminuída dificulta a passagem de ar. 
 
MEDICINA DE EQUINOS – RESPIRATÓRIO – PROFº ANDRÉ ROCHA 
 
MARCELO BARCELOS ROCHA – 2012/01 
 
Reflexo de Euler-Lelgestrand: relação de perfusão/ventilação, ou seja, o sangue vai passar onde há 
oxigênio, vasoconstrição capilar das áreas mais comprometidas. Essa vasoconstrição pode causar lesão 
no parênquima por falta de nutrição. 
 
Alteração da mucosa bronquiolar: alteração na proporção de células, membrana basal, células 
inflamatórias e edema, isso tudo aumenta a espessura da parede e reduz significativamente a luz, 
levando a dificuldade respiratória. 
As partículas inaladas estão na cama e na comida. Por isso tem que cuidar o manejo dos animais. 
Qualidade das baias e da comida. Molhar a alfafa para diminuir a quantidade pó. 
Causa enfisema por causa da obstrução da passagem de ar e também pela junção dos alvéolos pela 
diferença de enchimento de ar. 
 
Diagnóstico: endoscopia e lavagem. Ventigrafia serve para diagnóstico de DPOC sub-clínica. 
 
Lavagem broncoalveolar: citologia e bacteriologia. O ideal é a lavagem porque é mais profunda que a 
endoscopia, vai até os brônquios. Na citologia se observa células inflamatórias e células ciliadas 
descamadas. 
 
Enfisema: má condição, hipertrofia da musculatura intercostal, protusão do ânus síncrona com a 
respiração. 
 
Tratamento: afastar o cavalo dos alérgenos. Ventilação, manejo, qualidade da cama e ração, mas o ideal 
seria colocar o animal no campo. Broncodilatadores, corticóides. 
 
BRONCOPNEUMONIA: 
 
Etiologia: viral (influenza e EHV), bacteriana (Rhodococcus equi,Streptococcus), parasitária (Dictiocaulus, 
parascaris/gripe de verão), iatrogênica... 
Fatores predisponentes: estabulação (baias sujas e abafadas), mudança brusca de temperatura, viagens 
prolongadas, trabalho excessivo e acidentes iatrogênicos (sondas, cirurgias). 
Sinais: depressão, tosse produtiva ou seca, hipertermia (40-41°C), corrimento nasal mucopurulento, 
dispnéia, cianose e sons pulmonares como estertores e sibilos. 
Pleuropneumonia: ocorre quando atinge as pleuras, é bastante comum. Nesse caso vai haver ruído de 
atrito, abafamento dos sons pulmonares, relutância em andar (muita dor), dor na região intercostal, 
taquipneia com movimentos superficiais, líquido livre com fibrina (ultra-som). 
Tratamento: analgesia, antipirético, ATB de largo espectro, AI e hidratação. Para a pleuropneumonia se 
indica drenagem e lavagem da cavidade. 
 
RHODOCOCCUS EQUI: 
Bactéria g+ pleomórfica, aeróbia obrigatória, intracelular facultativa (macrófagos servem de 
carreadores). Presente no trato intestinal de herbívoros. A virulência depende da cepa, ¨equi factores¨ 
facilitam a penetração. 
Transmissão: inalação, ingestão, transplacentária. 
Lesões pulmonares: broncopneumonia piogranulomatosa. 
Lesões digestivas: abscessos em linfonodos. 
Epidemiologia: inalação de poeira contendo a bactérias, dias ventosos de solo seco, pH do solo ácido, 
temperatura quente, primavera, potros com 1-6 meses de idade. 
Fatores de risco: propriedades grandes com grande quantidade de animais (éguas e potros), alta 
densidade de potros, éguas que são cobertas em outros lugares. 
Sinais bem variados (dependem da cepa): morte súbita, broncopneumonia, pleurites, enterites, 
peritonites, abortos, artrites, inapetência, letargia, tosse, mudança no padrão respiratório, secreção 
nasal. Observar inapetência e letargia que são as iniciais. 
Diagnóstico: hemograma com neutrofilia, fibrinogênio, radiografia abdominal, sorologia, aspirado 
transtraqueal, aspirado articular, Ac e PCR. 
Tratamento: ATB (eritromicina e rifamicina). 
Prevenção: vacinação não dá certo, plasma hiperimune (éguas que já tiveram a doença), manejo 
adequado (diminuir poeira, nascimentos precoces e cobertura vegetal).

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